Não me diga adeus escrita por little ackeny


Capítulo 1
1. Não me diga Adeus


Notas iniciais do capítulo

Por mais que o orgulho seja algo que paira em você como uma sanguessuga... nunca, em toda a sua vida, deixe de dizer o quanto ama alguém, independente do quanto esse orgulho persista em dizer não... não deixe ele te dominar.

Eu aprendi. Aprendi da forma mais difícil.



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Eu o olhava diversas vezes, mas sempre que o nosso olhar se encontrava, eu me continha e desviava. Isso aconteceu umas quarenta vezes em um mês. Desde meados do ano passado eu sempre fui completamente apaixonada por ele. Contando desde o início, você também aparentava me amar intensamente. O único problema é que as fofocas tornaram-se cada vez mais insanas, doentes, inventaram coisas - mesmo que na brincadeira - que acabaram me deixando com raiva. E então tudo começou a mudar.

Se afastar de mim tornou-se uma coisa aparentemente prioritária pra você. Não nos víamos mais no intervalo como antes porque você virava seu rosto. Alguns meros olhares era suficiente para ascender um nervosismo assustador na minha barriga, e tudo o que eu queria era correr até você e dizer o quanto eu te amava. Eu sempre quis dizer isso. Era algo que eu inúmeras vezes pratiquei frente ao espelho, ou nos meus próprios sonhos eu conseguia perfeitamente jogar tudo em cima de você, declarando tudo, sem medo do que você poderia pensar ou do que viria depois.

O problema é que eu ainda te amo. Eu te amo tanto que sempre acordo pensando em você, e vou dormir pensando em você também, imaginando que um dia você viria falar comigo seja virtualmente ou seja pessoalmente, ou até indiretamente eu aceitaria. Mas você acabou me deixando sozinha. Meu coração tornou-se tão solitário que acreditar no amor é algo praticamente impossível nos dias de hoje. Pelo menos para mim. Porque hoje em dia eu vejo de tudo, vejo pessoas não se valorizando, vejo garotos querendo dez ao mesmo tempo... e no meio disso tudo eu não vejo o amor. Eu não vejo a esperança de que um dia alguém estará lá pra você, porque essa esperança está se esvaindo como uma borboleta começando a se livrar de sua antiga vida que era de uma simples lagarta.

Mas então eu tive um sonho, uma única vez. Foi um sonho assustador, foi real demais para ser mentira, foi chocante demais. Em toda a minha vida, ter um sonho assim foi fora de cogitação, algo surreal.

No sonho, havia uma movimentação constante, eu não sabia onde estava a princípio, mas depois percebi que estava em um hospital. Eu estava desesperada, meu coração batia aceleradamente e meus nervos quicavam inúmeras vezes dentro de mim. Eu queria vomitar com o embrulho na barriga.

Eu estava tão mal que suava frio, e eu chorava muito, chorava demais e pessoas envolta de mim me acolhiam. Eu simplesmente não queria acreditar - dentro do sonho - em algo que eu mesma não sabia o que era.

Mas depois o lampejo mudou de repente, típico de sonhos onde de repente você já está em outro lugar.

Eu estava empurrando uma cadeira de rodas, e do alto eu via uma linda união de fios finos da cor negra.

Uma linda união do seu cabelo. Era ele naquela cadeira de rodas. E de repente eu soube de tudo e comecei a entender tudo. Ele estava doente, ele estava morrendo. E dentro do meu coração, algo simplesmente se negava a confessar exatamente tudo o que eu queria confessar. O orgulho era ferido, mortal, era como se fosse uma fera que não soltasse a sua presa, de maneira alguma. Essa fera não me libertou.

Outro lampejo. O lampejo mais triste de todos os pesadelos que eu já tive em toda a minha vida.

Ele tossia muito. Não me lembro se era sangue, estava tudo muito confuso no meu sonho. Meu cérebro estava fervente, eu ia morrer com ele, eu ia morrer junto à ele.

Eu corri, desesperada para levá-lo ao médico, e então meu coração começou a pulsar novamente. Era como se eu estivesse tendo um ataque cardíaco... Era como se a sua vida se extinguisse junto com a minha.

E então foi uma correria alucinante. Nós corremos para o hospital com ele.

E você não agüentou. Eu olhei seus olhos se fechando. Olhos negros como a escuridão da noite sem lua. Eu os observei fechando lentamente. Eu observei você morrendo em meus braços.

A dor era indiscritível. Era mortal. Mas a pior dor era na verdade de nunca dizer a você o quanto eu te amava.

O quanto eu sempre vou te amar.

Não me diga Adeus - sussurrei na minha mente.


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