Novo Mundo escrita por Mitchel Will


Capítulo 3
Cap 3 "Amigos que te ligam às três e meia da manhã não são legais"




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Um mês atrás.


Naquele momento divino... Saboroso... Insuperavel... A melhor coisa do mundo. A hora que você está dormindo. Não existe nada... NADA... Melhor que isso.Mas também é onde se encontra uma das piores sensações do mundo, a hora de acordar para ir para a escola. É onde tudo de bom fica cagado.Foi exatamente quando o meu celular começa a tocar.Eu levanto da cama. Com um olho meio vermelho de sono, cabelo bagunçado... SONO.Peguei o celular para desligar o despertador... Em cima, na tela, estava 3:30, da manhã, não da tarde.A musica Couting Stars do One Republic ainda tocava. No meio da tela do celular tinha um desenho de um celular tremendo. Embaixo estava escrito em verde: ATENDER. Em baixo do ATENDER, estava escrito em vermelho:CANCELAR.Demorei um tempo para raciocinar.Cocei num pouco a cabeçar.Enterrei minha cara no travesseiro.Depois de um breve tempo depois do celular parar de tocar, percebi. QUE UM FILHO DA P... Havia me ligado. Ou seja: Algum IMBECIL me ligou as 3:30 da manhã. Então me veio na cabeça aquela imagem normal de mim enforcando alguem – A lá estilo Homer Simpson.Olhei a lista de ligações não atendidas. Billy havia me ligado.Billy era um amigo meio geek da minha escola, um carinha de cabelo enrrolado preto, magrelo e nerd.Liguei de volta.- Alô? – Ele atendeu.- Alô. – Respondei num tom ironicamente simpático.- Por que você não atendeu cara?- N-não. – gaguejei -. A pergunta é: POR QUE VOCÊ ME LIGOU AS TRÊS E MEIA DA MANHÃ!?- Noss... Quanta raiva. Eu ia pedir pra você ligar o play pra gente joga um pouquinho antes da aula.- CARAI... ta de zuera comigo, né? , eu tava durmindo que nem um anjinho e você vêm me acordar?- Sim. Volta a durmi então. Aff... Cara chato.- N-não – gaguejei - de novo -. Agora eu vou jogar.- Ok, então.Desliguei o celular e o coloquei no bolço.Filho da...Sai do meu quarto e fui para o banheiro que era logo ao lado. Peguei um balde que fica de baixo da pia e o enchi. Entrei dentro do box do banheiro e coloquei minha cabeça inteira dentro do balde de água fria.Sem faço isso para dar uma acordada. A água escorreu e foi pelo ralo.Sai do banheiro e desci as escadas.Desviei cautelosamente das cadeiras e mesas no escuro para evitar a ocorrências de danos no dedinho do meu pé. Isso acontece direto, eu desço as escadas super de boa e PA! Chuto a droga de uma quina de um móvel com o dedinho. Ahrr... Isso dói de mais.Liguei a TV e o meu Playstation 35 – Não sei como os malandros da Sony ainda produziam isso, meu avô Michel acreditava que eles iam produzir só até o quatro, quando ele tinha 12 anos, pelo jeito ele se engano legal -. Peguei meu celular e vi se o Billy tava online, ele tava. – Entra ai na psn seu fdp – Mandei uma mensagem pra ele.Entrei na cozinha que era logo ao lado da sala, eram divididas por uma bancada. Peguei na geladera uma caixa de sorvete e leite. Abri um armário e peguei o Nescau – têm coisas que nuncam vão mudar, Nescau em 2079 é tenso – e o liquidificador. Coloquei tudo para bater e fiz meu Milk Shake. Coloquei sorvete em um pote e o levei junto com o liquidificador para o sofá – café da manhã pronto -.Inesperadamente chutei a quina da bancada da cozinha com o dedinho do pé direito.Respirei profundamente.Ocultando toda minha raiva e dor em um sorriso feliz.Segurei ao máximo a vontade de gritar para não acordar meus pais.Fui andando tranquilamente até o sofá... E chutei a quina da mesa de jantar com o dedinho do pé direito.
Foi um processo torduoso de dor e gritos extridentes, que provavelmente devem ter acordado a vizinhança inteira, mas meus pais não... Sei lá como.Respirei fundo de novo e passou a dor.Coloquei as coisas no sofá e peguei meu headset.Entrei no jogo Call of duty – Outra velharia antiga que ainda existia e era legal – Memories of War no modo multiplayer co-op. Era uma partida particular, eu e ele na aliança contra outros dois caras.Enquanto eu comia eu jogava, parecendo um jogador bem desesperado, mas era bem mais fácil já que não tinhajoystick, era só controlar com a mente, mas do mesmo jeito era dificil, já que eu pensava eu pensava em como o sorvete estava gostoso e meu personagem do jogo procurava uma casquinha de chocolate no equipamento, não rolava muito bem.- Cara, fez o trabalho de ética pra hoje? – Perguntei de boca cheia.- Tinha? – Ele perguntou.- Tinha.- DROGA!- Esqueceu?- Sim. Me da corbetura ai no jogo, vou lá no meu quarto buscar o caderno...- O quê?Nossa que cara folgado. Eu era só o cara camper que fica deitado em cima de um prédio com uma sniper, não dava pra fazer muita coisa.- Hahahahahha. – Disse um cara no jogo que era nosso inimigo. – Se ferro.- É mesmo. – Concordou o outro cara.Vi um deles escalando um prédio – Esse jogo tinha meio uma mecânica de Titanfall misturado com Homem-Aranha, era bem legal. – Ele levou um Headshoot por minha cortesia.- Chupa seu noob! – Falei.- Cala a boca, mano. – Ele respondeu. Pessoalmente eu acho que sou muito bom com pessoas.Fiz a mesma coisa com outro cara que se aproximava por traz do personagem do Billy.- Perdi alguma coisa? – Chegou o folgado.
...
Em um momento de triste infelicidade... Uma mulher de cabelo amarrotado, olhos vermelhos – ela não tava noiada – e aparantemende estressada pacas... Estava na frente da TV.Por mim eu mandava ela sair da frente, mas quem se ferrava seria eu. Dei um sorrisinho feliz, sarcastico, que escondia as palavras: Morri.Essa pessoa, - codinome: Mamãe. – Pediu pra eu dar pause. E é isso que me deixa pirado! Não o fato de eu estar preste a levar uma bronca do caramba, mais sim minha mãe pedir para eu dar PAUSE num jogo online! Isso não tem nexo!Ouvi batidas de pés na escada, meu pai descia com um cafézinho na mão.- Amor, não dá para dar pause em um jogo online. – Disse para minha mãe.- É! – Eu concordei.- Ta, mas por que você está jogando video game às cinco e meia da manhã?- Meu amigo me chamou. – Respondi.- Então sai logo...- Você já tomou café da manhã? – Meu pai perguntou.- Já. – Respondi.- Viu amor, ta tudo bem – meu pai falou com minha mãe. – Carrega mais um player ai pra eu jogar, dá uns quinze minutinhos depois você sai para ir pra escola.Meu pai veio e sentou ao meu lado para jogar, ele até era um pouco melhor que eu, só um pouco. Ele era muito gente boa, os dois, mas minha mãe era estressada, meio pai já era paz e amor. Ele era gerente de uma empresa de macarrão, minha mãe era professora, por isso o estresse.- Homens... – Cochicou minha mãe;- Diz se não é legal deixar sua mãe irritadinha assim? – Meu pai falou.- Isso é de mais.
...
Acabou que em vez de jogar uns quinze minutinhos nós jogamos uns vinte, ai eu fiquei atrasado, já que seis e dez o ônibus que eu pegava pra escola passava. Tomei um banho apressado e troquei de roupa, coloquei uma calça jeans, um tênis vermelho da Nike – por mais impressionante que pareça Nike também ainda existia – e uma blusa vermelha da Ferrari– também -. Escovei os dentes, peguei minha mochila e meu celular, fones de ouvido, minha mochila e a chave da casa, então sai.Coloquei no celular a seleção de minhas musicas favoritas, e depois o fone de ouvido. Um dos aplicativos bem legais do cel era um de musica que tocava de acordo com meus sentimentos ou sensações, e tocava a musica que equivale mais ao momento das que eu gosto. Estava tocando The Middle, do Jimmy eat World – as musicas da época também eram de décadas atrás, o mundo foi ficando sem criatividade para compor, então foram repassando todas de novo.O ônibus passava no quarterão da frente, então não havia muitos problemas. Fui observando a paisagem de New York, minha cidade. Onde morava era um bairro bem tranquilo, com várias casas e tal, mas a maior parte da cidade predominava com prédios altos e pistas eletromagnéticas. Olhei as poucas pessoas que andavam na rua, coisa que não tinhamos muito tempo para fazer, mesmo sendo que agora a vida era mais segura que antigamente, ela era também corrída, e muitas vezes não tinhamos tempo para prestar atenção nos pequenos detalhes dela, nas pessoas, na paisagem, nas culturas diferentes, na interação com o mundo. Do mesmo jeito que quando alguem via uma mulher grávida como eu via agora, com a barriga grande, correndo com o celular aos ouvidos e segurando uma bolsa, nós não pararíamos para pensar no por que ela estava apressada, quantos meses de gravídez – isso é uma pergunta estranha – com quem está falando, são perguntas estranhas e pessoais, mas pelo simples fato de não estar pensando mais em sí mesmo e sim nos outros já era uma coisa legal que não ocorre muito. Do mesmo jeito que via um cara alto e magro, com uma barba grande e cabelo pequeno andando em minha direção mexendo no celular, seus olhos eram escuros e sombrios, passava um calafrio na espinha.Do mesmo jeito que ele não muito ligado no mundo e sim no celular, eu também fazia o mesmo, mas estava concentrado nele. Nós esbarramos de ombro um com o outro, uma grande enxaqueca envadiu minha cabeça no exato momento, eu me enjoelhei e coloquei as mãos na cabeça, a musica Lost in the Echo do Linkin Park começou a tocar. Senti meu corpo eletrizado ao simples toque de um estranho, sentia uma entidade vagando dentro de minha alma procurando algo para se apoiar, enquanto gritava por ajuda. Com um grande esforço consegui tira-la de dentro de mim, como o gás esvaindo de uma garrafa de refrigerante ao abri-la.Com um grande esforço me levantei e voltei a andar.- Desculpe – falei ao homem.- Tudo bem.Ele respondeu.Fui andando. Eu olhei para traz e encontrei o olhar do grande homem, um olhar sombrio e misterioso, com muitas coisas a contar, e um sorriso malicioso. Eu senti medo, e voltei a andar.Nesse momento eu me sentia corrompido, com se tivessem colocado um aspirador de pó dentro de mim, e sugado tudo que ali havia. Foi uma sensação nunca vista antes, não por mim.Quando olhei para frente vi meu ônibus no ponto, um quarteirão à frente. Eu corri meio estilo Usain Bolt – sim, outra referência antiga, eu sei de muita coisa, né -. Alcancei o ônibus enquanto ele estava saindo encostamento e comecei a bater em sua lateral para ele parar, foi meio parecido com uma das primeiras cenas do filme do Homem-Aranha do Sam Raimi.Foi extremamante vergonhoso, principalmente pelo fato do povo do ônibus tirando fotos de mim. Depois de muita correria em cansaço da minha parte o motorista parou e abriu a porta. Eu entrei e o velho motorista começou a reclamar. Eu mandei um “jóinha” pra ele e fui sentar no ultimo banco do ônibus.- Boa, Mitchel! – Disse um cara.
Aff, cala a boca. – Então me sentei e fui para a escola :(.


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