O Espelho escrita por Knight


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yoo!
One-short de terror feita especialmente para comemorar o aniversário da Toph Bei Fong( Bea) que foi no dia 17/02.
Espero que goste!



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Eram mais ou menos seis da tarde. O sol estava se pondo e da vista da casa daquela pequena fazenda era tudo ainda mais lindo. O céu vivia uma indefinição de cores mesclando do laranja ao roxo e por fim o azul mais escuro.

Beatriz, sendo mais conhecida por Bea, estava sentada no pequeno sofá marrom da sala de sua casa zapeando os canais da televisão com um balde de pipoca no colo e o grande cachorro peludo sentado a seus pés.

Seu pai tinha acabado de sair para o trabalho em um banco no centro da cidade já que tinha sido transferido para o turno da noite restando na casa envelhecida apenas ela e a mãe.

A mãe se encontrava na cozinhava preparando frango assado para o jantar acompanhado de arroz e batatas.

- Filha, vou comprar mais óleo no armazém. – Disse a mulher aparecendo em frente à filha com as mãos e os cabelos levemente úmidos ressaltando os fios grisalhos do cabelo. A mulher pegou o casaco enquanto olhava o programa que a filha assistia.

O pequeno armazém ficava apenas um quilômetro de distância da casa, possibilitando a ida a pé ou de bicicleta, e servia apenas para abastecer produtos básicos das vários casas afastadas da cidade.

- Levarei a chave apenas por garantia. – A mais velha disse mostrando o molho de chaves em sua mão enquanto fechava a porta.

- Já sou bem grandinha para isso. – A menina falou quase que em um sussurro voltando a prestar atenção na série que assistia.

Estava entretida com a série que não viu o tempo passar e quando deu por si quase duas haviam se passado e a mãe não tinha chegado. O tempo estava escuro e por mais que o céu estivesse cheio de estrelas aquilo não era capaz de tirar o medo que começava a aparecer.

De repente pareceu que não havia mais o som. Nenhuma criatura viva emitia qualquer ruído e tudo o que restava era o silêncio apavorante da noite. O cachorro que antes se encontrava próximo ao sofá estava encolhido embaixo da mesa da cozinha.

Bea ficou um tempo sem entender do que se tratava aquele pânico, mas finalmente ouviu o ruído da porta se abrindo lentamente. E lembrou-se, para seu desespero, que a mãe tinha levado a chave.

Por um momento a esperança de que realmente fosse a mãe a invadiu, mas se tratava de algo mais do que a simples esperança ou qualquer sensação de reconforto. Ali bem a sua frente encontrava-se sua mãe, porém não mais com vida. Apenas um corpo vazio manchado pelo próprio sangue enquanto tombava no chão com um baque surdo.

Beatriz estava sem reação. O canto dos olhos enchendo de lágrimas enquanto observava o resto do sangue da mãe escorrer e manchar o chão da sala. Tinha uma vontade insana de gritar, mas não conseguiu emitir um som sequer.

Quase recostado na porta um homem de estatura média, coberto por vestes negras, tampando a pele e o rosto, deixando a mostra apenas os olhos vis e sem emoção pintada em um tom de azul quase branco e que indicavam que ali também não existia vida. As mãos estavam cobertas de sangue indicando que ele era o assassino e ela a próxima vítima

A garota soltou um grito rasgado enquanto as lágrimas rolavam livremente por seu rosto alvo. E por mais que o medo quisesse dominá-la ela conseguiu se livrar da paralisia e começou a correr sem olhar para onde ia. Seguindo apenas os instintos quando por fim entrou em um quarto e o trancou.

Estava ofegante e com o coração acelerado, batia tão forte que sentiu que poderia machucar o peito. Tentando se acalmar enquanto recobrava um pouco da consciência reparou que estava no porão. O canto mais afastado da casa aonde não ia há certo tempo.

E por mais que fosse louco tudo o que havia ali era um longo pano branco que cobria algum objeto grande. A garota puxou o pano que revelou um longo e velho espelho, com um grande rachado no meio.

Parecia estar dominada sobre aquela visão do espelho. O que significaria aquele objeto?

Estava absorta em pensamentos, mas não deixou de reparar no reflexo do homem atrás de si. Ela estava preparada para correr e a estratégia era jogar o espelho sobre ele, mas ao se virar tudo o que havia ali era a porta trancada.

Recuou espantada sentindo uma mão agarrar o seu ombro. O homem a virou fazendo com que se encarassem por longos segundos, revelando que aquele não era um homem qualquer. Porque ao olhar no fundo daqueles olhos esbranquiçados Beatriz pôde ver a alma de seu pai.

Ele a puxou com força e por mais que doesse Beatriz tinha certeza de que estava condenada. Tudo o que viu depois de perder a consciência foi à infância que nunca existiu, as memórias forjadas e a vida trancafiada.

Ela era o espírito dentro daquele espelho. Não tinha olhos e não tinha alma e a resposta para sua morte era aquele espelho estilhaçado e amaldiçoado.


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Notas finais do capítulo

Foi curtinho, mas acho que deu para sentir a vibe.
Eu peço desculpas pela demora e espero realmente que tenha gostada porque foi de coração.
Qualquer erro avisem!
Kissus Ja ne



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