E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha
A noite.
– O que você tem hein. – Ben indagava Anita na sala do casarão.
– Nada eu só estou pensando numa coisa aqui. – Anita respondeu não querendo contar sobre Caetano.
– Ih, quando você fica assim, coisa boa não é. – Ele afirmou.
– Pois se for realmente o que eu to pensando, não vai sobrar pedra sobre nessa história. – Anita rebateu nervosa.
– Que história Anita. – Ben perguntou confuso.
– Sabe quando você tem quase certeza que uma pessoa deu um golpe, e pior de caso muito pensado, mais esquece não é nada que esteja ligado diretamente com a gente. – Anita tentou se explicar.
– Golpe Anita, entendi menos ainda. – Ben disse não desconfiando do que ela estava falando.
– Deixa pra lá. – Anita disse.
– Eu conversei com o Hernandez mais cedo. – Ben afirmou.
– É, o que ele disse. – Anita questionou.
– O Antônio realmente confirmou pra ele, que o tal cara é o pai dele. – Ben soltou.
– Tá mais assim do nada, é meu pai e ponto, como ele tem certeza disso Ben. – Anita indagou confusa.
– Antônio não é Anita, vai saber se isso é verdade, porque tem tudo pra não ser. – Ben respondeu intrigado.
– Pois tá com cara de uma tremenda mentira, esse cara vai usar o Antônio pra alguma coisa, e de boa não é algo bom, pode apostar. – Anita taxou.
– Tem tudo pra ser, mais parece que o Antônio não se importa com isso. – Ben afirmou.
– Ben, se o Antônio acha mesmo que esse cara é pai dele, o pai que ele procurou a vida toda, ele faz qualquer coisa em prol disso sem nem ligar. – Anita especulou.
– E isso significa que vai sobrar pra todo mundo aqui, e principalmente pro Hernandez, que nem desconfia da ameaça dessa história. – Ben acrescentou.
– Exatamente, o Antônio nutre um ódio pelo Hernandez, segundo ele a culpa por esse pai nunca ter aparecido foi dele, e se esse tal homem tem mais alguma intenção nessa história, provavelmente fez o Antônio pensar exatamente isso do Hernandez. – Anita contrapôs preocupada.
– É melhor a gente ficar na nossa por enquanto, mais eu tenho que fazer alguma coisa pra abrir os olhos do Hernandez, só não sei como. – Ben disse.
– A essa altura todo cuidado é pouco. – Ela concordou com ele.
– Bom eu vou dormir, antes que a minha a mãe caia dura lá na cozinha, de curiosidade pra saber o que a gente fala. – Anita afirmou olhando de relance para Vera, que observava os dois com atenção da cozinha.
– É de repente a gente vai lá e mata a curiosidade dela, o que você acha. – Ben falou rindo.
– É, não muito obrigada, eu ainda pretendo ter uma noite de sono tranquila antes dessa bomba estourar. – Anita respondeu sorrindo para ele de maneira irônica.
– Certo, boa noite então. – Ele desejou.
– Boa noite. – Anita falou se levantando e soltando a almofada sobre o sofá, Ben apenas ficou a observando caminhar até as escadas.
No dia seguinte Anita havia colocado a mesa do café, e estava sentada a cozinha olhando para o cartão que o pai deixou junto com o bilhete para ela e Sofia, pensando em achar uma maneira de saber seu paradeiro.
– Se a Bernadete viu meu pai no apartamento da Barra, ele tem que estar por lá. – Ela proferiu em tom de voz baixa para si mesma.
– Ai que isso, ficou maluco. – Anita reclamou quando Ben a abraçou por trás.
– Não exagera vai está todo mundo dormindo ainda. – Ele falou.
– É vai nessa. – Anita rebateu sorrindo.
– Se pelo menos a gente conseguisse se livrar desse castigo, que meu pai e a Vera colocaram a gente. - Ben afirmou.
– Eu espero realmente que isso esteja com os dias contados. – Anita suplicou.
– É, muito. – Ben disse.
– Acho que todo mundo perdeu a hora sabia. – Ela afirmou o encarando.
– Péssimo isso não é. – Ben respondeu sorrindo.
– Demais. – Anita concordou, colocando os braços em volta do pescoço de Ben o que foi seguido de um beijo.
– Anita aqui comprei os pães. – Luciana disse entrando animada no casarão, com um pacote na mão.
– Ah que ótimo tia, obrigada. – Anita falou se afastando de Ben.
– Bom dia. – Luciana disse com uma cara intrigada.
– Bom dia. – Ben respondeu confuso levando, a mão a cabeça.
– Tá tudo bem ai gente, vocês querem uma ajuda. – Luciana perguntou vendo o incomodo dos dois.
– Ajuda, pra que tia. – Anita indagou descompensada com a situação.
– Mentir melhor, talvez, não pra mim, mais pro resto do pessoal. – Luciana alfinetou os dois.
–Não entendi. – Ben falou tentando conter o riso.
– Nem eu, é o melhor que eu faço. – Luciana disse os fitando com curiosidade.
– É, o pão deixa ai em cima da mesa pra mim, eu vou acordar a Giovana, e os meninos, se não eles vão se atrasar pra aula. – Anita afirmou se levantando.
– Claro. – Luciana falou.
– Eu vou lá. – Anita saiu rindo da situação.
– Cuidado hein, Vera, ó esgana ela e você. – Luciana afirmou, gesticulando para Ben parado em frente a pia.
– Valeu pelo conselho Luciana, acho que eu vou lembrar dele, não sei exatamente pra que, mais eu vou lembrar. – Ben respondeu rindo.
Anita e Ben chegavam ao colégio quando ela passou pelo corredor e viu Micaela e outras garotas conversando.
– Oi, é será que eu posso falar com você. – Anita perguntou a Micaela.
– Oi, pode mais o que. – Ela indagou sem entender muita coisa.
– Você vai entender. – Anita respondeu apenas.
– Seu eu fosse você não conversava, com essa ai não Micaela. – Amanda se meteu.
– Qual foi, te chamei no assunto. – Anita rebateu irritada, Ben que estava atrás dela achou melhor não ir embora como ele pensava em fazer.
– Não, mais você fica com o Martin e depois vem aqui dar recado pra ela. – Ela justificou.
– Recado, olha aqui, o garota, quem é você pra falar de mim, quando eu namorei o Martin ele não estava mais com ela, diferentemente de você que ficava com o Martin quando ele namorava comigo, e quando a Micaela estava com ele ficava jogando veneno, aliás, faz isso até hoje não é, e que eu saiba vocês jogaram a garota pra cima do Martin por um plano ridículo. – Anita esbravejou não se importando.
– Você nem sabe nem o que você fala garota. – Amanda respondeu abalada e constrangida com as afirmações dela.
– Muito menos você. – Anita respondeu de volta, franzindo a testa enquanto encarava a garota.
– Olha aqui. – Amanda falou fitando Anita, não querendo lhe dar razão.
– Anita, isso aqui não vai acabar bem. – Ben tentou acalmar os ânimos da garota lhe segurando pelo braço.
– Micaela eu vim aqui pra falar com você. – Anita disse a ela. – E você não se mete. – Anita completou se dirigindo a Ben.
– Vamos conversar lá na cantina. – Micaela afirmou.
– Micaela. – Amanda a repreendeu.
– Amanda fica fora disso. – Micaela disse tensa.
– Eu vou te esperar na sala então. – Ben afirmou para Anita.
– Certo, eu já vou lá. – Anita concordou, vendo Ben se afastar.
– Então eu queria falar sobre o Martin, mesmo. – Anita comunicou com as duas sentadas em uma mesa na cantina.
– Só não sei o que Anita, se é sobre aquele dia, olha só me desculpa eu. – Micaela tentou se justificar.
– Não, não tem anda a ver com aquilo, eu só acho que vocês deviam tentar se entender. – Anita afirmou a ela.
– Mas, isso é impossível, sério acho que isso nunca vai acontecer. – Micaela respondeu.
– Na boa, acho que você devia de pensar sinceramente em confiar mais nele, todo mundo fica te envenenado contra o garoto, na boa às vezes as pessoas acham que sabem o que é certo, mas na vida da gente, quem tem que decidir sobre nós, somos somente nós. – Anita aconselhou.
– Faz um tempo que eu não vejo o Martin, ele até me procurou outro dia, mas enfim. – Micaela falou se lembrando.
– Bom, foi só um conselho não uma opinião formada, faz o que você quiser, mais o Martin é louco por você, ele nunca gostou de ninguém como ele gosta de você, e acho que eu não estou errada. – Anita afirmou.
– Eu vou pensar Anita, e obrigada. – Micaela disse.
– Eu vou ter que ir pra aula, e boa sorte. – Anita falou se levantando.
– Tchau, obrigada. – Micaela respondeu simpática.
– Tchau. – Anita disse indo em direção à sala de aula.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!