Mais tarde Anita arrumava sua bolsa para fazer o que ela havia combinado com Serguei, ir ao camping, tentar descobrir alguma pista de quem havia feito o vídeo dela com Ben. Até que seu celular tocou.

– Ah oi Serguei eu já to descendo, você já chegou. – Anita perguntou ouvindo a voz do amigo.

– Ai Anita eu nem sei como te dizer isso me desculpa, mas eu não vou poder ir com você não hoje. – Serguei afirmou desapontado consigo mesmo.

– Mas porquê, não tem como mesmo. – Anita disse, ela queria resolver aquela situação de uma vez por todas.

– A Flaviana marcou um cinema há séculos e eu não lembrava, se eu desistir vai dar problema ainda mais que não posso falar o motivo para ela. – Serguei justificou.

– Tá tudo bem eu entendo. – Anita afirmou.

– Mesmo, deixa pra amanhã que eu vou com você prometo. – Serguei sugeriu.

– Tá, vou fazer isso. – Anita falou.

– Combinado então, me desculpa mesmo beijos se cuida. – Serguei disse se despedindo.

– Beijos, não se preocupa tchau. – Anita disse desligando o celular.

Anita desligou o telefone e ficou pensativa no fundo tinha rolado uma pontinha de decepção por Serguei ter desistido de ir com ela, mas também ela tinha que compreender que não poderia virar uma empata na vida do amigo, impedindo que ele saísse com a namorada e Flaviana iria estranhar poderia comentar algo com Sofia, ou até mesmo brigar feio com Serguei, caso ele não dissesse nada e não estava em seus planos acabar com namoro do amigo. Ela pensou realmente que seria melhor deixar para outro dia como ele haveria sugerido, mas sua cabeça não podia esperar mais e movida por um impulso ela pegou a bolsa e as chaves e saiu pela porta, Bernadete já sabia de seus planos e tinha permitido desde que Serguei fosse junto, mas ela acabou indo sozinha mesmo, não aguentaria esperar. Anita foi até o ponto de ônibus e embarcou sem ao menos saber se estava agindo certo.

Um tempo depois Anita já havia chegado, ela teria que ser rápida porque já estava quase anoitecendo e ela tinha que voltar.

– Oi tudo bem. – Ela disse vendo o dono do lugar arrumando umas barracas.

– Oi tudo ótimo, você deseja acampar. – Ele perguntou a garota.

– É na verdade não, eu precisava que você me ajudasse numa coisa. – Anita falou não sabendo muito bem o que dizer no fundo admitir toda a história até para si mesma ainda era muito difícil.

– E no que seria. – O homem questionou.

– Então você deve lembrar que um tempo atrás teve um garoto aqui te procurando, que por sinal foi um pouco grosseiro com você ele queria esclarecer uma história. – Anita achou melhor prosseguir daquela maneira, talvez se ele lembrasse, ela não precisasse entrar em detalhes.

– Ah lembro, a história que tinham gravado um vídeo dele com a namorada aqui, como esquecer, ele teve aqui descontrolado. – Ele respondeu.

– Então a namorada dele era eu, eu que estivesse aqui com ele. – Anita falou receosa.

– Ah você, eu achei que o teu rosto era familiar mesmo, eu sinto muito de verdade viu, mas eu não tenho nada a ver com isso. – O cara respondeu indiferente a ela.

– Eu sei, eu só quero que você me conte alguma coisa que possa me levar ao verdadeiro culpado. – Ela pediu.

– Moça me desculpa, mas eu não quero me meter nisso. – Ele afirmou.

– Por favor, é muito importante pra mim eu não quero confusão, só quero que você me conte o que você se lembra daquela noite. – Anita insistiu.

– Tá certo, mas eu não quero ter que me envolver com isso. – Ele falou firmemente.

– Tudo bem. – Anita concordou.

– Então vamos conversar lá na sede, minha mulher pode oferecer um suco pra você. – Ele disse a ela.

– Sim tudo bem. – Anita disse o seguindo.

– Moça eu já te disse eu realmente não sei como posso te ajudar o que eu sabia eu já falei pro teu namorado. – Ele afirmou novamente.

– O suco pra vocês. – Uma mulher loira de cabelos cacheados, alta não muito magra ofereceu.

– Muito obrigada. – Anita disse a ela.

– Então você tá tentando descobrir o culpado por tudo. – Ela disse se sentando a mesa também.

– Sim estou. – Anita respondeu.

– Bom mais como eu disse a ela não sei como ajudar, o teu namorado sei lá ele não te contou o que expliquei a ele. – O homem perguntou a ela.

– Não, na verdade ex-namorado a gente acabou tudo, eu achei que tinha sido ele, mas hoje com mais calma eu tenho certeza que não foi. – Anita falou, não acreditando que ela estava fazendo confidencias a dois estranhos.

– Nossa, situação difícil, sinto muito moça. – A mulher respondeu sensibilizada.

– Então por isso que preciso que você me diga qualquer coisa que me ajude a descobrir o culpado. – Anita afirmou.

– Naquele dia tinha mais alguém aqui além da gente. – Anita indagou.

– Não, estavam só vocês, acampados eram só vocês. – Ele afirmou a garota.

– Mais eu lembro, que o senhor disse que tinha um casal que vinha e desistiu, não tinha. – Anita disse lembrando-se.

– E tinha falaram que se perderam, me pediram pra ir busca-los, mas você acredita que na hora de vir o rapaz encrencou com os custos e disse que iria embora.

– E esse casal tava como, sozinho, de carro, que idade eles tinham. – Anita perguntou.

– Não sei bem, mais acho que eram novos como você, uns 18 pra 19 anos e estavam de carro a moça eu não vi não, tava dentro do carro eu vi só de longe. – Ele respondeu.

– Você pode me descrever esse rapaz. – Anita perguntou não sabendo se aquilo iria ajuda-la.

– Sei, o rapaz era alto, pele clara, cabelos bem escuros, um ar misterioso, meio mandão. – Ele descreveu.

– Mas ele foi embora você tem certeza disso. – Anita perguntou novamente, vendo que a descrição do rapaz tinha um pouco de semelhança com Antônio, não poderia ser apenas coincidência.

– Bom isso não sei, assim ele foi meio ríspido até, acampado no camping eu sei que ele não ficou. – O cara afirmou.

– Mas ele poderia ter ficado no meio da mata sem ninguém saber. – Anita deduziu.

– Moça sinceramente, só sendo uma pessoa muito louca pra ficar escondido pra aprontar uma dessas. – Ele disse a Anita achando que a garota podia estar tento imaginação demais.

– Mas se foi essa pessoa eu não duvido, bem eu posso andar por aí um pouco. – Anita pediu.

– Pode sim, fica a vontade, não tem ninguém acampado aqui, mas eu não sei o que isso vai te ajudar. – Ele afirmou.

– Ok, obrigado. – Anita agradeceu se levantando.