E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 266
Capítulo 266:


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo atualizando a fanfic. Rsrsrs. Desculpem por tanta demora, é que os afazeres de final de ano me ocuparam, e depois aproveitando pra tirar algumas férias, ficou difícil de parar para escrever, mais estou voltando aos poucos... Obrigada a todos, e vamos aos dois capítulos... hehehehe



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— Oie, chegou cedo hoje não. – Anita entrou em casa e encontrou a mãe organizando algo no armário da cozinha parecendo pensativa.

— É, eu deixei as coisas nas mãos das meninas lá no galpão e vim arrumar umas coisas aqui. – ela explicou a filha.

— Que coisas hein. – Anita se aproximou dela meio intrigada.

— Ah nada de mais filha e você, achei que estava em casa. – Vera disse sem lhe dar detalhes.

— Eu sai mesmo, pra visitar uma cliente e comprar umas coisas pra festa da Ju. – Anita afirmou se aproximando um pouco dela.

— E a Mariana. – Vera questionou parando o que fazia para notá-la.

— Ué tava aí, quando eu saí, deixei inteira, agora se ela disser que está acabada pelo menos que ponha a culpa no trabalho braçal, porque nela eu não encostei. – Anita respondeu  falando impaciente, pensando no que a garota poderia ter inventado dessa vez.

— Ai Anita, fico feliz que vocês tenham se entendido um pouco. – Vera riu das caras e bocas de Anita.

— É melhor eu evitar guerra mesmo. – Anita concordou, talvez fosse o sensato, pois já tinha tantas outras coisas pra administrar.  – E você mãe, essa história de pôr meu pai aqui dentro de casa, tem certeza que isso é ótima ideia. – ela confrontou a mãe.

— Anita eu não posso deixar teu pai morando na rua não é, é o que tem que ser feito filha, e tem uma criança vindo aí, teu irmão filha. – Vera expõe seus argumentos.

— Sei mãe, e será mesmo que vale a pena, como se você não conhecesse meu pai né. – Anita questiona com o olhar severo, algo lhe avisava que aquilo poderia acabar sem o melhor dos desfechos.

— Anita, apesar do Caetano ser quem é, em algum momento da minha vida nós fomos felizes, e bem ou mal, ele me deu vocês e sua irmã... – Vera fez uma pausa na fala procurando mais argumentos ao perceber os suspiros inquietos e em discordância de Anita. – Eu não quero que vocês passem a vida vendo o pai na cadeia, e sem ter onde ficar e isto que vai acontecer come ele, e tem mais esse bebê que está vindo aí é seu irmão e da Sofia, é só uma criança filha e mesmo sendo filho da Zelândia também, é um inocente, eu não posso virar as costas pra isso. – finaliza a mulher ciente do que estava fazendo.

— Ok, só que eu ainda acho que você está sendo boa demais, meu pai precisa responder pelo que ele fez, e mãe tanto eu como a Sofia somos grandes o suficiente pra entendermos isso, ele tá errado... – Anita argumenta completamente indignada. – E você não deveria levar isso em conta, a Sofia tá ficando com mimimi, porque ela só quer defender o papai querido dela, que sempre fez todas as suas vontades, aliás, sempre foi assim não é, meu pai sempre conseguiu tudo que quer da Sofia. – disparou Anita querendo alertá-la a cerca de seus atos.

— Tua irmã era muito nova quando eu me separei dele filha, no fundo ela nunca entendeu. – Vera quis defender a mais nova de alguma forma que justificasse.

— Eu só espero que não de ruim né, porque o Ronaldo não está gostando dessa história, e nesse caso se eu fosse você, eu ficava do lado de alguém que nunca deixou de me apoiar quando eu precisei, pra defender meu pai, alguém que só vacila, mais  se é isso que você quer.   – Anita suspira impaciente, mais desiste ao ver a mão pensativa.

— E você e o Ben... – Vera indaga a olhando carinhosa.

— O que mãe. – Anita  riu sem vontade de responder. – Eu não vou esconder do meu pai, meu namoro com ele. – garantiu ela. – Nem adianta mãe, você não vai me convencer do contrário. – Anita diz resignada a não mudar de ideia.

— E você acha mesmo que vai segurar a ira do seu pai contra o Ben sozinha, ou você acha que ele vai aprovar esse namoro, ainda mais depois daquela confusão que foi com o Hernandez. – Vera tenta alertá-la receosa por filha e enteado.

— Mãe. – Anita sorriu sem ligar. – Mãe o mundo pode cair inteiro na minha cabeça, mas eu ainda assim não vou deixar o Ben,  e se você está contando com meu silêncio pra não  aborrecer ainda mais o Ronaldo, com as sandices que meu pai pode dizer sobre meu relacionamento com o Ben, desisti, me pede tudo, mas menos isso, eu não vou fazer. – diz Anita taxativa, Vera disfarça meio pensativa, e o silêncio se espelha enquanto Anita verifica algo dentro da bolsa.

— Oi oi...- Ronaldo veio do quintal sorrindo animadamente, após ouvir a voz da mulher e enteada. -  Ué, vocês estão brigando. – Ronaldo acha estranho a cara das duas quando entra pela porta.

— Não, a gente só tava dialogando né, sobre a atual  situação da família, digamos assim. – Anita disse sorridente, não querendo preocupá-lo. - Bom eu vou dar uma saída. - avisa ela.

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— Oii.- Anita chega ao quarto de Ben, lhe cumprimentando em um tom alegre.

— Ah olha só, boa noite, eu ainda tenho uma namorada. - Será? - Ben rebateu brincalhão após ouvir a voz da garota, lhe chamando docemente.

— Não brinca tá, até porque você vai ter que fazer muito mais do que bancar o ofendido pra se livrar de mim. - ela alegou se aproximando pondo os braços em volta dos ombros dele e o beijou no rosto. - E além disso te falei que iria comprar o que faltava pra festa da Julia. - justifica Anita, sem que ele lhe encare, apenas acenando positivamente.

—  Eu sei né, só que justo hoje que eu  saí do trabalho mais cedo, crente que a gente tiraria a tarde só pra nós. - ele disse, soltando o computador sob a cama e girando para encara-la.

— Ok, ok, eu não vou discutir até porque vim só te dar um oi, mais se você quiser mesmo dialogar sobre isso melhor amanhã, então to indo. - ela exclamou fazendo menção de ir embora.

— Não não e não, tá pensando que é assim é. - Ben protestou com uma risada a puxando pelo braço até a cama.

— Ben. - Anita iniciou uma reclamação, deixando escapar uma sonora gargalhada. - Eu te amo sabia. - ela afirma junto a um largo sorriso de felicidade.

— Vem cá é pra ficar difícil deu continuar com a briga. - ele a olha em total encantamento.

— Quase isso. - Anita sorri recebendo um beijo apaixonado como resposta.

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No dia seguinte...

Anita recebeu a ajuda dos amigos mais próximos de Julia para finalizar a decoração do salão de festas de Maura, que foi descolado por Sidney, depois de alguma insistência sem titubear com a mãe.

— Bom gente acho que é isso né, se foi esquecido alguma coisa espero que nós lembremos até a hora da festa. - finalizou Anita prendendo um dos últimos enfeites que faziam parte da decoração e logo em seguida recebendo ajuda do namorado para descer da cadeira onde se equilibrava.  - Agora só resta esperar pela hora combinada. - disse ela tentando imaginar a reação de Julia quando visse tudo.

— Ela vai amar, tenho certeza. - comentou Meg que também ajudava.

— Assim espero. - afirmou Anita, ainda nervosa com a reação de Julia , já que a menina alegou tantas vezes que não queria uma comemoração em seu aniversário.

— Lógico que vai. - Giovana apoiou a alegação de Meg, apoiada  em seu ombro.

— Bom eu vou correr pro salão, vai que a Julia desconfia do meu sumiço. - Serguei argumentava já se despedindo de todos. - Beijo, beijo fui...

— Bom eu tenho um compromisso também, mais na hora da festa estarei aqui com certeza. - falou Sidney.

— Tchau Sidney valeu pela ajuda. - Anita o agradeceu.

— Valeu Brother. - Ben cumprimentou o amigo se despedindo.

— Quando precisarem de novo estarei aqui. - Sidney respondeu brincalhão.

— Então Meg, melhor a gente ir também, já que um certo casalzinho já engatou beijos e uma melação sem fim. - Giovana começou a zoar com Ben e Anita, que realmente a essa altura ignoravam as duas apenas trocando caricias abraçados.

— Gio não começa né, por favor. - pediu Ben a irmã.

— Não mais também dando um desconto, já que lá em casa vocês não podem mais serem um casal. - disse a ruiva rindo da cara antipática dos dois pela lembrança feita por ela. Anita e Ben se entreolharam não acreditando na falta de sorte que os rondava.

— Por pouco tempo tá, eu já disse que vou resolver isso. - garantiu Anita com um sorriso atrevido.

— Mais gente, porque isso o que houve. - Meg não entendia.

— Ah Meg, longa história, longa história, mais resumindo meu pai que ressuscitou. - respondeu Anita quase rindo de sua própria desgraça.

— Teu pai não morreu. - a americana explanou com uma expressão confusa.

— Pra ti ver, vaso ruim realmente não quebra nada fácil. - Giovana se intromete impaciente por estar tendo que conviver com o homem em sua própria casa. - Ai Anita foi mal, mais teu pai não tinha mesmo outro lugar pra se enfiar que não fosse lá em casa. - Giovana tenta se corrigir de alguma forma quando Anita apenas a olha pensativa sem se pronunciar.

— E você acha mesmo que eu posso reclamar de você, também não estou nem um pouco contente com isso. - Anita admitiu com a face ligeiramente irritada, pelo tumulto causado pelo pai.

— O Ben é que tá ferrado, Caetano vai querer te matar quando descobrir que você tá namorando a Anita. - a roqueira supõe meio que debochando da situação do irmão.

— Muito obrigada, por estimular  minha coragem desse jeito. - o rapaz ironiza secamente. Anita e Meg  sem evitar acabam rindo da careta irônica de Giovana  ao irmão.

— Bom vamos né, eu ainda fiquei de ajudar meu pai a carregar as bebidas pra festa do Embaixada pra cá. - Ben lembrou-se.

— Eu nas encomendas, já que minha mãe dispensou a Micaela porque é sábado. - Anita também achou melhor ir.

— Então as cinco, todo mundo se encontra aqui. - salientou Meg.

— Claro Meg, foi o horário que eu combinei com o Frédéric, pra ele trazer a Julia. - Anita concordou.

*************************

— Oh deixa ver se eu entendi, você pediu emprego pro meu pai no restaurante. - Anita exigia uma confirmação da mãe, apenas perplexa.

— Pedi Anita, o advogado falou ao Caetano que ele precisa de emprego e residência pra poder responder ao processo em liberdade. - Vera reforça novamente, mexendo em um dos bolos que já estavam pronto.

— Você ficou louca. - Anita olhava a calda de chocolate na colher escorrendo de volta a panela, completamente afoita com as ideias ditas pela doceira.

— Que isso Anita, me respeita, ainda sou sua mãe. - Vera falou meio impaciente. 

— Desculpa, mas sinceramente. - Anita continuou impactada.

—E você minha filha, já pensou o que teu pai vai achar desse teu namoro. - Vera retrucou séria, olhando para a menina perto do fogão.

— E quem te disse que eu ligo. - Anita desligou o fogo, apanhou a panela e deu a volta até a mesa, falando firmemente, Vera já estava passando dos limites com tanta insistência.

— Pois deveria. - a mãe afirmou concentrada em seus bolos. - Teu pai já não gostava do Ben, depois de tudo então. - relembra ela.

— Estamos as duas ferradas né. - respondeu Anita com ar de ironia. - Com uma única diferença, meu pai não vai atrapalhar minha vida já a sua, não sei se digo o mesmo. - ela meio que questionou provocante.

— Isso é o que você diz agora não é minha filha, deixa a notícia chegar nos ouvidos do Caetano. - Vera não respondeu a dúvida de Anita, e zombou um pouco da atitude decidida da garota.

— Fala por você não por mim. - Anita afirma ficando meio tensa ameaçando roubar um bombom da tigela sob a mesa.

— Não Anita. - Vera disse imediatamente fazendo a menina recuar de cara fechada. - Eu não falei que não queria você comendo os doces, filha tua saúde é mais importante, esperou até agora. - Vera justifica super protetora.

— Nem sal e nem açúcar em excesso. - ela proferiu ansiosa. - Você e essa médica, vão acabar me matando mesmo, pode acreditar. - Anita reclama insatisfeita.

— Semana que vem, você já para de tomar os remédios não se preocupa. - Vera disse meio que rindo do jeito encucado de Anita. - Agora por  hora trate de cumprir tua dieta, a festa é da Julia, mas sem abusos ok. - ordenou risonha.

— Anita você vai pra lá agora, Serguei tava ligando. - Ben desceu a escada querendo saber.

— Sim só que antes vou terminar aqui. - Anita respondeu vendo ele se aproximar.

— Não Ben, pois pode levar, ela já está me dando mais trabalho que formiga, só pensa em comer todos os doces. - Vera propõe rindo da filha.

— Ai assim que você me agradece. - Anita fecha a cara ofendida.

— Bom são ordens da Vera, então vamos. - afirma Ben, não evitando rir da namorada a pegando pelas mãos.  

— Não mesmo. - Anita parou onde estava se recusando  a ceder. - Vocês  são dois chantagistas. - Anita reclama mais impaciente quando notou que o motivo da graça era exatamente ela.

— Filha eu tenho outra encomenda de aniversário hoje, não posso correr o risco, apesar de toda tua ajuda. - Vera ri da menina que desde pequena tinha a mesma expressão de pirraça, quando tentava dobrar alguém.

— Ah mãe, como você é mão de vaca. - Anita ironiza.

— Ih tá parecendo a Sofia agora. - Pedro que olhava TV na sala parou para prestar atenção no que rolava.

— Tudo isso porque eu queria um docinho, um único, branquinho, beijinho, sei lá que nome tinha ele. - Anita exclamou indignada.

— E você iria se contentar com um, pro bolo iria ser um pulo, e Anita de fato não estou a fim de te levar ao hospital novamente. - Vera riu esclarecendo.

— Chatice vocês. - Anita ainda reclamou.

— Não seja por isso, você quer um beijinho, te dou. - Ben rebateu brincalhão lhe dando um selinho.

— Não, quero o doce mesmo. - Anita não se convence. - Mãe você tem certeza que termina tudo sozinha, aí vou lá ver o que o Serguei quer. - Anita quis saber mesmo com a pressa dela em lhe mandar embora.

— Pode ir filha, tá tudo pronto, só vou terminar esse bolo aqui. - Vera garante junto a um sorriso doce.

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Quando deu o horário combinado todos os convidados da festa de Julia, estavam reunidos no salão de Maura a espera da menina, que seria trazida por Frédéric.

— Gente gente, eles tão vindo. - Serguei comunicou animado à todos, após receber uma mensagem do namorado da amiga.

— Porque você me trouxe no salão de festas da Maura. - Julia indagava confusa e curiosa ao chegar com Frédéric ao portão da casa de Maura.

— Ah é que eu preciso conversar com ela sobre um serviço que me ofereceu outro dia. - ele tentou enrolar. - Você se importa de ser agora. - Frédéric procurou não despertar a desconfiança da amada.

— Não, claro que não, se é importante pra você, ainda mais com a Maura,  né que vive mudando de ideia e implica com tudo. - Julia o entende esboçando um sorriso.

Quando Frédéric abriu a porta, deixando Julia entrar primeiro, ela ficou simplesmente estática, após notar que estava tudo decorado para uma festa e todos gritavam seu nome. A menina só conseguiu sorrir emocionada.

— Mais gente o que. - a menina balbuciou ainda não acreditando.

— Ué simples baixinha, você não queria comemorar teu aniversário, mas como você tem  dois amigos teimosos. - Serguei disse tomando a frente de todos com o braço estendido nos ombros de Anita que o acompanhava.

— Sim a gente te sacaneou, só pra aprontar isso aqui. - Anita sorri feliz ao ver que o olhar da amiga era de contentamento e não de reprovação, pela armação dos dois tendo os demais como cúmplices.

— Então quer dizer que aquele papo de praia hoje, era tudo mentira. - Julia cobrou de Anita ainda meio atordoada e pega de surpresa.

— Tudo truque dessa daí, pode acreditar Ju, eu até tentei alegar a ela que estava sendo muito cruel, mas você a conhece e se bobear até melhor do que eu. - Ben afirma se aproximando da dupla.

— Parabéns viu, e oh antes que você brigue comigo, lembra que eu fiz com carinho e muito bem intencionada. - Anita explica soltando- se de Serguei e dando um abraço na amiga.

— Isso eu sou testemunha, até porque há dias ela fala no meu ouvido por causa dos preparativos da tua festa. - Ben rebateu brincalhão. - Parabéns viu, muitas felicidades hoje e sempre. - desejou Ben também seguido de um abraço.

— Gente não acredito,  juro que eu nem desconfiei de nada. - Julia disse com a voz meio rouca pela reação surpresa que ainda lhe dominava. - Quer dizer até minha mãe atuou né com aquele papo de salão de beleza e vestido  reformado que era da minha avó. - a garota cobrou risonha.

— Na verdade o vestido foi um presente da tua avó, mais nunca foi dela, a desculpa foi só pra você não recusar. - Serguei alegou rindo.

— Oi, felicidades viu Julia. - Meg  aborda o grupo sorridente.

— Outra cúmplice, ficou inventado historinhas pra justificar porque o Serguei não iria abrir o salão hoje. - Julia disse saindo do abraço com a americana.

— É sabe como é né, a Anita já tinha mentido demais precisava de uma parceria pra continuar convencendo.  - Meg   argumentava entre risadas.

Deixando as explicações de lado e a supressa do primeiro momento, todos resolveram curtir a festa que foi preparada para Julia, que mesmo pega de surpresa a menina só sobe ficar  lisonjeada e extremamente contente pela atitude dos amigos, que pensaram em todos os detalhes para dar a ela um dia cheio de perfeição e felicidade no dia de seu aniversário.

— Ai Serguei, você podia mesmo parar de encher o bico de bolo na minha frente não é,  já estou entrando em pânico sabia. – Anita resmungava com o amigo que desde que o bolo foi cortado comia sem parar.

— Pois você nem imagina o que tá perdendo, esse aqui é o terceiro pedaço que eu comi. – Serguei dizia apenas concentrado nas garfadas que dava.

— Olha irmão que assim a Flaviana vai reclamar que tu ficou cheio de pneu na barriga tanquinho aí. – Sidney fez brincadeiras com o amigo, enquanto Anita e Ben não se atreveram a falarem nada, apenas rirem escorados um no outro.

— Não,  mais vocês tem que combinar comigo, a Vera se superou esse bolo tá incrível, divino. – Serguei continuou a elogiar.

— Eu vou sonhar com esse bolo eu tenho certeza disso. – Anita alegou não acreditando que estava cumprindo as recomendações da mãe, e não tinha tentado ainda provar o bolo sem ela saber.

— Por isso que eu já nem tentei provar, em solidariedade a você. – Ben afirmou a beijando.

— Hum não sei se te agradeço, ou digo que você está apenas me chantageando. – Anita rebate parando o beijo e o fitando com certa ironia.

— É mais a Vera está certa, a senhorita com essa história de problema nos rins deu maior susto na gente. – Serguei repreendeu Anita com um ar brincalhão.

— E bota confusão não é, a Vera achou até que vinha um netinho a caminho. – Sidney fala bem humorado.

— Porque será não é Sidney. – Ben o retrucou, deixando claro que quem começou com a confusão mal explicada, havia sido ele e Sofia, o loirinho apenas ficou calado.

— Bom tecnicamente, menos mal, ao menos vocês estariam me dando comida, não me proibindo de comer. – Anita alegou brincalhona com a expressão um pouco frustrada.

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— Ai amiga, você sabe que apesar de tudo que me aconteceu esse ano, eu não posso me declarar uma pessoa infeliz. - Julia dizia a amiga vendo que mesmo com a morte de seu pai que ainda lhe causava grande tristeza, ela era muito amada por seus amigos e parentes.

— É  sabe que eu posso perfeitamente concordar com você, e mais ainda usar tuas palavras pra ainda me descrever. - ela sorri para Julia, também contente por ver que a ideia da festa tinha à animado,  e que apesar da renúncia em comemorar seu aniversário, a menina tinha ficado feliz com a surpresa. - Apesar de tudo, eu ainda sou uma pessoa muito feliz. - Anita repetiu a confissão da amiga, dessa vez olhando sorrindo diretamente para Ben, que conversava em um canto da sala com Sidney e Martin, que logo que notou a namorada lhe encarando e respondeu com um outro sorriso  encantado.

— E como eu sei. - Julia fez graça com a troca de olhares extremamente apaixonadas e com um ar bobo do casal. - E sei também que essa felicidade toda, atende pelo dono daquele sorriso ali. - alfineta a morena bem humorada e as duas dão risada da falação desajustada de ambas.

— Olá meninas. - Hernandez abordou as duas garotas que ainda riam, acompanhado de Tita.

Julia e Anita sessaram o riso, mas mantiveram o sorriso para prestar atenção no homem.

— Vim te entregar teu presente Julia e te desejar um feliz aniversário. - Hernandez disse alegremente com Tita segurando o embrulho com uma carinha alegre.

— Valeu Hernandez mais não precisava, só a presença de todo mundo já me fez muito feliz, sério. - Julia agradeceu abraçando o hondurenho terna.

— Parabéns Julia. - Tita disse lhe entregando o embrulho.

— Brigada linda. - ela respondeu se abaixando um pouco para abraçar a garotinha.

— E parabéns pra Anita também, a festa tava linda, você arrasou na decoração, ficou melhor do que a do musical, quando a gente se ajudou, foi muito incrível ter  trabalho com você, a gente se entendeu tão bem nas ideias que... - Antônio se aproximou do grupo a falar entrosado, com um sorriso cordial como se nada fosse anormal em abordar a menina de tal forma.

— Essa decoração aqui não tem nada a ver com aquela Anita. - Anita cortou o rapaz enojada nem o deixando concluir. - Aquela Anita, boazinha e influenciável, que era capaz de perdoar qualquer coisa, você matou Antônio, a Anita que existe hoje é muito mais forte e sem dúvida alguma não tem paciência nenhuma pros teus cinismos,   e quer mesmo que você se dane. - ela cuspiu as palavras sem nem pensar, apenas com raiva do garoto por aborda-la tão altivo depois de tudo que lhe fez passar, como se até subestimasse sua própria capacidade de discernimento com a situação. - Mais quer saber talvez eu tenha mesmo é que te agradecer, não é, afinal o que não mata fortalece, e com certeza eu descobri que ainda posso ser muito mais feliz e determinada, tendo certeza de que ninguém vai tirar nada de mim. - a menina zomba em um tom de ironia, acompanhado com um sorriso de audácia, deixando apenas Hernandez sentindo todo clima de tensão pairar no ar. - Ju, eu vou ali tá. - Anita achou melhor sair para outro lugar, não conseguiria continuar olhando para Antônio sem deixar toda ira tomar conta de si.

— Anita espera, eu já te disse que você está enganada, a pessoa que te fez mal, tá muito mais perto de você. - Antônio a interceptou pelo braço, querendo mesmo manter sua fachada de inocência principalmente a Hernandez.

— Tira a mão de mim. - ordenou Anita com a face nada amigável.

— Calma gente, não vamos brigar, estragar a festa e momentos tão bonitos. - Hernandez quis amenizar o clima pesado.

— Tira a mão dela Antônio, e antes que você pergunte não to pedindo to mandando,  solta minha namorada agora. - Ben chegou se aproximando da confusão, olhando firme para o meio irmão nada cordial, ainda mais depois do sorriso cínico quase despercebido que notou no semblante do rapaz.

O silêncio ensurdecedor se instalou aos presentes da cena, Anita se soltou do garoto aproveitando que Antônio encarava Ben mudo, mesmo que por trás do olhar cheio de ira.

— Por favor, calmem, nós só estávamos conversando, o Tony, também Ben. - Hernandez quis alegar, como justificativa para amenizar a tensão.

Anita ficou do lado de Ben, segurando seu braço, hora por perceber o rapaz fechando o punho, nada calmo, hora por se sentir zonza, devido ao olhar de extrema ameaça que Antônio depositava sobre ela e Ben.

— Essa parte pouco me interessa Hernandez realmente, mas eu continuo não querendo saber do Antônio perto da Anita, aliás que eu me lembro ele nem foi convidado. - Ben rebateu tentando não perder o que havia lhe sobrado de sua paciência.

— Vamos lá fora, tomar um ar, to me sentindo meio tonta. - Anita argumentava respirando um pouco com dificuldade.

— Vem. - Ben concordou de imediato ao olhar para ela e entender que não era somente uma desculpa, a garota realmente não se sentia bem.

— Ahan tá. - Anita assentiu vendo o rapaz lhe abraçar.

— Bom eu vou procurar minha mãe. - inventa Julia sorrindo meia irônica, mais para não ter que fazer parte daquele teatro todo que por sinal concordando com Anita, ela achava insuportável.

— Tava muito abafado lá dentro, acho que foi isso.  - Anita tentava justificar seu mau estar para Ben. - Acho que eu devia de ter ficado quieta, afinal quase estraguei a festa da Julia por nada. -  ela repensou confusamente, ao perceber que Ben apenas a olhava mudo, talvez ele estivesse mais chateado do que  demonstrou.

— Não, também não precisa pensar assim. - o rapaz pronuncia saindo de suas devaneios prestando atenção na garota que lhe olhava com certa aflição. - Tá tudo bem. - ele garantiu lhe puxando para um abraço carinhosamente, como argumento para convencer de que não havia nenhuma raiva ou mesmo mágoa de sua parte.

*******************************************************

— Bom final de festa é sempre melancólico. - Serguei dizia sentado, vendo a agitação anterior do lugar agora se fazer em total silêncio.

— Não seja por isso, a gente pode continuar a festa lá em casa que tal. - Flaviana propôs cochichando no ouvido do namorado, enquanto sorria travessamente com os braços enroscados em seu pescoço.

— Opa, e eu não tenho absolutamente nada com isso, me tirem do papo por favor. - Anita falou risonha  implicando com o casal, foi inevitável não ouvir devido a estar quase colada com os dois. Serguei riu sacana, mas não respondeu nem Anita e nem a proposta da amada.

— Gente, estamos indo, vocês tem certeza que não querem nossa ajuda pra arrumar tudo, já que fui a total responsável por isso. - Julia se aproxima dos amigos depois de se despedir do último grupo de parentes que havia ido embora.

— Não, não pode ir, a gente dá conta. - Serguei garantiu sorrindo simpático, feliz pela alegria da amiga.

— Ou não né, já tem casalzinho aqui pensando em comemoração a dois. - Anita zoou o amigo só pra não perder a oportunidade.

— Porque você e o Ben tão. - Serguei quis colocá-los na roda para responder  Anita com altivez.

— Ju, pode ir sério, a gente dà conta de tudo aqui, é teu dia hoje então aproveita o restinho dele. - Anita esclarece preferindo ignorar Serguei que a essa altura ria da situação tanto quanto Ben.

— Bom vocês estão insistindo tanto né. - ela respondeu com um sorriso parada ao lado de Frédéric.

— Eu também vou ajudar, vai tranquila Julia, só não sei se sobrevivo, ao entrosamento evidente dos dois casais aqui, não é. - Sidney disse brincalhão, se referindo a Anita, Ben e Serguei e Flaviana, que eram os únicos dispostos a ajudar na arrumação.

— Vai ter que sobreviver Sidney até porque alguém vai ter que me fazer companhia. - Meg fala no momento que retorna ao lugar com uma vassoura e um balde batendo a porta e todos acabam rindo.

— Ai gente. - Julia proferiu ainda não conseguindo parar de rir. - Então boa noite pra todo mundo. - Julia disse já despedindo para ir embora.

— Até mais Anita, Ben, uma boa noite aos outros. - Frédéric desejou já caminhando para ir embora junto com a namorada.

— Até mais Fred. - Ben respondeu ao amigo com simpatia.

— Ou até amanhã mesmo Ben, vai que a comemoração ainda continue. - Serguei não resistiu em caçoar da amiga e do haitiano.

— Há também essa possibilidade, sempre há né Serguei. - Ben riu, também botando pilha.

— Para vocês dois, deixem eles em paz, olha que desse jeito os dois vão limpar isso aqui sozinhos, tão muito engraçadinhos pro meu gosto. - Anita tentou defender o casal das brincadeiras dos dois, ao ver a face de Julia que sorria totalmente sem graça, caminhando com Frédéric até a porta de saída.

— Vou falar de você então. - Serguei ameaça Anita.

— Você já faz isso. - Anita fez uma careta para ele e deu de ombros fingindo nem se importar, apenas rumando uma vassoura próximo a mesa para começar a organizar tudo.

— Gente então tchau, to indo mesmo. - Julia se despediu uma última vez, as risadas, ainda vendo Anita discutindo com Serguei e Ben que já nem tomava partido para não se indispor  com a namorada.

— Tchau Julia. - Meg responde enquanto ri da falação e brincadeiras de todos.

Tempos depois.

— Ah com tudo arrumado só nos resta voltar pro casarão, pros nossos dilemas que eram os mesmos de ontem, e que ainda serão os de amanhã. - Anita meio que lamentou, observando que todo a bagunça da festa já havia sido desfeita.

— E se eu te dissesse que eu to muito afim de te sequestrar hoje. - Ben afirma chegando por trás e envolvendo o braço em sua cintura. - Você iria brigar comigo, assim por hipótese. - ele diz enquanto sorri.

— Sério, acho que eu não iria te recriminar não, nem um pouquinho. - Anita acaba aderindo a ideia, por mais que ela gerasse alguns problemas depois.

—  Então só me resta te raptar, sem nenhuma culpa. - Ben rebateu em meio a um sorriso contente.

— E eu aceitar e também sem nenhuma culpa. - Anita respondeu sorridente, se virando para lhe dar um beijo.

 


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