E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 255
Capítulo 255:


Notas iniciais do capítulo

Muito o obrigada a todos!!



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— E aí falou com ela. – Ben indagou ansioso, quando via Anita retornar, entrando pela porta do quarto, de maneira pacata e pensativa.

— Falei né. – Anita respondeu com calma, se acomodando na poltrona perto a cama.

— O que ela falou. – questionou ele, não entendendo toda paciência dela.

— O que você acha, maluquice dela, pra chamar a atenção do Sidney, como sempre. – Anita alegou, nada surpresa. – Sério não sei o que pensar às vezes sabia, será que a Sofia gosta do Sidney mesmo, ou já virou só um capricho. – ela fica sem paciência.

— Olha, eu até pensava assim, mais no tempo... – ele passou o que falava ficando mudo por segundos. - No tempo que a Sofia tava comigo, mais que no fundo ela queria era estar com ele mesmo sem admitir, eu entendi, a Sofia é no fundo medrosa Anita, por trás daquela pose tem uma menina que quer controlar tudo, ser dona da situação sempre, e ficar com o Sidney, é perder esse controle, é não ter mais domínio das escolhas que ela tanto acha que são as certas, optar por algo que sei lá a pode destinar-se a passar o resto da vida inteira no Grajaú, coisa que ela não quer sob hipótese nenhuma. – afirma Ben acreditando, apesar das trapalhadas que a loira protagonizava.

— É mais assim Ben, a forma com que ela age com o garoto também não é mais a certa não é. – Anita se irrita. – Aliás, os dois estão errados, o Sidney também não é nenhum gentleman. – adiciona ela gesticulando. - Que relação resiste a isso, por favor. – ela diz.

— Logo você, que acredita tanto em amor verdadeiro. – Ben implica, sorridente.

— É né, logo eu também, que te amava, aí depois te odiava, não queria olhar na tua cara, e to aqui hoje com você de novo, quanta moral pra falar da Sofia né. – ela acaba percebendo e ri. – Bom mais resumindo, vamos deixar ela contar pra ele a verdade, melhor. – Anita pede a ele.

— Ok, isso significa, que não é pra eu abrir minha boca, só espero que ela não demore né, ou daqui a pouco o Sidney vai começar a fazer planos pra família que ele acha que vai existir. – Ben diz.

— Mais Ben, e a Meg hein, como ela fica nessa história, já imaginou. – argumenta Anita preocupada com a americana.

— Oh situação hein, e a gente assistindo a tudo isso de camarote, era só o que nos faltava. – afirma Ben partilhando do pensamento da namorada.

— Melhor nós ficarmos na nossa, se meter pode ser só pra ficar pior do que já está. – Anita pensa, saindo de onde estava para sentar ao lado dele.

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— Eu vou ter que ir embora. – Ben comunicava recuando de mais um beijo trocado.

— Ah não você vai me deixar mesmo. – Anita desgostou, o olhando insatisfeita.

— Não, mesmo amor, eu tenho que ir, e a chuva já até deu uma trégua. – ele afirmou a olhando. – E depois eu to cheio de prova pra corrigir, lá do curso, daqui a pouco vai ter aluno reclamando que não recebe a nota nunca, e vão acabar reclamando, você não quer que meu chefe me mande embora né, é só o que eu não preciso agora e jamais. – justificou ele sua renuncia.

— Hum sei. – retruca Anita com certo desdém evidente. – Tipo a Drica né, ah não, ela não faria isso com você. – Anita dissimula no tom de voz.

— Aonde você tá chegar hein, posso saber. – Ben indagou de imediato.

— Eu? – Lugar nenhum, já ela não sei. – afirma Anita sem esconder a fisionomia irônica.

— Hãm tá, aí depois você joga na minha cara, que eu é que sou o ciumento. – ele indica ao não resistir. – Nós vamos discutir isso. – o garoto questiona.

— Não, até porque você está de saída. – rebate Anita, forçando um sorriso.

— Para de bobagem, vai por favor. – Ben pediu sentando próximo a ela.

— Parei já. – rendeu-se Anita ao garoto, que sorriu e a encheu de beijos.

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Manhã seguinte...

— E aí Sofia, conversou com o Sidney. – Anita entrou abrupta ao quarto da loira.

— Ai Anita isso é jeito de me acordar, meu deus. – Sofia rosnou em extrema raiva por ser acordada de tal forma.

— Sofia não me enrola, olha por favor conta a verdade pro Sidney, porque se ele descobrir de outro jeito, ele vai te odiar e aí já foi. – Anita argumentou agoniada.

— Ai Anita não na boa. – a patricinha levanta da cama exasperada no intuito de reclamar. – O que você tem, tá com uma cara, parece um pedaço de papal branco. – a garota percebe que irmã não estava bem.

— Eu não dormi essa noite, uma dor de cabeça infernal, um enjoo terrível, quase morri literalmente. – Anita confidenciou seu estado à irmã.

— Ai Anita credo, será que você pegou alguma daquelas viroses alimentares, também né como qualquer porcaria por aí, sempre te falei. – a loira afirmou.

— Tá bo Sofia, mas não muda de assunto não. – Anita revira os olhos sem paciência para o sermão.

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— Vera a Anita já foi. – indagou Giovana a madrasta que estava na cozinha.

— Acho que está lá em cima com a Sofia, por que. – a mulher devolveu atarefada da cozinha. .

— Não, por nada, é que ela deixou cair um papel aqui, acho que caiu da bolsa dela, ela tinha deixado a bolsa aqui perto da mesa. – a ruivinha informou solicita. – Bom Verinha, vou deixar com você, depois você entrega pra ela, eu tenho que ir to atrasada pro ensaio, beijo. – a menina alegou, soltando o papel sobre a mesa e saindo com pressa pela porta.

— Ai Anita, sempre distraída. – Vera cantarolou, indo buscar o papel, para que também não esquecesse de entregar a filha.

— Vera, acho que esse bolo do forno tá pronto. – Bernadete tentou acordar a mulher que parecia extremamente estarrecida com algo. – Vera o bolo, vai queimar. – Bernadete proferiu com insistência, vindo até a sala.

— Ah é Bernadete. – Vera acordou segundos depois de se perder lendo o que estava escrito no papel deixado por Anita.

— O que foi. – Bernadete indagou se preocupando com o jeito da amiga que não parecia nada bem.

— Preciso falar com a Anita, e tem que ser agora. – ela indicou aflita.

— Não hein, se acalma me explica o que foi. – Bernadete cochichou para que os demais presentes na cozinha não ouvissem, insistindo que ela lhe contasse o que a atormentava antes de mais nada.

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— Sofia eu vou indo tá, faz o que e te pedi, por favor. – insistia Anita com a irmã, que só revirava os olhos a ignorando.

— Tchau Anita. – Sofia respondeu se jogando na cama para sentar com os braços cruzados impaciente.

— Tchau Sofia. – Anita encarou a loira dissimulada por sua cara amarrada a ela

— Você pode me explicar o que significa isso Anita. – Vera a confronta antes mesmo dela terminar de descer a escada.

— O que mãe? – Anita não entendeu o jeito agressivo com que Vera a abordava, vindo da cozinha a passes rápidos e angustiados, onde preparava seus bolos naquela manhã, acompanhada por Luciana, Bernadete e Marta, percebeu a menina ao fitar o local de relance enquanto a mãe vinha até ela com um olhar impaciente que não era escondido.

— Isso aqui, não se faça se desentendida. – pede a mãe lhe dando o papel com rispidez.

— Vera vá com calma. – pediu Bernadete querendo evitar uma briga, intercedendo imediatamente parando ao lado da amiga.

— É olha. – Anita estampou um semblante preocupado ao entender do que se tratava, procurando uma forma de se explicar que não incluísse dizer a verdade, já que isso significaria entregar a irmã, tentava se entender com Sofia, ninguém melhor do que ela dava contra aos devaneios e armações da patricinha, mas dessa vez ela julgou que Sofia não merecia a bronca, seu instinto era puro desespero, medo de ficar sem Sidney, ela até podia não admitir, mais o fato era esse, se contasse tudo estaria tendo a sensação que estava traindo a irmã, e todo o esforço de ambas em estabelecer uma relação, seria quebrado novamente, Anita opiou por não correr tal risco. E depois Vera parecia sempre saber de tudo, talvez nem acreditasse nela, passará a maior parte dos últimos dias nomeando os defeitos dela e da irmã, que se esqueceu de desconfiar dos outros, julgou Anita, enquanto fitava a mãe sem esboçar qualquer reação, procurando algo a dizer... – Isso aqui não é meu, eu posso explicar. – garantiu entre um nó na garganta pelo estado de nervoso.

— Ah pode. – Vera deu um sorriso com ironia. – Você tá grávida Anita, ao menos é o que diz aí. – disparou ela de imediato. Não podia ser... Vera se culpou de imediato, não podia ver a filha dando um destino tão desastrado para sua vida, devido a pouca idade, e que mudaria o rumo de todos os seus planos futuros.

— Mãe. – Anita quis repreender, com a face constrangida olhou para a cozinha onde Vitor e Mariana também se juntaram vindos do quintal para presenciarem a conversa. – Vamos conversar lá em cima, só eu e você. – pediu a garota descompensada devido à situação. Imaginado porque ela sempre se colocava em situações pra lá de constrangedoras, dignas de “saias justíssimas”, já que em muitos momentos Anita só queria tocar sua vida pacatamente, sem se quer ser notada, mas isso era algo que sempre lhe acontecia, nas diferentes ocasiões, parecia até carma do destino lhe pregando peças, para debochar depois.

— Porque, você pretende esconder isso até quando, te aviso desde já que não será por muito tempo, uma hora a verdade aparece. – Vera retruca pasma com o fato e cheia de preocupação.

— Que bom não é, que a verdade é absoluta. – Anita diz de forma sarcástica. – Porque eu não to grávida tá legal, eu não tenho como te explicar agora de onde veio esse papel, mas eu te garanto, te juro... Que ele não é meu. – fala Anita segura de si, encarando firme a mãe.

— E eu acredito como. – Vera não se deu por convencida. – Eu avisei pro Ronaldo, mais eu avisei que iria acabar nisso ainda, mas ele, não vamos dar um voto de confiança aos dois, vamos ser compreensivos. - E como se desse não é Anita, depois de tudo que vocês já esconderam da gente, mentira virou algo conveniente aos dois. – desabafa ela sem pensar muito, apenas tensa. – E olha no que deu. – afirmou a mulher excedida devido ao seu estado de nervoso.

— Em nada. – insisti Anita, soando quase como um deboche.

— Anita olha, pode ser pra você, mais de alguém que sabe o que está falando, um filho na tua idade é muita imprudência, quem vai acabar criando essa criança é o Ronaldo é a Vera, não tem como eles não se preocuparem. – Marta procurou argumentar, mas usou argumentos tortos que deixaram Anita ainda mais indignada.

— Marta, como todo respeito, e devido a intimidade que eu não te dei, por favor não se meta. – taxou Anita deixando transparecer sua falta de paciência. – Eu repito mãe, eu não estou grávida. – pronunciou ela mais um vez. – Impressionante o mundo resolveu brincar comigo, e pelo visto gostou não é, porque cada vez mais isso tudo se trona mais absurdo. – reclamou Anita em plena irritação, olhando em volta.

— A Bernadete já me contou que você anda passando mal, não adianta negar Anita. – Vera resisti. – O Ben já tá sabendo disso. – ela perguntou séria, só conseguindo pensar pra frente e em como as coisas ficariam a partir dali com tal fato inesperado.

— Claro que não. – Negou com um aceno de cabeça - E como é, que ele vai saber de uma coisa que não existe, custa você confiar em mim, caramba, eu já disse que não tem filho nenhum. – a garota perde o resto de seu bom senso. – Tudo bem, tá chega não vou discutir mais. – taxa Anita, enquanto espalma as mãos pelo rosto e cabelos de forma intempestiva. - Fica aí com o teu devaneio, certo. – ela desisti, vendo que estava gastando todo seu “latim” inutilmente. – Mais só pra você saber se eu estivesse, fica tranquila, você e o Ronaldo seriam as últimas pessoas que eu e o Ben pediríamos qualquer coisa que fosse, vocês já deixaram bem clara a opinião de vocês em relação ao nosso relacionamento. – ela afirmou, enraivada e emotiva.

— O que pra vocês não fazem a menor diferença não é, isso também foi bem claro pra mim. – revida a mãe frustrada.

— A gente dava um jeito, não sei qual mais a gente dava, até porque de uma coisa eu tenho certeza ele não me engravidaria, pra depois cair fora, ele iria ficar do meu lado e a gente teria essa criança juntos. – Anita caminha nervosa até a porta, quase derrubando tudo que se encontrava em seu caminho, tamanha era sua falta de equilíbrio depois de tudo. – E eu tenho certeza de outra coisa também, que apesar das dificuldades a gente seria muito feliz, um confia no outro, não fica cobrando o tempo podo não, como você nada fazendo comigo, compreender o outro é a tarefa mais difícil que existe mesmo, realmente, mais eu acho que se você tentasse se colocar um pouco que fosse no meu lugar nos últimos messes, você entenderia do que e to falando. – Anita disse ressentida, fulminado a mãe com o olhar antes de virar as costas descompensada e o único som que se escuta em meio ao silêncio ensurdecedor é a batida da mesma que estremece se espelhando pelo local.

Anita andou sem pressa pela calçada, sentindo o mal estar da noite anterior voltar a atingi-la com tudo, devido ao nervosismo que lhe guiava pela situação, julgou, ela até podia ter dito a verdade para Vera, sobre a acusação feita com tanta certeza por ela, bom talvez ela não acreditasse de imediato, imaginou ela andando devagar pela rua. Mas o fato principal era que algo estava desajustado dentro de si, movida por uma paranoia sem fundamento, a garota cogitou que se o fato fosse verídico, ela estaria realmente sem rumo nenhum a cerca do que fazer, e consequentemente arrastaria Ben junto, e este sim seria o motivo que traria o golpe final na relação deles com toda família, que não os perdoaria pela irresponsabilidade, eles só julgariam de tal forma.

— Fica calma Vera, ela volta, assim que perceber que jamais bancaria essa história sem você, na idade dela duvido muito, é só pose. – Marta tenta tranquilizar a amiga de algum jeito.

— Ah Anita, não, não... – Bernadete age em um impulso e sincera. – Eu duvido muito, pois duvido mesmo que ela se renda a isso, mesmo que seja verdade, já que ela está dizendo que não é, eu acredito, Anita não é de mentir, aliás fato esse que ela detesta, sempre odiou. – ela declara, trazendo as palavras com um toque certeiro de verdade na voz dela, que soaram como um peso para os ouvidos e consciência de Vera.

— Francamente Bernadete você diz isso com tanta certeza, depois que ajudou os dois a irem juntos pra um lugar qualquer, sem a minha autorização e nem do Ronaldo, e com todo respeito morando na tua casa, não deve ter sido muito diferente, você tem facilitado ainda mais os encontros dos dois, até na tua casa se bobear. – ela reage impaciente.

— Que isso Vera, eu sempre tentei ajudar a Anita sim, mais não é porque não passo de uma criatura leviana, tenho defeitos admito. – Bernadete se irrita a partilha de ofendimento, da mesma forma como Anita se despediu. – Eu gosto muito da Anita, e sim gosto dela lá em casa, mais além de ir visitá-la, o Ben não fez mais que isso lá em casa, até parece que você não conhece tua filha Vera. – disse ela tensa e quase cuspindo as palavras sem pensar. – Eu apoio que os dois fiquem juntos sim, não nego, sempre dei força, desde o início dessa loucura toda, desde Miami, eu apoiei, e com o tempo só passei a apoiar ainda mais, e você também deveria repensar, depois de tudo que essa menina viveu, que não foi pouco, ela tá aí inteira, juntando os cacos e recomeçando, e mais que isso feliz, seria melhor pra você o que, que ela estivesse depressiva jogada em canto, sem vida, sem vontade de viver, ou morta debaixo de um sepulcro com letras douradas. – ela perde a paciência.

— Você sempre escondeu e tapeou as besteiras que Anita e Sofia fazem mesmo. – discursa Vera abalada.

— Porque acha exagero? - Pois então se informe, porque é isso que infelizmente acontece, com quem é vitimada por essa situação de exposição que a tua filha sofreu, muitas meninas não aguentam a pressão e a vergonha que sentem por uma situação dessas e simplesmente desistem, só que a Anita fez totalmente ao contrário, ela se reergueu, realmente ela penou, sofreu, fez das tripas coração, e até achou que não dava, mais ela conseguiu tá ai, reconstruindo a vida dela, desfazendo os erros que cometeu de alguma forma, e sonhando, vivendo pra frente Vera, querendo se livrar disso tudo, e mesmo que você ache equivocado o que ela faz, e pra muita gente que deve realmente a querer ver no fundo do poço, ela tá feliz e mais viva do que nunca, e ninguém mais do que ela nesse mundo merece, eu sou a maior testemunha de todo sofrimento dela, tua filha foi dar lá em casa, arrasada porque descobriu o Ben namorando tua outra filha, namoro esse cujo você deu até mais apoio, não é, mais. – disparou Bernadete, pensando se teria exagerado. – Mais também foi só a cereja do bolo... - imaginou ela. – A Anita estava morrendo aos poucos, e você parecia não ver, a garota não dormia, não comia, só ficava jogada em cima de uma cama olhando pro nada o dia inteiro, isso quando não estava por aí fazendo bobagens, pra se arrepender depois, e você tava onde, preocupada em dar bronca, repreendê-la, desistiu fácil, Vera, porque não era esse tipo de ajuda que ela precisava, já tinha gente demais desempenhando esse papel. – ela afirma. – E sim, eu acho lindo os dois juntos, quem dera se na idade da Anita, eu tivesse um carinha obstinado a dedicar metade do amor, companheirismo e respeito que o Ben destina a ela, com certeza eu não teria pensado em me casar com um traste como foi o Caetano na minha vida, aliás, você também não teria feito tamanha bobagem não é Vera. – exclama Bernadete em plena impaciência.

— Bernadete o Caetano está morto, e apesar de tudo ela é pai das meninas, e sempre se preocupou com elas. - Vera finalmente profere algo, indignada com o desprendimento de Bernadete.

— Se preocupou, sei o tipo de preocupação que ele dava a elas. – Bernadete ironizou sem pensar, movido pelo momento. – E pra mim deu, eu vou embora também, morrendo de dor de cabeça, tchau. – ela apanhou a bolsa no sofá, e saiu desajustada em direção a sua casa na Barra da Tijuca.

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— Eu preciso conversar com você. – Ronaldo instruí, quando encontrou o filho, e vê-lo escorado ao balcão com um copo com água em mãos.

— Tem que ser agora, tava indo lá no Hernandez, ver como ele tá, bom o Sidney me disse que o Antônio não esta em casa, então melhor hora. – argumenta Ben.

— Tem Ben. – respondeu Ronaldo secamente.

— Tá pai então fala, porque você tá com essa cara. – Ben ficou apreensivo.

— Que história é essa que a Vera me contou que a Anita está gravida. – despeja Ronaldo, deixando Ben em sobressalto pego de surpresa.

— Que, Anita o que? – ele perguntou de volta atônito, tentando recuperar a voz depois de quase afogar-se com toda a água que estava em seu copo.

— Heita que agora a coisa complicou pro teu lado. – Martin brinca para descontrair a cara séria de Ronaldo e o jeito sem reação de Ben.

— Martin não é hora pra fazer piada, por favor. – Ben se manifestou. – Me explica isso, porque eu não to entendo. – quase suplicou ele.

— Ah não está, e porque eu não acredito em você. – Ronaldo é irônico com o filho.

— Vamos conversar lá dentro é melhor. – argumenta Ben, procurando não se desestabilizar.

— Bernadete você brigou com a minha mãe, ai Bernadete eu não acredito que você fez isso, você não devia ter se metido. – Anita parou o que fazia, e olhou para a mulher com uma expressão tensa diante do que ela revelava.

— Ai falei, falei mesmo. – Bernadete não escondeu. – Escapou sabe. – ela admitiu que o jeito impulsivo teria sido o motivo de seu excesso.

— Mais... Bernadete vocês tem uma sociedade, como? – Anita temeu causar problemas a ela. – Isso não podia ter acontecido. – lamentou.

— Eu sei, eu vou deixar tudo se acalmar, e bom, vou pedir desculpas, acho que fui sincera demais dessa vez. – Bernadete alegou pensando em se retratar. – Tão tocando vou atender, Soraia saiu. – ela correu para dentro depois de ouvir o sonoro barulho da campainha tocando.

— Bernadete, tudo bem a Anita tá aí. - cumprimentou Ben, no momento que vê a mulher abrir a porta, tentando manter-se longe do nervosismo que lhe rodeava.

— Tudo, pode entrar. - ela respondeu entre um sorriso simpático.

— Preciso falar com ela. - alega Ben adentrando a sala.

— Tá sim, tá lá na varanda mexendo com aqueles trabalhos dela. - Bernadete informou. – Mais pela tua cara você já deve estar sabendo, o que a Vera é... Então - a mulher aproveitou para indagar.

— Ah nem fala, essa história ainda vai render, a gente conversou por telefone, mas enfim acho que isso não é assunto pra ser levado dessa forma. - o garoto respondeu com os pensamentos sobrecarregados de tanta aflição. - Na verdade eu não entendi essa paranoia toda dela, quer dizer, mais ou menos, bom é complicado, meu pai e a Vera nunca vão confiar em mim e na Anita, acho que nunca mais. - disse Ben em tom de lamento. - A Anita te falou o porquê de toda desconfiança. - ele pergunta.

— É disse sim, Anita né, e essa mania de proteger a irmã, dá sempre nisso, não sei como eu me surpreendo. - ela afirmou cansada de lidar com tal fato. - ela ficou tristinha né, mais tá fingindo que não, também a Vera não precisava falar com ela naquelas condições, na frente de todo mundo. - lamentou a mulher. - Pior é que até eu me sinto meio culpada, porque cheguei a achar que era sério, não sei se a Anita comentou alguma coisa com você, mais ela tem passado mal nesses dias, ela diz que não é nada, mas eu fico preocupada, porque quando ela chegou aqui em casa, quando ela descobriu lá, que você e Sofia, ela chegou aqui meio ruim. - revelou ela falastrona. - Falei demais não é, óh eu já me metendo onde não devo. - Bernadete se corrigiu constrangida.

— Tudo certo, eu não posso dizer que eu não estava errado Bernadete. - reconheceu Ben.

— Mais vai lá falar com ela. - sugeriu ela sorridente, vendo o garoto sair até a varanda.

— Olha mais o que devo a honra. - Anita sorriu, ao virar-se e encontrar Ben a observando.

— Eu vim te ver né, já que você me esquece. - ele acusou caminhando até ela.

— Ah não faça injustiça. – Mas, corrigindo, você veio me perguntar, confrontar sobre o mesmo assunto que a essa altura o bairro inteiro deve estar sabendo. - Anita o olhou ofendida. – Desculpa, essa história me estressou. – Anita confessou sincera, enquanto ele continuava mudo. – Eu ia mesmo te procurar, na verdade eu fiz isso o dia inteiro quase, só que a gente sempre se desencontrava, e eu tinha que terminar essa peça aqui, mas sendo clichê ou não, eu tava pensando em te ligar. - ela ri retirando as luvas.

— Pra alguma loja. - Ben indagou.

— Não, da senhora do apartamento de cima, veio em boa hora, eu tava precisando me ocupar mesmo. - admite ela sua agitação.

— É então. - Ben a beijou antes de prosseguir. - Foi justamente disso que eu vim falar com você. - ele confessa, recebendo um olhar arisco de Anita.

— Ben espera um segundo. - pediu ela segurando em sua mão, e o conduzindo para sentar nas duas cadeiras de descanso que Bernadete conservava no canto da varanda, a vista deslumbrante a convidava para isso. - Antes de você falar qualquer coisa, me desculpa, sem querer eu te envolvi nisso, e bom o mico foi geral. - afirmou.

— Anita tem nada a ver isso, para de viagem, por favor. - ele esboçou um sorriso.

— Como não, jura que o Ronaldo, não te encheu de avisos com temas do tipo, como não engravidar a namorada. - ironizou ela, sem mais paciência para confusões.

— Você sabe que o meu pai faz tudo que a Vera quer né. - responde Ben não desmentindo. - Mais a questão também não é essa Anita, a Bernadete anda preocupada com você e eu também to começando a ficar, que você não tá grávida, a gente sabe, mais porque você anda passando mal, enjoo, dor de cabeça Anita, já aconteceu mais de uma vez, não é. - ele a pressiona.

— Sei lá, não sou médica Ben, eu to bem tá, isso é fricote acontece com todo mundo. - Anita garante, sem vontade de falar do fato.

— Ah jura, só que eu to ficando preocupado de verdade, outro dia você ficou tonta na aula de educação física. - ele continuou a confrontando.

— Foi pressão baixa, eu não tomei café, foi estresse, ai até parece que eu vou estar mesmo com alguma coisa, também era só o que me faltava. - diz ela perdendo a paciência. - Ben para de encucar vai. - quase ordenou.

— E o outro assunto, o que você pretende fazer, continuar assim. - Ben questionou. - Não dá não é Anita. - aconselhou ele que a namorada resolvesse a situação.

— Eu sei, eu vou conversar com minha mãe tá, chega disso, já esgotou o tempo dessa história, mais me dá até amanhã pra eu fazer isso, até porque agora eu quero aproveitar o resto do meu dia, e também to precisando. - fala ela sorridente.

— Eu vou com você até o casarão, vai ficar tudo bem viu. - garantiu confiante a abraçando.

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Dia seguinte, ao cair da noite.

— Então é, eu vim pra gente ter uma conversa definitiva. – a noite no casarão Anita solicitava que a mãe lhe desce atenção, já que Vera só se desdobrava a cozinha cheia de afazeres com o jantar.

— Eu sei. – Vera reconheceu, deixando os tomates que picava em segundo palmo por um instante, para dar atenção a Anita.

— Então pode ser agora. – exigiu Anita de forma decidida.

— Pode ser depois de jantar, filha, vamos jantar em família, fiz aquela lasanha que você gosta tanto, faz tanto tempo que você e o Ben não jantam com a gente. – propôs a mulher procurando por panos quentes na situação, e de alguma forma se entender com a filha e o enteado.

— Tá bom, eu aceito, mais depois do jantar, não dá pra adiar mais mãe, ainda mais depois do mico e da confusão que foi nossa última conversa. – Anita se dobra em parte, mas impõe sua decisão arbitraria a mãe, Vera apenas assente concordando, Anita saí da cozinha e volta para a sala, sentando no sofá, ao lado de Ben e Pedro.

O jantar foi agitado como era de costume com todos reunidos a mesa, e por longos momentos todos deixaram as desavenças de lado e curtiram a família reunida, Vera parecia continuar querendo adiar a conversa tão decisiva que Anita solicitava insistente, primeiro usou a cozinha desarrumada como desculpa, e a garota tratou de ajudá-la, depois deu como desculpa que precisava de um banho e estava muito cansada, realmente deveria ser verdade, e Anita nem contrariou, tendo que ceder a proposta da mãe que ela ficasse no casarão para conversarem no dia seguinte, sem ter como argumentar.

— Anita, Anita... – O que tá acontecendo abre essa porta, por favor. – Ben esmurrava a porta do banheiro insistente, após Pedro lhe vir dizer que Anita passava mal.

— Ah pera ai. – ela pediu dispersa, enquanto terminava de escovar os dentes. – Que foi. – pergunta ela, ao abrir a porta, e tentar ser o mais natural possível.

— Você tá bem, o Pedro disse que você tava passando mal. – Ben indagou andando atrás dela, que caminhou quase sem forças até o sofá.

— Exagero dele. – ela nega sem querer preocupá-lo. – Eu acho que eu comi demais no jantar deve ter sido isso, aí voltou. – ela especulou, procurando de algum jeito ignorar toda moleza e a jeito aéreo.

— Pelo amor de deus Anita, chega né, já faz o que quase duas semanas que você tá assim. – Ben retruca se irritando com tanta negação da parte dela.

— Nossa você fala de um jeito parece que eu to de cama entrevada. – Anita se irrita com tanta preocupação dele.

— Ah não, mais tá querendo ficar não é. – falou Ben impaciente e totalmente irônico. – O que você tá sentindo hein. – ele questiona temeroso.

— Ah Ben, qual vai ser a próxima pauta, me perguntar se eu estou grávida também, mais que diabo, ninguém tem outra coisa pra falar, é só isso que eu escuto desde ontem. – gesticulou Anita não escondendo que estava furiosa.

— Engraçada você, mais não foge do assunto não. – Ben lhe dá um sorriso sarcástico em reprovação.

— Tá, eu tenho tido umas ânsias sim, mais não todos dois dias da semana como você acusa, umas dores de cabeça bizarras, eu não sei porque, mais hoje eu to com desconforto esquisito aqui nas costas, não sei se tá doendo mesmo ou é só impressão. – ela admite. – Eu não to legal, aliás hoje, agora nesse momento tá ruim até ficar em pé. – Anita se vê zonza e sem forças.

— Eu vou chamar meu pai, eu vou te levar a um hospital, e não adianta reclamar Anita. – Ben afirmou arbitrário e ficando nervoso.

— Ah mais nem que você me amarre, eu não vou a lugar nenhum Ben, carreguei peso demais hoje, subi sei lá quantos andares de escada, o elevador lá do condomínio quebrou sabia, normal sentir, uma dorzinha de nada nas costas. – Anita se levanta do sofá e vem até ele, enraivada. – Mínima. – encerra ela, constatando que a sensação só piorava.

— Anita não teima, eu to pedindo. – Ben suplica.

— Ai preocupação excessiva pra que, até que tenho uma saúde razoável, não precisa de exagero, não deve ser nada. – ela argumenta se aproximando dele. – Ben, por favor, para, desiste, eu já tomei um remédio, eu vou dormir um pouco e amanhã eu estou ótima de novo. – garante ela, sentindo uma tontura se instalar em si.

— Anita, Anita hei. – Ben se assusta ao ampara-la que quase desmaia. – Chama meu pai, Pedro, e a Vera agora. – solicitou Ben, ao ver que o caçula os observava quieto, parado a escada e com um olhar espantado.

— Não chama Pedrinho, eles devem estarem dormindo já, bobagem isso. – balbuciou Anita procurando intervir, ao ver o garoto subindo as escadas correndo.

— E você cala a boca, que não esta em condições de decidir nada, senta aqui que eu vou pegar uma água pra você. – pede Ben.

— Sabia que um dia você iria me jogar isso na cara. – reluta Anita, se vendo contrariada, mas sem forças, só conseguiu se escorar para trás no sofá.

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— Será que demora tanto uma consulta assim, porque a Vera fez tanta questão de entrar com ela hein, não tava brigando com a grota até ontem. – Ben se levantava da cadeira da sala de espera, já não aguentando mais permanecer ali sem noticias.

— Ok, mais ela ainda é mãe. – Ronaldo defende a esposa. – E você se acalme, desse jeito só piora tudo. – pediu Ronaldo ao vê-lo descompensado andando de um lado para o outro.

— Desculpa, mais é tudo que eu não consigo fazer agora. – Ben contraria.

— Esse nervosismo todo tem a ver com aquele história, que a Vera, que nós conversamos ontem. – Ronaldo perguntou direto.

— Ah não pai, na boa olha, isso agora não vai, eu to aqui quase tendo um treco de verdade, e você tá preocupado com isso, me poupe não é. – se irrita ele com o pai.

— E não é pra estar filho. – Ronaldo alega.

— Eu to com medo, já aconteceu tanta coisa na minha vida, na dela até aqui, que só me falta essa, a vida jogar mais bomba em cima da gente, só me falta ela estar mesmo doente, logo agora que tudo tava se acentuando de alguma forma, que nós estávamos olhando pra frente. – Ben desabafou sentando novamente, passando a mão ao rosto e disfarçando o olhar lacrimejado. – Se acontecer alguma coisa com ela, eu não sei se... – Seu eu aguento, seu eu suporto não. – confessa ele desnorteado.

— Vamos ser otimistas não é, sem desesperos. – argumentou Ronaldo, tentando controlar sua tensão também.

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— Bom Anita basicamente, esse teu mal estar, tem a ver com o início de um quadro de Pielonefrite. – a doutora que Vera estava sempre acostumada a frequentar informou, voltando a sentar em sua cadeira de frente para as duas.

— O que, dá pra repetir, por favor. – Anita rebateu exasperada continuando sem entender muita coisa. – Não porque com um treco com esse nome, realmente eu devo estar morrendo. – ela solta percebendo que talvez fosse caso de preocupar-se consigo.

— Filha, isso é jeito de falar com Cecília, ela é mais que uma médica pincipalmente pra mim, se tornou uma amiga nos conhecemos há anos. – Vera desaprova.

— Admirável! - Quem fica amiga da própria médica, poucas pessoas conseguem essa façanha mãe, realmente, mais você não quer agora que eu dê um prêmio. – profere Anita em tom de ironia, fitando Vera ao seu lado, é dessa vez só recebendo um olhar de descontentamento da mãe.

— Desculpa doutora, eu não quis ofender, mas realmente eu não tive um dia bom, aliás, se fosse contar a senhora como tem sido minha vida nos últimos oito meses, a gente não iria sair daqui hoje, não. – Anita diz ácida.

— Bom o quadro de estresse também contribuí muito pra isso. – ela riu simpática. – Enfim descomplicando, o que você tem, é uma infecção renal, por isso a dor nas costas, provavelmente você tem sentindo há algum tempo, mas por ser um desconforto sem importância você não ligava, achava que era só uma dor lombar normal, por excesso de alguma atividade, coisa atoa, mas com o tempo as crises aumentaram e se tornam mais frequentes, daí é que a pessoa se dá conta do que realmente está por trás, e pelo raio x, você tem uma pedra no rim esquerdo. – ela diz indicando. – Alimentação desregrada, entre outros fatores e estresse podem ser apontando como um motivo, a causa exata é difícil de se definir.

— Engraçado né, porque essas pedras aqui devem ser menor do que um grão de areia não é. – Anita afirma descrente, de que algo tão impotente podia lhe trazer um desconforto tão grande.

— Você tem razão, mas incomoda bastante. – ela concorda. – Bom eu vou te receitar um antibiótico e um remédio pra dor, e com cuidados na alimentação também, seja suficiente, vou te pedir pra voltar aqui também, pra fazermos um exame de sangue. – informou ela.

— Mais a senhora não acha que necessita cirurgia não é, porque o pai dela quando mais novo, teve este problema e bom... – Vera indagou aflita.

— Que isso mãe, nem brinca porque você sabe que eu morro de medo dessas coisas. – Anita rosna nem querendo cogitar.

— Acho que não, a pedra é muito pequena, pros tamanhos que acarretam esse caso, e mesmo assim a remoção só em último caso. – garante ela. – Se cuidando, e tomando os remédios, você tem tudo pra melhorar logo. – explica.

— A gente pode ir embora agora, eu to me sentindo cansada, e louca de sono, eu não vão ter que ficar aqui não é, odeio cama de hospital, é sempre dura e o travesseiro é mole demais. – rebate Anita exausta de estar naquele ambiente.

— Anita, você acha que está em condições de escolher algo. – Vera fica nervosa, com a insistência dela em ir logo pra casa.

— Você é a segunda pessoa que me diz isso em menos de hora. – Anita reclama. - É sério mãe, o Ben e o Ronaldo deve estarem preocupados, olha que desse jeito vocês vão te acudir o outro filho também hein, eu conheço o Ben e pela cara dele tava quase tendo um treco quando a gente chegou. – Anita fica aflita pelo garoto.

— Realmente Cecília deixei meu marido aí fora, e nos estamos demorando. - de tão preocupada a mulher nem lembrava.

— Vocês podem ir, não será necessário internação. – a médica garante. – E podiam ter pedido pro teu pai e o irmão entrarem sem problemas.

— Na verdade padrasto. – Anita corrigiu.

— Perdoe-me, eu me confundi. – ela desculpou-se.

— A minha mãe, diversificou muito a família mesmo, imagina não tem que. – falou ela ligeiramente. – O Ben na verdade é filho do Ronaldo também e não meu irmão... – Pra confundir ainda mais ele é eu namorado não é. – revela sem rodeios.

— Anita. – Vera a fita repressora.

— Anita o que, você quer eu minta agora, desculpa mais eu já pulei essa faze há anos tá, você e o Ronaldo é que precisam aprender a lidar com essa situação, a gente é namorado, não vai ser a aprovação de vocês que vai mudar isso. – diz ela sincera a mãe.

— Desculpa, mais é que Ronaldo e eu fomos mesmos surpreendidos com esta hecatombe em nossas vidas, muito obrigada por tudo viu. – Vera se retrata agradecendo.

— Imagina de nada. – disse ela simpática. – Eu tenho família grande também, meu pai casou três vezes, aí vocês já imaginam. – contou a médica animada.

— É então que bom que você não resolveu namorar o filho do padrasto, não é, já te adianto que é um problema. – Anita ri. – Obrigada, e me desculpa qualquer coisa. – ela agradeceu sorridente.

— Bom por mim isso não rolou mesmo, mas minha irmã mais nova por parte de pai se casou com o enteado da minha madrasta. – ela conta simpática.

— Jura? – Acho que eu iria gostar de conhecer ela, vai que ela pode dar algum conselho pra minha mãe, não é. – disse Anita, destinando a indireta a Vera sem rodeios.

— Quem sabe, não conversamos qualquer dia desses. – respondeu a médica.

— Chega Anita vamos pra casa, que você precisa descansar. – Vera apanhou a filha pela mão até o corredor.

— Chega o que, você tá aliviada, não né, porque no táxi inteiro ficou repedindo, a Anita está grávida. – atacou Anita irrita com a insistência dela. - Poxa mãe, eu já tinha dito que não tinha nada a ver e você insistindo. – a menina se chateia.

— Vocês demoraram. – Ronaldo foi até elas ao avistá-las de longe.

— Ah pois é. – Anita desistiu da briga com a mãe.

— Tá tudo bem. – Ronaldo indagou, freando a discussão.

— Tá sim Ronaldo, a gente já pode ir não é melhor, o dia foi longo pra todo mundo. – tranquiliza Anita, desistindo de acusar a mãe, e indo até Ben.


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