E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 245
Capítulo 245:




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– Para, para Ben. – Anita pedia ao garoto entre risadas descontroladas no intuito de por um fim nos beijos e cócegas que recebia dele. – Quer parar droga, que coisa garoto. – ela insistia entre gargalhadas.

– E se eu me recusar. – ele perguntou o encarando com um sorriso divertido.

– Nada ué. – garantiu Anita se pondo séria. – Não eu... – Eu vou morrer de tanto rir, ai para. – ela seguiu com as risadas, ao instante que ele continuava a distribuir beijos pelo ombro dela e se pondo a fazer cócegas em sua barriga.

– Você disse que não iria acontecer nada, mudou de ideia por que. – Ben alfinetou só achando graça.

– Tá surdo, já disse pra parar que coisa. – Anita alegou fingindo mau humor, com a voz cansada de tanto rir. – Idiota. – pregou ela risonha, lançando um travesseiro a ele que deitava ao seu lado.

– Eu, você sempre apela não é, impressionante. – acusou ele sorrindo debochado.

– Eu, ai seu mentiroso. – disse ela a rir, chegando para perto dele apoiando as mãos em seus ombros. – Você que me maltrata, tá querendo me matar de tanto dar risada isso não vale. – Anita zoou sem se conter.

– Ah é. – murmurou ele sério.

– Ah é o que? – retrucou Anita, buscando mais proximidade e iniciando um beijo com paixão e intensidade.

– Claro, a gritaria eu já sabia que era tua Anita, agora não sabia que os dois tinham realmente ignorado minha opinião e do Ronaldo desta forma. – Vera escancarou a porta do local, já chamando atenção dos dois que só souberam tomar um tremendo susto.

– Mãe eu... – Anita empurrou Ben para longe de si, não sabendo o que dizer.

– Mãe o que Anita. – Vera repetiu as palavras dela exasperada, apenas observando os olhares atônitos que a garota trocou com Ben.

– A gente não tava fazendo nada. – afirmou ela com a voz firme. – Por mais que seja difícil de acreditar. – ela balbuciou mais para si mesma já que faltou coragem para dizer em voz alta.

– Como sempre. – Vera ironizou já saindo.

– Pera aí, espera. – Anita ainda tentou pedir ficando aflita. – Não creio. – lamentou ela só olhando assustada para Ben.

– Melhor a gente ir lá falar com ela. – disse Ben encorajado, mesmo que sua voz engasgada denunciasse seu nervosismo.

– Não deixa eu falo com ela, se tem que ir pro trabalho daqui a pouco, não vai adiantar você ficar aqui dando explicação pra minha que nunca é rápida. – dispersou Anita.

– Isso não é uma boa ideia Anita. – contrariou Ben se pondo a andar de um lado para o outro, percebendo que pela cara da mulher ela estava pra lá de irritada.

– Pode ser, mais é melhor assim. – garantiu Anita.

– Eu vou, mais depois você me conta o que aconteceu pelo amor de deus. – ele salientou, temendo se atrasar e anunciar mais uma confusão para seu lado.

– Vai, vai que eu vou descer pra falar com ela. – sorriu Anita não querendo se abalar.

– Então o que eu queria falar é... – Anita falou receosa encontrando Vera organizando alguns papéis.

– Eu já ouvi filha. – ela rebateu secamente.

– Não você não ouviu, você sempre se recusa a me ouvir, já percebeu. – cobrou Anita. - Será que dá pra você conversar um minuto comigo. – Anita tentava interceder andando atrás da mulher que ia até a sala, a passes agitados, argumentando com a voz calma ainda tentando desfazer a situação.

– Falar o que Anita, em como eu estou errada. – Vera virou para encara-la não escondendo que estava tremendamente impaciente, estava atolada de trabalho e ainda se depara com tal acontecimento quando chega em sua casa.

– Eu não ia dizer isso. – Anita engoliu em seco a afirmação da mãe. – Mais acho que você sempre acha que eu estou errada né. – ela cobrou impulsiva.

– Ah não. – Vera meneou a cabeça ao tempo que sorria irônica pela colocação da filha mais velha. – Eu estou atolada de trabalho, volto pra casa em busca de um papéis, aí chego na minha casa, percebo que se quer tiveram a decência de lavar a louça do almoço e do café que está na pia, aliás, não cabe mais nem um prato sobre aquele pia. – ela gesticulou em direção da cozinha nervosa. – Aí só encontro você e o Ben, de conversinha e risadas largas, que provavelmente se escutaria do portão, dentro do quarto, como se nada estivesse acontecendo como se ninguém mais morasse nesta casa e necessitasse de respeito, isso é o que você quer que eu aceite Anita. – Vera esbaforiu, diante de uma Anita que preferiu baixar o olhar, e encarar quieta as acusações da mãe.

– A gente não estava fazendo nada de errado, você tá exagerando. – depois de longos segundos comtemplando o silêncio ela respondeu. – Você está sendo injusta. – disse Anita se irritando.

– Ah não, pra você super normal, viver da forma como você e o Ben conduzem esse namoro dentro desta casa, parece que não adianta e o Ronaldo pedirmos. – ela confrontou, amedrontado com o rumo de tudo.

– Tudo bem, eu vou ajeitar a cozinha, depois vou sair entregar uma encomendas de umas lojas daqui do bairro mesmo, eu não sou tão egoísta e imatura quanto você pensa. – Anita se viu sem vontade de insistir.

– E eu te agradeço, eu vou voltar pra empresa estou cheia de coisas e no final da tarde ainda tem uma reunião. – afirmou ela.

Anita observou os passes que a mãe deu até a porta, totalmente atônita e não conseguindo esconder o ar perplexo e angustiado que ficava em seu rosto, ela não decifrava ao certo o que havia acontecido ali, qual das duas tinha perdido o foco e a razão a respeito daquilo que profanava ao vento com palavras de extrema rigidez. A jovem garota se dividiu entre pensar em sua mente perturbada que desconhecia a realidade, se ela agiu mal em revidar em algum ponto as acusações que Vera lhe fazia, e que talvez ficar quieta fosse o caminho mais curto para abrandar um possível arrependimento de sua parte, para ela sempre era tão difícil pregar palavras de egoísmo e sinceridades em sua defesa, mesma que estas nem pudessem ser definidas totalmente desta forma, sem se quer se sentir magoada consigo mesma, por machucar uma das pessoas que ela tinha certeza que nunca deixaria de amar, sua mãe, da qual ela sempre nutriu um orgulho imenso. Ao mesmo tempo Anita foi se sentindo cada vez mais tola e ingênua ao extremo, já que também pressentia que a mãe não pensava em si, como ela pensaria.

Vera parecia ser movida por único desejo, que a impedia de pensar na felicidade de Anita, se livrar dos problemas que a relação da primogênita com o filho de Ronaldo, podia ou viria a trazer para a família, a namorada de Ben só foi sentindo raiva por ainda cultivar tanto zelo em não revidar, tudo que a mulher lhe falou, Anita sabia que não tinha chegado nem perto de perder o controle com a mãe, a por um momento agradeceu em voz alta não ter o feito, talvez esse foi seu calcanhar de álcalis, ser moderada o suficiente para saber se colocar no lugar do outro antes de mais nada, mesmo que não estivesse avessa a momentos de impulsividade plena e atitudes impensadas. Sua mente se invadiu de confusão e mais confusões, Anita só foi acordada por um misero segundo quando a mãe depois de apanhar a bolsa e uns papéis sob a mesa perto do sofá, saiu pela porta a fechando bruscamente, como se em tal gesto quisesse dizer o quão insatisfeita com ela estava, sensitiva a menina pareceu compreender o recado, sentindo um leve calafrio percorrer por seu corpo, como se quisesse alertar, que tempos difíceis haviam se instaurado em sua vida, Anita foi caminhando até a cozinha, ainda com o propósito de limpar a bagunça para a mãe como havia dito que faria, pressentindo que seu coração batia agitado em seu peito, uma agitação que não trazia uma alegria no final, era como se ele sozinho não desse conta de reorganizar o turbilhão de emoções que se manifestava dentro de si, sua respiração não acompanhava os comandos de sua mente, Anita partilhava de uma sufocação que a paralisava, era tristeza, chateação e raiva que se misturavam, mesmo tendo sua razão discordando plenamente de suas emoções , ela viu lágrimas confusas escorrerem por seu rosto, ela só sentiu que de alguma forma tinha que livrar-se daqueles sentimentos e encontrar novamente seu eixo....

– Você tá bem encrencada mesmo não é, tua mãe saiu daqui muito furiosa. – Mariana abordou Anita que tentava começar a lavar a louça, depois do ouvir do banheiro parte da conversa das duas.

– Porque que ao invés de se preocupar comigo, você não rsolve os teus problemas. – Anita virou para ela a encarando com ira.

– Eu não tenho problema nenhum, já você. – ela afirmou. – Mais relaxa, eu te entendo, minha mãe consegue ser muito pior do que a tua. – confidenciou.

– Ah menti pra você não é um problema então. – retrucou Anita. – Conta pra mim você ouviu por acaso a história da Sofia com o Sidney, ou você realmente esteve atrás dessa história. – dissimulou Anita impaciente.

– Anita não perde teu tempo tentando defender tua irmã, ela é a primeira da fila a te ferrar. – ressaltou a garota ignorando a pergunta feita por Anita. - E que eu saiba o que não falta na tua vida é mentira, só não sei até quando você vai aguentar isso, se não tem cara de que é tão corajosa assim. – desafiou ela.

– Você não me conhece, e se conhecesse também não iria aprovar, então caí fora. – pediu Anita em plena raiva, procurando espantar a garota, antes que ela perdesse o resto de sua calma.

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– Ai Ronaldo, eu to muito preocupada com a Anita, com o Ben, enfim com tudo. – Vera arrumava-se em seu quarto, para ir à reunião com um fornecedor, mas só conseguia ficar com a cabeça nos filhos, principalmente em Anita. – Como os dois viajam, sem dizer nada a gente, se acontece alguma coisa com os dois sozinhos por aí. – alegou Vera não fazendo questão de disfarçar todo seu desapontamento.

– Também não é desta forma, Vera os dois mesmo que nós neguemos, eles não são mais crianças, já são bem grandes pra ser ainda mais sincero. – ponderou Ronaldo não querendo que a esposa fosse tão critica. – Apesar de tudo, eles sempre foram responsáveis, e apesar de toda cabeça dura e falta de tino da Cícera, sendo deslumbrada com mania de grandeza, eu não posso negar que ela deu uma ótima educação para o Ben. – alegou ele, sendo obrigada a admitir.

– E você pelo jeito está concordando que os dois façam o que querem, por favor, Ronaldo. – Vera parou a encará-lo como se não acreditasse e achasse até sórdido a colocação do homem.

– Vera veja bem, os dois têm 18 anos, a partir de agora, nós querendo ou não, desgostando ou não, ambos podem fazer o que quiserem da vida deles, é realidade baixinha. – disse ele sendo sincero e prático, mesmo que também se preocupasse com os rumos que os filhos tomavam contra sua vontade, só que Ronaldo parecia perceber que impedi-los era sinônimo de não tê-los mais por perto, só sobrava a ele um pouco de confiança e apoio na medida que fosse necessário.

– Você está dizendo o que Ronaldo, que lavou as mãos, simplesmente resolveu compactuar com os devaneios de duas crianças que mal tem vivencia pra saberem o que querem. – a mulher ficou em pura perplexidade. – O Ben e a Anita, se acham muito adultos, mas sendo racional eles são duas crianças, que mal começaram a vida. – impôs ela, sobre a pouca experiência de ambos.

– Ai cara quem foi que... – Anita chegava em casa, depois de entregar as encomendas que havia recebido na última semana, quando tropeçou numa bola de vôlei que se encontrava no meio do caminho no corredor. – Vitor! – murmurou à menina pensando que só podia ser coisa do irmão caçula, ela caminhou a levar o objeto ao quarto do garoto e de Pedro, quando passou a porta do quarto dos “pais” e escutou as vozes alteradas e nada amigáveis dos dois, ao primeiro momento ela só pode processar seu nome e de Ben ao meio da conversa, mesmo tendo absoluta certeza que era extremamente errado, Anita parou a ouvir do que os dois falavam, ela não conseguiu controlar seu extinto que lhe avisava que ela estava agindo de forma equivocada.

– Você parece que não liga Ronaldo. – cobrava Vera impaciente com a passividade que ele demostrava.

– Não Vera, eu ligo e muito, eles são meus filhos, eu os amo, apenas acho que os dois já nos provaram inúmeras vezes que se gostam e eu também não quero mais desavenças nesta família. – alegou. – Não era meu sonho que o Ben me desse justo a Anita como nora, mas já que é assim paciência, eu não vou fazer como já fiz antes, aponta-los como muitas pessoas têm feito, fora de casa eles já vivem demais esta situação. – exclamou Ronaldo, procurando se justificar.

– Pois eu ainda acho muito estranho isso, os dois Ronaldo juntos, nós tendo que explicar isso às pessoas, elas vão sempre achar que somos negligentes. – ela disse nervosa. – A Anita não me ouve por nada neste mundo, essa menina tem dado cabeçada atrás de cabeçada ultimamente, parece que ela não ressabia, como se não bastasse essa história macabra do vídeo, teve as provas no colégio, que ela tentou roubar provavelmente com a ajuda do Antônio, até hoje ela se quer me disse o que realmente teve com esse garoto, vivia sempre com ele, o que deu brecha pra ele falar o que fala por aí dela, e o Hernandez ainda vem nos contar, como eu fico com a cara no chão, achando que a errada sou eu, que não ensinei nada pra ela. – Vera afirmou totalmente preocupada.

– Vera você não devia ligar pra isso, é nítido do que esse garoto não sabe o que fala, tanto que eu nem comentei com a com Anita e muito menos com o Ben sobre isso que o Hernandez nos disse e depois eu não acredito que a relação dos dois tenha chegado a este ponto, o que o Antônio quer é tumultuar. – contrapôs Ronaldo.

– Como você quer que eu acredite neste sentimento que ela diz sentir pelo Ben, se a não muito tempo atrás a grande paixão dela era o Antônio, meu deus como a Anita deixou a vida dela chegar a este ponto, eu me sinto tão mal por isso, eu tenho que fazer alguma coisa, alguma coisa pra impedir que isso tudo se torna ainda pior. – ela alegou com culpa. – Quem sabe se... – Se eu mandasse a Anita, pra estudar fazer um curso em São Paulo, até faculdade, na casa daquela irmã do Caetano, ela sempre gostou tanto das meninas. – Vera devaneou, pressionada com a situação que vivia. – Quem sabe com o tempo esse fogo de palha não se apaga, eles são jovens Ronaldo, que chances essa relação tem de se estender, na idade deles tudo acaba passando, daqui a cinco, seis anos, os dois já irão estar formados com outros amigos, novas pessoas, não vai ter lugar pra esse amor todo e quem vai colher os cacos somos nós, que somos família. – ela foi movida por pessimismo.

– Pois você não diga nunca mais, uma bobagem dessas Vera, se um dos dois escuta. – mal sabia Ronaldo que seu medo já havia virado realidade, já que Anita parecia perdida nas palavras que via os dois usarem. – Se isso acontecer à confusão está formada, eles jamais concordariam com isso. – ele rebateu hostil com a mulher. – Pois sinceramente se você fizesse isso o Ben iria atrás dela, isso se a própria Anita concordasse, o que eu acho difícil, ele a traria de volta e a partir dai não haveria nada que segurasse os dois, nem mesmo toda consideração que ambos tem por nós e pela família. – Ronaldo ralhou expondo seus argumentos, enquanto Anita ia parar seu quarto devagar evitando ser notada, mal conseguindo andar de tão atônita que encontrava.

– Talvez seja loucura minha mesmo. – pensou em se convencer Vera.

– Ai deus. – Anita jogou suas coisas em um canto qualquer do quarto, totalmente desnorteada com o que ouvia da mãe.


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