Addictive Love escrita por ervilha


Capítulo 3
Um passado e um futuro


Notas iniciais do capítulo

D= Poucos reviews...



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De repente, lembrei de minha irmã e meu irmão. Ambos morreram no mesmo ano. Não foi muito choque naquela altura, eu era uma criança feliz. E do jeito que minha mãe me contou, acho que eu fiquei mais feliz com a morte deles que propriamente triste. Minha irmã era Gabrielle. Eu amava ela.

 

- Vem, Jana! – Ela abria seus braços, no jardim perto de nossa antiga casa. – Você corre até aqui, aí eu te seguro, e prometo que você consegue voar!

Então eu, com uns oito anos naquela altura, e ela quinze, corria até ela. Gabrielle me segurava nos braços e rodopiava, e eu me sentia totalmente voando. Adorava isso. Apesar de sermos irmãs de meio sangue, nossos pais são diferentes, ela me amava tanto como amava sua irmã de sangue, Rafaela, que até hoje é viva. Felizmente.

- Vem, Bíi! Vamos fazer de novo! – Eu era feliz, acho.

 

- Janaína, já fez os deveres? – Rafaela me gritava, lá da cozinha, enquanto eu estava no quarto, supostamente fazendo os deveres, que na realidade não estavam sendo feitos, obviamente.

Em passos silenciosos, eu corria para o quarto de meu irmão. Ele estava no computador, vendo videoclipes no youtube.

- Hey! – Eu era pequenina, comparada com o tamanho dele; ele sempre fora muito alto, apesar de só termos dois anos de diferença. Nessa altura, ele tinha dez anos, obviamente. – Você pode fazer aqui os deveres rapidinho?

Ele sempre fora mais inteligente que eu. Fazia meus deveres em uns segundos. Era fácil para ele, suponho.

- Obrigada! – Eu queria dar um beijo nele, em agradecimento, mas ele falava que era “muito meloso para o grau de masculinidade dele”.

- Sim, Jana, eu sei que você me ama. – Ele me entregava o caderno feito e eu, descia as escadas, feliz, com o caderno abanando, correndo para ir mostrar na Rafaela meu excelente trabalho.

Pena que agora as coisas mudaram. Não a parte dos deveres, isso seria ótimo não ter mais deveres; estou me referindo à parte em que ele me fazia os deveres. Ele me faz… muitíssima falta. Não só por causa dos deveres, claro, mas… ele é meu irmão de sangue, alguém que eu amava tanto, que nada podia substituir.

 

Senti algo colando minha boca, deu para eu acordar para a realidade. Acho que esse flashback foi provocado por um desmaio quando eu caí. Nossa, quando dei por mim, já tinha minhas mãos atadas atrás das costas, minha boca colada, meus pés atados também, e ele estava com a mão dentro de minha camisola. As mãos estavam geladas. Seriam capazes de me provocar uma indigestão, se eu tivesse comido algo nas últimas horas, mas o fato é que eu não comia faz um dia quase. Sentia meu corpo automaticamente se abanando, para ele me soltar. Eu não estava controlando nada, estava totalmente incapacitada. Minha cabeça doía e meu cérebro estava desligando, totalmente. Minha respiração estava acelerada e eu não sabia mesmo o que eu havia de fazer. E se ele transasse ali, comigo, agora? Seria minha primeira vez, e eu nem sequer sabia como fazer. É, ele realmente faria tudo por mim, já que eu estava amarrada. Já tinha visto alguns hentais, apenas curiosidade, mas acho que era tudo apenas exagero. Não me imagino como aquelas elfas lá com aqueles homens.

Deixando pensamentos de lado, ele já tinha tirado minhas calças e minha camisola. Eu chorava, estava com medo de tudo. Ele parecia um lobo de volta de mim. Inclusive ele me mordia, seriam ótimas provas para mostrar violência; isso se eu saísse dali viva. Sim, isso era minha meta. Sair dali.

- Está pronta, amor?

Não esperou minha resposta. Devia ser uma pergunta retórica, porque eu não podia responder, estava com a boca tapada. Nesse momento, senti algo forte. Algo que eu nunca tinha sentido antes. Doeu. Ainda para mais, estava sendo estuprada por alguém que eu nem conheço direito. Tenho o pressentimento que quando sair para a rua, todo mundo vai me olhar de jeito diferente e ter nojo de mim. Eu transei com um cara que eu não conheço. Contando bem, ele me pediu, e eu dei para ele. Ele deve ter abusado de mim para além dessa dor, não lembro, desmaiei.

 

Acordei com alguém me chutando. Abri aos poucos os olhos, era meu amigo Douglas, lá da escola. Onde eu estava?

- Onde eu estou? – Eu sussurrava, enquanto me levantava aos poucos. Estava na rua.

- Menina querendo imitar ecchi, que coisa feia. – Ele foi embora rindo.

Olhei para mim, estava de calcinha e camisola. Minhas pernas tinham manchas negras e marcas de dentada. Meus braços tinham a marca da corda no pulso e eles estavam muito doridos. Não queria ter um espelho para olhar minha cara. Na realidade, não queria nem ter olhado em volta… eu estava no meio da rua, meio pelada. Estava com fome e frio, estava ameaçando chover hoje de novo. Corri para um café e entrei em um banheiro, correndo.

- Janaína…? – Alguém perguntava, batendo na porta. – É você, mana? – Era Rafaela, minha irmã de meio sangue mais velha.

- Não. – Disfarcei a voz. Não queria que ela me visse de calcinhas assim, nesse estado.

- Te conheço faz uns quinze anos, acha que eu não reconheço sua voz? – Ela riu de seco.

Não valia a pena fugir mais. Estava me contendo para não chorar, e solucei.

- Janaína, fale comigo, por favor. Eu e mamãe esperámos as 24 horas para declarar o desaparecimento de uma menor, você, na delegacia. Se você não falar comigo, vamos em frente com a declaração e eles pegam você daí de dentro. – Rafaela batia mais uma vez na porta.

- Rafaela, por favor, vai embora. – Eu me sentava no chão, minha voz estava com a entoação de quem estava mesmo chorando. – Fala para nossa mãe que eu morri, que nem o Guilherme e a Gabrielle.

Ouvi ela se afastando. Com certeza ia pegar algo para abrir a porta, ela tinha ficado zangada com isso. Resolvi mudar de banheiro, para que ela não abrisse minha porta. Mas, enquanto eu estava mudando, ela aparece e me puxa. Ela olha para minhas pernas e meus braços e solta uma espécie de suspiro de admiração (acho que é esse o nome).

- Minha nossa Senhora! O que fizeram com você, menina?! – Rafaela me abraçava, e estava quase chorando como eu. – Vamos, venha para casa. – Ela notou minha expressão negativa. – Não me diga que isso foi… - Minha irmã baixou o tom de voz. – estupro?

Consenti. Ela se encostou na parede, em ato de desespero e chorou. Depois, pegou na minha mão, decidida.

- Não vamos para casa já. Vem na farmácia. – Ela estava bem séria. – Agora. Não discuta.

 

 


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