Addictive Love escrita por ervilha


Capítulo 2
Um pedófilo?


Notas iniciais do capítulo

=3 Vamos, eu quero um review.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/48256/chapter/2

 

 

 

            - Ó, Luigi. – Temi que ela estivesse falando comigo, não estaria falando sozinha. Olhei. – Eu tenho que ir dormir, não tenho sua vida. Ou sai, ou fecho você aqui dentro. – Ela abriu a porta, eu seguia ela com meu olhar penetrante. – Pára de me olhar assim e desliga essa p… melhor me calar. Desligue isso.

            - Não posso passar aqui a noite? – Eu perguntei com medo.

            - Poder até pode, mas… você tem família. Não seja idiota, Luigi. – Ela fechara a porta com muita força, como se fosse uma criança querendo falar para os pais que hoje chegava a casa furioso, para que ninguém viesse encher ele.

            - Eu me chamo Janaína, não Luigi.

            - … Perguntei seu nome, por acaso?

            Não achei graça. Fiquei calada. O único som que dava para ouvir era o ruído que os computadores faziam. Eram máquinas velhinhas. Então, ela desligou todos os computadores, menos o que eu estava usando.

            - Se eu fosse você, teria cuidado. O tempo é muito ruim.

            - Mas… está contando o tempo? Não é tempo ilimitado não?

            - É tempo ilimitado sim. Mas, bom, eu ajudei. Se não entendeu, não quero nem saber. – Ela desligou a única luz que iluminava o salão. – Boa noite. – Eram oito da noite ainda, nem tinha escurecido.

            Aquele lugar não me inspirava confiança. Principalmente depois de ter assistido aquele vídeo de 666 lá no youtube. Tinha um medo enorme que acontecesse algo sobrenatural naquele computador, naquela noite. Abri a janela de Wonderland, é um joguinho feliz, não tem o que eu me preocupar.

            Ouvi uns passos. Minhas veias gelaram. Fiquei parada. Não movimentei nem sequer a cabeça, tinha receio do que pudesse estar vindo.

            - O que você faz aqui? – Era uma voz máscula.

            Olhei as horas, o tempo tinha passado bem rápido. Era já meia-noite e mais uns minutinos.

            - E-e-eu… - Soluçava, estava com medo. Muito medo. – Estou usando o computador.

            Nesse instante, o computador desligou. Eu tomei um susto e fiquei olhando a tela, preta. Meus olhos estavam inchados, pesados, eu tinha sono. Não podia simplesmente dormir ali, não, não tinha mais sono. O sono que eu tinha? Sumiu agora mesmo. Naquela situação, naquele escuro gélido, eu queria que aquilo fosse uma ilusão e que aquele homem saísse dali logo.

            - Está usando o quê? – Ele se aproximava de mim. Estava virada para o computador, mas ouvia seus passos.

            Aquele som era ensurdecedor. Ecoava na minha cabeça, na sala, em tudo. Chegou perto de mim.

            - O que tinham falado a você sobre o uso do computador?

            - Que… eu teria que usar os dois mesmos computadores cada semana. Os mesmos dois que eu tivesse usado nos dois dias.

            - Olha, que menina esperta. – Ele se aproximava cada vez mais. Parou nas minhas costas, eu fechei os olhos. Estava apavorada. – Então, que horas eram, lembra?

            - Mais de meia noite, a-a-acho. – Solucei. Entendi.

            Eu tinha vacilado. Passara da meia-noite, era já outro dia. E eu estava no mesmo computador. Teria que usar dois computadores por semana. Droga. Me ferrei. E agora?

            - Então, você entendeu.

            Baixou sua cabeça, botou a mão no meu ombro e me sussurrou no ouvido:

            - Suas contas estão sendo hackeadas nesse momento, – Ele pausou. – Amor.

            Estava em pânico. Joguei as mãos na frente, empurrei a mesa do computador, que tinha rodas, até bater na parede. Gritei. Queria me levantar, mas, como ele estava com a mão no meu ombro, apenas consegui dar impulso suficiente para andar na frente, e cair. Consequentemente, ele veio para cima de mim. Gritei ainda mais alto que da outra vez. O banco havia caído e eu estava de joelhos no chão, com o homem por cima de minhas costas.

            - O que você está tentando fazer?! – Eu gritava bem alto para ele. Tentei me levantar, mas ele tinha seus braços em volta de meu pescoço e não me largava. – Me solte! Me solte, pedófilo!

            - Agora mexeu comigo! – Em um gesto rápido, ele, sem largar meu pescoço com os braços, se botou na minha frente. – Me chama de pedófilo agora na minha cara, safada!

            Agora eu via quem era. Não era tão velho assim como eu achava, ele andou lá na escola. Tinha uns 24 anos agora, penso. Ele já tinha reprovado um monte de vezes. Nunca soube seu verdadeiro nome, todo mundo chama ele de “Mike”. Talvez seja seu nome mesmo, sei lá. Quando eu estava com minha mania de arrumar namorado, acho que gostei dele também. Ah, mas ele não deu bola para mim, de qualquer jeito. Porquê ele estava ali, agora, me chamando de amor?

            - Seu pedófilo! – Foi a única coisa que eu consegui falar para romper com meus pensamentos.

            Ele baixou a cabeça e me soltou. Tive tempo de me levantar e fugir. Fugir? Não, claro; eu estava tão apavorada que acabei tropeçando em mim mesma e caí de nariz no chão. Mike soluçava. Ele até que era bonitinho mas, não, não dá.

            - Janaína… - A voz dele se apagava, a pouco e pouco.

            - Mike, escuta. Me tire da…

            - Eu não vou tirar você daqui, menina! – Ele gritava bem alto. Olhei pela janela da porta, dava para ver luzes acendendo. Vizinhos curiosos. Sua voz engrossara de novo. – Quero transar com você!

            Fiquei tensa.

            - E é só você pedir, que eu corro fazendo o que você quer?! Além de que eu não gosto de você, você é maior de idade. Se você sequer me toca com um dedo, eu denuncio você e… Mike, vai preso na hora. – Vendo uma oportunidade, corri para a porta. Tentei rodar a maçaneta, mas a porta estava trancada.

            - Não tem como fugir, amor. – Eu via ele se levantando, parecia um demônio acordando, que nem nos animes. Ele agia como se estivesse possuído.

            - Se afaste!

            - Vamos, Janaína, me dê só um beijo! – Mike se aproximava de mim, com os olhos bem abertos.

            - Você é nojento! Vai embora! Cai fora! – Estava botando meus braços na frente da cara, para não ser devorada só pelo olhar dele, quando ele corre até mim e me abraça. – Me solte! Me solte! – Gritei uns milhares de vezes, ninguém veio me ajudar.

            Estava perdendo a esperança. Por mais que eu gritasse, parecia que ninguém me ouvia. A pouco e pouco, estava ficando afónica e nem conseguia gritar mais. Estava cansada, o escuro me fazia sono. Não conseguia mais pensar, meu cérebro estava em conflito, tanta coisa ruim ao mesmo tempo… enquanto estava tentando me soltar de Mike, minhas contas estavam sendo hackeadas, e minha vida parecia estar desmoronando toda de uma só vez.

            Perdi as forças. Ele me jogou no chão.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!