Time To Let Go escrita por ChaniMoon


Capítulo 8
Corrida, Castigo e Perigo


Notas iniciais do capítulo

Heey gente! Pois é, eu fui pra outra dimensão chamada "Mundo dos Vestibulandos e Prestadores de Enem que tem que estudar o dia inteiro". Mas agora eu voltei e trouxe um capítulo novinho hehehe!!!

Boa Leitura!



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Algumas semanas se passaram desde o incidente com os pais de Lin. O clima na garagem era o mesmo: festas pós-corrida, consertos de carros e os “servicinhos” secretos de Sean e Han. A única coisa que mudou foi que quando a garagem ficava vazia, Han e Lin passavam horas se beijando no sofá. Os outros ainda não sabiam disso, pois Han nunca beijava Lin quando tinha alguém na garagem além deles. E por mais adultos que ambos fossem, Lin não permitia que Han lhe tocasse de forma mais íntima. Não que tivesse medo, mas ela tinha outros motivos.

Em um começo de noite, quando todos estavam na garagem se arrumando para a corrida, Lin saiu do quarto e viu uma cena não muito agradável. Uma maria gasolina qualquer havia prendido Han em uma parede e estava jogando charminho barato para cima dele. Ele, que depois de começar a ficar com Lin, começou a rejeitar todas as marias gasolinas, estava tentando afastar a garota.

–Mas por que não, Han? – Perguntou a modelo, numa voz melosa. – Você não costumava negar nenhuma de nós.

–É que hoje eu não estou muito afim, sabe... – Han tentava empurrar desculpas para a modelo o largar.

–Deixe de ser bobo, você sempre está afim. – Retrucou a garota. – Por que não vamos lá pro seu quarto um pouquinho, hein?

Lin sentiu o sangue ferver em suas veias. Por mais que ela soubesse que Han não queria nada com aquela maria gasolina, ela estava com muita vontade de ir lá e trucidar a desgraçada. Han notou uma Lin furiosa próxima à porta do quarto dela e resolveu afastar a garota de vez.

–Não é uma boa ideia. – Han disse, empurrando a garota de leve. – Não com você, pelo menos.

Lá embaixo, Twinkie, Earl e Reiko começaram a brincar com a situação. Twinkie começou a cantar “Move bitch! Get out the way”. Earl e Reiko riram entre si.

–Cara, é a primeira vez que o Han dispensa uma modelo! – Disse Earl. – Ele é doido ou o quê?

Não finja que não entendeu! – Respondeu Reiko, em japonês.

Sean também estava lá, só que não participou da pequena zoeira. Ele apenas observou e deu uma risadinha de canto.

Han caminhou até Lin despreocupadamente, encarando o olhar furioso dela. Ele parou a alguns centímetros de alcançar seu rosto, ali mesmo, na frente de todo mundo, e a abraçou pela cintura.

–O que está fazendo? Agora não... – Sussurrou Lin.

–Agora sim. – Disse Han, finalmente juntando os lábios com os dela. Ele a ergueu e a girou enquanto a beijava.

Na garagem toda, todos viram a cena. As marias gasolinas olhavam com ódio, é claro. Earl e Twinkie olhavam a cena boquiabertos. Earl soltou um “Puxa vida!”. Reiko olhou com expressão de “Kawaii!”, os olhos quase em formato de coração. Sean apenas começou a rir.

–Cara, você tá rindo de quê? – Perguntou Twinkie.

–É que isso era a coisa mais previsível do mundo. – Respondeu Sean. – Era só uma questão de tempo.

Nessa hora, o carro de Neela adentrou a garagem, fazendo Han e Lin se separarem. A morena saiu do carro com um sorriso de satisfação.

–Lin, eu já sabia que isso ia acontecer desde o início, mas por que vocês dois demoraram tanto pra assumir? – Perguntou Neela, brincando.

–Neela! – Resmungou Lin, fazendo Neela rir.

A modelo que antes estava com Han foi a que mais ficou com raiva. Ele não iria trocá-la por aquela garota sem graça que só estorvava a vida de Han. A modelo jurou se vingar.

Enquanto isso, todos já estavam terminando de arrumar os carros para a corrida. Neela veio até a garagem para pedir a ajuda de Earl e Reiko para um problema no seu carro. Algumas vezes, ela trocava olhares com Sean, mas desviava rapidamente. Ainda estava magoada com ele pela outra noite. Enquanto Earl e Reiko arrumavam, sob protestos, o carro de Neela, ela subiu para conversar com Lin, e posteriormente, evitar Sean. Han deixou as duas sozinhas e aproveitou o tempo para comer um saco de chips.

–Só me diz uma coisa, como foi que o DK te deixou vir sozinha até aqui? – Perguntou Lin.

–É simples, ele não sabe. – Respondeu Neela. – E mesmo assim, eu sou livre para ir aonde eu quiser, não é?

–Não sei não hein... – Disse Lin. – O DK é como se fosse um daqueles vilões das histórias em quadrinhos. Do tipo que não mede esforços pra conseguir o que quer. E ele, com certeza quer que você fique longe da gente. Principalmente de mim e do Sean.

Neela suspirou tristemente e olhou para o chão. Lin, preocupada com a amiga, perguntou o que aconteceu.

–Ah nada, é só que... eu meio que me desentendi com esse garoto, o Sean. – Respondeu Neela.

–O que ele fez? Te machucou? Porque se foi isso eu vou dar uns cascudos nele agora! – Disse Lin, retirando os brincos.

–Não, não é nada disso! – Respondeu Neela, acenando com as mãos para Lin se acalmar. – É que ele fez um comentário não muito legal sobre a minha vida...

Neela contou para Lin o que Sean havia dito para ela na noite em que se encontraram na casa de Pachinko. O jeito como ele havia descrevido a vida dela como previsível e ridícula, e como isso a deixou magoada.

–Homens... nunca percebem quando estão sendo uns babacas! – Disse Lin, quase como uma indireta para Han (por causa do lance com as modelos).

–Pois é, parece que a lerdeza faz parte da natureza deles. – Suspirou Neela.

Nessa hora, Earl e Reiko gritaram lá de baixo que o carro de Neela estava pronto. Ela se despediu de Lin, desceu e foi embora. Sean, que estava conversando com Twinkie, notou a frieza da garota em relação a ele. Porém, não disse nada. Ele sabia o motivo dela estar irritada com ele.

Mais tarde, todos foram para o estacionamento. Apesar dos riscos, Sean também foi, mesmo tendo sido encarado por DK quase o tempo todo. Contudo, Sean ficou quieto, pois Han o havia advertido para que ficasse longe de confusão. Na verdade, DK encarava tanto Sean quanto Lin com olhar de ódio. Para ele, ambos estavam ali para atrapalhar a sua vida de algum jeito.

Depois de algum tempo, Lin começou a notar os olhares mortais de DK. Han estava ao seu lado, com um braço ao redor dela (sem marias gasolina em volta), e percebeu que ela estava incomodada.

–O que foi? – Perguntou Han, a abraçando mais forte.

–DK está estranho. Ele está me olhando como se quisesse me estrangular a qualquer momento. – Respondeu Lin.

Han sorriu de canto, com um olhar de quem queria aprontar e sussurrou no ouvido de Lin:

–Eu tive uma ideia.

Alguns minutos depois, Han e Lin se aproximaram de DK e Morimoto. Lin tremia um pouco, pois DK a deixava nervosa, mas Han a acalmou.

–E aí, DK? – Cumprimentou Han.

–Han... você trouxe seu cachorrinho. – Disse DK, zombando de Lin.

Han teve vontade de esmurrar DK na mesma hora, porém, não demonstrou nada. Ele estava prestes a dizer alguma coisa, mas Lin o interrompeu.

–Enfim, o “cachorrinho” quer correr. – Disse Lin, entrando no jogo de DK.

DK imediatamente começou a rir. Sabendo o que a garota acabara de pedir, não pode deixar de se lembrar da última vez em que ela havia pedido uma corrida. Não só perdeu, como saiu com a testa machucada e o carro totalmente quebrado.

–Garota, você se esqueceu o que aconteceu da última vez que me desafiou para uma corrida? – Perguntou DK, com tom de deboche.

–Quem disse que eu vim aqui para desafiar você? – Ela rebateu no mesmo tom de deboche, voltando o olhar para Morimoto.

Morimoto, querendo dar uma de superior, estufou o peito e encarou Lin com uma cara de nojo, dando uma risada sarcástica.

–Ela realmente acha que consegue me derrotar. – Disse Morimoto. – Ótimo, eu tô mesmo afim de tirar sangue do cachorrinho.

Após essa frase, Morimoto imitou um latido de cachorro, o que deixou Lin realmente irritada, e se levantou, indo em direção ao carro. Lin também foi em direção ao seu carro. Antes de ir para a linha da largada, ela recebeu um conselho de Han.

–Ele é impulsivo, sempre vai tentar te tirar da pista. Fique longe do carro dele e você não vai ter problemas para ganhar. – Disse Han, dando um selinho rápido nos lábios dela.

Lin e Morimoto já estavam na linha de largada, prontos para correr. Assim que o garoto japonês deu o sinal, ambos saíram em disparada. Lin tentou seguir o conselho de Han e ficar o mais longe possível do carro de Morimoto. E estava dando certo, pois ele era realmente impulsivo. Sempre que ele tentava empurrá-la, ela diminuía a velocidade, fazendo-o perder o controle do carro por alguns segundos. Perto do fim, Morimoto tentou tirar Lin da pista uma última vez, porém em vez de diminuir, Lin acelerou e Morimoto acabou batendo num pilar. Não estragou o carro, mas o deixou com o orgulho ferido de ter perdido para a garota que perdeu do DK.

Lin subiu a rampa, vitoriosa, fazendo vibrar quem estava torcendo para ela. Twinkie, Earl e Reiko gritavam o nome dela repetidas vezes. Han deu um sorrisinho quando viu a expressão de ódio no rosto de DK. Minutos depois, Morimoto subiu a rampa, gritando histericamente dentro do carro. Ele realmente não sabia perder. Antes que Lin pudesse descer do carro, DK já tinha ido falar com Han.

–Ela venceu... qual carro vai querer dessa vez? – Perguntou DK.

–Dessa vez nenhum. Apenas quero que você e os outros parem de debochar dela. – Respondeu Han, rigidamente. – Entendeu?

DK, mesmo relutante teve que aceitar. Iria ser difícil não zombar de Lin de agora em diante, mas aposta é aposta.

Lin desceu do carro e Han foi até ela. Ele não a beijou, mas a encarou com um olhar sedutor.

–Eu não falei que ia ser uma boa ideia? Você ganhou uma corrida e ainda conseguiu deixar o DK irritado. Foi uma das melhores coisas desses últimos dias. – Disse Han.

–Você é cruel. – Respondeu Lin, dando uma risada. – Mas eu gostei. É melhor a gente ir agora.

Han concordou e a turma voltou para a garagem, após deixarem Sean em casa. Naquele dia não teve festa, pois todos estavam cansados. Han quis “parabenizar” Lin pela vitória dela, em seus típicos amassos no sofá da sala. Mal sabiam que estavam sendo observados.

–O que acha de irmos para a cama? – Perguntou Han.

–Acho uma ótima ideia. – Ela respondeu. Han sorriu, mas antes que pudesse retornar a beijá-la ela rebate – Mas cada um na sua.

Ao ouvir isso, Han a largou imediatamente e foi para o quarto. Antes de entrar, ele ouviu novamente a voz de Lin, que já estava na porta do quarto dela.

–Não se preocupe, um dia vai ser na mesma. – Ela diz, com um sorriso malicioso, entrando no quarto.

Ela realmente quer me deixar maluco, pensou Han. No outro dia, todos estavam reunidos. Eles não estavam fazendo nada particularmente interessante. Até a (maldita) hora em que Earl resolveu abrir a boca.

–Vocês todos são uma desgraça para o Drift. – Disse Earl, ganhando a atenção de todos. – Ei, Sean! Quantas vezes você trocou as peças do Evo essa semana?

Sean o encarou com um olhar de morte, mas ficou quieto.

–Reiko-chan. – Reiko o encarou. – Esse insetinho que você dirige só serve pra uma coisa. E não é para o Drift, e sim, pra levar as pranchas para a praia.

Reiko avançou nele, mas foi segurada por um dos frequentadores da garagem.

–Ei, Twinkie. Você dirige uma van, você não pode fazer drift! – Earl estava destilando veneno.

–Lin pode até ser boa. – Ela o encarou. – Mas é uma péssima professora, uma porta aprende Drift melhor sozinha do que com ela.

Lin voltou o olhar para Han. Ela estava sentada num banquinho, jogando xadrez com ele.

–Eu posso? – Perguntou Lin.

–Fique a vontade, só não vai quebrar. – Respondeu Han.

Ela pegou a primeira vela de ignição que viu pela frente e jogou na cabeça de Earl. Ele desviou, mas por pouco não o acerta na testa.

–Não adianta ficar irritada, só estou falando verdades. – Retrucou Earl. – Ei Han, o que é isso? Um tipo de Olimpíadas Especiais do Drifting?

Nessa hora, ninguém aguentou. Sean e alguns outros agarraram Earl e o prenderam na parte de cima do carro de Reiko. A mesma fez questão de dar as chaves do carro para Twinkie. O castigo iria ser pesado.

Eles foram para um estacionamento abandonado. Twinkie dirigia o carro de Reiko, com ela no banco do carona e Earl amarrado no teto. Ele fazia Drift acelerado. Reiko estava morta de rir com os gritos de pavor de Earl.

–Twinkie, vá devagaaaaar! – Gritou Earl.

–Quem disse que eu não posso fazer Drift? – Perguntou Twinkie. – O carro da sua mãe é uma porcaria, então não venha falar mau do meu!

Mais algumas voltas de tortura para Earl e diversão para Twinkie e Reiko e eles pararam. Era só um pequeno castigo para fazê-lo calar a boca. Depois desse dia, Earl nunca mais falou mal das habilidades de ninguém.

Naquela noite, não teve corrida, apenas a festa. Tinha muita agitação e muitas marias gasolina (como sempre). Mas Han dispensava todas, pois a única garota que o interessava era Lin. Após algum tempo, Lin foi ao banheiro, porém antes de chegar lá, foi surpreendida por uma mão a puxando para trás. A pessoa misteriosa a arrastou até uma sala vazia, no andar de baixo.

–Mas o que é isso? – Lin perguntou, indignada.

–Quietinha aí! Se gritar, você morre, tá entendendo? – Disse a mesma modelo que estava com Han há dois dias. A mesma que jurou vingança contra Lin. Ela segurava uma faca contra o pescoço de Lin.

–Você ficou maluca? – Perguntou Lin, tremendo com aquela coisa no pescoço.

–Maluca não, apenas estou cuidando do que é meu! – Disse a modelo, segurando a faca com mais força. – Quem você pensa que é pra tirar o Han de nós? De mim!

Aquela situação não iria ser fácil. Lin estava presa numa sala, sozinha com uma louca que segurava uma faca no seu pescoço. Como ela iria se livrar disso?


Continua.


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Notas finais do capítulo

Gente O.O tem uma louca prestes a mandar a Lin pro beleléu se o Han não fizer nada! Fora as partes tensas, o que acharam da Lin ganhando do Morimoto? E o castigo do Earl? KKK essa parte foi baseada numa cena deletada do filme :)


Kisses