Guerra Elemental escrita por Ed Henrique


Capítulo 39
Redenção


Notas iniciais do capítulo

Oi, povo lindo :).
Avisando desde já que na próxima semana não terá capítulo, pois terei prova em dois cursos diferentes um dia depois do outro, então sinto muito, mas agora só dia 24/04.



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Edgar on

–Ai, ai. – Coloquei a mão na cabeça, sentindo algo molhado, sangue. – Como eu vim parar aqui? – Comecei o processo de cura, que estava lento por eu estar com dor de cabeça, e as lembranças vieram a minha cabeça. Enquanto ia atrás do Matheus e da Francy, alguém entrou na minha área de detecção, mas já tinha sido tarde demais para fugir. – Então foi isso. – Observei o local que me encontrava, devia ser um armário. Empurrei a porta, porém, ela não se movia. Podia destruí-la, mas isso iria me causar sérios problemas e... – Ai, ai, ai. – levei as duas mãos até a cabeça. – Acho que é melhor me curar primeiro. – Usei o método de meditação que nós, usuários de terra, usamos para nos recuperar, apesar que, daqui, longe das plantas, seria difícil. – Vem. Vem. – Me conectei com a árvore mais próxima, e, quando a senti próxima de mim, pulei dando um giro no ar, sendo segurado pelos galhos.

Por algum motivo, meus olhos se enxeram de água, mas logo que me conectei por completo com a árvore entendi. A escola estava sendo atacada.

Eu via com nitidez, alunos lutando contra golens humanos e tentando se defender. Pareciam estar em desvantagem, uma vez que o número inimigo era grande.

Tentei me concentrar e procurar meus amigos, contudo, não conseguia vê-los. Foi então que minha mente me levou para outro lugar. Eu não via as cenas como um telespectador, eu participava dela. Estava em pé do lado dos usuários de terra na área, enquanto um garoto, que aparentava ter a mesma idade do que eu na época, quinze anos, com uma estatura média, branco, cabelo loiro e olhos castanhos escuros, se encontrava do lado dos usuários de vento.

Flashback on

–A última luta vai começar. Do lado direito, Edgar, e do lado esquerdo, Rodrigo. – O professor de educação física anunciou.

–Como vai ser? – Perguntei. Havia ganho os outros, uns mais fáceis do que outros, então ele seria, como em jogos, provavelmente, o mais difícil.

–Uma luta total. Podemos usar qualquer tipo de magia ou luta.

–Por mim está ótimo.

–Comecem!

De inicio, minhas plantas me protegeram do ataque dele, e as usei para atacá-lo. Não era muito fácil lutar contra um usuário de vento que sabia usar ilusões, todavia, precisava vencê-lo.

Depois de muito nos atacarmos, eu o estava vencendo, então ele apelou para provocações, o que, de inicio, não surgiu muito efeito, até, claro, ele falar de uma das únicas pessoas das quais eu não admitia que falassem: minha mãe.

–É mesmo um filhinho da mamãe. Ou melhor, não tem, não é mesmo?

–Calado! – Aumentei o ritmo dos meus ataques, mas ele criou um tornado, que me pegou de surpresa, pois não sabia que ele sabia usar magia do terceiro ano.

–Você não pode me ganhar, seu sem mãe. Mas olha pelo lado bom, ninguém verá sua derrota quando você perder! – enquanto eu estava caído no chão, ele preparou um ataque e lançou em mim, contudo, criei um muro de pedra que me protegeu.

–Eu disse: – enquanto me levantava com os olhos fechados, liberava uma aura verde escura – calado! – Abri os olhos, revelando olhos castanhos claros. – Prepare-se, porque você já era.

Com um movimento de mãos, uma onda de terra ia na direção dele, o acertando. Não dei tempo para que ele se recupera e corri em sua direção, pronto para lhe dar um chute com o pé coberto de aura, mas o mesmo usou o passo de vento para fugir.

Nossa luta ficava mais intensa. Eu recebia golpes e cortes, porém, não me preocupava em me curar, apenas em acertá-lo. Até que aconteceu. Eu ia atacá-lo, mas minha cabeça começou a doer e caí no chão com as mãos na mesma.

–O que...

–Ilusão. – Respondeu arfando antes mesmo de eu terminar minha pergunta. Minha mente ia e vinha da arena, horas me amostrando um cenário onde várias pessoas eram mortas brutalmente, horas me amostrando onde eu realmente estava.

–Desfaça! – Ordenei.

–Só depois que você se render! – Ele falou. Plantas saíram por trás dele e prenderam seu pescoço, o enforcando.

–Acho que não! – Disse com um sorriso triunfante, mas logo foi tirado de mim, junto com o ar. – Me... larga. – Os professores só esperavam uma chance para poder terminar a luta. Ele usava magia proibida e eu fazia quase o mesmo. Aos poucos a cor dos meus olhos voltaram a cor original, mas ele ainda não parara, assim como eu. Resolvi tomar uma atitude, então estiquei a mão na direção dele, e a fechei.

A falta de ar parou e caí no chão sem força. Pude ver pelo canto do olho que o mesmo aconteceu com Rodrigo.

–Ele...

–Matou ele? – Foi a última coisa que ouvi antes de desmaiar.

Flashback off

Novamente, mais lágrimas caíram de meus olhos. Então era verdade o que Francyelle havia dito. Eu realmente matei alguém!

–Não chore. – Ouvi uma voz calma falar. Quando dei por mim, não estava mais no armário, e sim em um local todo preto. E, à minha frente, a Espírita Elemental da terra, minha mãe, Terim.

–Mãe.

–Por que choras, filho? – Ela perguntou.

–Eu matei alguém. Eu sou um assassino! – abaixei a cabeça, mas ela a levantou.

–Tenho certeza que você não o matou por simples prazer. – sorriu.

–Isso não muda o fato de que eu matei alguém. Eu não posso nem culpar meu lado mal, se é que posso lhe chamar assim agora.

–Não precisa se martirizar tanto. Você já pagou pelo seu pecado e agora, se lembrou de tudo, mesmo seu subconsciente querendo esquecer. – falou.

–Duas perguntas: por que o Hugo continua amaldiçoado e por que o Tiago tem essa ligação com as flores?

–Eu queria dar um poder diferente para um mago, e como você já seria muito poderoso, decidi dar para o jovem Tiago. – começou a se afastar de mim. Por mais que eu quisesse, não poderíamos passar horas conversando. – E está certo sobre o jovem Hugo. Uma maldição fez com que ele ficasse sem magia, e se alguém sacrificar sua magia, num processo parecido com o de amaldiçoar alguém, ele pode reaver a dele.

–Tem tantas coisas que eu gostaria de conversar com a senhora! – assumi.

–Eu também gostaria de conversar com você, mas no momento você tem algo mais importante há fazer.

Terim sumiu e fui trazido de volta a minha realidade. Já havia recuperado minhas energias, e resolvido o mistério que nos juntou. Eu havia me conectado com a Árvore Central, então pude me aproximar dela.

–Eu tenho que sair logo! – deixei as plantas voltarem para seu local de origem, destruindo a porta.

Desci as escadas e me direcionei para a entrada. Estava um caos. Alunos correndo de um lado para o outro, outros tentando jogar os golens humanos para fora, mas, um em especial chamou minha atenção.

Andei até Hugo e toquei em seu ombro, pois o mesmo se encontrava encolhido no chão com os olhos fechados. Sua reação me assustou, porque ele se assustou.

–O que houve? O que está acontecendo aqui? – Perguntei.

–E...eles começaram a atacar a escola assim que vocês saíram. – Disse. Estranhei o “vocês”, mas não perguntei. Sabia que quem havia me atacado devia estar enganando meus primos. – Eles... Eles...

–Reage, homem. – Dei um tapa com aura nele.

–Ai. – Reclamou. Pude ver uma aura verde o cercar, sinal que havia funcionado. – O que está havendo?

–Eu te devolvi a magia que você perdeu. – Disse.

–Maneira estranha de você fazer! – Alisou o local.

–Está com o que eu pedi? – Perguntei e ele pôs a mão atrás das costas, retirando um de seus desenhos. – Obrigado. Te vejo depois. – Caminhei até a porta e senti uma magia nela. Era diferente do que eu estava acostumado a sentir, mas, por algum motivo, eu já tinha sentido antes, porém, não sei dizer quando. Era estranhos, pois era como se fosse o vapor da água que estivesse um pouco abaixo do meu joelho, mas que me curava o corpo todo.

–Ei, vai para onde? – Hugo me perguntou, assim que corri na direção oposta da porta.

–Pegar um atalho.

Autor on

–É impressão ou eles não desaparecem? – Disse Thiago.

–O que é aquilo? – Um garoto apontou para as árvores atrás dos golens e todos, incluindo os golens, pararam para ver o que era. Três árvores se levantaram e ficaram cada vez maior, assumindo forma humana. Elas começaram a atacar os golens, destruindo-os.

–Shingeki (titãns). – Edgar caiu do céu, mais especificamente, de cima da escola, sobre o chão macio como se vários colchões houvessem sidos empilhados.

–Edgar, a Lili. – Thiago apontou na direção. Lili estava cercada por vários golens, mas pulou e ficou de cabeça para baixo, girando o bastão e criando um tornado inverso.

–Ela está bem. – sorriu.

–O que faz aqui? Não era para ter saído em uma aventura? – Thiago perguntou.

–Aconteceram algumas coisas. – Explicou. Sentiu um vento atrás de si, e ao se virar, viu um golem ser jogado longe. – Te devo uma, diretor.

–Que bom, porque já estava pensando em lhe pôr para limpar essa bagunça. – Sorriu.

–Só um minuto. – Passou por alguns alunos e parou próximo a um garoto estranho. Nunca o havia visto ali, então, quem era? – Mago de cura. – Chamou a atenção dele. – Quem é você? E porque sua cura é tão boa e precisa.

–Fui mandado pelo diretor da Escola Elemental do Norte para dar suporte aos magos do Sul. Olha, parece que vocês estão precisando de umas aulinhas sobre cura. – Implicou.

–Como? – Arqueou uma sobrancelha e o garoto se aguentou para não rir. Edgar sentiu projéteis indo em sua direção, então abaixou, fazendo com que acertasse um golem que o atacaria pelo lado. Olhou na direção em que os projéteis haviam sido mandados, vendo seu rival com um arco e mãos, pronto para acertar outro golem. Fez com que as plantas mais próximas fossem na direção dele. O garoto voou e as plantas acertaram um golem. Trocaram um pequeno olhar, mas logo voltaram suas atenções para a batalha.

–Edgar.

–Conselheiro, quem eu precisava falar.

–Não temos tempo para falar, vou usar o deslocamento por terra para te mandar para onde seus primos estão. – Disse.

–Era isso que eu ia pedir. – Preparou-se. – Quando quiser. – Pedro juntou as mãos e tocou no chão, mas antes de Edgar ir, algo veio em sua cabeça. – Você não me disse seu nome! – olhou para o garoto de olhos acinzentados.

–Davi. – sorriu. – Manda um “oi” pro Matheus por mim. – Edgar foi jogado no buraco e se lembrou. Davi era o garoto que tinha ajudado ano passado, o mesmo Davi de quem Matheus falara.

Enquanto era levado, sua mente só pensava em com quem os primos deviam ter ido para a luta. Não devia ser ninguém fraco para poder enganar o Marcos. Ao longe, viu algumas pernas e areia movediça. Esticou a mão a mão direita com a esquerda sobre o braço direito, desfazendo a areia movediça e levantando da terra entre os inimigos e os primos, por fim.

–Edgar? – Marcos perguntou para ter certeza.

–O único filho de Terim! – Falou.

–Ei, te fiz esperar muito? – Perguntou Matheus. Finalmente achara quem tanto procurava, apesar de ter esquecido que o procurava.

–Na verdade, foi mais rápido do que imaginei!

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, ansiosos para o próximo capítulo?



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