Eu,Dimou. escrita por undersevenkeys


Capítulo 9
Tenho uma tatuagem ?




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– Minha nossa!- gritei.

– Rachel, tá tudo bem aí?- Mari bateu na porta

– Ah, tudo, eu só...- eu não sabia o que dizer, estava desesperada olhando para o meu pulso com todo aquele espinho apertando cada vez mais, eu podia ver meu sangue escorrendo.- Era só um besouro, t-tá tudo bem!

– O.k. - ela respondeu meio desconfiada.- Se precisar de mim to aqui.

– Obrigada ma.- tentei tirar os espinhos o que só piorou a situação fazendo com que ele crescesse e subisse para o meu braço apertando cada vez mais, comecei a chorar. Eu precisava de ajuda.
Vesti rápido um suéter branco e coloquei a primeira calça jeans que eu vi na minha frente, pulei pela janela e corri o mais rápido possível para a sala do Sr.Ray, mas quando eu cheguei já havia alguém lá, era um homem alto e magro com cabelos grisalhos,tentei passar despercebida, o que não deu certo.
– Sim?- Sr.Ray perguntou como se não me conhecesse, mas quando o homem que estava na sala olhou para mim, Sr.Ray fez que não com a cabeça, e eu consegui entender o recado.

– Ah, me desculpe, estou atrapalhando?- eu engoli o choro.

– Bom, na verdade eu acho que essa não é uma boa hora, Srta.Rachel...

– Não se preocupe,- disse o homem magro.- eu já estou de saída. Raymond, o aviso está dado.- ele saiu da sala rapidamente, e depois desapareceu nas escadas. Eu olhei para o Sr.Ray

– Srta. Rachel? Essa é nova.- ele riu quando eu zombei dele

– Era o diretor, Rachel. Ele não pode saber de muita coisa, essa relação entre professor e aluno,para ele, é praticamente inaceitável...- antes que ele pudesse continuar a falar os espinhos apertaram mais meu braço e eu não estava mais aguentando a dor,me senti fraca e ele me segurou antes que eu caísse no chão.

– Sr.Ray...

– O que aconteceu?- ele perguntou olhando para mim preocupado, eu quase não tinha forças.

– Meu... Meu braço.- eu disse levantando a manga do meu suéter, o que fez com que Sr.Ray arregalasse os olhos como se tivesse horrorizado, e minha visão começou a escurecer, ele me pegou no colo e correu muito rápido, eu estava sonolenta, eu não enxergava nada, mas ainda podia ouvir a voz do Sr.Ray falando comigo, soava meio distante ''Rachel, fala comigo'' eu consegui abri o olho e já estava deitada em uma cama ''Vai ficar tudo bem''.
Acordei cansada, eu estava deitada em uma cama, num quarto que não era o meu, havia várias pinturas de paisagem nas paredes, tudo era decorado de uma forma um pouco rústica, havia uma lareira acesa logo em frente da cama, do lado da cama tinha um copo de isabro, não pensei duas vezes antes de tomar. Me senti mais forte, quando observei o resto do quarto percebi que haviam várias toalhas sujas de sangue, até que a porta abriu e o Sr.Ray entrou no quarto.
– Rachel, ainda bem.- ele correu até mim e se sentou na ponta da cama, ao meu lado.

– O que aconteceu?- perguntei confusa e olhei para o meu braço, que estava enfaixado

– Não se preocupe, você já está quase boa.- ele desenrolou toda aquela gase que envolvia meu braço e ele estava cheio de pontos, como se eu tivesse acabado de sair de uma cirurgia.

– Nossa. - eu disse olhando para o meu braço enquanto ele passava uma substância pastosa e verde nos pontos.

– Você perdeu tanto sangue... Achei você não fosse aguentar.

– O que era aquilo, Sr.Ray?

– Você andou se envolvendo com alguma bruxa, ou algo do tipo?

– Não.

– Hum... Curioso.- ele parecia confuso.- Isso é normal entre magia negra de bruxa ou ninfas, mas ninfas fogem de nós então...
–Ninfas? - eu perguntei

– Isso.- ele deu uma pausa.- Rachel, você andou falando com alguma ninfa?

– Talvez, por que? Não podia?

– Não vejo problema em falar com elas, é só que não é normal... Pera aí, ela colocou isso em você?

– Eu não sei...

– Bom, isso não importa agora. O que importa é que você está viva.- ele sorriu.- Vou te trazer um pouco mais de isabro.

– Ok.- Sr.Ray saiu do quarto e eu olhei para o meu braço que estava todo costurado até o ombro ''Isso vai deixar uma cicatriz e tanto'' pensei.

Depois de beber a isabro que Sr.Ray me deu quando ele voltou para o quarto ele me avisou que a cicatriz ia ficar um pouco diferente do que uma cicatriz normal.

– Como assim? - eu perguntei.

– Você vai ver.- ele disse cortando os pontos. Isabro acelerava a cura. Assim que ele tirou os pontos, de inicio parecia uma cicatriz normal, mas depois de alguns segundos ela começou a se transformar em uma espécie de tatuagem, onde estava preso toda aqueles espinhos foi formando uma tatuagem ilustrada com espinhos, por todo o meu braço até a altura do ombro, até que se formasse por completo.

– E agora Sr.Ray?

– Essa é a sua cicatriz Rachel. Sempre que alguém sobrevive a isso essa é a maneira de fazer com que você se lembre para sempre, isso faz uma das magias negras mais cruéis, porque não tem como você se livrar disso, literalmente.

– Entendi.- eu disse olhando para a cicatriz que agora era uma tatuagem que percorria todo o meu braço. Não gostei muito da ideia, para ser sincera.

Quando voltei para o chalé já eram nove horas da noite. Quando

as meninas viram a cicatriz, e elas sabiam do que se tratava, aprenderam na aula em que eu faltei. Elas estavam bem preocupadas.

– Caraca Rachels.- disse a Jessica passando os dedos levemente sobre a cicatriz.

– Olha, pra falar a verdade, eu achei legal.- disse a Maggie fazendo com que Mari e Jessica olhassem para ela com os olhos arregalados.- O que? Eu falei alguma coisa errada?

– Claro que não.- eu dei risada.- Até que ficou legal mesmo.- eu disse fazendo-as rir.

– Eu só não consigo entender como isso aconteceu Rachel.- disse Mari olhando para o meu braço pensativa.

– Nem eu.- eu respondi, mesmo sabendo que isso só poderia ser culpa da Péris, eu precisava falar com ela.- Vocês acham melhor eu esconder isso?

– Não!- todas responderam ao mesmo tempo.

– Isso é uma prova que você é uma sobrevivente, todos tem que ver isso, não há nada do que se esconder.- a Mari respondeu enquanto as outras meninas assentiram

– Sem contar que é muito raro.- disse Jessica.

– Tudo bem então.- eu sorri tranquila.

Eu queria ficar conversando com elas, mas eu tinha que resolver algumas coisinhas com a Péris, então tive que dar uma desculpa esfarrapada falando que precisava descansar por que tudo isso me deixou exausta, mas assim que as meninas saíram do meu quarto eu saí pela janela indo direto para o bosque.

– Péris! -gritei sem resultados. -Pér...- antes que eu pudesse terminar ela me interrompeu aparecendo logo atrás de mim, ela estava muito diferente do que eu estava acostumada a ver, estava com a pele quase ofuscante de tão branca mas seus olhos não estavam coloridos, estavam quase sem nenhuma coloração, com um leve cinza que separava a iris do restante do olho.

– Não precisa gritar queridinha. Vejo que você tem uma tatuagem agora.- ela riu e levantou a sobrancelha direita com tanta ironia em sua voz que me deu vontade de estrangular aquele pescocinho frágil... Calma Rachel, calma.

– Foi você, não foi?- eu disse me controlando ao máximo para não fazer nenhuma bobagem.

– Fui. Fui eu sim.- ela se aproximou de mim.- Pelo menos isso você não vai poder trocar por nada.

– Por que você fez isso?

– Não se faça de sonsa.- ela vociferou e eu dei um passo para trás.- Já disse que eu odeio que me troquem, ainda mais você. Eu nunca esperava isso de você, sua falsa.

– Péris, você não está entendendo a situação.

– Ah não? Então me explica.- ela disse quando seus olhos começaram a mudar de cinza para vermelho escuro

– As coisas não são do jeito que você quer entendeu? Essa é a minha vida, tudo bem? Agora vê se me esquece, você já causou problemas demais.- logo depois que eu disse isso ela pulou no meu pescoço e começou a me estrangular com uma força fora do comum. Eu tentei tirar suas mãos do meu pescoço mas foi impossível, ela apertava cada vez mais me olhando nos olhos enquanto eu tentava afastá-la de mim de alguma maneira, comecei a sentir um gosto de sangue na minha garganta, fui perdendo forças e lutar contra já não fazia diferença.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler *-*



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