Eu,Dimou. escrita por undersevenkeys


Capítulo 6
Srta.Heather ''some''




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– Eu sinto muita energia positiva hoje.- Sr.Ray era loiro com olhos azuis,sua voz era grave, mas era muito sonora, ele percorreu o olhar pela sala.- Mas tem alguma coisa estranha...- e então ele olhou para mim

– Vish.- eu murmurei.
– Ah! Você é a coisa estranha.- ele riu e se aproximou de mim.- Seu nome é Rachel, primeiro dia como diumou não é?

– É...- eu senti ele vasculhar minha mente, o que me incomodou bastante

– Humm, posso ver os seus dons...-eu não queria mais que ele vasculhasse, eu quis que ele parasse.- Mas por algum motivo eu não consigo mais... Que estranho.- ouvi pessoas sussurrarem e ele analisou meu rosto com um olhar diferente.- Você pode conversar comigo depois da aula?

– Claro.

– Ótimo.- ele sorriu novamente sumindo com a expressão séria que estava antes.- Bom, hoje nós vamos trabalhar com o nosso passado...- eu não conseguia prestar atenção na aula, todos os barulhos que vinham de lá fora estavam prendendo a minha atenção, para cada um deles uma imagem se formava na minha mente.
Quando tocou o sinal minhas amigas falaram que estariam me esperando do lado de fora, mas o Sr.Ray sugeriu para que elas fossem para as aulas, porque nossa conversa poderia demorar um pouco.
– Sente-se Rachel.- ele sorriu.- Veja bem, eu preciso que você deixe que eu visualize sua mente, para poder saber os seus dons, tudo bem?

– É...- eu não queria concordar, eu sabia que ele não queria visualizar só os meus dons.

– Você precisa querer para eu poder te ajudar, entende?

– É, eu acho que sim.

– Tudo bem, eu vou ver só o seus dons, nada mais.- não poderia ser tão ruim assim, então eu permiti. Ele me olhou nos olhos e eu senti uma parte minha, que eu não conhecia,ser tocada, mas logo em seguida eu senti ele tentar acessar meu passado, fiquei nervosa e então um campo de força saiu do meu corpo jogando Sr.Ray no chão.

– Você disse nada mais! - Eu pude sentir minhas pupilas dilatarem.

– Rachel, me desculpe, mas você precisa ficar calma.- só então eu me dei conta do que tinha acabado de acontecer, respirei fundo.

– Me desculpe, Sr.Ray, eu juro que não queria...

– Tudo bem Rachel,-disse ele se levantando.- isso é normal nos primeiros dias, por isso que eu precisava ver seu passado, para poder te ajudar, mas chega por hoje hoje.- ele riu.

– Todos te derrubam? Quero dizer, quando você tenta ler a mente deles?

– Bom, não... Na verdade eles nem sabem quando estão lendo suas mentes, era disso que eu queria falar com você. Rachel, existem dons normais entre dimous, os que todos tem, poder da velocidade, força e controle sobre o fogo, há dons raros, a persuasão e controle da mente, como os meus, mas os seus, eu não vejo dons assim desde...- ele baixou o olhar.

– Desde...?

– Bastante tempo, bastante tempo.- seu rosto ficou sombrio por uns instantes, mas logo depois ele voltou a sorrir.- Mas ter problemas com controle é bem normal, não se preocupe com isso. Ah, e sobre os seus dons, não comente isso com ninguém, como eu disse, não é muito comum, pode atrair alguns...- ele hesitou em falar.- Digamos que alguns probleminhas.

– Tudo bem.- eu não quis questionar. Ele olhou no relógio e sorriu para mim

– Vou te dar um passe-livre do restante das aulas por hoje, já que você não consegue prestar atenção na aula mesmo.- ele disse escrevendo num papel amarelo.- Sabe a entrada?

– Sei sim.

– Dê isso para o cara que está parado na frente, então você pode voltar para o seu chalé.- ele me entregou o papel.

Quando eu entrei no chalé ouvi alguém pulando na cama, corri e abri a porta do quarto rapidamente

– Caraca! Teu quarto é demais!

– Péris, oi...- ela parou de pular na cama, desceu e me deu um abraço

– Oi! Você ficou chateada comigo por aparecer aqui?

– É...

– Mas você falou que eu podia.

– Tudo bem, Péris, eu só não sei como...

– Como eu entrei aqui? Fácil, por debaixo da porta, ué.

– Ah, claro. Por que não?- ela deu uma rizadinha e a cor de seus olhos mudaram de lilás para verde-água.

– Então, eu tava pensando... Será que você não quer treinar seus dons comigo? Eu sou uma ótima treinadora.

– Não sei... Acho melhor não.

– Um dos seus professores encheram sua cabeça não é? Aposto que foi aquele idiota loiro... Mas Rachel, eu sou uma árvore! Eu não vou contar para ninguém, além do mais, eu que vi seus dons primeiro.- ela cruzou os braços e fez cara de emburrada.- Por favor?

– Ah,- eu bufei- tudo bem, vai.

– Isso!- ela começou a rir e me puxou pela mão.

Chegamos na frente do mesmo riacho que eu havia conhecido Péris e ela ficou logo atrás de mim

– Bom, sabe toda essa história de manter o controle? Vamos esquecer isso, você vai se concentrar em uma parte de você que ainda não conhece, mas pra isso você precisa de algum sentimento forte.

– Tá, isso é fácil.- parei de me controlar e pude sentir minhas pupilas dilatarem

– Muito bom, Rachel!- ela sorriu, e logo em seguida o tom de sua voz mudou, ela apoiou suas mãos nos meus ombros, falando no meu ouvido.- Agora, lembre da cena em que a Lily e o Andy se beijaram, lembra como eles destruíram seu coração.- meu corpo ficou quente, começou a formigar.

– Agora foque em tirar isso de dentro de você.- meus ouvidos estalaram, e eu estava sentindo muita dor, e foi aí que uma bola de fogo saiu de dentro de mim, atravessando meu corpo e sumindo com a dor.

– Isso foi perfeito, Rachel.- ela disse, mas eu mal pude ouvir, comecei a ficar tonta.- Calma, respira fundo, se não você vai apagar.- eu tentei, mas não consegui e desmaiei.

Sonhei que eu estava vendo dois olhos pretos, eu estava deitada de bruços do chão e eu via a silhueta de um menino no meio da neblina, ele veio na minha direção para me atacar, mas eu não pude ver seu rosto, nem se quer me mexer. Foi então que o Sr.Ray me acordou

– Rachel! Pela mãe natureza, menina.- ele me chacoalhou, minha cabeça latejava

– Oi.- eu disse, sem voz.Ele abriu a bolsa e pegou uma garrafa com aquele líquido rosa florescente

– Beba isso.- eu obedeci, já era escuro, eu podia ver as estrelas por dentre as árvores.

– Que horas são?

– Onze e meia. Tem muita gente atrás de você, pelo amor...- ele passou a mão na cabeça, pegou o celular e ligou para alguém avisando que já tinha me achado, ele iluminou o lugar com uma lanterna e viu a grama chamuscada ao meu redor.- Você usou seus dons, não usou?

– Usei, mas...

– Rachel, isso é perigoso, eu lhe disse que...

– Está tudo bem aí?- era a voz da Srta.Heather.

– Tudo, ela só se perdeu, já estamos indo!

– É a Srta.Heather?- ele assentiu com a cabeça e se aproximou

– Amanhã depois da aula, vá a minha sala.- ele sussurrou, eu balancei a cabeça, assentindo.- Tudo bem, agora vá e leve a isabro com você.

– Isa-o-quê?- ele me entregou o líquido rosa

Isabro, agora vai e toma isso enquanto estiver se sentindo fraca.

– O nome disso é isabro?

– É, Rachel, mas você precisa ir!- disse ele me apressando.- E não confie em ninguém entendeu?

– Entendi.

A Srta. Heather estava parada na porta do meu chalé, ela me abraçou quando eu cheguei.

– Rachel, você não pode sumir assim, por um instante pensei que você...

– Que eu estava morta?- eu li sua mente, ela franziu o cenho.

– Olha, as coisas não são exatamente como elas parecem. Tudo bem, eu sei que é complicado, mas quando se lê as entrelinhas...- eu sentia raiva dela.

– Quer saber o que eu acho? Eu acho que você deveria sumir daqui, Srta. Heather, acho que devia parar de querer que eu goste de você, porque isso não vai acontecer. Se perca, Srta. Heather, se perca por dois meses, ou até alguém achar você. Ah, e antes que eu me esqueça, nunca mais toque em mim de novo.- eu sorri cinicamente e entrei no chalé. Quando eu subi as escadas Mari apareceu do meu lado.

– Tudo bem?- ela perguntou séria

– Tudo, só estou cansada.

– Eu ouvi sua conversa com a Srta. Heather, eu não sabia que você tinha dom de persuasão.

– Eu não sabia...

– Olha Rachel, você sabe que se alguma coisa acontecer com ela eu vou ser obrigada a contar para alguém.- pronto, era tudo que eu precisava, mais um problema na minha vida. Eu precisava fazer alguma coisa.

– Contar o que?- eu perguntei

– Contar sobre...Sobre...- ela parecia confusa, então eu me concentrei mais para que ela realmente esquecesse tudo.

– Sobre o que?

– O que?- ela olhou pra mim como se não estivesse me entendendo mais.

– Não sei, você que está falando.- eu sorri

– Verdade, nem sei o que eu estou fazendo aqui, acho que sou sonâmbula.

– Vai dormir, Mari.- ela desceu as escadas e eu entrei no meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é muuuuito importante pra mim, mesmo que você não tenha gostado. Obrigada por ler (:



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