Eu,Dimou. escrita por undersevenkeys


Capítulo 14
Mais dons


Notas iniciais do capítulo

Então, agora vou tentar escrever com mais frequência, aconteceu um monte de coisa por aqui e eu acabei ficando sem vontade de fazer nada, foi como se eu tivesse perdido minha essência nesses ultimos dois mêses, mas agora to melhorando de novo (: Espero que gostem, boa leitura.



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Logo depois acordei em choque, já era de manhã e Aron não estava mais em sua rede ''Meu deus, a mistura'' pensei e desci da árvore cuidadosamente e em estado de alerta, minha mochila estava nas minhas costas, eu peguei a garrafa com a mistura e corri os olhos pela floresta ''Que horas são?''

– Aron?- chamei. Silêncio. Não consegui ouvir nada, mas quando dei um passo para frente consegui vê-lo, escondido entre as folhas de um arbusto, sua respiração estava ofegante.

– Aron?- eu chamei novamente e dei um passo em sua direção

– Onde está a mistura?- ele rugiu, estava agressivo e eu me assustei

– Está aqui.- eu disse me aproximando mais

– Me dá logo isso. E fica longe.- ele estremeceu, mas eu não recuei me ajoelhei na sua frente, ele tentou arrancar a garrafa das minhas mãos, mas eu tirei a tempo.- Rachel, eu não vou conseguir me controlar!

– Vai sim.- eu disse tranquilizando-o, então abri a garrafa e a aproximei de seus lábios, ele tentou beber com volúpia, mas eu evitei que isso acontecesse, eu não sabia quanto tempo ficaríamos lá e essa era minha única isabro.- Tá tudo bem, você vai ficar calmo.

– T-tá.- ele assentiu tomando o segundo gole, ele estremeceu e tossiu um pouco, mas em pouco tempo ele ficou completamente estável novamente.

– Tudo bem?- eu perguntei.

– Tudo.- ele sorriu pra mim. Aron era realmente lindo, seu sorriso parecia ter um mistério especial que deixava ele mais interessante. - Obrigado.- Ele saiu correndo e pulou numa árvore.

– Aonde você vai?- gritei.

– Silêncio, menina estável.- ele respondeu distante. Aron sumiu por uns dez minutos e voltou com dois potes de comida, com arroz, um purê estranho, algumas verduras e um peixe cru.

– Onde achou isso?- perguntei.

– Eles deixam comida pra mim, Rachel. Eu sigo o cheiro e assim não vou atrás deles, e sim da comida.- E eu sabia o quanto estar instável dava fome.

– Ah sim...- respondi. Ele me deu um dos potes, quando pegou o dele jogou um pouco de fogo no peixe, fazendo-o grelhar. Aron era hábil, ele fazia as coisas com tanta naturalidade, parecia que estava sempre equilibrado, como era possível ele conseguir controlar os dons dessa maneira e eu não?

– Pode comer, tá gostoso.- ele disse com a boca cheia e eu comecei a comer calmamente.

– Aron, que dons você tem?

– Consigo controlar qualquer elemento natural.- Até onde eu sabia, controlar os elementos da natureza não era muito comum.- E você?

– Eu não sei meus dons direito, um professor lá do acampamento sabe, ele disse que sou um ser raro e que meus dons não são encontrados em alguém há décadas.

– Caraca, Rachels.- ele disse fazendo uma careta, eu dei risada.- Eu posso te ajudar.

– Com o que?

– Com seus dons, eu consigo sentir os dons dos dimous.- ele deixou a comida de lado e se aproximou chegando bem perto de mim.

– O que vai fazer?

– Vou ver seus dons, ué.- ele encostou sua mão na minha nuca e me puxou para perto encostando sua testa na minha, fechou os olhos, senti como se uma pena estivesse viajando no meu cérebro, tocando aquela parte dos dons, foi bem agradável, era relaxante, não sentia como se alguém estivesse tentando invadir minha mente, pra falar a verdade a sensação era quase indescritível.

– Uau.- ele disse se afastando e sorrindo.- Você é muito poderosa, tem tanta coisa que dá pra você fazer, tem umas coisas que eu não sabia que era possível, tipo você pode se transformar em qualquer forma que quiser, e quando digo isso não quero dizer só mudança de idade e tal, mas em qualquer coisa mesmo.

– Sério isso?

– Sim!- ele se empolgou.- E também pode influenciar as pessoas a fazer coisas pra você, pode controlar as emoções delas e ler a mente também. E tem uma coisa muito legal, ninguém pode bloquear seus dons, além de controlar todos os elementos naturais também.- eu balancei a cabeça confusa, por que o Sr.Ray não me contou tudo isso?

– Isso é... Bem legal.- eu disse e ele sorriu.

– Isso é demais, você sabe usá-los?

– Não, tem uns que eu nem sabia que tinha.

– Quer tentar comigo? Tenta algum que você não saiba.

– Isso pode ser perigoso?

– Claro que não Rachels.- ele apertou minha bochecha e eu tirei a mão dele rápido, ele riu.

– Tá bom vai, só que se acontecer alguma coisa com você...

– Vai logo.- ele endireitou a postura, e eu me concentrei nele então comecei a mudar suas emoções, primeiro para muito feliz, depois para triste e fui mudando seu humor rapidamente, foi engraçado, confesso. Depois que eu parei ele olhou pra mim confuso

– Cara, isso foi... - ele arregalou os olhos e sacudiu a cabeça.- Eu realmente senti.- ficamos em silêncio por um tempo

– Nunca mais faça isso comigo tá?- ele riu

– Vou fazer o meu melhor para resistir.- brinquei.- Bom, agora vamos.

– Vamos.- ele se levantou estendendo a mão para que ele me puxasse.

No caminho, Aron tentava puxar conversa, ele era uma companhia muito agradável eu queria dar mais atenção, mas o fato de Péris estar se passando por mim nesse momento não saía da minha cabeça.

– Como você se transformou?- ele me perguntou.

– Foi no orfanato que eu morava antes de ir pro acampamento, tinha uma menina que me enchia o saco lá e eu atirei ela no espelho do vestiário.

– Vish.- ele riu.- Deve ter feito uma bagunça.

– Você não imagina.- eu ri.- E você, como se transformou?

– Ah...- ele respirou fundo.- É uma história meio chata.

– Se não quiser contar, tudo bem.- eu disse.

– Eu conto, você me contou a sua. Nada mais justo do que eu te contar também.

– Você que sabe.

– Quando eu fiz dezesseis minha mãe e meu pai adotivos fizeram uma festa surpresa pra mim, chamaram todos os meus amigos. Eu morava na Inglaterra, quando cheguei em casa fiquei tão feliz com tudo que eles tinham feito...- Ele hesitou em continuar.- Mas eu comecei a ficar com raiva, e quando estourei matei todos, cada um que estava na festa e eu me lembro de ter matado meus pais, eu me lembro de tudo.

– Nossa...- foi tudo que consegui dizer, eu pude sentir sua dor.

– Eu sei, meio chato.- ele tentou sorrir. Aron sempre estava de bom humor, e na maioria das vezes ele conseguia, não me agradou muito vê-lo ''murchar'' desse jeito.

– Tô me sentindo culpada de ter te perguntado.

– Relaxa, Rachels.- caminhamos em silêncio por mais alguns minutos, mas Aron voltou a se animar e a conversar comigo sobre outras coisas, me contou sobre alguns animais estranhos que ele viu na ilha e também sobre plantas que ele havia comido.
Eu andava atrás de Aron, distraída, até que ele parou rapidamente e eu acabei trombando em suas costas.

– O que aconteceu?- eu perguntei

– Chegamos, Rachels.


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Notas finais do capítulo

Não viu o trailer ainda? https://www.youtube.com/watch?v=f453r93_bWo



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