Os passos de Aron eram pesados ao meu lado, eu não sabia por quanto tempo estávamos caminhando mas eu tinha certeza que já fazia horas.

– Chega Rachel.- ele disse parando.

– Chega?- eu me virei olhando diretamente pra ele.

– É, chega.

– Como assim, chega?- eu franzi o cenho

– Eu to cansado, já tá de noite e a gente não parou nem pra beber água.

– Tem água na mochila, agora vamos.- eu continuei a andar mas ele não me acompanhou.- Por que a gente não pode simplesmente correr?

– Não sei. Você quer que achem a gente?- ele perguntou com um tom irônico que me irritou

– Não quero. Agora vamos andando.- tentei andar novamente mas Aron permaneceu parado.- Você não vem?

– Não.- ele respondeu

– Então eu vou sozinha. -quando disse isso ele começou a rir.

– Ah sim, boa sorte.- isso me irritou muito, cerrei os punhos e respirei fundo, ele percebeu e deu risada novamente.- Tá nervosa?

– Adeus, Aron.

– Adeus, Rachel.- ele disse subindo em uma árvore. Por mais que eu quisesse ir sozinha sabia que não podia, eu não conhecia a ilha seria muita burrice.

– Espera.- eu disse baixo e ele olhou pra mim com um sorriso no canto dos lábios.

– Sim?

– Vamos descansar, comer e amanhã continuamos.- eu senti minha pele ficar quente.

– Opa, eu ouvi um ''desculpa Aron?''.- ele sorriu pra mim.

– Vamos pular essa parte.- eu respondi

– Ok, você que sabe.- ele continuou a subir.- Espero que encontre sozinha.

– Tá bom!- eu disse.- Desculpa Aron.

– Que fofa.- ele pulou da árvore parando na minha frente e apertou minha bochecha.- Agora vamos dormir, em cima das árvores tem lugares onde dá pra dormir, eu fiz vários caso me perdesse na ilha. Você vai adorar, vem comigo.- ele pulou de novo na árvore e eu o segui.
Quando chegamos no topo da árvore, penduradas nos galhos haviam várias redes feitas com bambu e cipós, eu fiquei realmente maravilhada.

– Eu não sabia que isso era possível.

– Mas é.- ele disse pulando para uma delas, apontou para a mais próxima.- Deita nessa.

– Isso é mesmo seguro?- eu disse pisando lentamente na rede que ele me disse para deitar. Nossas redes estavam próximas, presas na mesma árvore, formavam um ângulo de noventa graus.

– Só tem um jeito de descobrir, não é mesmo? - ele riu e eu ignorei, me ajeitando na rede. Meus olhos pesaram rapidamente e logo comecei a sonhar.
Era Péris, ela estava no meu quarto do acampamento destroçando meu armário, até que Mari e Meg entraram no quarto

– Rachel?- elas chamaram batendo na porta, Péris então sorriu e respirou fundo, ao soltar a respiração ela foi se transformando em mim fisicamente, ficou igualzinha a mim.

– Pode entrar, meninas.- elas respondeu.