Eu,Dimou. escrita por undersevenkeys


Capítulo 12
Aron.


Notas iniciais do capítulo

Atualizei esse capítulo mais rápido, como semana que vem talvez eu não atualize, já adiantei esse aqui. Obrigada por acompanhar, boa leitura c:



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Eu estava com frio, fiquei um dia inteiro escondida embaixo da areia e não obtive nenhum sinal do menino, mas agora eu sabia que teria que ficar alerta a todo tipo de som, a todo o tipo de movimento que eu pudesse ver ou sentir. Eu estava com medo, mas levantei mesmo assim,o sol estava nascendo, precisava pegar os ingredientes e tentar usar no menino, eu não sabia se ia funcionar, mas eu não tinha outra opção, eu estava sozinha sabe-se lá onde e necessitava fazer alguma coisa, eu tinha que entender o que realmente estava acontecendo, saber o propósito de tudo isso e o porque eu vim parar aqui.

Foi fácil achar os ingredientes, demorou um pouco para achar a tal papúla, papúla era uma plantinha branca que normalmente se encontra no topo das árvores, aprendi em uma das aulas lá no acampamento. Eu juntei todos os ingredientes com a isabro que eu tinha na minha mochila na metade de um coco que eu achei, bebi a água e comi a poupa que tinha, mas não adiantou muito, continuei com fome. A mistura estava feita,era pastosa e verde, mas agora eu tinha que fazer a parte mais difícil, que era fazer com que aquele menino comesse isso aqui, a minha ideia era um tanto quanto suicida, mas era a única que eu tinha, eu precisava colocar na comida dele. Mas eu tinha um problema, todo o meu plano era por dedução, como por exemplo a panela que estava lá, não poderia ter sido ele quem cozinhou aquilo, não tinha nada na casinha, de alguma maneira, alguém deixava comida para ele. Sim, é uma dedução absurda, porque eu estou em uma ilha deserta, mas da mesma forma que eu cheguei aqui outra pessoa pode chegar, e o que eu faria é a comida dele e deixaria lá para que ele comesse junto com os ingredientes e rezaria para que ele fosse burro ou faminto o bastante para comê-la.

Consegui pescar duas trutas no mar que rodeava a ilha, esquentei-os em cima de uma pedra, tirei os espinhos, deixando só o filé, fiquei com vontade de comer também, mas eu sabia que a fome poderia esperar, passei a mistura por cima do peixe como se fosse algum molho gourmet, ficou parecido com um molho de hortelã e a isabro provavelmente deixaria com um gosto bom. Quando eu pensava que eu não tinha certeza de absolutamente nada do que eu estava fazendo tinha vontade de desistir, voltar para meu buraco na areia e morrer de tanto chorar.

Andei cuidadosamente pela floresta, seguindo a trilha com a comida na mão, avistei a casinha de longe, a porta estava fechada e as janelas também, eu espiei pelo vidro e vi que ele dormia no colchão, estava sujo de terra mas seu rosto parecia tão calmo e seguro, fugi da realidade por um instante. Na porta já havia outra panela com comida, ou seja: minha teoria estava certa, tinha mais alguém que vinha trazer comida para o demônio da tasmânia. Coloquei o peixe junto com a comida da panela e subi numa árvore, onde era alto o bastante para que ele não me percebesse, mas não tão alto para que eu pudesse vê-lo.

Ele abriu a porta da casinha rápido, com violência. Respirou fundo e franziu o cenho, olhou para cima como se procurasse alguma coisa, eu estremeci, mas ele pegou a comida rápido e comeu com a mesma velocidade, quase imediatamente ele começou a tossir e tremer, caiu no chão e gritou e então parou, e ficou inconsciente. Desci da árvore rápido, mas me aproximei devagar, senti sua pulsação o coração ainda batia, foi quando ele abriu os olhos e eu me afastei rápido, ele olhou pra mim e suas pupilas não estavam mais dilatadas mas eu continuava longe e em estado de alerta, ele se sentou e tossiu, olhou para as próprias mãos e arregalou os olhos depois mudando a direção do olhar, focando nos meus olhos, seus olhos eram azuis e intensos.

– Eu... Eu não vou te machucar.- ele disse confuso.

– Tem certeza?- eu respondi segurando em uma árvore.

– Sim.- seus olhos lacrimejaram, ele se levantou e eu dei um passo para trás. - O que aconteceu comigo? Eu não fico estável já faz um bom tempo.

– Do que você se lembra?

– De quase tudo. Me desculpa ter machucado você, eu nunca quis fazer mal para ninguém, é como se eu não tivesse opção, eu não sou normal... Começou tudo muito rápido e então me trouxeram para cá e os outros eles ficam presos...

– Os outros?

– Quem é você?- ele parecia bravo

– Calma,- eu o persuadi .- meu nome é Rachel, eu estou tão confusa quanto você.- ele ficou calmo e assentiu, eu peguei o peixe com a mistura que estava no chão. - Você precisa comer mais um pouco, por que a gente não dá uma volta enquanto você come, depois você pode dar um mergulho e se limpar um pouco. Você sabe seu nome?

– Meu nome é Aron.- ele disse quando começou a andar ao meu lado.- Vai doer se eu comer de novo?

– Eu não sei, mas você precisa comer.- eu disse com a maior tranquilidade do mundo e ele assentiu com a cabeça, mas quando ele comeu não teve nenhum efeito colateral ou algo do tipo.

Ele parecia cansado quando saiu do mar, eu tinha feito uma fogueira e também fiz um pouco mais da mistura se houvesse algum imprevisto... Ele se sentou ao meu lado, perto da fogueira.

– Como você fez com que eu ficasse calmo?

– Tem ingredientes pra isso.

– Lá os cientistas estão tentando faz tempo, mas todo os testes que fazem com os dimous acaba dando errado e eles morrem.

– Lá aonde?

– Você não sabia? Tem um lugar onde todos nós que não conseguimos nos controlar, ficamos presos em celas.

– E por quê você não está lá?

– Eles me colocaram aqui para que eu matasse qualquer pessoa que tentasse entrar ou que achasse a entrada.

– Você tá me dizendo, que tem uma ilha em que os dimous ficam presos em celas para experimentos?

– É quase isso.

– Mas, por quê?

– Porque não conseguem se controlar, estão tentando achar uma solução já faz um tempo.

– Caramba.- eu disse confusa. Eu sabia que tinha acabado de me meter onde não devia, eu nunca ouvi falar desse lugar onde ficavam os dimous que não conseguem se controlar, isso não faz o menor sentido. Ele parecia triste, mas ao mesmo tempo aliviado, olhava fixamente para a fogueira jogando as vezes pequenas bolinhas de fogo para que não se apagasse. Foi quando ouvi um barulho dentre as arvores, Aron e eu entramos em estado de alerta, as árvores começaram a balançar e foi quando Baby pulou de lá de dentro e rolou na areia.

– Graças a Deus, Baby.- eu acariciei seu pelo.

– Ele é seu?

– Sim.- Baby tinha um pacote amarrado em seu pescoço, eu desamarrei e lá dentro havia mais uma garrafa de isabro duas cobertas de lã grossas e uma troca de roupa masculina e um bilhete:

Rachel, espero que esteja viva, eu ainda estou, mas ainda estou preso, não sei mais por quanto tempo eu vou ficar, pode ser muito ou pouco. Consegui visualizar você e o seu amigo, o efeito da mistura dura um dia. Espero te encontrar viva.
Boa sorte, Kyle.

– Aron, você acha que pode me levar para o outro lado da ilha?

– Você acha que pode me deixa estável?

– Acho que sim.

– Então temos um acordo.- ele sorriu e eu não pude deixar de sorrir de volta.


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Notas finais do capítulo

Não viu o trailer ainda? https://www.youtube.com/watch?v=f453r93_bWo



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