Something Wrong - Pernico escrita por Lyra


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

GENTCHY, to cheia de redações e mais um monte de bosta da escola. Aqui onde moro, não é bimestre... é trimestre. E eu meio que tô no fim do primeiro semestre e... bem, TEM MAIS PROVAS QUE A PQP (se é que isso faz algum sentido e.e)
ENFIM, eu não tenho tempo pra responder todos os reviews agr, kra ;----; isso parte meu coração. MAS EU JURO QUE QUANDO PUDER VOU RESPONDER TODOS REVIEWS DIVÁSTICOS DE VCS, OKAY? OKAY.
Enfim, dedico esse capítulo ao John Malfoy Granger (porque assim talvez vc não me mate HU3 )



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482486/chapter/17

POV PERCY

Aquilo era um verdadeiro massacre.

Apesar do número, estávamos em grande desvantagem. O deus não se abatia... e cada vez mais pessoas caíam ao chão, desacordadas. O único movimento que o encapuzado fazia era mover as mãos e sugar a energia de todos... era impossível detê-lo.

Ao final, só sobrávamos Perséfone, Deméter, Quíron e... bem, eu. Nós simplesmente desistimos de correr até ele e tentar fincar nossas espadas/adagas/lanças em seu peito, como todos os campistas fizeram. Ao contrário: estávamos paralisados, estupefatos. Perséfone tinha uma expressão assustada, os olhos arregalados e o queixo caído.

O deus albino havia se sentado, escorado em uma parede rochosa do Tártaro. Nutria uma face despreocupada. Vez ou outra até bocejava, como se estivesse entediado. Olhou para nós, e deu um leve sorrisinho.

– Antes de mata-los, quero fazer umas perguntas. Se me permitem, é claro – completou rapidamente.

– Não vamos responder porra nenhuma – falei. Já estava ficando irritado. – Escolha logo quem você quer vivo e mate o resto de uma vez, antes que eu me irrite.

Ele simplesmente sorriu novamente, e começou seu interrogatório.

– Você – apontou para mim – O que você veio fazer aqui, no Tártaro?

– Meio que não tive opção – respondi, enfim. – Só isso? Já pode me matar.

Ele revirou os olhos.

– E vocês, as duas deusas e o centauro?

Perséfone engoliu em seco, olhando para os próprios pés.

– Hades – disse, apenas.

– Já imaginava – o deus-sem-nome falou, despreocupado. Pegou uma pedrinha no chão e começou a brincar com ela. Depois de uns minutos que pareceram durar anos, ele olhou para nós, e ergueu uma sobrancelha. – Vocês não vão se sentar?

Nos entreolhamos.

– Por que, diabos, sentaríamos? Você pode acabar com a gente se baixarmos a guarda – me irritei.

Ele fez um gesto de desdém com a mão.

– Bobagem – ponderou. – Eu poderia fazê-lo de qualquer jeito, até mesmo agora. Preciso esperar o chefe... e vocês não conseguiriam fugir, também.

– O chefe... Valdez? – Quíron questionou. Era a primeira vez em muito tempo que ouvi sua voz. Ele tinha se mantido invisível até agora.

O albino riu.

– Valdez? Não, claro que não. Ele é só mais uma peça. É muito maior que ele, meu chefe.

– Cronos... – Deméter pensou em voz alta.

O deus olhou para ela.

– Não, minha cara deusa inútil dos cereais – ela cerrou os punhos. – Cronos nos cedeu inúmeros poderes, mas não é ele o grande criador disso tudo. Parte crucial, sim; mas não o primórdio.

– Você está dizendo que existe alguém mais poderoso que...

Mas minha pergunta foi interrompida por um gritinho de felicidade do albino, que me fez olhar para onde ele olhava. Aquilo quase me convenceu de que eu estava delirando.

Não, não era Cronos, Valdez ou algum monstro...

Era o próprio Caos.

#

POV NICO

Logo depois que minha irmã sumiu, eu também saí (involuntariamente) do tal santuário. Em literalmente um piscar de olhos, eu me vi em uma cena horrível: todos campistas estavam caídos no chão, enquanto Perseus, Deméter, Perséfone e Quíron estavam em frente a um homem albino, que permanecia sentado, brincando com uma pedrinha. Sentei-me calmamente, torcendo que ninguém notasse minha presença.

Olhei para o chão, ao meu lado, e vi a adaga de Annabeth, que eu segurara até então. Peguei-a lentamente, tentando não fazer barulho. Escorei-me na parede, e levantei-me, quando o homem começou a falar. Olhei para ele, assustado, achando que ele tinha me visto, mas ele só havia pedido “vocês não vão se sentar?”. Perseus retrucou, irritado, ao passo que o homem disse que era bobagem, ele teria mesmo que esperar seu “chefe”.

Quíron, então, pediu se o tal chefe era Valdez. Cerrei os dentes ao ouvir o nome daquele idiota. Nesse momento, eu já estava de pé, torcendo para que as sombras estivessem me camuflando. Em um gesto quase que involuntário, olhei para o chão atrás de mim... mas eu vi a mim mesmo.

Eu estava deitado no chão, desacordado. Arregalei os olhos e dei alguns passos para trás – justamente na direção de Perseus e o homem estranho. Acabei tropeçando em meus próprios pés (algo muito comum para um herói filho de Hades, sem dúvidas) e caindo no chão, com um baque surdo. Nesse momento um silêncio se instalou, e o albino olhou em minha direção e sorriu. Já comecei a ficar desesperado, quando Perseus também se virou; mas seu olhar parecia distante. Então, olhei para acima de nós e vi sombras... sombras, quase igual ao que eu me transformava quando viajava. Observei mais um pouco, para ver tudo aquilo se materializando à frente de Perseus, na forma de um homem de terno – que, cá entre nós, era deliberadamente atraente.

– Então você é o famoso Perseus, hum? – ele disse, depois deu um leve sorrisinho. Retirou uma de suas mãos do bolso, e a estendeu a Percy, que apenas a olhou, sem se aproximar. O homem, então, deu de ombros e pôs novamente a mão no bolso. – Prazer, meu nome é Caos.

Caos?, pensei. Não conheço nenhum deus com esse nome...

Perseus olhou para ele, e transformou meus pensamentos em palavras:

– Pode me dizer o porquê de eu nunca ter ouvido seu nome antes?

O deus sorriu.

– Minta por si próprio. Sua mãe nunca lhe disse algo como Perseus, venha limpar seu quarto! Isso está um Caos? Claro que sim... mães falam isso. Pena que eu nunca tive uma...

– E o que isso tem a ver? – retrucou. – Você é, por acaso, o deus dos quartos desarrumados?!

– Gosto do seu humor sarcástico, garoto. O próprio sarcasmo era usado por filósofos na Grécia Arcaica... aquela foi uma era de ouro... mas enfim. Os deuses, eles são a ordem das coisas. O Bem. A Luz. Não é à toa que todos rezam a eles e não a titãs como Cronos. Eles são, literalmente, a Ordem. Já eu, sou o que mantém o equilíbrio: o Caos. Dizem que Poseidon é o deus dos terremotos, tsunamis e desastres naturais... mas não é bem assim. Tem um dedo meu em tudo isso, sabe. Eu sou mais presente na vida dos humanos do que os próprios deuses, mas, mesmo assim, os únicos que já ouviram falar de mim foram os egípcios. Para eles, o Caos toma forma de Apófis, uma serpente.

O rosto de Perseus, então, assumiu uma expressão triste.

– Então você fez todo esse monólogo só pra dizer que toda desgraça que acontece na minha vida... é por sua causa?

Caos suspirou.

– Não tenho culpa nisso, sabe. Sem querer ofender, claro, mas sua vida não é importante para mim. Saiba que eu não fico o dia todo te observando e falando que Há! O Perseus vai se ferrar hoje. Vou ferrar com a vida dele, há-há.

– Não me interessa – Perseus cortou. – Quando você vai tirar essa carinha de deus bondoso e amigo e tentar me matar? Cá entre nós, pode fazer o que quiser comigo... minha vida já acabou.

Ele, então, deu uma olhadinha em minha direção; ou melhor, no meu eu caído no chão, desacordado – e eu percebi o quanto aquilo era estranhamente improvável. Eu estava... morto? É isso? Isso explicaria meu encontro com Bianca... mas não explicaria o acordo que Valdez fizera comigo. Ok, ok. Eu poderia ter tido alucinações, ou sonhado – mas, mesmo assim...

Percebi que não tinha nada a perder, então simplesmente andei a passos rápidos em direção ao deus, com a adaga em mãos. Exatamente como esperava, ninguém notou minha presença. A angústia preencheu meu peito. Eu estava tão perto de Perseus, mas ao mesmo tempo tão longe... eu queria gritar, abraça-lo, dizer que não, eu não estava morto!

Fiquei entre Caos e Perseus, e encarei os olhos vermelhos do deus. Por um curto instante, ele ficou inquieto, e parecia ter percebido minha presença. Mas logo se recompôs e sorriu.

– Alguma hora eu o matarei, não vou negar. Mas, afinal, todos morremos, certo? E eu preciso me reerguer. Não estou no auge de minha força, você sabe... preciso ascender do Tártaro. Subir à terra e, quem sabe, aos céus? E você é o que preciso para isso... você e aquele garoto, o Di Angelo.

Ele cerrou os punhos.

– Nico está morto... e a culpa é sua – falou, entredentes.

Caos sorriu.

– Tão inteligente, mas ao mesmo tempo tão tolo... não, ele não está morto. O poder de Sebastian não mata, a menos que ele queira. E eu o ordenei que não matasse ninguém aqui. – virou-se para o albino. – E você cumpriu, Sebastian?

– S-sim, senhor – gaguejou o garoto, que aparentava ter uns vinte anos.

– Mas esse tal de Sebastian disse que ele não estava dormindo. Não minta pra mim.

Caos estalou a língua.

– Sebastian gosta de meter medo nos outros, não é mesmo?

– ENTÃO COMO POSSO ESTAR AQUI SE NÃO ESTOU MORTO?! – gritei, desesperado. Ele estava errado... não, não. Eu havia morrido. Em algum momento iria para o Submundo, sendo condenado ou liberto. Mas e se... e se comigo fosse diferente? E se eu ficasse preso àquele lugar para sempre? E se...

Caos arregalou os olhos.

– Vocês ouviram isso? – pediu. Todos franziram a testa, confusos. Caos deu de ombros. – Ah, esqueçam. Vozes do subconsciente. Estou cansado...

Sorri, maliciosamente. Um plano se formava em minha mente. Então ele podia me ouvir, hum? Era o plano mais besta e improvavelmente possível que eu já vira... mas tentar era válido.

– Não são vozes do inconsciente... – cochichei em seu ouvido. Ele respirou fundo. Ouvira, claro; mas queria fingir que não. – Você pode não me ver, mas eu vejo sua expressão assustada, tentando se controlar... tenho poderes que você não tem. Sou anterior ao Caos e à Ordem, e você não pode me deter. Solte os prisioneiros, e poderei poupar sua mera vida no Tártaro.

– Nunca – sussurrou ele. Todos olharam para ele, sem entender nada.

– Mestre...? – chamou Sebastian. – Está tudo bem?

Ele, de repente, pareceu ter saído do transe. Sorriu, pela quinquagésima vez no dia, como se tivesse descoberto a cura do câncer ou algo assim.

– Acorde os prisioneiros – disse, apenas.

Sebastian fez cara de quem não entendeu, mas logo obedeceu a seu superior quando o mesmo lhe lançou um olhar massacrante.

O deus menor fez um simples gesto com a mão, e, quando pisquei, estava de volta à minha forma orgânica. Sorri, mas quando olhei para a frente, encontrei Caos extremamente próximo. Meus batimentos aceleraram. Como meu corpo parara ali?

Caos sorriu, malicioso.

– Almas humanas viajam durante o sono profundo... e voltam ao seu corpo no lugar original. Mas no Tártaro é diferente... seu corpo é que vai até a alma. – ele, em um movimento rápido, pôs a mão em meu pescoço e o apertou. – Isso também acontece aos sonâmbulos, sabe. – riu. – Anterior ao Caos e a Ordem? Que piada!

– NICO! – Gritou Perseus, enquanto era contido por Sebastian.

– Tarde demais, meu caro Perseus – retrucou. – Nos vemos no dia do sacrifício.

Ele, então, viajou nas sombras – me levando junto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O Sebastian tem esse nome por causa do Sebby-san de Kuroshitsuji e é albino por causa daquele lindjo do Shion, de No. 6. Só para esclarecer u-u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Something Wrong - Pernico" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.