Something Wrong - Pernico escrita por Lyra


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

AI MEUS DEUSES, 100 REVIEWS TO MORTA GSUIS, ME SEGURA ROSANA.
OBG PRA TODO MUNDO AÍ *O*



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POV NICO

Leo mantinha sua espada apontada para mim, e não fazia menção de soltar. Ele poderia me matar a qualquer momento, quando bem quisesse.

Pense, Nico. Pense...

Meu braço estava estirado no chão. E percebi que bem ao lado de minha mão havia uma pedra. Uma pedra capaz de causar um grande estrago, se usada bem.

Ok. Uma pedra. Mas eu teria que distrair Valdez.

Então eu me lembrei do dia em que eu treinava com Perseus, como em um flashback.

Minha espada caiu no chão, ao mesmo tempo em que meu pulso começou a doer.

– Regra número um: sempre preste atenção – disse Percy. Ele se apoiava em Contracorrente, usando-a como se fosse uma bengala. Tinha pose de vencedor, e olhava para mim com um sorriso desafiador. Eu não iria desistir tão fácil.

Agachei-me para pegar a espada, jamais desviando o olhar dos olhos verdes de Percy. Empunhei-a, e ele sinalizou com a mão que estava preparado.

Corri até ele, e em pouco tempo ele me desarmou novamente.

– Regra número dois: jamais vá com tanta sede ao pote – e mordeu o lábio inferior, provocante.

Empunhando minha espada de novo, andei lentamente até ele. Ficamos nos encarando por um bom tempo, até que ele decidiu investir.

Pra variar, jogou minha espada longe. Mal percebi quando ele tinha me imobilizado, ficando às minhas costas, passando as mãos por meus ombros e me ameaçando com a espada na parte frontal de meu pescoço.

– Regra número três – sussurrou em meu ouvido. – Nunca fique de costas para o oponente.

Regra três: nunca fique de costas para o oponente. Pense...

– Leo... – ele fixou seus olhos nos meus, ao ouvir minha voz. – Me responda uma pergunta.

– Por que eu deveria? – e a distância entre a espada e meu pescoço diminuiu.

Droga. Eu tinha que pensar rápido.

– Você... eu sofri muito por você, seu idiota.

– Me chame de idiota de novo – ele respondeu, ríspido. – e eu finco isso no seu coração.

– Foda-se! Não tenho medo da morte. Meu pai é o deus da morte; ou será que você se esqueceu?

Ele ponderou por um instante.

– Todos temos medo da morte.

– Não. Não há nada nesse mundo que paga o preço de continuar vivo.

Falei com a maior convicção que pude.

Ele sorriu, e arqueou a sobrancelha.

– Nem o Jackson?

Engoli em seco. Ele tinha me encurralado. Essa era minha única razão de viver.

Respirei fundo, e olhei para longe, subitamente.

– Jackson está vindo! – disse, tentando soar convincente.

Como imaginei, ele se virou de costas para mim, tentando ver o que estava acontecendo.

Essa era minha chance. Em questão de milésimos de segundo, puxei a pedra e a bati com força na cabeça de Valdez, que instantaneamente começou a verter sangue. Ele era de um vermelho fortíssimo, mas brilhava dourado. Era como se alguém tivesse feito um desenho com cola colorida e depois passado glitter dourado por cima.

– Seu desgraçado! – berrou. E fez exatamente o que eu não imaginei que faria: fugir. Se infiltrou na multidão.

Eu precisava achar Percy. Leo pretendia fazer algo com ele, e eu não sabia o quê.

Corri, tentando manter-me o mais longe possível dos monstros.

Olhei para o lado, sem saber ao certo o que esperava encontrar, bem a tempo de ver Annabeth gritando e caindo no chão. Meus olhos se arregalaram e corri até ela.

– Annabeth! – falei, aterrorizado, ao ver o ferimento em suas costas.

Fiz o possível para erguê-la e leva-la para longe dos monstros e do restante dos campistas.

Coloquei-a de volta ao chão. Ela deitou-se de lado, e segurava sua própria barriga. Deuses, isso não era bom sinal. Poderia significar que o que quer que a houvesse machucado, ferira também seus órgãos. Aquilo não era superficial, sem dúvidas.

Além da adaga de bronze celestial que ela tinha em mãos, uma adaga de material negro suja de sangue estava ao seu lado; o sangue de Annabeth... e a adaga era uma das que Leo possuía. Sem pensar duas vezes, joguei-a o mais longe que pude.

– Nico... – ela murmurou. Lágrimas escorreram por seu rosto. – Me ajude.

– Calma... tudo vai dar certo. Não chegamos até aqui para morrermos agora, certo?

Ela assentiu. Estava tremendo.

– Percy – sua voz estava fraca demais para ser plenamente audível. – Percy...

– Annabeth, escuta aqui. Acompanhe a minha respiração. Tudo vai dar certo. Vamos vencer.

Ela fez grande esforço para respirar ao mesmo ritmo que eu. Mas, em certo momento, sua respiração foi acelerando. Eu não tinha como salvá-la, e ela sabia disso.

Seus pulmões procuravam desesperados por ar.

Medi seu pulso. Seus batimentos cardíacos foram enfraquecendo.

Subitamente, ela pôs a mão em meu ombro.

– Diga a ele... diga a ele que... eu o amo.

Seus olhos encontraram os meus.

– Obrigada – ela sussurrou. – Obrigada por... estar aqui.

Não consegui suportar vê-la assim. Eu a abracei, e ela retribuiu o abraço. Senti minhas lágrimas lutando para não cair. Então, fiz o que minha irmã sempre fazia quando eu estava mal – cantei.

Sing me to sleep. Sing me to sleep... I’m tired, and I, I want to go to bed. Sing me to sleep, and then leave me alone… Don’t try to wake me in the morning, ‘cause I will be gone…

Eu mal conseguia pronunciar as palavras. Um nó se formara em minha garganta, e eu tremia. Ela soluçou algumas vezes, até que uma última lágrima molhou as costas de minha camiseta. Seu corpo amoleceu em meus braços, e o tempo pareceu parar. Por um instante, os gritos e sons ao redor cessaram, e só ouvi o som abafado de sua adaga caindo no chão de pedra. A adaga que ela segurou até o fim. A prova do quanto ela lutou. Então, chorei, ainda abraçado a ela.

Relutante, aos poucos deitei seu corpo ao meu lado. Cruzei seus braços em seu peito, e sequei as lágrimas de seu rosto.

Senti a aproximação de alguém. Perséfone.

– Por favor! – implorei. – Você tem que salvá-la. Eu sei que você pode!

Ela olhou para os próprios pés.

– Eu... não posso. Não tenho esse poder...

– VOCÊ É UMA DEUSA! – gritei. – TEM QUE FAZER ALGO!

Ela mordeu o próprio lábio, e ficou calada.

Olhei para Annabeth. Eu sabia que Perséfone não poderia trazê-la de volta à vida; nem meu pai poderia. Aos poucos fui me acalmando. Sentei no chão, escorando minhas costas à parede, e olhando para o nada.

As lágrimas embaçaram minha visão. Por mais que eu não conhecesse muito bem Annabeth, ninguém merecia a morte. E eu não conseguia olhar para tudo aquilo sem sentir uma pontada de tristeza. Quando olhei novamente para Annabeth, flores desabrochavam ao seu redor, cobrindo seu corpo. Ao fim, apenas seu rosto sereno estava visível, e seus cabelos loiros estavam espalhados ao seu redor.

– Descanse em paz – disse Perséfone. Então, pegou a adaga de Annabeth e a colocou sobre as flores.

Uma lágrima escorreu por seu rosto, e notei que aquela era a primeira vez que eu via um deus chorando. Ela limpou a garganta, e passou as costas da mão no rosto, secando as lágrimas.

– Temos que ir.

– Tenho que... fazer algo – respondi.

Fui até Annabeth e peguei sua adaga suja de Icor.

– Vou te vingar, Annabeth – falei para mim mesmo, enquanto olhava atentamente a lâmina. – Eu juro pelo Rio Estige.

Ao longe, o som de um trovão era audível.

Os deuses haviam ouvido minha promessa.


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Notas finais do capítulo

Esse lado meio vingativo/protetor/chorão do Nico é porque é basicamente o que eu faria se tivesse em uma situação assim :v (já que dizem que eu sou muito parecida com o Nico psicologicamente, espero estar certa shaushauhs)
E NÃO ME MATEM, PF, SOU MUITO JOVEM PRA MORRER (e eu falei que a treta estava vindo, right? estou apenax cumprindo minha promessa u.u -qq)