Something Wrong - Pernico escrita por Lyra


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Okay... capítulo pequeno, até :s
MAS VALE A PENA, JURO u.u



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Uma hora ou outra eu teria que voltar ao chalé 3. Mas confesso que não queria. Eu estava nervoso... afinal, talvez ele estivesse confuso. Talvez aquilo não significasse nada para ele.

Talvez eu não significasse nada para ele.

Mas nosso encontro era inevitável. E, de certo modo, eu estava um pouco ansioso.

Respirei fundo, à frente do chalé. Encarava a porta de madeira, com detalhes de ilhas, sereias e outros seres aquáticos entalhados. Eu havia ficado “comemorando” com os outros campistas até àquela hora. Deuses! Já eram 11 p.m.

Quíron me explicara que aquele “truque” de desaparecimento é, na verdade, um dos poderes de Hades: viajar nas sombras. Os campistas pareciam animados, ansiosos, curiosos. Mas Quíron estava claramente nervoso, pensativo. Alguma coisa estava acontecendo sem que o Acampamento e eu ficássemos sabendo.

Voltei meus pensamentos a Percy. Ele estava a apenas alguns passos de distância. Bastava atravessar uma porta.

O encontro é inevitável O encontro é inevitável O encontro é inevitável O encontro é inevitável...

Então, abri a porta lentamente.

Perseus estava debruçado na escrivaninha, desenhando. O barulho da água salgada que jorrava da fonte era o único ruído do quarto.

Ele virou a cabeça para a porta, direcionando seu olhar a mim. Sorriu, e girou a cadeira. Desta vez, não tentou esconder os desenhos.

Levantou-se tão lentamente quanto eu abrira a porta. Veio até mim e fechou a porta que eu, sem querer, esquecera aberta.

Exatamente à minha frente, fez justamente a coisa que mais me deixava louco: sussurrou em meu ouvido.

– Agora não há como fugir.

Então, me beijou. Durante o beijo, girou a chave na maçaneta, trancando-nos.

Pressionou-me contra a porta de madeira, fazendo com que seus beijos fossem cada vez mais quentes e provocantes. O ar parecia ter sumido à minha volta, e eu precisava dele, precisava mesmo, mas não liguei.

A partir de agora, ele seria meu ar.

Meu chão.

Meu apoio.

Minha vida.

Ele passou a mão por baixo da minha blusa, como antes, mas agora a puxou para cima. Fez a mesma coisa com a sua própria camiseta laranja do Acampamento.

Eu estava suando, mas não notei sequer uma gota de suor no corpo de Perseus.

Passei a mão por sua barriga, contornando as formas de seus músculos. Já ele estava com uma de suas mãos em minha nuca e outra, no bolso traseiro de minha calça.

Ele parou, por um momento, de beijar minha boca, passando a dar leves mordidinhas em meu pescoço. Gemi baixinho, e juro que cairia no chão se não houvesse algo sólido atrás de mim.

Ele me puxou e, entre beijos, foi me levando até sua cama. Jogou-me nela, e foi se aproximando.

– Percy, para, por favor... – disse, ofegante.

Não. Por mais que eu quisesse, não iria fazer algo assim logo em um dos primeiros beijos.

Estendi meu braço, de modo que minha mão segurasse seu peito, impedindo-o de avançar em minha direção.

– Não me leve a mal, mas eu... nem te conheço direito – meus pulmões continuavam tentando encontrar o ar daquele quarto, desesperadamente.

– Na verdade – ele disse –, você derrubou meus materiais no primeiro dia. Concluí que você era o garoto mais chato da face da terra, e garanto que a sua conclusão foi a mesma. Depois, eu te salvei. Você até sorriu para mim.

Ele sorriu, finalmente se afastando. Sentou-se ao meu lado, na cama.

– E, então – continuou –, você me salvou. Me salvou dos meus pensamentos mais idiotas, ocupando o lugar deles. Me salvou da infinita solidão. Me salvou... de ser aquele cara idiota que só pensa em pegar mais garotas do que o resto dos amigos. Então, tecnicamente, nós nos conhecemos extraordinariamente bem. Ninguém jamais faria algo assim, tiraria conclusões sobre o outro... se não o conhecesse.

– Essas filosofias me deixam louco – sorri. – Mas, quero dizer... eu nem sei, por exemplo, qual é a sua flor favorita.

Depois pensei por um tempo, e disse:

– Como isso parece gay.

Ele riu.

– E não é pra ser? – perguntou.

– Ok. Vamos mudar a pergunta: qual sua cor favorita?

Ele pensou por um instante.

– Verde-água – disse, enfim. – O verde que às vezes vimos no mar. – olhou para mim – E a sua?

– Aquela cor que enxergo quando olho para o céu à noite. Poderia ser um preto... mas é quase um azul-marinho. Por causa da luz da lua, das estrelas. É algo diferente. Como dizem, mesmo? Em todas as trevas, há luz.

E ele disse, baixinho:

– Você é minha luz.

De repente, como por uma ironia do destino, a lâmpada se apagou.

Percebi Perseus vindo em minha direção, em busca do interruptor que provavelmente estava em minhas costas. Quando o encontrou, clicou no botãozinho umas dez vezes, mas a lâmpada se recusava a funcionar.

– Merda – disse ele, frustrado. – Acho que a lâmpada estragou.

– Talvez não seja tão ruim assim – respondi.

Então, nos deitamos em meio a beijos, e dormimos abraçados na cama minúscula.

E, naquele momento, podia jurar ter ouvido, em um murmúrio, a letra de Asleep.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo cu doce do nico. Maaaas, sei lá, é necessário :v
QUERO REVIEWS, HEIN, HEIN (tratem isso como uma ameaça -qq)