O Cubo escrita por Inara


Capítulo 3
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

GENTE, GENTE, GENTE!
Eu não abandonei vocês ç3ç ME PERDOEM.
Acho que ninguém lembra de mim ou dos primeiros capítulos dessa joça, mas eu vim do além atualizar as coisas e lembrar vocês QUE UM SONHO A MAIS NÃO FAZ MAAAAAAL ~ (8) /brincadeira
Estou devendo milhares de explicações, mas posso resumir tudo em: a vida não tá fácil pra ninguém. E é sério dessa vez, tive mesmo um bocado de problemas, dentre eles alguns foram a respeito da minha saúde, além de provas, algumas complicações nos meus relacionamentos (briguei com umas pessoas), fiquei abalada, tive um bloqueio psicológico, mas agora as coisas normalizaram, e prometo voltar à ativa mesmo!
Espero que não tenha ficado ruim :3 Aproveitem! E o capítulo quatro virá cheio de coisas legais *-*



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Enquanto caminhávamos de volta para a sala de aula, Alicia parou novamente no bebedouro para se nutrir de água. Esperei a garota terminar, e voltamos a andar pelo corredor, em movimento contrário à multidão de alunos do primeiro ano, cujas salas de aula ficam no final do corredor, perto da biblioteca.

A biblioteca! Nos distraímos tanto com a partida, que acabou não sendo tão rápida, que nem fomos estudar. Alicia também é do terceiro ano, e teremos prova de aritmética semana que vem. Bom, de qualquer forma, vou fazer de tudo para ajuda-la. Ela sorri enquanto caminha ao meu lado, e fala sobre um monte de coisa que eu nem sequer estou ouvindo... Droga, ela está virando o rosto pra mim...

– ...E aí eu perdi o último capítulo do seriado. Fiquei super chateada. Você conhece?

– Conheço o que?

– Você ao menos ouviu o que eu disse?

– Ouvi, claro. Você falava sobre... Um seriado que estava assistindo... E perdeu o último capítulo dele. Qual o nome do seriado mesmo?

– Lisandra. Aquele sobre uma mulher com poderes sobrenaturais que faz parte de uma organização de pessoas que nem ela, mas ela se apaixona por um humano normal e começa a causar problemas fora da organização. Assistiu?

– Sim, eu vi as duas primeiras temporadas! – sorri – Mas não pude ver a terceira, então, perdi o final da história.

– Acontecem muitas coisas! Deveria ter visto, é muito bom!

É engraçado conversar com ela. Enquanto fala, Alicia faz milhares de caretas e gestos com as mãos, é hiperativa, e parece realmente uma criança em alguns momentos, mas é absurdamente madura em outros. Isso me deixa bastante confuso, pra ser sincero, mas ela continua linda de qualquer jeito. *suspiro mental* N-não que eu esteja reparando muito! Ótimo, eu devo estar absolutamente vermelho agora. Ela arqueou as sobrancelhas, está rindo. “Nossa, Thiago, você realmente tem um charme inigualável. Deveria se chamar Doutor Sedução!” Como sou tapado.

– Está bem, Thiago?

– Estou, eu só...

– Você corou de repente, pareceu assustado. Viu alguma coisa?

– Não... É que... Bem...

– Estava pensando em algo? – ela sorriu.

– Sim, eu estava pensando. Mas não era nada demais, eu só... Me lembrei de algumas coisas. E fiquei meio constrangido, não deveria estar pensando nisso.

– Tudo bem... Se quiser falar, estou aqui pra ouvir.

Adentramos a sala de aula juntos. Sentei-me na segunda carteira da segunda fileira, e ela seguiu para os fundos, sentou-se e apoiou a cabeça na parede. Logo algumas outras garotas se aproximaram dela, e começaram a falar. O cubo estava guardado em minha mochila, eu não estava tentando resolvê-lo, estava me preocupando em ouvir sobre o que elas conversavam. Não é de meu costume ser fofoqueiro, mas escutei meu nome três vezes nesse meio tempo. Enquanto me esforçava para coletar informações do papo, fui pego de surpresa quando o apoio sob meu traseiro se desfez e caí com tudo no chão. Ouvi milhares de risadas escandalosas, inclusive femininas, e próximo de mim, segurando a cadeira, estava Erick esboçando um sorriso debochado na boca, com uma das mãos na cintura, e me olhava com o mesmo típico desprezo.

– Ops, escorregou. – ele disse.

– Muito engraçado, Erick. Muito engraçado.

Levantei, dei dois tapas leves na minha calça para limpar a poeira, e encarei a todos que riam de mim com uma expressão séria. Quando meus olhos cruzaram com os de Alicia, vi que ela não sorria, mas estampava pena e tristeza no rosto. Não pude deixar de me sensibilizar com a expressão dela, logo meus olhos brilharam, e abri um sorriso sem jeito pra ela. Erick percebeu, soltou a cadeira, colocou as mãos em meu peito e me empurrou para trás.

– Qual é a sua, Peãozinho?! Vai chorar? Vai pedir socorro pro papai e pra mamãe?

Cada palavra dele me dava agonia, e eu sentia vontade de espanca-lo, mas era óbvio que se eu tentasse, poderia me considerar morto. Enquanto pensava e decidia que atitude tomar, vi Erick se virar e, em seguida, cair no chão com as mãos no nariz.

– Você quebrou meu nariz, sua vagabunda!

– Eu não deveria ter sujado minha mão te socando, mas eu queria fazer isso há tempos, seu pervertido idiota. – Alicia parecia com raiva – Você está bem, Schwarz?

– Não precisava ter feito isso. Não deveria...

– Fiz por mim. – ela sorriu, tentando não soar arrogante.

– Estou bem, obrigado... Hikari.

Erick se levantou visivelmente puto. Alicia o encarou, de braços cruzados, com um olhar gélido. Por dentro, eu estava adorando ver o babacão de nariz quebrado, mas sabia que iria sobrar pra nós. E, como dito, foi feito. O professor de filosofia entrou na sala às duas e meia em ponto e se deparou com Erick de nariz vermelho, torto, e com sangue escorrendo até o queixo, Alicia quase voando nele, eu a segurando pelos braços, e o restante da turma jogando lenha na fogueira.

– Silêncio! – ele berrou.

Todos se calaram e se sentaram exceto nós três, que apenas encarávamos o professor, sem reação.

– Mas o que diabos está acontecendo aqui? Antes que falem, não quero saber. Os três de pé, pra diretoria. Agora.

– Professor, eu... – tentei.

– Não. Sem desculpas.

Sou um jovem morto. Quando essa informação chegar aos ouvidos dos meus pais, eles vão me estilhaçar. Estou observando o professor, ele chamou um inspetor do corredor. Ah, não! Ele não!

O inspetor, Josef, nos acompanhou até a sala da diretora. Muito sério, não nos atrevemos a falar nada, apenas andávamos atrás dele. Era alto, negro, de olhos castanhos profundos, boca grossa, quase sem nenhum cabelo na cabeça, e músculos evidentemente trabalhados. Sem dúvidas, Josef era o único naquele prédio que obtinha total respeito de todos os alunos, mas não por ser forte e amedrontar as pessoas, mas sim, por ser um cara legal, porém muito sério em serviço. Na hora do almoço, ele se senta entre os alunos, conversa, brinca, mas quando põe os pés nos corredores, acaba a amizade.

Ele abriu a porta dupla de madeira rústica para nós. Passou a mão sobre a cabeça de cada um enquanto atravessávamos pela porta, depois, fechou-a. Atrás da mesa envernizada, sentada numa cadeira que mais parecia um trono, de braços cruzados, estava a diretora. Uma senhora de sessenta e poucos anos, usava óculos redondos fundo-de-garrafa, tinha cabelos negros começando a ficarem grisalhos, olhos de um azul escuro, pele clara e enrugada, e um sorriso nada simpático nos lábios.

– Quero sinceridade, meus filhos. O que aconteceu?

Alicia e Erick começaram a falar juntos, eu me mantive em silêncio. A mulher simplesmente ergueu a mão e após alguns instantes, os dois se calaram.

– Um de cada vez. Comecemos por você – ela apontou pra mim – Percebi que ainda não se pronunciou. Pode começar.

Merda, merda, merda, merda, merda...

– Senhora Bullet, creio que tenha sido tudo apenas um mal entendido e...

– Garoto! – ela me interrompeu – Não é isso que eu quero ouvir.

– Certo... Bem, ele fez uma brincadeira comigo e ela interviu, foi apenas isso.

– Brincadeira uma ova! Erick puxou a cadeira para o Thiago cair no chão. Ele poderia ter se machucado, batido o cóccix ou a cabeça.

– E você deveria ficar quieta na sua, fedelha!

– Erick Bullet! Não foi essa a educação que eu te dei.

– Desculpa, vó.

– E como exatamente, mocinha, o nariz dele ficou assim?

– Eu soquei. – Alicia disse cheia de orgulho.

– Como pode confirmar isso com tanta naturalidade?! – perguntei.

– Ué, eu soquei, não soquei? Então.

– Só fez isso por que ele puxou a cadeira do seu amigo?

– Não. – ela ficou séria – Senhora Bullet, eu soquei o nariz do seu neto porque há dois dias ele me cercou perto do bebedouro e tentou...

– Tentou...? - a diretora ansiava por uma resposta.

Erick ficou vermelho e começou a murmurar: “cala a boca, cala a boca, cala a boca, cala a boca”.

– Tentou abusar de mim. Eu estava procurando a palavra adequada, sinto muito. Enfim, eu aproveitei a brecha do momento e quebrei o nariz do Erick. Sei que minha atitude foi precipitada.

– Jovem, sua mãe saberá do ocorrido. Eu mesma irei falar com ela. E, além disso, ficará comigo depois das aulas durante duas semanas.

– Certo, Senhora Bullet.

– Você, Erick... Nunca me decepcionou tanto. Seu pai ficará ciente disso, e creio que o castigo será muito bem aplicado por ele. E sobre seu nariz, vá até a enfermaria. Está dispensado.

O garoto saiu da sala a passos rápidos, ainda limpando o sangue que escorria. A diretora ajeitou os óculos e me encarou.

– E você... Sinto muito pela atitude do meu neto. Mas também está envolvido na situação, então, terei que comunicar seu responsável. Prefere que eu fale com sua mãe ou seu pai?

Pensei: Edgar é rude e bastante sério, se ficar sabendo disso, é capaz de me dar uma surra ou me deixar de castigo. Linda é mais calma e disciplinada.

– Acho que minha mãe vai receber melhor essa informação.

– Ótimo, vou falar com seu pai! – ela sorriu.

– Mas... Que?! Não, pera aí! Eu não disse isso!

– Estão dispensados, os dois. Voltem para a classe. E espero não ter que vê-los em minha sala por causa de uma situação semelhante.

Alicia virou-se e saiu. Eu estava pronto para segui-la, quando a Senhora Bullet chamou meu nome. Virei-me.

– Pois não?

– Acho que isso é seu, Thiago. – ela abriu a gaveta.

Em sua mão direita estava meu cubo mágico, com o lado azul montado e os outros da mesma forma que eu havia deixado embaralhado. Ela o estendeu para mim. Desentendido, peguei o objeto e saí de lá a passos rápidos.

Como isso estava com ela? Tenho certeza que o deixei na mochila... Guardei antes de ir pra informática. Tenho certeza! Esse cubo... Ele não é de Deus não!


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Notas finais do capítulo

Então? Cumpri meu objetivo? :3
Vejo vocês amanhã, sem falta, no quarto capítulo!
Não esqueçam do review, nem que seja pra me dar uma bronca... Sei que estou merecendo.
Beijinho pra vocês, meus amados o/



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