Se há amor, há tudo. escrita por Karol PH


Capítulo 4
Capítulo 4...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de tê-lo escrito...



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Eles entram na sacristia, ambos se sentam, Maria somente o olhava, percebeu que algo estava acontecendo e que ele estava se esforçando para poder contar.

PB: Maria, tudo o que menos queria filha era lhe causar mais um sofrimento, mais estou convencido que será melhor você ouvir de mim do que descobrir sozinha.

Padre Belizário começa a contar o que aconteceu desde quando ela foi presa, durante aquela manhã conta tudo sobre a mentira que fizeram seus filhos acreditarem .

M: (chorava descontroladamente) Por que padre? Por que Estevão fez isso comigo? (naquele momento realmente sentia-se morta ou apenas sem vontade de viver “mas viver para que?” ela pensava, seu mundo havia desmoronado outra vez, perdera tudo novamente, a esperança de recuperar aos seus filhos esvaiu-se, estava transtornada) eu estou morta, morta. Por que meu Deus porque estou condenada ao sofrimento? Se lutei até hoje era pelo sonho de ver meus filhos novamente, de abraçá-los, beijá-los, e agora? O que vou fazer? Por que continuar vivendo então?

PB: Filha imagino o seu sofrimento, e lhe digo que seus filhos também sofrem muito com toda essa mentira, sua presença lhes fez muita falta, eles precisam da mãe, precisam de você mais do que nunca.

M: Como padre se pensam que estou morta? Se não existo para eles nem mesmo em suas lembranças? Por que Estevão fez isso comigo? (chorava, sentia suas forças esvaírem de si)

PB: Eu sei que Estevão errou muito, e não estou tentando justifica-lo, muito pelo contrário eu nunca concordei com essa barbaridade, mas assim que você foi presa e condenada por aquele criem hediondo, Estevão sofreu muito, e mentiu para seus filhos acreditando estar fazendo o melhor para eles, e ele ainda é convencido disso. Desde que te perdeu, Estevão se tornou uma marionete fácil de ser manipulado, ele foi convencido a fazer isso e todos saíram ganhando, menos você, os seus filhos e o próprio Estevão.

M: me desculpe mas não posso, não posso. Como vou suportar tudo isso agora? Não tenho mais forças. (ela se levanta num rompante e sai correndo chorando)

PB: Maria! Maria! (não adianta, ela havia ido).

Desolada, transtornada, desesperançada, sem desejo de viver, era assim que Maria se sentia, havia resistido até hoje por seus filhos, mas o que ela faria agora? Eles haviam sido tirados dela novamente, e agora ela sentia que não poderia mais suportar, andava sem rumo, sem sentido, nada mais importava, chorava, apenas chorava...

Seu celular tocava mas ela não dava importância, hora era o padre Belizário, hora ela Luciano que já sabia o que se passava pelo padre que havia ligado para perguntar de Maria, e pedir o número do seu celular, ambos estavam preocupados, sabiam que os filhos eram a única coisa que a dava razão para viver, se não pudesse tê-los, nem queriam imaginar no que ela poderia fazer.

Em uma praça, no centro da cidade lá estava a pequena Estrela, ela chorava, hoje fazia 10 anos que havia perdido sua mãe, não sequer imaginando que ela estava muito próxima, não muito distante dali.

Est: “Mamãe? Mãezinha? Por que me abandonou? Por que tive que te perder? Me faz tanta falta, tanta falta, te amo tanto, tanto, tanto; tudo o que mais queria é te ter aqui comigo. Por que mãezinha? Porque teve que ir tão cedo?” Estava perdida em seus pensamentos, chorava descontroladamente até que dá importância a uma cena que estava acontecendo, vê uma mãe brincando com sua filha, ambas sorriam, giravam, brincavam, estavam tão felizes que resplandecia em seus rostos.

Ali naquele mesmo lugar, lá estava Maria, chorava e havia deixado seu corpo cair se apoiando em uma árvore, também se deixa se levar por aquela linda cena e por seus pensamentos: “Meus filhos, como eu os amo, não sabem como me dói não poder estar com vocês, se fui capaz de suportar tudo foi por vocês, porque são minha razão de viver, o único motivo pelo qual eu tenho forças para levantar todas as manhãs, e agora que estou tão perto de vocês, me sinto mais longe do que nunca, pensam que estou morta, quão grande foi o sofrimento que lhes fizeram passar meus amores, eu poderia perdoar tudo o que haviam feito contra mim, mas não posso perdoar a atrocidade que fizeram contra vocês meus amores. A mamãe ama vocês mais que tudo, sintam o quanto eu os amo...” fecha os olhos e chorava, apenas chorava, era tudo o que conseguia fazer naquele momento e não percebia o que e quem estava a sua volta.

Mesmo fascinada com aquela cena, Estrela desvia seu olhar para outra, olhava para Maria, seu olhar era de compaixão, carinho, simplesmente olhar para aquela mulher havia lhe despertado algo dentro dela que nem mesmo ela poderia explicar ou entender, sentia vontade de ampara-la, algo dentro dela lhe pedia isso, mas o bom senso lhe dizia que nem ao menos a conhecia, mas ela nunca se deixou levar pelo bom senso agora não seria diferente, e num impulso levanta-se e vai até Maria que ainda estava de olhos fechados e chorando e não havia percebido que alguém se aproximara:

Est: Com licença (olhando para Maria com ternura)

Maria abre os olhos pelo susto, e seus olhos encontram Estrela parada em sua frente e logo buscam os olhos da menina e a forma como ela lhe olhava) “Que menina linda, loirinha dos olhos verdes, minha filha, minha Estrelinha deve ser como essa menina, lembro-me dela perfeitamente seus cabelos pareciam ouro, e seus olhos eram iguais aos meus” (pensava, ao ver Estrela sentiu o conforto de que precisava naquele momento, mãe e filha se admiravam naquele momento, uma não sabia quem era a outra, mas simplesmente com aquela troca de olhares tiveram tudo o que precisavam naquele momento de angustia, era a voz do sangue que lhes falava, mas elas ainda não conseguem compreendê-la, o silêncio pairava naquele lugar até que Estrela o quebra começa a se dar conta do que havia feito.

Est: Desculpe-me senhora é que eu a vi chorando tanto que não pude deixar de me comover com seu sofrimento.

M: Não precisa se desculpar.

Est: (a voz de Maria era tão doce quanto o seu olhar, perguntava por que ela estava sofrendo tanto) Perdoe-me, mas porque chorava? Brigou com seu marido (ela era linda por isso Estrela pensou que fosse comprometida).

M: Não querida, não sou casada. Mas percebo que também chorava, se me contar o seu motivo eu posso contar o meu (lhe oferece um sorriso em meio ao seu rosto que ainda estava molhado pelas lágrimas)

Est: Claro que sim (Sentando-se ao lado de Maria, lhe entregando um lenço).

M: Obrigada, mas me diz por que você tão linda como é está tão tristinha?

Est: (olhando nos olhos de Maria) é que... bem, hoje não é bom dia, estou triste porque hoje fazem 10 anos que eu perdi minha mãe (lágrimas correm pelo seu rosto).

M: (também deixa lágrimas escorrerem pelo seu rosto, lhe doeu ver aquela menininha sofrendo, pensou que talvez fosse porque seus filhos também sofriam pensando que ela havia morrido, no ato, envolve o rosto de Estrela com suas mãos, enxugou suas lágrimas e num impulso que foi mais forte abraçou-a) Ah querida, não fique assim... eu entendo o que está passando, entendo perfeitamente (acariciando lhe a cabeça também chorando).

Estrela chorava, mas sentiu-se acolhida naquele abraço, protegida, não entendia o porquê mais desejava que Maria não a largasse, e assim juntas passam-se alguns minutos.

Est: (afastando-se lentamente de Maria) obrigada! (sorri e também é retribuída) mas agora é a sua vez, por que chorava?

M: Porque assim como você eu também perdi quem amava, perdi meus dois filhos e... (não conseguia mais falar, apenas chorava, até que Estrela a invade com um abraço tão terno, e assim, mais uma vez desfrutam do carinho uma da outra por mais algum tempo). Agora sou eu quem lhe agradeço (sorrindo).

Ambas estavam felizes por estarem ali, não entendiam o porque e nem como havia se dado tão bem sendo desconhecidas, assim elas pensavam, apenas queria estar ali, nada mais importava.

CONTINUA...


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