Maria estava atônita com tudo, era tudo lindo perfeito, tinha um sorriso de orelha a orelha, não pensou duas vezes e foi direto a sala de Estevão..

M: (em frente a porta da sala dele respira fundo, fica séria e entra) Estevão precisamos conversar.

E: (estava de costas para a porta vira-se sorrindo radiante ao ouvir a voz da sua amada) Olá meu amor, gostou da..?? (percebe na reação do rosto dela que ela estava para poucos amigos) Aconteceu algo Maria?? (levantando-se e andando para próximo dela).

M: (percebendo que ele estava preocupado segurou-se para não sorrir) Aconteceu sim.. (aproximando-se bem dele) Mas eu não sei explicar, então prefiro te mostrar (leva sua mão ao pescoço dele e o envolve com um beijo terno e carinhoso, onde ambos demonstravam o quanto estavam apaixonados um pelo outro, ele rodeia a cintura dela com os braços tentando intensificar, mas ela não permite e finaliza com inúmeros selinhos, falando baixinho bem próximo a ele fazendo com que ele sentisse a agitação da sua respiração) Eu sou completamente apaixonada por você Estevão San Roman, eu te amo tanto.

E: (ele sorri como uma criança que havia ganhado um doce, acariciando o rosto dela) Eu sonhei tanto com esse momento durante todos esses anos, passei a noite em claro ansiando poder vê-la mais uma vez, queria poder te sentir assim, a sua respiração junto a minha, o calor do seu corpo junto ao meu, as batidas do seu coração em sincronia com as batidas do meu coração.. Eu te amo Maria, e dedicarei toda a minha vida para te demostrar isso, meu amor, minha Maria, minha só minha, eu te amo tanto..

E mais uma vez ambos se unem em um beijo apaixonado, desta vez mais intenso, com mais paixão, desejo, ambos estavam entregues à dança de movimentos de seus corpos, não tinham noção lógica do que faziam, já havia perdido a razão, estavam totalmente entregues ao instinto, mais uma vez aquela sala era cumplice do amor de Estevão e Maria, um amor avassalador, que não poderia ser descrito com palavras ou declarações, mas para que falar quando se pode demonstrar? Como dizem um beijo vale mais que mil palavras, naquela troca de carinho e ternura, ambos perceberam o quanto necessitavam um do outro e sentiram desespero só de pensar que tudo podia acabar, por isso não perceberam quando a porta se abriu e alguém adentrou na sala.

Leonel: (entrando na sala de Estevão) Estevão preciso que você avalie esses documen... (perde a voz ao presenciar aquela linda cena, mas que aos seus olhos parecia uma catástrofe) Maria?? (perplexo)

Maria e Estevão separam-se bruscamente e se olham assustados e ofegantes, tentando se recuperar do beijo e buscando apoio um no outro através do olhar, não conseguem falar nada, apenas olham para Leonel ainda com olhar assustado.

L: O que está acontecendo aqui? (estava furioso, Estevão beijando a Maria? Não podia ser, ele não podia acreditar nisso) O que foi isso Estevão? (Exaltando-se) RESPONDA-ME.

E: Calma Leonel, não é o que você está pensando, ou na verdade é sim.. (não sabia o que dizer, mas claro que não era o que ele estava pensando, as coisas eram bem mais profundas e Leonel nunca imaginaria o que realmente existiu e ainda existia entre Maria e Estevão) Acalme-se, precisamos conversar.

L: Me acalmar? As coisas não são o que estou pensando são como eu as vi, como pode Estevão como pode?

E: Leonel?? (não entendendo a atitude ciumenta de Leonel) há muita coisa que você precisa saber sobre o que houve com Maria e eu no passado, você precisa entender que...

L: (interrompendo-o) O que houve? Não! O correto é o que há entre vocês? Quer saber? Isso não me interessa não é mesmo Maria? E eu que pensava que você era diferente (saindo ressentido)

M: Leonel!!! (chama-o sem sucesso, virando-se para Estevão levando as mãos aos cabelos, mas falando consigo mesma) Não era assim que as coisas tinha que se resolver.

E: Coisas? Que coisas Maria? Algo me diz que você sabe o porquê dessa cena, precisamos conversar.

M: Estevão agora não por favor, depois eu te explico tudo, mas esse não é o momento... com licença.. (saindo deixando Estevão confuso com seus pensamentos sem entender nada).

M: Bianca Leonel está na sua sala?

B: Sim senhora quer que eu a anuncie?

M: Não é necessário, obrigada.

M: (entrando) Leonel preciso falar com você.

L: Maria se for sobre o acontecido de agora pouco, não precisa se preocupar, não tem a obrigação de me dar satisfações (mentia, queria saber, tinha que ouvir explicações, e por mais que não tivesse realmente necessidade em fazê-lo Maria iria dar.)

M: Eu sei Leonel, mas me senti mal pelo que aconteceu, por favor me ouça, não estou aqui com outras intenções, mas não gostaria que me interpretasse mal pelo que viu.

L: Claro se você se sente melhor assim, então fale, estou disposto a ouvi-la.

M: Obrigada! Bem, na verdade não sei bem como explicar, nem mesmo sei o que aconteceu.

L: se o que aconteceu tivesse explicações não é mesmo? Maria está bem obvio para mim agora, o motivo pelo qual falou comigo no seu apartamento ontem, ficou tudo muito claro, foi pelo Estevão, vocês tem algo não ouse em negar. (totalmente aborrecido)

M: Tudo bem, depois do que viu mesmo não há porque negar mais, eu amo o Estevão (sabia que aquelas palavras o feriam mas elas tinham que serem ditas), mas não é somente por ele que achei e continuo achando o que diz sentir por mim um absurdo.

L: Então o que te impedes? Maria eu posso te mostrar que tudo o que nos afasta e nos diferencia pode ser vencido, acredita em mim.

M: Por favor Leonel para, não torne as coisas ainda mas difíceis, você não tem sequer noção do que está me propondo, mas eu sei que um dia vai entender.

L: Então me digas, é a minha idade? Maria você é uma mulher incrível, jovem e atraente, tem medo do que os outros possam pensar? Eu não me importo (se aproxima dela)

M: (recua) Não é somente isso, você não sabe quem eu sou Leonel...

L: Não conheço o seu passado, mas isso não é o mesmo de não saber que és, seu olhar me diz tudo o que preciso saber de você.

M: Será que você realmente me conhece pelo meu olhar? Quando souber de tudo a última coisa que vai notar será o meu olhar.

L: Maria por favor me digas, o que esconde? Se é algo tão importante assim e que tem haver comigo eu tenho o direito de saber. O que é que te atormenta tanto?

M: O medo de que me odeie e me rejeite.

L: Eu nunca faria isso, é impossível.

M: Tem certeza? Continuará me vendo dessa forma sabendo que eu fui acusada de um crime no passado e que paguei 10 anos da minha vida por isso.

L: O que? Você esteve presa?

M: Sim, e não é só isso, eu fui acusada de assassinato..

L: Não Maria, você só pode estar brincando, você não é capaz de machucar ninguém, como pode ter pago 10 anos por isso?

M: E como tens tanta certeza assim?

L: Eu já te disse, o seu olhar me diz, você não matou ninguém eu tenho certeza. Não precisa me dizer mais nada, era disso que tinha medo? Que eu não acreditasse em você?

M: Sim, mas ainda não acabou.. (interrompida)

L: Não me diga mais nada, percebo que esse assunto te entristece.

M: Sim e muito, mas você precisa saber que eu fui acusada de matar..

L: Não continue...

M: (finge que não ouviu o que ele disse) sua... (gaguejava, lagrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto) mãe...

CONTINUA...