Era mais uma manhã cinzenta na Mansão Malfoy, para variar, como quase todas!... A neblina descia esbranquiçando o jardim se misturando as rosas brancas perfumadas e tão bem cuidadas de Narcissa, e os pavões albinos ciscavam tranquilamente, mal sabendo que estavam sendo observados pela janela lá do alto por Draco, o irmão de Trixie, que estava até agora trancado no quarto.

-Lucius eles vão se atrasar, faça alguma coisa, por Merlin! – Disse Narcissa apressada, terminando de prender o cabelo em uma fivela de prata, encrustada com esmeraldas – verde e prata eram as cores da Sonserina, a casa para qual onde todos na família Malfoy – deveriam ir.

Lucius se levantou de sua poltrona confortável, ligeiramente mau humorado – Eu irei ver se Trixie já se aprontou... você vá dar um jeito do Draco sair daquele quarto, e arrumado apropriadamente!

Lucius saiu do quarto como se desfilasse pelo corredor, a bengala de prata em forma de serpente balançando de um lado para o outro como um pendulo, enquanto a capa farfalhava atrás, e para de frente ao quarto de Trixie batendo de leve, diferente do semblante duro, a voz saiu suave para falar com a filha – Trixie, querida.. você já se arrumou?

POV Trixie

Meu pai chegou e bateu de leve na porta perguntando se eu estava pronta, meu quarto estava todo revirado. Não achava meus sapatos. Draco! Ahhhh, ele tinha pegado meus sapatos!

-Paiiiiiiii! O Draco pegou meus sapatos!!!! DRACOOOOOOO! – Eu gritei furiosa, isso não me impediria de ir para Hogwarts junto com ele! Ouvi meu pai sair batendo os pés com raiva para perto o quarto de Draco. Eu fui junto. Chegando lá minha mãe estava com a varinha apontada para a porta para explodi-la.

-Ah Draco, saia já dai! Vamos nos atrasar! Ainda temos que comprar a sua varinha, os livros e os animais! – Minha mãe disse, e meu pai em seguida gritou

-DRACO! SAIA IMEDIATAMENTE DAI! E DEVOLVA OS SAPATOS DA SUA IRMÃ! ELA TAMBÉM VAI PARA HOGWARTS! – Eu fiquei parada olhando para a cena, mas também estava furiosa e queria logo meus sapatos!

POV Draco

Draco semicerrou seus os olhos azulados cinzentos, devagar e perigosamente, ouvindo sua irmã gritar lá do quarto dela – Ai não acredito que ela já está gritando!... - Foi pisando com força no chão duramente até a porta, mal sabendo que sua mãe estava do outro lado com a varinha apontada prestes a explodi-la com um feitiço Bombarda, caso ele não abrisse – Eu não vou abrir! – gritou contra a porta com o rosto pálido ficando vermelho de nervoso - Não quero ir, não peguei sapato nenhum, foi o Dobby! Saiam daqui, esse quarto é meu e... também o lugar na frente da porta do meu quarto é meu!... – O final da frase saindo mais incerto, Narcissa ouvindo aquilo bufa balançando o rosto negativamente, e a voz nervosa sai levemente cantarolada – Eu avisei... BOMBARDA!

Uma explosão de destroços abriu um buraco onde havia antes a porta do quarto de Draco com o aviso pendurado “Proibido entradas de Trixies” voando longe. Quando a poeira dos destroços baixou, havia um Draco do outro lado do quarto ainda se protegendo, a roupa inteira preta que usava como se tivesse decidido virar gótico, salpicada de pó...

- Vai usar preto DE NOVO, Draco? – Narcissa interviu olhando o filho e foi ate ele começando a espanar o pó da roupa... – Ai... e olha esse cabelo, todo desalinhado, Lucius pegue um pente!

Lucius arreganhou de leve os dentes - não temos tempo para isso, Narcissa porque não para de tratar seu filho como se fosse uma boneca e leve-o para baixo, vou ver se a carruagem que nós levará ao Beco Diagonal está pronta...

Lucius caminhou até Trixie segurando de leve o queixo da filha, e ergueu com suavidade o rosto dela pra cima – Não se preocupe querida, compraremos um novo sapato para você no Beco Diagonal, bem mais bonito, e também vá pensando no seu animal de estimação que deverá levar a Hogwarts... Pegue suas coisas e estarei esperando no jardim.

POV Trixie

Depois que Draco não abriu a porta, minha mãe explodiu a porta. Todos estávamos com um pouco de pó nas vestes, inclusive Draco que parecia um boneco de neve. Draco negou ter pegado meus sapatos, eu tive que ir sem mesmo até o Beco Diagonal comprar outro.

Saindo de casa fomos correndo para o Beco Diagonal. Nós fomos primeiro comprar os livros, chegamos lá e na entrada eu ainda estava discutindo com o Draco.

-Draco, você pegou meus sapatos!

-Não Trixie! Não peguei! Foi o Dobby!

-NÃOOOO, FOI VOCÊ!

-QUAL SEU PROBLEMA? NÃO FUI EU! – Minha mãe tentava nos separar e meu pai gritou

-QUEREM PARAR? – Com tudo isso, quando entramos na loja batemos em alguém.

-AI TRIXIE! VIU? CULPA DE VOCÊ E SEU SAPATO IDIOTA! – Draco gritou

-MAS QUE COISA DRACO! EU NÃO SOU SURDA! NÃO GRITA!

-PAREM! – Gritou meu pai furioso, nós paramos e levantamos, havíamos caído quando batemos em alguém. Era uma garota de cabelo castanho-claro cacheado.

-Desculpe meu irmão e eu termos esbarado em você... – Eu disse batendo na cabeça de Draco meio disfarçadamente.

-NÃO FOI CULPA MINHA! – Draco disse

-Shh... – Eu disse com o canto da boca, a garota disse

-Ah, não tem problema... A propósito, meu nome é Hermione Granger. – Ela disse sorrindo e batendo de leve no pó das vestes.

-Eu sou Trixie Malfoy, e esse é meu irmão... – Draco interrompeu

-Draco Malfoy – Disse ele orgulhoso.

-Ah, é ótimo saber! Então, até mais ver – Ela disse sorrindo e indo comprar seus livros. Nós compramos também. Meu pai deu uma bronca em nós de novo pela briga do sapato e fomos comprar as varinhas na Olivaras.

Chegando lá nós olhamos ao redor. Parecia que nunca haviam varrido ou arrumado aquele lugar. Um homem apareceu e nos comprimentou.

-Oh! Clientes! Vieram comprar as varinhas certo? – Eu e Draco assentimos que sim com a cabeça.

-Bom, vamos testar as varinhas. Que tal primeiro a garota? – Eu vi que ele estava falando de mim, e fui até o balcão. Ele olhou as estantes e pegou uma varinha.

-Tente esta. – Eu balançei a varinha e sem querer explodi um vaso. O homem riu

-Oh ceuses! Não tem problema, na maioria das vezes acontece mesmo. – Ele foi e pegou outra varinha. Eu testei e aconteceu a mesma coisa com outro vaso. Ele me deu outra mais de cima e dessa vez eu dei sorte. Balançei a varinha e o vaso se reparou.

- A vez do loiro. – Ele riu um pouco, Draco se irritou

-Draco! – Ele corrigiu e foi até o balcão. Ele testou muitas varinhas e todas as tentativas foram em vão. Primeiro, ele explodiu o vaso que eu havia reparado, depois ele fez uma vassoura quase atingir meu pai e na outra vez fez uma estante inteira cair. Mas o homem apenas riu, riu muito. Ele pegou outra varinha e dessa vez tudo voltou ao normal assim que ele a balançou.

-Bom, acho que já acharam suas varinhas. – Disse o homem, e depois completou

-Lembrem, a varinha que escolhe o bruxo, não o bruxo que escolhe a varinha. – Depois eles saíram com suas varinhas e foram comprar os animais.

Chegando lá haviam, sapos, gatos, corujas, ratos e mais uma porção de bichos. Eu vi uma fênix linda, branca, e falei para meu pai que queria aquela. Já o Draco viu um gato preto como um corvo, e foi todo animadinho para minha mãe comprar. Depois de comprarmos Nevasca, minha fênix, e Safira a gata de Draco, fomos para a estação de King’s Cross para irmos para Hogwarts.