Escrevendo o amor escrita por Julius Brenig


Capítulo 2
Uma chance de encontro


Notas iniciais do capítulo

Segundo capitulo.
O que será que Samylla fará com esse sentimento? será mesmo amor?



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Samylla não entendia que sentimento era aquele, e muito menos se era realmente amor. O que ela sabia é que tinha uma sensação calorosa no seu peito toda vez que ela relembrava das palavras e da foto do de seu autor preferido desde o dia anterior, Christian Campos.

Na foto que ficava na orelha do livro, Christian estava de perfil. Usava óculos pretos com aquela armação grande, seu cabelo castanho e curto, bem cacheado. Ele era branco e tinha olhos verdes.

A coisa que Samylla mais se lembrava do trecho, era a metáfora que fazia sua introdução. E esta dizia assim: “O amor é como uma noite de lua cheia e as estrelas são os pingos de felicidade”. Essa parte encantou Samylla e ela fez sua própria interpretação. Para ela o amor pode ser grande e bonito como a lua cheia, mas as pequenas coisas, no caso às estrelas, é que torna ele perfeito.

Samylla trabalhava como recepcionista no aeroporto Santos Dummont a 12 km de Ipanema. Ela ia todo dia de carro até lá, cerca de, mais ou menos, vinte minutos. Seu carro não era lá grande coisa, um gol 2003, vermelho. Como ela gastava pouco tempo para ir ao trabalho, naquela terça-feira ela resolveu ir agradecer a sua amiga por ter indicado o livro.

Tomou um banho, vestiu-se, pegou o carro e foi até a livraria, Caronte, onde Ellen trabalhava. Ao estacionar em frente à livraria ela olhou para o desenho em sua fachada, mas ela nunca o entendeu: um homem numa barca navegando por um rio negro. Ela observa a imagem por uns trinta segundos antes de sair do carro, e entra na livraria depois de ativar o alarme do carro com um estridente “bip”.

Quando entra na livraria, percebe que Ellen não está na recepção, então ela pergunta a uma das outras atendentes, qual ela não sabia o nome, onde ela está, e esta responde:

– A Ellen? Procure na sessão de romance, acho que ela está pregando uns cartazes por lá.

Samylla agradece e segue para o fundo da loja. Enquanto vai indo, ela vê as prateleiras lotadas de livros e acima delas suas categorias: infanto-juvenil, culinária, infantis, HQs, mangás, tudo que era fonte de leitura. Até livros didáticos tinham ali. Chegando ao final deste corredor, tinha um grande espaço com cadeiras azuis e roxas para que os clientes pudessem ler livros. A sua esquerda ela via a sessão de romance e a direita uma seção de miniaturas colecionáveis de filmes, séries, jogos e livros.

Ao lado da prateleira de romances, havia um daqueles quadros de avisos, e bem em frente a ele estava Ellen.

– Bom dia Ellen! Aliás, por que você não foi para a escola hoje?

– Oi Sá! – disse Ellen beijando o rosto de Samylla e dando-lhe um abraço. – É que hoje teve um conselho de classe e eu aproveitei para fazer umas horinhas extras aqui na livraria. O que te trás aqui às sete horas da manhã?

– Eu vim só para agradecer o ótimo presente que você me deu.

– Ah sim... O livro. Que bom que gostou.

Samylla estava cogitando dizer para sua amiga, o que ela estava sentindo pelo autor daquele presente, já que de uma vez por todas ela decidiu que aquilo era realmente amor e que ela tentaria lutar por ele, apesar de que o seu pretendente nem sabe que ela existe.

– Quero te contar uma coisa, mas... Promete que não vai rir?

Ellen arqueou a sobrancelhas e disse:

– Claro que não vou rir. – mas Samylla percebeu a pitada de sarcasmo que aquela frase continha. Mas como já conhecia a amiga, ela disse de uma vez.

– Estou apaixonada.

A garota com sardas deu um gritinho que fez Samylla ficar um pouco sem graça e depois Ellen disse:

– Mas isso não é motivo pra rir, por quem? Me diga, quem é o felizardo?

– Bem, é nessa parte que você não pode rir. Estou apaixonada por ele. – disse Samylla mostrando a foto da orelha do livro.

Ellen olhou para Samylla de um jeito que Samylla não conseguia decifrar e depois disse:

– Que lindo amiga! É muito fofo isso. – disse Ellen puxando as bochechas de Samylla com as mãos, igual se faz em crianças.

– Tô falando sério! – falou Samylla meio irritada com a amiga, que logo soltou suas bochechas.

– Nossa – falou Ellen – É a primeira vez que eu vejo isso. Mas como sua amiga eu devo te apoiar. Já que você realmente gosta desse moço aí, você vai ter que encontra-lo pelo menos uma vez para que isso dê certo. E eu tenho a oportunidade perfeita.

Ellen vai até o painel em que ela pregava os cartazes, Samylla segue-a e depois que as duas param em frente, Ellen mostra o cartaz:

– Aqui ó.

Era um cartaz todo verde, com umas letras bem formais estava escrito assim: “Devido ao sucesso do nosso autor lançamento Christian Campos, nós da Editora Ártica estamos convidando vocês, novos escritores, a levarem seus trabalhos no dia 15 de abril, a partir das 8 h da manhã, no salão da editora em São Paulo. O evento contará coma presença de Christian Campos e outros autores de prestigio de nossa editora”.

Logo abaixo desse anuncio havia fotos do Christian e de outras pessoas que Samylla nem fez questão de prestar atenção.

– Pena que o evento é para escritores. – comentou Ellen.

Então Samylla teve a ideia mais louca que ela ousou fazer na vida.

– Vou escrever um livro só para participar desse encontro.

– Amiga, não quero te parecer pessimista, nem nada, mas este evento é daqui trinta dias. – disse Ellen mostrando a data bem embaixo no cartaz.

– Mesmo assim tenho que tentar. – disse Samylla determinada. E por mais que parecesse loucura, ela estava realmente disposta a fazer aquilo.

Ellen deu um sorriso, enquanto Samylla olhava a hora no seu celular e percebeu que estava atrasada para o trabalho. Ela dá um beijo no rosto de Ellen e diz:

– Tenho que ir. – e sai correndo da livraria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Será que Samylla conseguirá escrever um livro em trinta dias? Aguardem!