Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 6
Feriado




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Capítulo 6


A semana passara muito rápido para os marotos e para as meninas.

No sábado, eles já estavam fazendo as malas, pois no dia seguinte iriam pegar o trem e depois passariam o feriado na casa de Tiago.


–São apenas alguns dias, Anna. Não precisa de tanta roupa - Carol falava, enquanto a amiga perguntava que roupas deveria levar.


–Alguns dias, mas o Sirius vai estar em todos eles! - exclamou, colocando uma camiseta em seu malão. - E lembra que o Tiago disse que nós vamos um dia para a piscina? - disse, ao lembrar que o amigo a dissera o que era o local trouxa que seus pais gostavam e acabaram construindo em sua casa.


–E...? O Remo também vai estar lá, mas não é por isso que eu vou entrar em desespero - ela falou, fechando seu malão. - Você quer ajuda, Lil? - perguntou, virando-se para a amiga que ficara calada até então.


–Não precisa. Obrigada, Carolzinha - disse, desanimada. Ela não sabia se fora uma boa ideia falar que ia. E se ela se apaixonasse por ele pra valer? Ela não podia fazer isso. Muito menos admitir. Deveria manter-se. Não se entregar... Se é que isso era possível...


–--


–Já fez seu malão, Aluado? - Sirius perguntou. Eram oito da noite e os marotos estavam se arrumando para o dia seguinte.

–Já, quer ajuda? - ele respondeu, o colocando no chão.

–Sim, pode pegar pra mim aquela caixa? - pediu, apontando para a tal - Que foi, Pontas? O que Lily te fez?

–Quê? - perguntou ao ouvir o amigo murmurar algo. Ele estava totalmente imerso em seus pensamentos.

–Ih, já vi que ela brigou com você... Mas o que você fez dessa vez?

–Não fiz nada. E ela não brigou comigo. A gente só não está se falando como antes. Só isso. Ela estuda 24 horas por dia. Nem tenho mais como falar com ela direito, sem ser rejeitado. A gente não está namorando, mas eu sou o melhor amigo dela e nem converso mais com ela.

Eu sou o melhor amigo dela - Remo o corrigiu. - E você sabe muito bem que em períodos de prova ela fica impossível de lidar - o maroto disse, se sentando. - Você tem que ter paciência. Isso só vai passar depois das provas.


Ele tinha razão. Mas como podia fazer que ela, pelo menos, desse uma pausa em tudo isso?


–--


–Vamos logo! A não ser que vocês queiram perder o trem - Remo disse.

Todos estavam saindo da Sala Comunal com seus malões. Apenas Pedro não ia com eles para a casa de Tiago, mas ia viajar com seus pais.

Logo, os sete já estavam em acomodados. Ninguém se manifestara até então. Lily estava na janela, com Tiago ao seu lado. Ela tentava evitar ao máximo contato visual e físico. Sempre olhava para a janela.

–Lily? - Tiago a chamou, ao ver que todos os outros estavam ocupados com algo e não estavam prestando atenção.

–Hm - murmurou, sem olhá-lo.

–Você está brava comigo? É que faz tempo que a gente não se fala direito.

–Esses dias eu tenho estudado muito. Só isso. É que... - ela começou a se explicar, mas Tiago a cortou, completando sua frase.

–Você precisa ir muito bem nas provas. Eu sei disso - ele disse. - Mas bem que você poderia dar um tempo às vezes.

–Eu não tenho como dar um tempo, Tiago. Eu realmente preciso ir bem nas provas se não...

–Se não, não seria você – ele concluiu.

Lily apenas assentiu com a cabeça. Ela gostava da ideia do amigo saber sobre seus hábitos, assim não teria que explicá-los todas as vezes que acontecessem. Ela suspirou.

–Mas você está bem em relação a isso? Quer dizer, não acha que está se sobrecarregando demais?

–Tiago, não precisa se preocupar com isso. Estou bem cansada, mas já estou acostumada e nunca tive nenhum problema. Por que teria agora?

Ele não sabia o que responder, então apenas deu de ombros.

–Eu já volto – Anna declarou, após muito tempo sem falar com os amigos.

Os seis estavam quase dormindo e Pedro já estava em um sono profundo. O trem chegaria em menos que duas horas na Estação de King’s Cross. O clima estava frio, por causa da época do ano.

–Para onde você vai? – Carol perguntou, ao ver a amiga se levantar.

–Sei lá... Vou dar uma volta – ao responder, saiu da cabine, fechando-a atrás de si.

Sirius ficou um pouco incômodo ao vê-la se afastar. Levantou-se e seguiu a garota.

–Eles realmente precisam se entender – Lily disse, ao ver a cena.

–Não são só eles... – Remo murmurou baixinho.

–Que foi, Remo? – a namorada perguntou, não entendendo o que ele tinha dito.

–Nada não. Pensei alto – disse, fazendo uma pausa. – Hoje está frio, não? – mudou de assunto.

–Pois é... – Lily concordou. Ao falar, chamou a atenção de Tiago que olhou para ela e prestou mais atenção.

–Lily, onde está seu casaco? – perguntou.

–Eu me esqueci de tirá-lo de dentro do malão hoje de manhã. Por quê?

–Você não está com frio?

–Só um pouco, por quê?

–Seus lábios estão roxos – reparou. Tocou seu braço, que estava igualmente frio – Lily, você parece estar congelada – disse, preocupado.

–Eu sou gelada. É uma característica minha. Não sei ao certo o que causa isso, mas...

–Sendo ou não gelada, desse jeito você vai ficar doente – ele a cortou. – Eu também deixei o meu casaco no malão, se não te dava.

–Tiago não se preocupa, são só mais algumas horas de viagem e eu posso pegar o meu. Não vai ter problema em ficar mais esse tempo desagasalhada.

–Lil, o Tiago tem razão. Você vai ficar gripada desse jeito – Carol interveio na conversa. Ela, por sua vez, estava encostada no namorado.

–Vem aqui – Tiago disse para Lily, a puxando para perto e a envolvendo com seus braços. Ela encostara sua cabeça no peito do garoto, podendo ouvir seus batimentos. Ele era forte e quente. E dava o abraço mais aconchegante de todos que ela já tinha recebido – Melhor agora? – perguntou-a.

Ela assentiu com a cabeça. Não queria falar. Sabia que iria estragar o momento se o fizesse. Também não contestou. Ficou apenas entregue a Tiago, aproveitando ao máximo. Sabia que não devia, mas podia se aproveitar um pouco da situação.

Logo, o cansaço venceu e ela adormeceu. Remo, ao perceber isso, disse:

–Ela dormiu – fez uma pausa. – Vocês estão de bem?

–Aparentemente, sim... – Tiago respondeu – Às vezes é difícil entendê-la. Nunca sei se estamos ou não brigados.

–Tenha paciência com a Lil – Carol aconselhou. – Ela sempre demora pra assimilar as ideias. Daqui a pouco vocês estão namorando.

–Ela não quer namorar comigo. Ela não quer nada comigo, além de amizade.

–Você realmente não conhece a Lily...

–Como assim?

–Com o tempo você descobre, Tiago – dito isso, mudou de assunto. – Onde será que os dois foram?

–--

Anna estava andando pelos vagões sem rumo. Não sabia por que tinha saído da cabine, só achava que precisava tomar um ar. Botar as ideias em ordem.

A conversa com Sirius tinha sido curta, sobre um assunto aleatório, mas ela estava pensando sobre outras coisas enquanto conversavam. Quer dizer, outra coisa.

Ele era o de sempre, mas por que ela se alterava tanto com sua presença?

Ficava pensando nele constantemente, seu coração batia aceleradamente e não conseguia parar de sorrir, mesmo que fosse discretamente. Todos os momentos com ele eram bons, não havia a possibilidade de serem ruins. Tudo isso pelo simples fato de estar na presença dele.

Loucura? Talvez. Isso era pra ser apenas um tipo de amizade colorida, não deveria ter avançado em nenhum ponto. Atração? Talvez essa fosse a palavra chave do problema todo. Não, de certo essa não era a palavra que definia a situação. Isso não era apenas atração, era mais do que isso...

Provavelmente, muito mais. Amor. Paixão. Por mais que ela negasse, essas eram as palavras certas para descrever sua situação.

–Eu juro que não quis falar aquilo – Sirius disse ao alcançá-la. Ele tinha corrido por, no mínimo, cinco vagões até encontrá-la. – Mas, só por curiosidade, o que eu falei?

Anna riu fracamente. Mesmo quando estava pensativa e sem saber o que fazer, ele a conseguia fazer rir. Mesmo que fosse apenas momentâneo.

–Ué, mas você não estava brava comigo? – ele perguntou mais confuso ainda.

–E eu estaria brava com você por quê?

–Bem, porque... – ele começou a pensar – Por que você saiu da cabine daquele jeito?

Ela parou. Não sabia só certo. Realmente não sabia. Só sentiu que deveria.

–Hmm, Anna? Você está aí?

–Sirius... eu... – ela não queria responder que não sabia. Queria parecer confiante, embora não estivesse.

–Anna, o que está incomodando tanto você? – ele sabia que algo a preocupava. Conseguia ver nos seus olhos.

Ela demorou algum tempo para responder. Não sabia se falava. Não queria parecer fraca em relação aos seus sentimentos.

–Tem alguma coisa a ver com a gente? – ele pegou suas mãos. Eram pequenas e finas, proporcionais a ela. Suas unhas bem cuidadas estavam pintadas de ocre, a cor de esmalte favorita dela.

Ainda estavam de pé no corredor do trem. Sirius a olhava intensamente, ainda segurando suas mãos. Anna retribuía o olhar, mas não com a mesma firmeza.

–Sirius, eu... – ela ate considerou a possibilidade de contar a verdade, mas acabou desistindo – só queria tomar um ar. Sei lá, estava me sentindo sufocada com os meus pensamentos. Eu só queria espairecer um pouco. Só isso.

Ele, primeiramente, olhou com um ar de desconfiança. Depois trocou esse olhar por um pouco mais amigável. Sabia que ela não estava lhe contando o motivo real, mas tentou se fingir de sonso para dar-lhe um tempo.

Sirius começou a puxá-la para si pelas mãos. Quando inclinou a cabeça para beija-la, Anna lhe deu um beijo na bochecha e se desvencilhou dele.

–Sem chance! – ele exclamou, puxando-a e beijando-a. Dessa vez, ela não se desvencilhou, apenas se entregou a ele.

–--

–Lírio, acorda. Já chegamos na estação – Tiago acariciava seus cabelos para acordá-la da melhor maneira possível. Ela levantou a cabeça lentamente, se lembrando do que havia acontecido para estar abraçada com o menino. De primeira, estranhou, mas depois se acalmou.

Depois de pegarem seus malões, os seis amigos se despediram de Pedro (que ia viajar com a família) e rumaram até a casa de Tiago, que era bem perto de King’s Cross, a apenas a cinco quarteirões do local.

Ao chegar lá, o garoto abriu a porta com o tocar se sua mão na maçaneta. Lily pensou ser o feitiço alohomora, só que com a mão, o que não lhe pareceu convincente. Ele, ao ver seu olhar curioso, lhe explicou:

–Quando eu, meu pai ou minha mãe tocamos uma de nossas mãos na maçaneta, ela se abre. Só se abre com as nossas. É um feitiço complicado, não sei explicá-lo... – ele fez cara de envergonhado ao admitir.

Ao todos entrarem na casa, puderam ver que era mágica por dentro, pois, ao vê-la por fora, não era possível imaginar que seu interior fosse tão grande. Sirius não se importou com isso. Já estava acostumado uma vez que sempre ia para lá.

Tiago mostrou a casa que tinha quatro andares. No primeiro ficava a sala de estar, a cozinha e o jardim, que tinha um canteiro para flores, algumas mesas e uma piscina. No segundo andar se encontravam os quartos: um do senhor e senhora Potter, um de Tiago e mais seis de hóspede com camas de casal. O terceiro continha uma biblioteca, uma sala de jogos, uma sala de televisão (o que era estranho para uma casa bruxa) e um escritório. E no último andar se encontrava o porão.

Ao conhecerem a casa voltaram ao segundo piso, onde cada um se acomodou em um quarto.

Meia hora depois, estavam todos na sala sentados no sofá. Tiago estava explicando porque seus pais não estariam lá naquele feriado por conta do trabalho.

–Eles sempre têm de viajar do nada. Já me acostumei – disse, se levantando. - Vamos fazer alguma coisa? Podemos ir a um mercado trouxa comprar comida, já que vamos ficar aqui por algum tempo e precisamos comer – ele se virou pra Lily. – Só que vou precisar de sua ajuda, já que não sei contar dinheiro de papel.

–Sem problemas – disse se levantando também.

Ele a entregou um envelope com libras. Ao total tinham £400.

–Quanto tem?

–400 libras. Podemos comprar bastante coisa com isso.

Após voltarem do mercado, os amigos foram jantar.

–Qual é o nome disso mesmo? – Sirius perguntou.

–Nuggets. Ele é feito de frango – Lily respondeu, achando graça que os meninos e Anna nunca tinham provado aquilo. Lily, por ser nascida trouxa, e Carol, por ser mestiça, já conheciam.

–Isso é um ótimo jeito de se preparar frango! Adorei isso – ele declarou, comendo mais um.

Alguns minutos depois, os seis já tinham comido e estavam na sala de estar conversando. As meninas riam ao ouvir por que os marotos haviam recebido algumas detenções.

–Mas o Rabicho foi tão idiota! Ele simplesmente ficou lá parado, feito uma estatua. Foi por isso que acabamos sendo pegos pelo Filch. E acho que foi nesse dia mesmo que nós começamos a bolar o Mapa dos Marotos! – Sirius sorria enquanto contava as historias. Estava muito feliz por relembrar daqueles momentos. - Esses dias não temos saído tanto assim à noite. A última vez que saímos foi semana passada, quando estávamos com fome. Mas a última vez que saímos para fazer alguma coisa mesmo foi quando eu e Pontas fomos com a capa da invisibilidade e o mapa atrás de Lily e Remo, no momento em que faziam a ronda à noite. Nos separamos e Remo veio atrás de mim, deixando Lily sozinha no corredor vazio. Ela, por sua vez, foi para o outro lado ao ouvir os passos de Pontas e ele a puxou para um armário de vassouras. Só lembro que quando saíram de lá, os dois estavam com as roupas amassadas e bocas cor de cereja. Lily estava muito brava e Pontas sorrindo. Foi um ótimo plano – declarou, se afundando mais no sofá.

–Só quero reforçar que não tenho nada a ver com isso! Eu não tive parte desse plano – Remo tentou se inocentar.

–Lily, - Carol falou, se virando para a amiga – eu pensei que você não tivesse correspondido ao beijo por tanto tempo assim para ficar com a boca tão vermelha! – nesse momento, ela ficou mais vermelha que seus lábios no dia.

–Mas é obvio que foi por muito tempo! – Tiago interveio na conversa, puxando Lily, que estava do seu lado, pela cintura mais para perto – Ela nunca resiste a mim! Sempre consigo algo dela, nem que seja um tapa na cara! – ao dizer isso, todos, menos Lily, riram. Ela ficava cada vez mais envergonhada.

–Mas, afinal, vocês estão ou não juntos? – Sirius perguntou, curioso.

Tiago olhou para Lily. Todos ficaram sérios nesse instante olhando para os dois. Ela ainda estava colada nele e não queria ser tão indelicada a ponto de se afastar tão momentaneamente, só por causa da maldita pergunta.

Seus olhos verdes a fitavam. Ele não sabia ao certo se estavam ou não juntos. Não se lembrava de tê-la pedido em namoro nessas últimas semanas.

Ela tentava ao máximo desviar o olhar, mas era impossível. Sua face era hipnotizante.

–Hmm, Lírio... – ele pigarreou – Podemos conversar? – por fim disse, se levantando e a estendendo a mão. Ela a tomou e, juntos, saíram da sala.

–--

Seu coração batia aceleradamente. Que ideia de ir com ele! Por que tinha de ser tão burra? Ela era ótima em tudo, sabia tudo, sabia fazer tudo, mas a única coisa que não tinha como fazer era não gostar dele. Era a coisa mais simples de todas e não a conseguia fazer. Por que ele tinha esse poder sobre ela? Por que não poderia ser outro menino, qualquer um menos ele? A última coisa que queria era que ele tentasse algo agora, pois, naquele instante, não estava muito bem mentalmente para rejeitar qualquer tentativa por parte dele.

Tiago podia sentir a mão dela tremendo levemente. Não sabia por que ao certo se levantou e muito menos por que a havia pedido para conversar. Apenas tinha a sensação de que deveria esclarecer tudo que tinha entre os dois naquele momento. Ou tudo o que não tinha.

Eles chegaram ao jardim e ele apontou para um banco. Ela se sentou.

–Hmm, Lírio, eu estive pensando esses dias e acho que já está mais do que na hora de eu te dizer isso – ele disse, se sentando ao lado dela. Ainda segurava sua mão. – Então, de uns tempos para cá eu tenho tentado formular todas as minhas ideias em uma coisa mais concreta e eu queria lhe falar isso porque, basicamente, você é a culpada de eu ter começado a pensar assim.

–Culpada? – ela perguntou, sem entender por que levara a culpa de uma coisa que nem sabia o que era.

–Exatamente, culpada – ele afirmou e se aproximou dela. Estava quase tão nervoso quanto ela - Lily, desde que eu te conheci eu soube que você era diferente de todas as outras meninas. Não só pelo seu físico, que me permita acrescentar, é maravilhoso, - a garota começou a ficar vermelha - mas também pelo seu caráter. Você encanta todos os meninos a sua volta e nem faz um esforço sequer para isso, enquanto todas as outras garotas fazem de tudo para serem notadas, mas todos seus esforços são em vão. Desde o terceiro ano eu venho percebendo que o que eu sinto por você é muito mais do que só atração, mas também paixão, amor – ele fez uma breve pausa e respirou fundo para tomar coragem. - Lírio, eu nunca havia sentido isso antes por ninguém, por nenhuma garota. Nenhuma. Você é a única que conseguiu me enfeitiçar de tal modo, aliás, você é única. Você está tão ocupada sendo você mesma que não faz ideia de quão absolutamente sem igual você é. Eu sei que provavelmente eu vou levar uma grande bronca ou um grande tapa depois que eu acabar de falar, mas...

–Tiago, – Lily o interrompeu – eu realmente não sei o que dizer. É só que... – ela buscava as palavras, mas estas não saíam.

–Eu sei que você vai falar que não sente o mesmo, mas eu precisava te falar isso. Era uma coisa que já estava na minha garganta há algum tempo e eu não achava nada mais justo te falar, já que isso diz a seu respeito. Se você quiser...

–Tiago, - ela o interrompeu novamente, segurando sua mão mais firmemente. – pare de falar besteiras. Por favor – ela pediu. - A última coisa que eu quero é que você minta pra mim. Eu odeio ser enganada, você sabe muito bem disso.

–Lily, eu te amo.

–Tiago, não fala uma coisa dessas da boca pra fora, isso não é um tipo de brincadeira.

–Mas eu não estou brincando. Eu estou falando a verdade. E você sabe disso.

–Então, nesse caso...

–Lily, eu te amo – repetiu, sorrindo para ela. “Que sorriso lindo” ela pensou. - Lírio, - ele ficou ainda mais perto dela. Estavam quase se encostando. Ele pegou as duas mãos da menina e a olhou nos olhos – você quer namorar comigo?

–--

Anna observava a sala de estar. Ela estava fazendo carinho em Sirius, que estava deitado com a cabeça em seu colo. O local estava sem algum ruído. Não achava uma boa ideia conversar com Sirius, uma vez que Carol e Remo estavam se beijando perto deles.

Fora muito de repente. Ao Tiago e Lily saírem, Anna virou a cabeça para falar com Carol, mas esta estava entretida com a língua de Remo. Agora, ela e Sirius estavam segurando vela. Que agradável!

Sirius se sentou novamente. Seu cabelo estava bagunçado. Não disse uma palavra sequer, apenas se inclinou e beijou Anna.

Ela, no inicio não correspondeu bem, pois fora pega de surpresa, mas depois entrou no ritmo do rapaz. No começo com movimentos leves e calmos, passando para mais elaborados e rápidos. Ele segurava firmemente sua cintura com uma mão e sua coxa com outra. Ela depositava suas mãos em seus ombros.

Era esquisito beijar alguém sem mesmo ser algo dessa pessoa, a não ser amiga... “Melhor amiga”, pensou. Será que ela era sua melhor amiga? Ou só uma amiga qualquer para ele? Era um pouco estranho, parecia que estava fazendo algo errado. Talvez essa fosse a sensação de Lily quando acabava ficando com Tiago.

–Sirius, - Anna falou, quase sussurrando de tão baixo, entre um beijo – você me... Considera... Como sua... Amiga? – ela fez a pergunta pausadamente, enquanto ainda o beijava. Ele não se deu o trabalho de parar o que estava fazendo, apenas respondeu da mesma maneira a qual ela havia perguntado:

–Por que... Não... Consideraria?

–Por nada... Foi só... Um pensamento.

De repente, ele parou e a encarou. Tinha um olhar duvidoso.

–Anna, você alguma vez realmente duvidou da minha consideração por você?

–Não é isso, é que... – ela pensou – Sei lá, foi uma pergunta que veio na minha cabeça. Foi algo muito aleatório.

–Uma coisa que você pode ter certeza é que você é minha melhor amiga. Nunca duvide disso.

Ela pensou por um breve momento. Ela queria mais do que sua amizade. Não era qualquer uma que conseguia uma amizade com Sirius Black, quem dirá uma amizade e um acordo daqueles. Talvez ela estivesse exigindo demais do garoto. Ela sabia que ele não queria nada sério com nenhuma menina, muito menos com ela.

Ela era... ela. Era a Anna de sempre, sem novidades. Sempre a mesma. A mesma menina de cabelos castanhos cacheados, com curvas, não tão relevante perto das meninas que ele já ficou. Ela não era tão popular como ele. Por que um cara tão popular iria querer alguma coisa séria com uma menina tão excluída perto da popularidade dele?

Já Sirius era o garoto para todas as meninas do ano dele, dos anos abaixo e talvez até do ano acima. O lindo, sedutor e pegador Sirius Black. Anna? Que Anna? Ela devia ser uma em várias que ele já tinha pegado. Talvez uma das mais insignificantes, se não fosse a mais...

–Anna?

Ela levantou a cabeça e percebeu que ainda estava com ele à sua frente.

–Ah, - ela se recompôs – eu só estava pensando em uma coisa. Nada relevante.

–Entendi – ele a observou, mas decidiu não perguntar nada. Talvez fosse algo que ela preferisse guardar pra si mesma. - Você está com fome?

–--

Lily não sabia se acreditava. Ele a estava pedindo em namoro. E, pela sua expressão facial, era pra valer. Não era como sempre que ele a pedia sem tanta seriedade, mais na brincadeira. Dessa vez, ele não riu, continuou íntegro.

–Eu juro que dessa vez não é um blefe. É de verdade – ele disse, ao ver a incerteza em seus olhos.

–Você não está blefando? Mesmo? – ela perguntou, ainda desconfiada.

–Tenho certeza absoluta que não.

–Mas, Tiago, você é... – ela pensou em uma palavra apropriada, mas não existia uma gentil para aquilo, então preferiu apenas uma coisa simples – você. Você é um dos garotos mais desejados, um dos mais pegadores. Se você estralar os dedos uma fila de meninas surge.

–E...? O que isso tem a ver com esse momento?

–Por que você quer namorar comigo? Considerando a sua personalidade e essas coisas.

–Porque mesmo eu sendo desejado e pegador, e tendo a possibilidade de escolher com quem eu quero ficar, apesar de tudo isso eu quero você.

Ela pensou mais um pouco. Não sabia se deveria confiar em sua palavra, mas dessa vez parecia estar falando a verdade.

–Eu vou entender se você não quiser. Quer dizer, você nunca quis e tal... – ele começou a se levantar.

–Não! – ela exclamou. Não podia deixá-lo ir. Sabia que essa deveria ser a última vez que ele a pediria. Ela se levantou – Quer dizer, sim! Espera, não. Calma – ela pediu. Não estava entendendo o que estava falando. - Sim – respondeu por fim, apaixonadamente. – Sim, Tiago. Essa é a minha resposta.

Ele, primeiramente a encarou, pensando que era uma brincadeira, mas percebeu que era a resposta que ele tinha esperado por todos esses anos.

Depois de ouvir essa palavra, percebeu que todo aquele tempo a esperando valera a pena.

Ele sorriu e a puxou para perto pela cintura.

–Eu vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo – ele prometeu.

Logo depois, inclinou a cabeça e a beijou. Dessa vez, Lily não evitou. Permitiu que seus lábios se encontrassem e, em seguida, suas línguas.

Ele a envolvia com delicadeza, como se ela fosse uma joia rara que quebraria se não fosse manuseada com cuidado. Ele gostava de pensar desse jeito, uma vez que não queria que ninguém a roubasse.

Lily não acreditava no que acabara de acontecer e no que estava acontecendo. Tinha suas mãos no peitoral do novo namorado. Ela gostava muito dele. Até demais. Seu único medo era que ele não levasse o relacionamento a sério, mas preferiu se preocupar com isso em outro momento. Naquele instante, apenas queria curtir ao máximo.

Tiago se afastou. Ele sorria abobadamente.

–Você é linda – ele disse, colocando uma mexa ruiva atrás da orelha dela. – Eu prometo que... – nesse momento Lily colocou o dedo na boca dele.

–Não prometa coisas que você não possa cumprir. Que estejam relacionadas a uma fração de tempo muito grande. Muito menos coisas que você não tenha certeza.

–Ok – ele concordou, um pouco bravo. “Por que ela sempre tinha que ter razão, de uma maneira ou de outra?” pensou – Vamos pra dentro? Lá está mais quente. Sua pele está congelando.

A garota concordou e os dois entraram novamente na casa, mas, dessa vez, de mãos dadas.

–--

–Eu apenas aproveitei o momento, ué!

–Aproveitou o momento? – Anna perguntou, rindo – Carol, eu acho que esse namoro com o Remo não está te fazendo muito bem. Esse garoto está te deixando cada vez menos santa! – os três riram, fazendo Carol ficar mais vermelha ainda – Ok, eu entendo que esse charme dos marotos funciona e tal, - nesse momento ela olhou para Sirius, que riu – mas isso não é motivo para você começar a beijá-lo em público! Quer dizer, apenas o coitado do Pedro não tem esse charme, mas ele é uma exceção pra varias coisas...

–Coitada da menina, Prett. Deixa ela curtir o Aluado – Sirius disse, a abraçando. – Olha, enquanto eles se curtem, a gente se curte também. Problema resolvido! – ele exclamou, fazendo todos rirem.

–Você está bem safado para o meu gosto, senhor Black – ela o encarou, com um sorriso discreto no canto da boca.

–Eu sei que você gosta disso – ele respondeu, piscando para ela em seguida.

Anna ia responder quando ouviu o barulho de uma porta se abrindo. Todos viraram em direção desta, e dela saíram Lily seguida de Tiago. Ninguém disse nada, ficaram apenas olhando e esperando algum sinal.

Havia algo de diferente nos dois. Eles sorriam juntos. Tiago não tinha nenhuma marca de mão no rosto. Suas bocas estavam um tanto mais avermelhadas do que o normal.

Mas a coisa mais notável eram suas mãos, que estavam entrelaçadas. Eles, ao verem a reação dos amigos, olharam para suas mãos e sorriram mais ainda.

–Até que enfim! – Sirius foi o primeiro a se manifestar – Não aguentava mais os dois brigando constantemente. O que deu em você Lily, pra aceitar ele de uma vez?

Lily ficou vermelha.

–Almofadinhas, não encha ela – Tiago respondeu por ela, ao ver o seu estado. Os dois rumaram para um sofá, sentaram-se e foram acompanhados pelos amigos. - Ela não tem culpa se não me resiste – disse, fazendo os outros rirem. Lily, por sua vez, deu-lhe um soco de leve no braço.

–Menos, Tiago, você não está podendo tanto assim – ela disse, sorrindo. Ele a abraçou mais forte, puxando-a mais pra perto.

–Ah, não? – perguntou, dando-lhe um beijo na testa – Alguém quer fazer alguma coisa?

–--

Em uma pequena fração de tempo, todos estavam se arrumando para sair. Sirius havia sugerido que fossem no cinema, apesar de não saber bem ao certo o que era, já que a única vez que ouvira falar desse lugar foi quando Carol disse que tinha o hábito de ir para lá com seus pais.

–Eu vou de vestido ou de saia? – Anna perguntou, mostrando à Lily as opções. Ela fora até o quarto da amiga só para pedir ajuda.

–Não é por nada não, mas está bem frio. Eu vou de legging preta, sapatilha, uma camisa e uma jaqueta. Você não acha que vai sentir frio?

–Bom argumento. Eu vou de calça então. Valeu pela ajuda, Lil – ela exclamou. Quando saiu do quarto, Carol entrou.

–Eu prendo o cabelo ou vou com ele solto?

Lily parou o que estava fazendo e observou a amiga. Ela estava muito arrumada para quem ia para o cinema. Bem, Carol sempre andava bem arrumada, independentemente para onde fosse. Ela vestia uma calça jeans skinny escura, uma bata de seda verde, sapatilha e tinha em mãos uma jaqueta preta.

–Preso te deixaria mais... Hmm, ousada. Solto mais comportada – respondeu, analisando a situação. – Eu, particularmente, acho que você ficaria melhor com o cabelo preso.

–Ficaria muito ousada? Tipo, excessivamente? – ela perguntou, ao pensar que poderia parecer vulgar.

–Não, ficaria na medida certa, pra falar a verdade – ela falou.

–Ok, então eu vou prender em um coque depois – ela concluiu. – Lil? – chamou a menina, que a olhou como sinal de quem estava prestando atenção. – Você está realmente namorando firme com o Tiago?

–Não sei se firme, nós começamos a namorar agora pouco, mas eu espero que fiquemos juntos por muito tempo. Não sei se ele quer o mesmo, mas eu acho que se um relacionamento começa é porque realmente há algo entre as pessoas envolvidas. Algo forte e significativo o suficiente para gerar vontade de fazê-los começarem a namorar – respondeu pensativa. Ela gostava demais de Tiago, Adorava sua presença, sua risada, sua conversa, seus olhos e seu sorriso. Adorava-o por completo.

–É realmente bom saber que ele te faz bem, assim ele se poupa de receber uma bronca, caso ele não te tratasse bem. Eu fico muito feliz pelos dois, mas só não quero vê-la sofrer – ao concluir sua fala, ela disse que ia lhe esperar na sala e então saiu do quarto, deixando Lily sozinha no cômodo.

Ela se arrumou rapidamente, já que quase nunca demorava a fazer isso. Após colocar a roupa, borrifou perfume em si, colocou brincos e desceu para o primeiro andar, onde se encontravam apenas Carol e Remo. Os meninos e Anna ainda deviam estar se arrumando, uma vez que os dois eram desorganizados e Anna sempre queria estar perfeita para Sirius, mesmo alegando não sentir nada por ele.

Logo, Sirius desceu, e os quatro começaram a conversar. Estavam decidindo que filme veriam, uma vez que o pai de Tiago recebia jornal trouxa todos os dias, e este continha a programação. No final, decidiram ver um filme romântico, pois esse era o mais interessante naquele dia.

Alguns minutos depois, Tiago e Anna desceram. Lily olhou para o menino. Ele estava lindo como sempre: cabelos bagunçados, sorriso envergonhado e olhos cintilantes. Estava com camisa e calça jeans, estava perfeito.

–Vamos? – Tiago perguntou, pegando sua mão.

–Vamos – ela respondeu sorrindo. Não conseguia parar de sorrir, era inevitável. Tinha ele ao seu lado agora, estavam juntos, ela o amava (apesar de não admitir) e ele a amava. Estava tudo perfeitamente bem, não precisava de mais nada.

Os seis quando chegaram ao cinema tiveram que ficar esperando, uma vez que chegaram muito cedo. Eles aguardavam no hall do local, onde iriam comprar pipoca, que era algo muito novo para os meninos e para Anna. O lugar ficava cada vez mais lotado, fazendo com que a fila aumentasse mais e mais atrás deles.

–Então cinema é uma diversão para os trouxas? Tipo um jogo de quadribol? – Sirius perguntou, tentando ligar os fatos.

–Exatamente – Lily afirmou, olhando em volta. – Nossa, tem algumas pessoas tirando fotos, será que alguém conhecido está aqui? – perguntou, ao ver um pequeno grupo de pessoas com câmeras e celulares na mão.

–Acho que não, devem só estar tirando fotos do cinema – Carol respondeu. Ela estava estranha, um pouco sem reação sobre a situação.

Ao pegarem a pipoca, eles entraram na sala que estava um tanto cheia também, mas não lotada. Sentaram-se e o filme começou.

Era sobre um casal que estava na adolescência e namorava escondido. Um dia, uma moça que trabalhava na casa de um deles descobriu e contou para seu patrão, que ficou enfurecido ao ver que a filha estava namorando o menino que morava na fazenda ao lado. Como conhecia seus vizinhos, ele os contou, então os pais do menino o mandaram para uma cidade grande para ele estudar propriamente e para ele nunca mais rever a menina, fazendo os dois sofrerem com a distância. A menina continuou vivendo naquela fazenda até ir para a faculdade, onde se formou em medicina. Uma vez médica, teve de ir a uma palestra em uma cidade vizinha a que estava morando e estagiando em um hospital local. Ao entrar no auditório, viu que ninguém havia chegado. Apenas um homem estava no local, tentando arrumar o material para a palestra. Ele era bem novo, tinha a mesma idade que a menina, aparentemente. Ela, ao ir ajudá-lo, viu seu nome em sua roupa e percebeu que ela o conhecia, pois ele era o menino que havia namorado anos atrás, mas que fora proibida de reencontrar. Ao se falarem, eles se reconhecem e se abraçam. O filme acaba com os dois saindo do auditório, contando um ao outro o que acontecera com eles todos aqueles anos.

–Que tipo de magia os trouxas usam para fazer uma coisa ser projetada nessa tela? – Sirius perguntou, quando eles já estavam saindo da sala.

–Se chama tecnologia, Sirius. Eles usam um projetor para projetar as imagens no telão – Lily explicou, rindo. Às vezes, ela se esquecia de que seus amigos não estavam acostumados a isso.

Depois de saírem do cinema, o grupo voltou à residência dos Potter, onde, ao chegarem, foram todos para a sala de televisão para desfrutar mais da magia chamada tecnologia.

–Eu ainda quero descobrir como tudo isso funciona. É uma coisa tão... surreal – Remo comentou, se referindo à TV. – É uma das coisas mais fascinantes que já vi.

–Eles têm um tipo de Profeta Diário em vídeo? – Anna perguntou, ao ver o noticiário.

–Basicamente isso. Mas eles também têm o jornal impresso, no qual nós olhamos para procurar o horário do cinema – Carol respondeu, tentando explicar da maneira mais clara possível.

“’Crise Mundial’, novo filme de Emily Frince, estreia na próxima semana, estrelando Henrique e Melinda Andrew com os papéis principais.” – o jornalista falava, em frente a um teatro em Nova Iorque.

–Carol... – Remo começou a falar, mas a menina o lançou um olhar muito sério. Ele não continuou sua fala, apenas voltou a olhar para frente.

–Eu acho que eu vou dormir, já estou bem cansada – Carol declarou, levantando-se.

–Mas já? – Sirius perguntou – Nem passou da meia noite ainda – complementou, ao checar seu relógio.

–Pois é... – respondeu sem graça – Mas se eu dormir agora amanhã eu vou acordar disposta, e não mais cansada ainda – ela o enrolou. – Bem, eu já vou indo. Boa noite pra vocês – declarou, por fim.

Depois de a menina ter descido as escadas, Remo pensou um pouco, olhando para o chão.

–Pensando bem, acho que eu vou seguir o exemplo dela e vou dormir. Boa noite – ao dizer isso, rumou ao segundo andar rapidamente, para não dar tempo de nenhuma pergunta.

–Mas que coisa, não? – Anna disse – Eles ficaram tão estranhos do nada.

–Ah, deve ser algo deles. Depois eles se resolvem – Tiago disse, se ajeitando no sofá. – E do jeito que o Aluado é, decidido e tudo mais, se ele foi atrás dela foi porque algo o incomodou e ele não vai descansar enquanto não tirar isso a limpo.

Anna concordou. Sempre achou que às vezes o casal era um tanto misterioso, mas nunca realmente se importou. Eles eram amigos de qualquer jeito, então isso não interessava muito.

–Bem, eu também vou dormir – Lily declarou. – Eu ainda preciso ligar para os meus pais pra avisar que está tudo bem e tal.

–Ligar? – Tiago perguntou – Pra ligar pra alguém, você não usava aquele objeto... qual é o nome mesmo? – perguntou para si mesmo – Litercone? – tentou, olhando a namorada.

–Telefone, pra falar a verdade – ela o corrigiu, rindo.

–Ah, também pode ser – ele disse – Mas é quase a mesma coisa. Telefone, litercone, quem se importa? – isso fez os quatro rirem.

Após algum tempo, Tiago a convenceu de deixa-lo ir junto com ela, para que pudessem conversar. Ela foi um tanto relutante com a ideia, mas acabou permitindo.

Ao ver que estava dispersa, Sirius abraçou Anna, pegando-a de surpresa.

–Quer me matar do coração, Sirius? – perguntou, depois de se recuperar do susto.

–Assim não teria graça, eu não poderia beijar você – ele disse, sorrindo marotamente. Como ela adorava aquele sorriso malandro que só ele sabia dar...

–Você está bem convencido para o meu gosto – ela disse, se desvencilhando dele. – Eu acho que vou fazer como todos e vou dormir, se não amanhã não acordo – ela se levantou, mas logo foi puxada para baixo.

Antes que pudesse protestar, o menino já estava com seus lábios colados nos dela. Rapidamente, já estava com uma mão em sua cintura e a outra ia descendo e subindo pela coxa de Anna. Ela não fez nada além de beijá-lo. Depositou uma mão em sua nuca e a outra ela passava por suas costas, por debaixo da camisa. Ela adorava fazer isso, o atiçava mais ainda, deixando o beijo cada vez mais envolvente.

Logo, Sirius estava encostado no braço do sofá, com Anna sentada em cima dele. Ela tinha suas mãos em seu peitoral (e que peitoral...) e ele a puxava fortemente pela cintura. Eles não paravam um segundo, nem sequer para respirar. Estavam envolvidos demais no intenso beijo que não pensavam nisso.

–Sirius... – Anna disse entre um beijo – acho que... deveríamos dormir... já está... ficando tarde – ela concluiu, falando entre as puxadas de lábios.

Ele, gentilmente, parou de beijá-la. Sua boca estava cor de cereja.

–Isso foi um convite? – perguntou, sorrindo no canto da boca.

–Hmm... – ela murmurou, ao pensar na resposta. – Não sei se você está merecendo passar muito tempo comigo...

–Nem me venha com essa, senhorita Prett – ao dizer isso, a puxou para um novo beijo. Ao terminá-lo disse – É obvio que eu mereço! – ele insinuou. Ela apenas riu e os dois se levantaram e desceram as escadas.

Ao chegarem à porta do quarto de Anna, ela o disse para ir para seu quarto. Ele concordou, com muita relutância, e rumou para tal. Ao abrir sua porta, olhou para trás, mas viu que a menina já havia entrado. Então, entrou e fechou a porta atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu ainda estou escrevendo sobre o feriado de Natal, mas já deixo aqui uma parte, porque se eu postar tudo de uma vez vão ficar, no mínimo, umas 12 mil palavras... Por isso, eu resolvi dividir o feriado que acredito que vão resultar em 2 capítulos.

O que vocês acharam desse capítulo? Eu sei que não acabou emocionantemente, mas eu espero que tenham gostado!

Por favor, comentem o que acharam ou o que teria como melhorar!



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