Poison escrita por Saúva Venenosa


Capítulo 18
" Os caras"


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela incrível demora. Eu estou ciente de que muitas pessoas abandonaram, afinal eu mesma abandonei a fic. Mas é isso...
Boa leitura :)



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Anteriormente em Poison:

P.o.v Alice

Depois que Clint me deixou em casa, ele foi investigar o que parecia ser algo realmente importante até então. Eu como não tinha muita coisa pra fazer, resolvi tirar uma soneca. Tudo estava na mais perfeita ordem, quando escutei a campainha. Será que Clint já havia voltado? Eu duvidava, e mesmo que fosse ele, encontraria um jeito de arrombar a porta ou algo do tipo. Me levantei cambaleante e caminhei até a porta. - Já vai! Abri a porta e surpreendendo-me não havia ninguém a minha espera. Olhei pros dois lados mais foi eu olhar pra baixo que avistei uma caixa pequena de papelão. Achei um tanto estranho, afinal eu não estava esperando nada pelo correio. Um arrepio desceu pela minha espinha e eu sabia que não iria gostar de abrir a caixa. Talvez um sexto sentido... Rapidamente me baixei e apanhei o embrulho. Me virei e tranquei a porta. Quem quer que fosse o remetente do embrulho ainda deveria estar por perto. Me sentei no sofá e, hesitante, tirei a fita adesiva que prendia as tampas da mesma. Sentindo uma certa ânsia, uma queimação no estômago, eu peguei a única coisa dentro do pequeno quadrado de papelão com a mão trêmula. Estava chamuscada nas bordas. Quando a peguei um pequeno pedaço se desfez em pó na minha mão. Contudo, a foto estava perfeita. Um feixe de luz, oriundo do sol que adentrava a janela de meu apartamento, fez com que a imagem de Clint em minha palma penetrasse ainda mais em meus olhos... qual seria a razão disso? Uma foto de Clint de boné na rua, com uma caixa branca na mão. Quem havia mandado? Tentei raciocinar, mas não conseguia achar conexões com nada. Virei a foto. Nada, tudo em branco, nenhuma explicação ou ameaça. Voltei a encarar a imagem. Clint deveria estar de folga no dia em que a foto foi tirada, pois não estava de uniforme, e estava de boné. Espera... um boné, uma caixa branca na mão...

Flash Back On, Alice, "Entrega Especial"

– Ding dong! Estranho eu não estava esperando ninguém. Eu mal conhecia pessoas em Nova Iorque. Mesmo desconfiando não peguei uma frigideira para bater em um possível assaltante. Olhei pelo olho mágico e vi um cara de cabeça baixa. Ele estava com um boné e não dava para ver ser rosto. Também carregava uma caixa de pizza na mão, então deduzi que ele deveria ter se perdido e errado na entrega. Destaquei a porta. - Olha moço, você deve ter se enganado. Eu não pedi pizza nenhuma. -nem dei chance pro coitado falar. - Tem certeza? Me indicaram esse endereço. - disse o homem com uma voz esguiçada, ainda de cabeça baixa. Eu não conseguia ver seu rosto mas ele me era familiar. - Sim tenho certeza. Não fui eu que pediu. - Bom me disseram para entregar para a garota mais sexy da rua. Pensei que fosse você. - disse Clint levantando a cabeça e voltando a usar o seu tom normal de voz. Eu devia estar mais branca do que papel. O agente Barton estava bem a minha frente, sorrindo daquele jeito que eu amava. - Você está bem? - perguntou. Talvez porque eu ainda estava meio lerda com a situação. - Sim eu tô bem. Como você descobriu onde eu moro? - perguntei perplexa. - Eu sou um espião, lembra? - eu fiquei me sentindo uma boba. Ele deveria fazer essas coisas o tempo todo. Me ocorreu que em pouco tempo eu também faria coisas assim, e meu estômago embrulhou. - Ahaam, é mesmo James Bond. Entra. - falei saindo do caminho para que ele pudesse passar.

Flash Back Off

Com o coração batendo forte dentro da minha caixa torácica, corri para a porta e me certifiquei que estava realmente trancada. Empurrei um móvel até a mesma, para dificultar qualquer tentativa de arrombamento. Corri até o quarto e dentro do meu armário, na segunda gaveta debaixo de algumas roupas, peguei meu revólver. Havia ganhado há exatamente duas semanas, com o informe de que estava prestes a ser escalada para missões oficiais. Apesar de nunca ter ido a uma missão da Shield, a arma seria útil no momento. Procurei meu celular... onde estava? Onde? Voltei cuidadosamente à sala. Estava em cima da mesa. O peguei, e sem jeito, com os dedos trêmulos, digitei uma mensagem.

P.o.v Clint

Já estava saindo da Shield, quando senti meu celular vibrar no bolso de trás da calça. "Uma nova mensagem". Era da Alice. "Preciso de ajuda, rápido." Corri pra caminhonete e segui com o motor roncando.

P.o.v Alice

Estava agachada no meu quarto. A arma na mão, o celular no colo. Com um assobio, o aparelho me avisou da chegada de uma nova mensagem. Era de Clint. "Abra a porta. Acabei de chegar." Me levantei como uma desesperada que corre de um animal selvagem, ou de um fantasma. Empurrei com a cintura o móvel que havia colocado em frente a porta. Ao terminar estava exausta, todas as minhas forças estavam acabadas. Destranquei a porta e dei de cara com um Clint tenso, com o maxilar cerrado. - Entra. - falei com um tom de voz estranho até mesmo pra mim. Clint entrou e eu voltei a passar a tranca pela porta. - O que houve? - era a vez de Clint falar. - Você está parecendo um papel... e porque está segurando seu revólver? - perguntou percebendo a arma em minha mão direita. Ela pendia em braço, repousava em meu corpo. - Isso. - Baixei - me e peguei a caixa debaixo da mesa que ficava próxima ao sofá. - Foi isso que houve. - Clint pegou a caixa da minha mão. Abriu-a e tirou a foto de dentro. - Mas essa foto... foi no dia em que vim a sua casa. - assenti com a cabeça. Ele olhou mais pra foto, parecia procurar algo nela. Olhou seu verso. Ele estava com uma expressão impassível no rosto. Isso fazia-me sentir ainda mais medo. Parou e examinou a caixa. Depois de um tempo incontável, soltou um suspiro. - O que foi? Sabe quem mandou isso? -perguntei. A ansiedade estava corroendo minhas vísceras. - Alice... acho que você pode estar em perigo. É melhor você dormir na minha casa hoje. - Clint parecia não ter escutado minha pergunta. - Clint! Me responde! Você sabe quem mandou isso, não sabe? - indaguei exaltada. - Por favor, Alice. Não é seguro conversamos aqui. Não quero discutir com você agora... só faça o que eu peço, por favor. - O arqueiro parecia tão estarrecido que não consegui me opor. Apenas assenti com um balançar de cabeça. - Tudo bem... o que eu tenho que fazer? - perguntei num tom mórbido, quase um piloto automático. - Apenas arrume uma bolsa com as suas coisas, seja rápida, tudo bem? -O espião pediu com um jeito atípico. Ele também parecia querer cooperar com a situação. Passei por ele e me dirigi ao meu quarto.

...

Enquanto pegava minhas coisas mais importantes e colocava tudo dentro de uma mochila, consegui ouvir cochichos vindos da sala. Clint estava falando com alguém ao telefone, mas eu não sabia quem. Acho que naquele exato momento isso não me interessava, estava absorta demais para me incomodar. Absorta demais para ser eu. Terminei de pôr tudo na bolsa e troquei de roupa. Roupas sutis, sem chamar atenção. Caminhei até a sala. - Clint? - chamei. Ele olhava pela janela. - Estou pronta. - Então vamos. Deixa que eu levo. - falou, pegando minha mochila. Saímos em silêncio, e eu não pude deixar de olhar tudo em volta. Estava procurando quem quer que fosse que parecesse suspeito, mas não avistei nada. Subi na caminhonete e dei uma última olhada para minha moto. Minha tristeza cresceu dentro do peito ao vê-la ficar pra trás pela janela do carro. O caminho foi longo até o apartamento de Clint. Acho que ele deu várias voltas na cidade antes de ir para o lugar. Provavelmente estava evitando sermos seguidos. Quando o carro finalmente parou, desci e olhei o ambiente. Era bem normal para um espião super foda. Clint morava no segundo andar de um prédio de três andares. Do lado do imóvel havia uma casa bem grande e do outro uma borracharia. Na frente havia uma banca de jornal. Subi as escadas acompanhada por Clint. Nenhum de nós pronunciou uma palavra desde a saída do meu apartamento. No segundo andar morava mais uma família além de Clint, ele me contou ao chegarmos a sua porta. - Olha, não repara na bagunça... eu não tive tempo de arrumar nada. - o gavião falou meio sem jeito. - Sem problemas. - respondi com um sorriso fraco. Ele abriu a porta e ficou me esperando entrar. O lugar era bonito, bem decorado para minha surpresa. A sala era pequena, apenas um sofá de dois lugares, uma TV moderna com um vídeo game, o que me fez sorrir, afinal garotos são sempre garotos. Girei o corpo para olhar o resto da casa e tudo me pareceu bastante acolhedor. Haviam algumas louças na pia da cozinha, talvez fosse essa a bagunça de Clint. Enquanto eu observava tudo, o gavião sumiu por um corredor. Eu me sentei no sofá enquanto esperava ele retornar. Um sentimento angustiante invadia meu peito e comprimia meu coração, que certamente igualavasse a uma cereja. Algo de ruim estava para acontecer. Clint voltou e se sentou do meu lado. - Acho que te devo explicações, não é? - falou com uma voz quase triste. - Alice, eu sei quem enviou a caixa pra você... eu os conheço, são gente da pior espécie... e agora eles sabem sobre você. - ele não conseguia me encarar, estava de mãos cruzadas e dirigia os olhos para elas. - O que eu fiz? - perguntei ainda absorta. - Você não fez nada, eles querem a mim. Mas agora eles descobriram você é vão te usar para me atingir... é tudo culpa minha! - falou exaltado, levantando-se do sofá. Ele parecia estar na mais profunda agonia, a culpa era evidente. Eu me levantei, caminhei em sua direção e abracei sua cintura. - Calma agente Barton, vai ficar tudo bem... - falei tentando acalma-lo. - Eu juro que não vou deixar que encostem um dedo em você, Alice... eu juro. - prometeu apertando-me em seus braços. - Eu sei disso... eu sei. - disse com os olhos marejados.

...

Depois que Clint se acalmou, jogamos uma partida de vídeo game. Ele me contou que eu estava temporariamente de férias da Shield. O arqueiro havia explicado toda a situação, e nós dois estávamos liberados, enquanto não pegassem os caras. Isso explicava o telefonema misterioso. A Shield estava investigando, e se comprometeu a pegá-los. Os caras, na verdade era uma espécie de máfia russa de espionagem. Futuramente eu saberia que a agente Romanoff já havia trabalhado para eles. Mas isso só futuramente. No momento eu estava perdendo mas uma partida de vídeo game. - Está com fome? Eu posso comprar alguma coisa... - perguntou Clint. - Não, obrigada. Eu não estou com fome. Eu só queria descansar um pouco. - eram altas emoções para um único dia. - Tudo bem, você dorme no meu quarto, já deixei sua bolsa em cima da cama. Eu durmo aqui na sala. Só vou pegar uns cobertores... - e fez menção a se levantar do sofá. - Clint? Não seja bobo. Você pode dormir muito bem comigo no quarto, sua cama é de casal não é? - perguntei - É. - Para de bobeira então. Tenho certeza que você sabe se comportar. -dirigi-lê um sorriso. Me levantei fui até o quarto dele. Peguei minha bolsa e tirei minha roupa de dormir e escova de dentes. - Vou tomar um banho, tudo bem? - gritei da porta do banheiro. - Claro tem toalhas limpas no armário. - foi sua resposta. Apesar de não aparentar, eu estava nervosa, pois eu e meu arqueiro dormiríamos na mesma cama. Eu queria estar bonita e cheirosa. Sem pressa tomei uma forte ducha, sem molhar os cabelos. Depois de vestir meu baby doll, escovei os dentes e me olhei no espelho. Não estava tão mau assim. Clint já estava deitado de um lado da cama, com um livro na mão. Ao entrar no quarto, a vergonha explodiu dentro de mim e eu fiquei mais vermelha que um tomate. Podia sentir os olhos do arqueiro em cima de mim. - Boa noite, Clint. - disse deitando do meu lado do colchão. - Boa noite, Alice. - respondeu.

...

No meio da noite, um pesadelo se apossou de mim. Eu conseguia ver um caixão, várias pessoas chorando e Clint. Ele estava sério como eu nunca tinha visto. De repente, começaram a jogar terra em cima do caixão. Eu cheguei muito próximo ao mesmo e por um descuido cai dentro da cova. As pessoas não paravam de jogar terra, pareciam não me ver pedindo ajuda. Até mesmo Clint, parecia me ignorar... Acordei num sobressalto com o coração batendo forte. Clint despertou comigo. - Alice? O que foi? Você está chorando? - perguntou, atônico com meu desespero. - Clint... foi horrível, ninguém me ouvia, ninguém me ajudava a levantar. -falei sufocando com o choro. - Shiii... calma, tudo bem, foi só um sonho, eu estou aqui. - Promete que não vai me deixar sozinha? - Mas é claro, eu estou aqui, calma... - disse me aninhando em um abraço. - Me beija Clint... por favor. - pedi, eu o queria mais do que tudo no mundo, mas do que o oxigênio que respirava. Com a hesitação do arqueiro, tomei a atitude e colei meus lábios nos dele. Era reconfortante ter a boca de Clint na minha. Contudo, ele não parecia muito certo do que fazer, então o mostrei o que eu queria, qual era minha verdadeira intenção. Girei o corpo e montei sobre ele. Devagar deixei sua boca e beijei seu maxilar, sua mandíbula e pescoço. Clint havia entrado no ritmo e deslizou uma das mãos pela minha coluna até chegar a bunda. Sem pressa, com um desejo incontrolável, naquela noite eu fui de Clint e ele foi meu.

Continua ...


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Notas finais do capítulo

Desculpem erros ortográficos.