Poison escrita por Saúva Venenosa


Capítulo 13
Complicado


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Mais um capítulo novinho pra vcs. Eu gostei muito de escrevê-lo, então espero que vcs tbm gostem. Minha amiga me sugeriu que a Sharon fosse a Denise Richards. Eu gostei, acho que combina. Só imaginem ela mais jovem, ok?
Boa leitura!!!



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Depois de terminar de comer, olhei em volta do refeitório. As pessoas já começavam a sair. O expediente não havia acabado. Até eu e os outros agentes teríamos uma segunda rodada de treinamentos hoje. Observando como as pessoas se comportavam, pude constatar que os agentes da Shield eram bem variados. Tinha uma agente cercada por 3 rapazes, como se eles disputassem por sua atenção. Dois caras com pinta de durões em uma mesa num canto, conversavam como se fossem bandidos e estivessem se escondendo da polícia. E ao dirigir o olhar para uma mesa na mesma direção da que eu estava, sendo do outro lado do refeitório, vi Clint. Mas dessa vez ele não estava sozinho. Estava com a ruiva, a agente Romanoff. Eles estavam sentados de frente um para o outro, de modo que eu podia apenas observar seus perfis. Eles pareciam meio íntimos, conversavam com um ar casual, e a ruiva riu de alguma coisa que o arqueiro tinha falado.
Não pude deixar de sentir um incômodo ao vê-los tão próximos, afinal, Natasha era muito bonita. Eu tinha certeza que ela conseguiria fazer qualquer homem largar suas mais profundas convicções, se assim quisesse. Será que eu estava me preocupando à toa? Eles eram amigos? Ou mais do que isso?
Apesar de ser meio torturante, continuei olhando na direção de ambos, e pude ver de maneira a piscar os olhos para confirmar o que eles haviam captado, quando sutilmente Romanoff colocou sua mão por cima da de meu arqueiro. Ela sorria gentilmente e acariciava a mão dele como que para confortá-lo. Clint também tinha um sorriso no rosto, embora mais contido.
Senti uma enorme vontade de sair dali, o mais rápido possível, porém parecia que meu espírito tinha se fundido com a cadeira.
Continuei olhando, quando Natasha dirigiu seu olhar em minha direção, e percebeu que eu havia acompanhado a cena. Ela virou-se em direção a Clint, e voltou a me olhar, como que para alertá-lo de minha presença.
O Gavião me dirigiu seu olhar, e não consegui decifrar sua expressão. Parecia um misto de surpresa com culpa... não sabia ao certo.
Controlando minha vontade momentânea de sentir auto-piedade pelo ocorrido e derramar lágrimas que começavam a surgir nos meus olhos, fiz com que elas voltassem para dentre de minhas pupilas, e com toda a habilidade nata de atuar que eu tinha, forcei um sorriso na direção de Clint, e depois cumprimentei Natasha com aceno de cabeça.
Entretanto meus olhos já começavam a coçar com as insistentes gotas de água prontas para transbordar, então me levantei e caminhando o mais naturalmente possível, indo em direção a saída. Minha visão já estava completamente borrada, e quando cheguei ao corredor não me importei em acelerar o passo, quase que em uma corrida. Segui até meu alojamento, e me tranquei.
De acordo com o relógio ensina do criado mudo, eu teria certa de 45 minutos para me acabar em auto-piedade.
Me deitei na cama e abracei meu travesseiro tão apertado no peito, que estava quase me abraçando junto.
Permiti que as tão indesejáveis lágrimas escorrecem pelo meu rosto. E aos poucos o choro ficou mais intenso, durante o qual podia sentir meus ombros balançando com alguns soluços abafados.
Eu não sabia ao certo o que estava sentido, mas sabia que era ruim. Era como se meu coração tivesse um cérebro a parte, e ele estivesse triste. Como se ele estivesse sido amarado e comprimido em um tubo de ensaio. Mas o porquê disso? Porque eu estava chorando na verdade? Eu não tinha presenciado nada de mais, tinha? Eram emoções conflitantes e eu me sentia num romance adolescente, com adaptação para o cinema.
Sorri com esse pensamento. Sorri pelo fato de ser uma idiota. Sorri pelas circunstâncias... Talvez fosse algum castigo a ser pago... sorri. E o meu choro se transformou em riso. Eu realmente devia ter problemas mentais ou psiquiátricos.
Resolvi me levantar, eu ainda tinha 20 minutos. Fui até o banheiro e me encarei no espelho. Fiz algumas caretas, beicinhos, sorrisos. Lavei meu rosto, e comecei um trabalho de salvação de imagem. Ninguém precisava saber que eu havia chorado. Clint não precisava saber.
Passei um lápis preto, rímel e um leve batom de tom rosado. Um pouco de corretivo e... perfeito. Nenhuma marquinha de lágrima. Escovei o cabelo e fui em direção ao quarto verificando que tinha 10 minutos. Saí fechando a porta as minhas costas.

...

Não estava com muita vontade de continuar o treino, nem com muita vontade de ficar perto de Clint. Não sabia como teria que agir, afinal tudo estava confuso para mim. Felizmente não encontrei nenhum dos meus colegas no caminho. Não queria ter que fingir um bom estado de espírito agora. Já bastaria durante o treino.
Abri a porta e para minha surpresa todos já haviam chegado e estavam em uma especíe de círculo. Me esperando?
– Muito bem, agora que a agente Cooper chegou podem começar pessoal. - disse o agente Barton saindo de uma parte da sala que meu campo de visão ainda não tinha alcançado.
– E agente Copper? - chamou- me olhando dessa vez diretamente em meus olhos- vai treinar até mais tarde pelo atraso. - anunciou firme.
Eu permaneci estática, meio down. Os outros começaram a fazer um exercício envolvendo luta corporal em duplas. Todos tinham pares, e faltava alguém para me ajudar. Só estão percebi que Peter não estava presente.
Dei mais uma olhada para o grupo de pessoas espalhadas pela sala e voltei a olhar para Clint.
– E eu treinador Barton? - perguntei tentando não mostrar alteração vocal.
– Parece que seu colega, o agente Clarke- era o sobrenome de Peter- teve problemas estomacais... você vai ter que fazer o exercício comigo. - Clint dizia tudo com um tom de voz amargurado, quase como se estivesse com raiva de mim.
Isso despertou minha irá, afinal não tinha sido eu que tinha pisado na bola... não dessa vez.
– Tudo bem. - falei irritada. Comecei a me alongar, observando Clint balançar o pescoço como um lutador de boxe prestes a entrar no ringue. Talvez acertando um soco nele eu me sentisse melhor.
– Vamos lá, Cooper, me mostre o que sabe fazer. -se não estivéssemos lutando, isso poderia ser considerado um flerte. Entretanto eu não estava para brincadeiras.
Numa tentativa de acertá-lo, girei minha perna direita como em um jogo de capoeira. Mas Clint era o Gavião Arqueiro e não seria tão fácil assim. Ele abaixou-se e eu tentei um soco de esquerda quando ele voltou a posição. Entretanto esquivou- se facilmente. Ele parecia divertido com a situação, e isso aumentou minha raiva. Mais uma vez tentei acertá-lo com um chute, mais ele segurou minha perna. Entretanto consegui manter o equilíbrio e me aproveitando da situação, subi em suas costas e me prendi a ele fechando as pernas em sua cintura. Com uma chave de braço, consegui imobilizá-lo. Todos os outros agentes tiam parado para nos observar.
– Alice... você está... me ... sufo... cando! - falou com dificuldade. Porém só afrouxei o braço um pouco depois e desci de suas costas. Clint meio que caiu de barriga para cima recuperando o folêgo.
– Boa... luta, treinador. - disse sarcasticamente. Porém minha falta de folêgo comprometeu minha provocação.
– Estão dispensados! - Falou Clint ainda no chão, e o pessoal meio embasbacado começou a sair. Tirando as mãos dos joelhos, e deixando a postura agachada pela normal, estendi a mão para Clint. Estava feliz por ter acabado com ele.
– Pegue. - disse oferecendo a mão. Ele olhou para ela e depois para mim, voltando para ela. Segurou, mas em vez de levantar, me puxou de encontro a si. Eu cai em cima dele como uma boneca de pano, ele me pegou de surpresa.
– Ei! Você ficou maluco! - disse rolando de lado para o chão.
– Nunca abaixe a guarda agente. - disse virando o rosto de lado para me encarar. Eu também estava de barriga para cima agora, e nossos olhares se encontraram.
– Ótima observação, agente Barton. - disse em um tom irônico, referindo-me a ele próprio. Quebrando o contanto visual me apoiei no chão para poder levantar.
– Espera! Você não pode ir. Tem que ficar aqui pelo atraso. - falou enquanto levantava-se rapidamente do chão. Eu continuei caminhando, mas parei assim que senti sua mão no meu ombro. Me virei para encará-lo.
– Você sabe perfeitamente que eu não cheguei atrasada, ainda tinha cinco min... - mas antes que eu conseguisse terminar a minha oração, Clint me calou com um beijo.
Apesar de estar magoada com um possível envolvimento entre ele e Ramonoff, meu corpo me traiu. Ainda relutante, me entreguei ao beijo e até mesmo o correspondi. Clint me segurava pela cintura e eu tinha as mãos em seu pescoço e nuca.
Sua língua investia furiosamente contra a minha, e um calor percorreu todo o meu corpo.
Passados alguns maravilhosos minutos, afastamos nossas bocas em busca de oxigênio. Ainda assim permanecemos abraçados, nossas testas unidas.
– O que está acontecendo? - perguntei em tom grave.
– Acontecendo o que?
– Não se faça de bobo, Barton. O que tá rolando entre você e a ruiva?
– Quem, a Natasha?
– Claro! Você conhece outra ruiva? - disse brava me afastando dele.
– Espera... espera- disse me alcançando - eu e a Natasha somos apenas amigos.
– Sério? Vocês me pareciam mais do que bons amigos, no almoço. - disse arqueado uma sobrancelha e cruzando os braços.
– Você por acaso está com ciúmes? - perguntou dando aquele sorriso de que eu tanto gostava.
– Não mude de assunto. Você não vai me distrair com esses olhinhos verdes.
– Eu já disse, Natasha e eu somos apenas amigos, ok? - disse se afastando em direção oposta a minha, passando a mão pelo cabelo. Me senti um pouco mais segura, apesar do pouco tempo em que tinha conhecido Clint, eu confiava nele.
– Tudo bem... eu acredito em você. - disse me aproximando dele - agora, espero que esteja sendo sincero. Eu sou muito ciumenta com as minhas coisas, entendeu Gavião? - falei me aproximando como que para lhe dar um beijo.
– Entendi... Clint aproximou ainda mais o rosto para que eu pudesse beijá-lo, mas para sua surpresa virei o rosto e andei em direção a saída.
– Até mais... treinador. - falei dando uma última olhada para trás. Ele estava sorrindo quando segui em direção ao meu quarto.

...

Depois de tomar um banho, vesti um short jeans e uma regata leve. Apesar de ainda ser primavera, a temperatura estava um pouco alta.
Não queria passar mais algumas horas trancada no alojamento antes de dormir, então resolvi dar uma volta pela Shield, ir atrás da área de lazer mencionada pelo intimidador Diretor Furry. O homem de um olho.
Colocando a cabeça para fora do quarto, me certifique de que o corredor estava vazio. Eu não sabia se era permitido andar pela Shield com uma roupa que não fosse o uniforme. Enquanto eu caminhava até a área de lazer que ficava próximo a cantina, vi uma porta em que não tinha reparado antes. Era pequena, e não tinha maçaneta, apenas um treco para empurrar. Olhando para trás, o corredor continuava vazio, então empurrei a porta. Meu coração estava acelerado, provavelmente eu não tinha permissão para entrar ali.
Empurrei e... nada. Apenas uma escadaria. Me deu um pouco de medo, mas com uma grande curiosidade subi cada degrau segurando a respiração. Ao atingir o topo, percebi outra porta, isso estava mais sinistro do que o jogo do Mário Bros.
– Nada de dar pra trás agora Alice... - falei encorajando a mim mesma.
Empurrei a segunda porta e pra minha surpresa, ela dava pra uma espécie de terraço. Andando até o meio do local, percebi que devia estar em algum lugar em cima da Shield.
Caminhei até o limite de chão antes do fim do prédio. Era bem alto, e estar tão perto era excitante. Apenas um passo e eu cairia, provavelmente para nunca mais voltar. Mesmo assim era bom, tudo aquilo, todo aquele perigo fazia-me sentir viva, fazia meu coração acelerar.
Dei uma olhada na vista a minha frente e era linda. Apesar de enxergar apenas os limites da Shield, ver tudo ali de cima era extraordinário.
– É lindo não é? - perguntou Clint, atrás de mim.
– Ahhh!!! - eu me desiquilibrei, e se não fosse as mãos de Clint em minha cintura, a essa altura teria virado patê amassado.
– Seu filho da mãe! Quer me matar! Literalmente! - gritei dando um soco em seu peito.
– Ai! Devagar! - reclamou, apesar disso parecia estar se divertindo.
– Da próxima fez que você me der um susto, eu vou... eu vou...
– Vai? - me incentivou.
– Aff, esquece. Só tente não me matar, ok? Ainda bem que eu não sofro do coração... - falei me sentando na beirada do edifício, de modo que minhas pernas ficassem balançando penduradas. Clint se sentou ao meu lado.
– O que está fazendo aqui? - perguntei.
– Eu podia te fazer a mesma pergunta. Se alguém te pegar aqui, vai ter problemas. - disse olhando para a vista e não para mim. Ainda assim estávamos próximos o suficiente para que nossos braços se tocassem.
– Eu estava indo pra tal sala de entetrerimento dos agentes quanto vi a porta da escadaria e subi. - disse me deitando com um braço apoiando a cabeça. Pela primeira vez Clint olhou em minha direção, e deitou ao meu lado, quase que imitando o meu jesto.
– E então? O que faz aqui? Perguntei olhando para o céu. Naquela noite haviam muitas estrelas no céu. Provavelmente haviam mais estrelas do que eu já tinha visto em toda a vida.
– Eu gosto de vir aqui as vezes. Pra pensar...
– É mesmo? E o que está te preocupando? - perguntei virando o rosto de lado, para poder olhar para Clint.
– Você. - respondeu. Seus olhos brilhavam mais do que as estrelas no céu. - Eu não sei... o que eu sinto quando eu vejo você, quando eu tô perto de você... - ele parecia meio angustiado, e essa confissão me fez sorrir.
– Não se preocupe... não vou te forçar a me pedir em namoro. - disse sorrindo. Ele apenas esboçou um sorriso.
– Clint, olhe para mim. Eu também estou confusa, está bem? Você é um cara lindo, divertido, sexy- ambos sorrimos- e me faz sentir especial. Quando eu vi você hoje com a Natasha, eu...
– Eu já disse que somos amigos... - me interrompeu.
– Eu sei, já disse que acredito em você. - falei colocando um dedo em seus lábios, para que calasse a boca e me ouvisse. - Só estou dizendo que quando eu te vi com ela, foi como um soco no estômago. Isso é tão confuso pra mim também!...
E por um tempo não falamos absolutamente nada, apenas nos encaramos.
– Que tal não nós preocuparmos com isso agora? Apenas, deixar acontecer? - perguntei acariciando seu rosto, passando os dedos pelo seu cabelo e orelha.
– É... acho que você tem razão. Podemos fazer isso. - concordou. Eu me cheguei mais para perto dele, e lentamente uni meus lábios aos dele em um beijo tranquilo e terno.
– Eu gosto tanto de estar perto de você. - confessei.
– Eu também. - falou passando um braço as minhas costas, de modo que ficamos de barriga pra cima, abraçados.
– Hein Clint, você conhece Bruce Banner? - perguntei me lembrando de que iria fazer essa pergunta bem mais cedo.
– O doutor Banner? Sim eu conheço. Por quê? - Clint parecia meio tenso.
– Ele é médico? - perguntei ingenuamente. Clint sorriu em meu cabelo.
– Não ele é físico, acho, ou algo do tipo.
– E por que ele se acha tão perigoso? - perguntei com a mão em cima de seu peito.
– Eu acho que não devo te falar, desculpe.
– Você não confia em mim? - perguntei um pouco ofendida.
– Não é isso, é que essa informação é um pouco pessoal. Mas acho que toda a Shield sabe, então... Você conhece bem Os Vingadores, certo?
– Sim, eu até conheço o Gavião Arqueiro, acredita? Ele até que é bonitão, mas meio ranzinza...
– Bom saber... - respondeu com um meio sorriso- Você sabe sobre o Hulk?
– Claro! Aquele cara é demais! Onde vocês acharam ele? E como fazem pra ele obedecer a Shield?
– Bem, digamos que ele não trabalha pra Shield, nós é que precisamos dele.
Essas palavras foram quase as mesmas usadas por Bruce... tudo fazia sentido agora.
Bruce Banner, nas horas vagas era o Hulk.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou maior do que os outros... opiniões são bem vindas!