Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 91
Presença!


Notas iniciais do capítulo

PRESENÇA

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

Mario Quintana



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Órion  Shouri caminhava apreensiva de um lado para o outro de um dos jardins, sobre uma pequena ponte em um dos lagos ornamentais, não conseguira dormir à noite, o desaparecimento de Byakuya a pelo menos dez dias, e enquanto que Ária, retornara diferente após o encontro com seu oji-san, voltando para casa apenas na manhã seguinte, ficando indisposta deste então.

— O que estar acontecendo?! Será que infringir alguma regra? Parecia tudo estar indo bem até, até a visita de Tsukishirou com suas ameaças e o suposto retorno de Órion, agora com o nome de Miyoshi, By-sama mudou drasticamente comigo deste então. Nem meu fiel Jibrail me atende mais, desapareceu!!! O que farei?! – desespera-se Shouri.

— Menina, você precisa descansar, a dias que não dorme direito, venha? – Preocupava-se Yui.

— Eu não posso relaxar, não até By-sama chegar e eu saber o que estar acontecendo com Ária!! E, e encontrar Órion. – chora a morena.

— Você não precisará encontrar minha menina, digo Órion-sama, ela retornará na hora em que julgar conveniente. – responde Yui se afastando.

.........

No Rokubantai:

Abarai Renji estava em sua sala, quando ouviu um enorme barulho vindo do escritório do seu capitão, correu para ver o que era e assusta-se:

— Tai-taichou?! Quando o senhor chegou?!- indaga surpreso.

Byakuya o observa com seu olhar gélido, papéis voavam por toda a parte devido a ventania causada pela viagem interdimensional: - que bagunça é esta Abarai, ausento-me por algumas horas e você faz isso?

— Algumas horas?!  Taichou, o senhor sumiu por dez dias, isso são documentos que eu não poderia assinar pelo senhor. – responde o ruivo perplexo.

— Dez dias?! Como?! – o nobre pergunta mais para si do que para o ruivo.

— Aiiii...eu não respiro...By-sama..... – murmura alguém agoniada e quase asfixiada debaixo do capitão sobre as pilhas de papel.

— Gomen nasai, pequena deusa. – elucida o capitão levantando e deixando a jovem a mostra.

Renji arregala bem os olhos, tanto por ver uma garota naquela situação com o seu capitão, quanto pela forma como ele a tratou e por...: - Hashiseki Miyoshi?! É você mesma?! Deixa eu ajudá-la... – o tenente é impedido de se aproximar devido um olhar de Byakuya.

— Venha, eu a ajudo. – elucida o nobre a pegando no colo delicadamente e pondo-a no chão.: - Você está bem pequena deusa?

—Agora estou, arigato By...digo... Kuchiki taichou. – sorri sem graça ajeitando seu komon floral, curto.

Abarai fica de queixo caído diante da cena, mas para disfarçar: - Hashiseki, teu cabelo não era verde?! Mayuri taichou e Nemu fukutaichou te procuram há dias. Você cresceu!!! Eu ainda lembro de você pequenininha! – explica fazendo gestos com as mãos.- fazia anos que não te via mesmo. – admira-se.

— Qual motivo de tantas perguntas inoportunas Abarai? - reprova-o o nobre fitando-o gélido, Abarai paralisa.

— Ohayo Abarai-san, é uma história meio complicada sobre o meu cabelo e o desaparecimento, é melhor deixar de lado. – sorri dengosa fazendo o ruivo corar: - ainda espero os doces do Sekai que você me prometeu! – fala fazendo biquinho e ajeitando os documentos sobre a mesa.

— Desculpas, eu fui falar com a Nemu dias depois, para saber se você podia ir comigo e escolhe-los você mesma, porém Mayuri taichou ouviu a conversa e me botou para correr e ainda me ameaçou, desde então não a vi mais. – responde o ruivo murcho sob os olhares de Byakuya.

Byakuya segue em direção à porta do escritório: - Vamos hashiseki Miyoshi, tua missão ainda não acabou.

— Hai Kuchiki taichou. – responde, entregando alguns dos formulários ao tenente: - Termina de organiza-los para mim tenente. – Sorrir docemente para o abacaxi que se derrete, e segue para junto de Byakuya: - até mais Abarai-san, e obrigada.

— Não se preocupe, pode deixar comigo!!! – responde bobo: “como ela cresceu?! Estar tão linda, ainda mais agora, morena! ” Assim que Byakuya e Tansui no Hana somem pelos corredores do bantai: - o que?! Taichou e os document...agora sobrou pra mim novamente!!

.........

Tansui no Hana, atual hashiseki Kurotsuchi Miyoshi, já desviava seu trajeto em direção do Junibantai, quando:

— Onde você vai pequena deusa? – indaga o nobre lhe tomando pelo braço.

— Como o senhor mesmo falou antes, sou hashiseki Miyoshi, portanto devo retornar ao meu batalhão e me reportar ao meu taichou, que deve estar pelos cabelos, e se eu me demorar mais, a nee-chan Nemu responderá por isso. – responde baixando os olhos: - agora solte-me Kuchiki taichou e deixa-me ir.

— De onde conheces Abarai? Hum?!- ele respira fundo: - Digo, quando virás a mim novamente? – enrola-se o nobre: - Você não é uma Kurotsuchi! – diz apertando o braço da jovem, colando o rosto em sua glabela.

— Meu senhor já é compromissado com uma Kuchiki. – responde desdenhosa: - e aqui me chamo Kurotsuchi Miyoshi, hashiseki do 12º esquadrão e devo me reportar ao meu taichou. Assim que me recuperar do esgotamento eu procurarei os Kuchikis. – elucida se afastando do nobre e desaparecendo com o teletransporte.

O nobre baixa o olhar fitando o nada, respira fundo cerrando os olhos, após alguns segundos, levanta o rosto e sente a brisa em seus cabelos de ébano, admira o céu: - parece que deixei algo muito importante naquele lugar, e não me refiro a Órion!

.........

No Junibantai:

— Já estava cogitando uma caçada à shinigami desertora. – ironiza Mayuri ao ver Miyoshi adentrar em seu laboratório.

— Não fui treinada para desertar, meu senhor, me ensinou a sempre terminar o que eu começar. – responde friamente o encarando.

— mas o que aconteceste com teus cabelos? Onde estão os belos cachos verde-mar? - indaga Mayuri se aproximando da jovem e analisando as madeixas nigérrimas, levou uma das mãos ao ombro esquerdo da jovem, expondo seu pescoço, ajeitando os longos cachos no ombro direito, aspirou o perfume feminino.

Tansui no Hana arrepiou-se, porém continuou com seu olhar frio e apático, não se mexeu. Mayuri lambeu-a do ombro desnudo até a orelha esquerda. Miyoshi estremeceu, soltando um baixo gemido. Mayuri sorriu insanamente.

— Teu cheiro não é o mesmo, e o teu gosto mudou, já não és aquela a quem criei, como posso chama-la então? – indaga retornando à sua cadeira.

— Como sempre, meu senhor, é bem perspicaz. E muito me orgulha ser criada e ensinada por Mayuri-sama! Todavia, meu amado taichou sabia o proposito deste kopanku. – elucida a jovem o encarando.

— Realmente, mesmo que disfarçasse bem, esses olhos não mentem e tal kopanku foi criado par um desígnio especial. Bem-vinda alteza, Tansui no Hana!!! – sorri o taichou.

Nemu que assistia tudo do lado do capitão arregala bem os orbes azuis escuros em surpresa, aquela já não era mais a menina que criara com tanta dedicação e amor.

........

Na mansão Kuchiki:

Já era noite, Shouri estava na sacada do seu quarto chorando, sentada em algo que parecia um divã: - como ele pôde levar todos esses dias longe, e retornar tão frio e distante comigo?! Eu, eu não entendo, não compreendo, não falou nada do que aconteceu com ele nesses últimos 10 dias. Ainda mais, fora para o Rokubantai sem se despedir de mim, como se eu não existisse. Eu não o enten... – volta a chorar e abaixa a cabeça.

Mas nesse momento, algo começa a brilhar atrás dela, Shouri se assusta. Ao sentir uma enorme essência divina e diferente dos outros deuses: - Mas o que estar acontecendo?! – assusta-se voltando sua atenção par dentro do quarto.

— Kuchiki Órion Shouri, avatar substituta da princesa das avatares Kuchiki Órion, nascida em alguma era perdida de Kuchiki Byakuya, apresente-se a mim. – ordena uma doce voz autoritária de dentro da esfera de luz.

— Quem você pensa que é, para invadir meus aposentos e me chamar de substituta de avatar – irrita-se a jovem encarando com raiva a luz esférica.

Tansui no Hana, achando aquilo uma insolência, mostra-se em seu resplendor, quase cegando a jovem: - Quanta insolência vinda de uma reles substituta. – irrita-se a pequena deusa, deixando-se em formal visível e suportável à visão comum, abriu suas grandes asas e as balançou forte, causando ventania no cômodo, desorganizando tudo no quarto de Shouri.

— Que-quem é você?! – indaga Shouri boquiaberta.

— Tão cegas és tu, que não me reconhece... – Tansui no Hana não completa a frase, alguém entra apressadamente no quarto de Shouri e se estatela bem à frente da jovem deusa.

— Seja bem vida, minha senhora! – elucida Ária sorridente levantando-se com um pacote nas mãos. Ela ajoelha-se e eleva as mão segurando o mimoso embrulho: - está aqui o lhe pertence, totalmente consagrado.

— Ária o que estar fazendo? Levantam-se e de onde conhece esta... – ira-se Órion Shouri.

— Herdeira do trono celeste, juíza dos exilados, senhora das águas eternas e legatária deste orgulhoso Clã, princesa Tansui no Hana, filha de Apsu. Reine sobre nós e julgue os corruptos que flagelam esta família, fustigam este mundo e se escondem nas sombras. – anuncia a alba levantando e entregando nas mãos de Tansui no Hana o antigo artefato.

A pequena deusa sorri docemente: - Teu fardo é pesado e doloroso. Oh! Primogênita do nobre líder, porém mesmo diante das dificuldades impostas a ti, tua fragilidade e limitações, não te cegaram os olhos e não ensoberbaram teu coração, foste forte e humilde para concluir a missão a ti imposta, e vê o que tua “irmã” não foi capaz de enxergar. – fala pegando o embrulho e o deixando à mostra, ao contato com suas mãos, este toma o tamanho de uma pequena katana, a qual Tansui no Hana, encaixa na bainha atrás do seu cinturão de pérolas: - arigato Ária-san.

— Fi-filha de Apsu?! – assusta-se Shouri.

— Não é culpa dela minha senhora. O otou-san ficou estranho conosco desde quando soube do retorno da Órion-nee-chan, e voltou ainda mais frio e distante após esses dez dias, não nos deu explicações de nada, tudo bem que ele é o líder, todo-poderoso! Mas não custava nada nos falar o que aconteceu com ele esses dias. – responde Ária sentando-se próximo à irmã.

— Ele não falou nada?! – indaga Miyoshi.

— Você conhece o By-sama?! – interroga Shouri lhe encarando.

— Não o culpem, ele estava comigo, aqui na Seireitei, fui criada sob o nome de Kurotsuchi Miyoshi...

— Queeee?! Mas não deveria ser a nee-chan Órion que deveria vim com esse nome?! – Shouri pula da cama.

— Não. Vocês ouviram apenas o que deveriam. Eu vim libertar a alma da nee-chan e acabar com o reinado de Anupu. Também fui criada por Mayuri taichou, assim como o novo kopanku de Órion-nee-chan. – responde Tansui no Hana.

— Mas então o corpo de Órion está no Junibantai? – indaga Ária.

— Não estar mais, eu o tirei de lá, assim que pressenti a bruxa de Anupu nas proximidades de lá e me mantive longe daqui também, ela ainda não pode saber de minha existência. – elucida a pequena deusa planando em frente às duas Kuchikis.

— Onde você o escondeu? E porque By-sama estava com você e não me disse nada, ainda retorna frio e distante, como se eu não fosse nada para ele. – irrita-se Shouri.

— Bem, estava em missão com Hakurei-san... – tansui é interrompida e se irrita.

— Queeee?! Com Hakurei-san?! – surpreendem-se as Kuchikis.

— Irão me interromper novamente?! sendo assim eu irei embora. – esclarece a hashiseki brava.

— Gomen nasai Tansui-chan, continue! – pede Ária.

— Se ele retornou assim distante, foi por influência do Jardim do Éden, estávamos lá todos esses dias... – a pequena deusa amua-se com a nova interrupção.

— Jardim do Éden?! – gritam as duas irmãs.

..............

A noite passou calma e rápida sob as narrativas da jovem deusa contando suas aventuras ao lado de Hakurei e de Byakuya, por último recrutou Órion Shouri e lhe revelou sua premissa para recuperar a alma de Órion e selar o deus chacal. Assim que amanheceu, a jovem deusa desceu vagarosamente ao jardim abaixo do quarto de Shouri, abriu as grandes asas e planou gentilmente ente as rosas e azaleias, deslizou ente as papoulas e tulipas, seguindo entre hibiscos e dálias.

Haviam alguns criados e guardas que passavam pelo jardim naquele momento, porém apenas paravam estáticos contemplando a cena, uma jovem donzela de cabelos encaracolados negros esvoaçantes,com dois pares de asas de anjo, irradiando luz branca sob a luz dourada do amanhecer e muito se parecia com a primeira Kuchiki Órion, esta não tocava o chão, mas flutuava sobre ele, chous, colibris e abelhas a rodeavam alegres, a cena era bela e surreal. Contudo havia mais alguém a observando além dos criados da casa. A jovem plainava girando em torno de si, movimentando as asas delicadamente, até que em uma de suas pirouettes, esbarra em algo, e quase cai: - Aiiii...

— Você chegou cedo pequena deusa! Bom dia! – elucida Byakuya a amparando antes que chegasse ao chão.

— By-sama, chegaste cedo demais?! – admira-se a jovem em seus braços vermelha.


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