Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 53
Uma virgem para o ritual/ preparações


Notas iniciais do capítulo

Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.
Confúcio
Aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança.
Lao-Tsé
Você ganha força, coragem e confiança através de cada experiência em que você realmente para e encara o medo de frente.
Eleanor Roosevelt
Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
Paulo Coelho
Amizade é muito mais que gestos e palavras..
É convivência, paciência, luta, conquista, derrotas..
Choros e risos.. É saber entender, compartilhar, vivenciar..
É ser dois, tres, quatro, infinitos..
É ser apenas um..
Amizade vem de dentro, não é feio, nem bonito..
É achar tudo esquisito e nem se importar..
É amar e saber esperar..
É enfrentar, julgar, condenar, mas ao final estar lá..
Amizade é ser tudo em um, ser um em vários..
Não ser minguém..
É querer ir além..
É conseguir e persistir..
Amizade é isso.. Ser eu em você.. Ser o que você falta em mim..
Ou ser o que sobro em você..
Amizade é ser simplesmente o que somos em conjunto..
Ludmila Borges Soares



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Durante o percurso de saída do primeiro bantai, Yuè sente-se mal, apresentando ares de cansaço e pálida, preocupando o nobre:

= Querida! O que estar havendo com você? – interroga a amparando.

– Não foi nada, deve ser ansiedade, é somente mal-estar e enjoos, venho sentindo há alguns dias, é passageiro, não sendo digno de sua preocupação. – esboça um sorriso fraco.

O nobre a olha zangado: - como ousas dizer-me que tua saúde não é digna de minha atenção? Yuè, achas que não me preocupo com você ou que meu amor não é o suficiente para ser alertado com assuntos que julgas trivial e te dizem respeito?

– Meu senhor estava se recuperando e depois sumiste do hospital em missão, talvez não recordasse disso diante dos acontecimentos. Perdoe-me. – responde abaixando o rosto.

– É melhor levá-la para casa e chamar um médico. – ela meneou falar algo, quando: - e nem ouses contestar-me, temos um voto de confiança e tens me escondido tanto! – a repreende.

– Desculpe-me novamente.

Já no 13º bantai, Rei exibia-se para seus pares e discorria sobre suas aventuras, deixando a todos perplexos. Enquanto Tsukishirou tentava organizar algumas coisas:

– Ukitake taichou, como deixaste acumular tantas tarefas? Eu só fiquei fora alguns dias e as coisas ficam assim e quando eu me ausentar por mais tempo? Estas relaxando o trabalho taichou? E esses oficiais de que servem? A Kiyone vive discutindo com o Sentarou e Yuuki de conversa pelos cantos, Rei e Kida são muito mais eficientes que os três.

– Não, apenas tu me acostumaste mal querida. Acalme-se, logo daremos um jeito nisso. Agora porventura se não estas achando que eles cumprem suas funções corretamente, os chamem a atenção, és tenente. – dizia o taichou beijando-a. ela o fita brava, ele arqueia uma sombracelha em interjeição e a encara sério: - o que foi que eu fiz minha lua?

– Nada, simplesmente não fizeste nada, é esse o problema, és muito condescendente com todos, não deves deixa-los fazer o querem... Deixa-me logo resolver isso. – ela lhe as costas e já se aproximava da porta, o deixando bravo. Voltando antes de abri-la e agarrando-o pela gola do uniforme, o beija ardentemente: - descanse, eu volto logo, não, me espere lá dentro.

Ele voltou para seus aposentos, quando repousou sua cabeça, levantou-se rapidamente, recordando-se a ultima vez: - minha lua é um doce quando não estiver irritada, porém, brava pode matar qualquer um, é melhor eu acompanhar essa conversa. – o taichou imaginou a cena, seu pingo de gente chamando a atenção dos seus oficiais, sorriu.

Minutos depois Kida dá a noticia aos oficiais: - Aviso aos oficiais de plantão que a tenente estar chamando-os e não estar muito alegre.

– Preparem-se para ver um piti da princesinha do taichou, um projeto de gente com raiva. – brinca a oficial com seus pares.

Após essa rápida reunião com os oficiais do bantai, na varanda dos aposentos do taichou, sobre um futon ao chão a jovem Ukitake estava sentada apoiada em uma parede, discorrendo em sua flauta a Nona Sinfonia de Beethoven, enquanto o mais velho dormia com a cabeça sobre suas pernas. A melodia ecoou por toda aquela área do bantai:

– É inacreditável que alguém que é tão sensível assim e bela! Por pouco não nos matou! – fala Sentarou.

– Ela só não fez isso porque o capitão estava junto. – elucida Kiyone.

– Eu acho que era por isso que o taichou estava junto. Mais que ela ficou fofa dando aqueles pulinhos de brava, ah, isso ficou! – revela o loiro sorrindo enquanto o outro concorda.

– Vocês querem morrer mesmo, irei fingir que não ouvir. – declara a shinigami.

.......

– Doutor, por favor, não diga nada À Byakuya-sama, me deixe preparar-me primeiro, tão logo falarei para meu senhor. – suplica Yuè.

– Tens certeza minha senhora? Não quero perder a credibilidade com esta família.

– Não irá, eu prometo. Tenho uma tarefa muito importante para cumprir e essa noticia poderá me impedir de completa-la, apenas diga que é estresse.

– Tudo bem, contudo cuide-se, beba bastante liquido sucos naturais, mantenha uma alimentação balanceada e saudável, pequenas porções a cada três horas, evite esforços desnecessários, pratique exercício suaves e caminhadas, de preferência pela manhã. E assim que informar Byakuya-sama me avise para fazermos seu acompanhamento.

– Muito obrigada doutor, eu irei cumprir à risca tudo isso. – Agradeceu a alba mais tranquila, relaxando sobre fofas almofadas, enquanto o medico fora conversar com o nobre. Yuè levou a mão ao ventre: - E agora, o que farei? Eu não esperava por isso! Será que Tsuki-chan já terminara de decifrar o cântico?

.........

A noite chegou calma e serena, com os últimos fios dourados pendurados no horizonte e os primeiros pontinhos de luz a brilhar na abobada celeste, Tsukishirou estava em uma modesta construção de dois compartimentos nos jardins do fundo, iluminada com lâmpadas chinesas, situada na sala mais ampla, que somente tinha uma entrada pela pequena antessala, com duas grandes janelas laterais, no meio do cômodo uma grande mesa de mármore branco, entalhada à mão, sobre esta o luxuoso Grimorium, na frente do livro a Balança de Anupu, do lado direito o gancho dourado e ao esquerdo o Cálice de cristal e ouro, a mesa ainda era iluminada por velas vermelhas aromáticas que jaziam em altos candelabros de prata polidos com areia do Nilo dispostos junto à mesa. Nos cantos anteriores incensários acesos, longas cortinas de seda e linho egípcio desciam as paredes, dispostas ao chão, grandes almofadas com função de assentos. Na parede posterior um altar também em mármore, sobre uma base de cinco degraus altos, parecendo mais um trono, onde a morena decorou com um futon dourado bordado com fios de prata, cercando-o com finas cortinas de púrpura. Imitando um pequeno templo, da porta de entrada até a mesa um antigo tapete persa, nos degraus externos Rei e Duamoutef montavam guarda, cercados de arvores floríferos e cactos cheios de flores.

– Rei!

– Sim tenente, é digo Tsuki-chan.

– Querida Rei, me perdoe pelo meu atrevimento, mas...

– Pode perguntar Tsuki-chan, qualquer coisa até aqueles bem escabrosos, eu não tenho vergonha.

– Tudo bem então, você é pura, digo se você é...

– Hum! Virgem? Sou sim, nunca tive sequer um flerte, tudo por causa do Yuuki.- responde vermelha.

– Então pedirei algo sumariamente importante, pois disto depende toda a missão, porém se você aceitar há riscos enormes.

– Qualquer coisa por vocês tenente, além de minha família, o capitão e o mala do Yuuki, você, Yuè e Órion, foram as únicas que realmente se importam comigo e farei qualquer coisa por vocês.

– Ah! Rei, muito obrigada pela sua devoção e confiança em nós, de sua decisão depende nossas vidas, e juro que ninguém nunca a subjulgará após esta missão. Mas antes de revelar-te quero que chame Yuè, pois não posso mandar Duamoutef, ele a detesta.

– Está bem. – responde sorridente.

– Ukitake-sama, o chá e os wafers estão prontos. Eu trago para cá? – anuncia uma criada.

– Aqui não, estou tentando purificar este recinto, comeremos na varanda do jardim, obrigada Miko. Rei após o chá você vai chama-la.- diz fechando o livro.

Após determinado tempo, Yuè chega com Rei no pequeno templo, Tsukishirou vÊ a face abatida da alba:

– Yuè! O que você tem?

– Nada, é somente ansiedade, conseguiste decifrar todo o cântico? Seja rápida Byakuya-sama não pode imaginar que sair.

– Tem algo de errado com você, ainda não dar para saber, porém se não queres contar agora, mais adiante descobrirei. Sentam-se ambas, Yuè você sabe que este feitiço é de origem asteca e necessita de um sacrifício humano e dos seus artefatos ritualísticos.

– O espelho e o cuchillo de obsidiana estão na mansão, junto com a bosuton baggu de Órion. Então quem será sacrificada?

Ambas olham para Rei, que engasga com a própria saliva, trêmula responde: - eu aceito, sempre quis morrer de forma honrada e ser lembrada por um grande feito.

– Boba, envolve esse risco, para todas nós, embora você retorne se tudo ocorrer bem, se for o que eu imagino. – elucida a alba.

– Verdade?! E eu que pensei que morreria, oras agora mesmo que aceito.

– Então me deixem explicar a vocês o que faremos, antes que... – Tsukishirou é interrompida.

– Ukitake-sama? – chama Miko da porta externa.

– Sim Miko, o que há? – responde saindo.

– Obaro-sama e dois irmãos de Juushirou-sama estão aqui o que digo a eles?

– Acomode-os em uma sala, ofereça-lhe um chá e fale que não demorarei ter com eles. É o tempo que nosso senhor chega do bantai.

– Hai Ukitake-sama! – despede-se a criada.

– Tudo bem, serei o mais breve que posso, eles irão tomar todo o meu tempo, amanhã explico melhor. Rei você fica para o jantar?

– Claro tenente.

– Então amanhã conversamos com mais calma, sei como eles te adoram por isso são assim com você! – sorri Yuè: - além disso, Byakuya-sama chegará a qualquer hora.

– Então deixemos para amanhã, Rei me ajuda a fazer sala para eles?

– pode deixar tenente, você tocará um pouco de piano, jamais muito tempo que não o faz.

– Eu toco o que você quiser, eles irão fazer um monte de perguntas, eu fico agoniada.

– Se vais tocar, então eu ficarei um pouco mais, adoro suas musicas. – diz Yuè.

...........

– Yuè querida onde estavas?

– Fui visitar Tsuki-chan, precisava andar um pouco, estou bem.. – sorrir.

– Porque és tão teimosa? – o nobre a abraça e a beija.

– É de família, não consigo evitar. Aliás, que tal comermos temaki de camarão, me deu uma vontade com molho de almôndegas. Isso mesmo, eu pedirei para a senhora Yui preparar para nós dois e depois preparo o seu banho... se quiseres companhia Bya-kun! – ela o olha bem faceira.

O nobre se assusta com a inusitada combinação e teria que acompanha-la, o pior é que segundo o medico ela não poderia sofrer aborrecimentos, mas adorou a historia do banho.

...........

– Isso é maravilhoso! Espero ver netos antes de morrer. – alegra-se Obaro, deixando a morena vermelha, o taichou apenas sorriu.

– Alias, Tsukishirou-sama sua comida estar divina, será uma excelente esposa, o senhor meu irmão tem muita sorte. – fala um dos irmãos Ukitake.

– Ainda é muito recente para falarmos nisso, vejam como deixaram nossa amada cunhada. Queria muito que a senhora tocasse um pouco mais de sua flauta, e dizer-lhe que fizeste um dueto maravilhoso com a Kuchiki-sama, um amor de pessoa, bem diferente dos seus parentes.

– Obrigada senhor. Claro se Juushirou-sama permitir, o farei com todo gosto. Yuè é excelente pessoa.

– Claro que sim querida, se tu pudesses repetir a melodia de hoje à tarde, ficaria muito grato. – fala o doce taichou.

– Tudo para o meu senhor. Mandarei servir a sobremesa. Com licença a todos. – levanta-se e segue em direção à cozinha.

– Eu ajudo tenen..

– Senta-te Rei, és convidada nossa. – ordena o taichou: - aliás, minha lua já me pedira uns dias de dispensa para vocês irem para Ugendou e amanhã vocês partem.

– Sério?! Arigatoo taichou, folga! Que alegria! – sorriu fazendo a todos a acompanharem.

Pela manhã bem cedo, Tsukishirou e Rei partem para Ugendou onde esperavam Yuê, esta esperou o nobre taichou sair para o trabalho, escreveu uma carta e entrega para Yui, dando-lhe instruções para entregar para Byakuya somente no outro dia, assim que Hikari deixa a shinigami na propriedade da família, ela faz uma visita:

– Ukitake o que fazes aqui? Não tens trabalho a fazer?

– Ohayou para você também Byakuya.

– Menina insolente! – irrita-se o nobre: - seja breve no que vieste fazer.

– Espero que esteja pronto par cumprir sua parte do acordo.

– Que acordo, do que falas?

– perderás algo muito precioso as sua vida, uma que tens e outra que nem imaginas ter. Lembras-se da proposta que te fiz no Hueco Mundo? Mas aquilo que perderes te será devolvido em dobro 21 dias contando a partir de amanhã. Pense bem logo receberás instruções de Yuè, até mais. – desaparece.

– Que menina arrogante, deve estar pegando a demência daquele senil inconsequente! – reflete ignorando o aviso.

............

Ainda era manhã quando as três chegaram ao exato local em Apsu levara a alma de Órion. Como se tratava de um ritual asteca, Chiharu tomara a frente das preparações. Tsukishirou com sua habilidade moldou um altar de pedra com símbolos astecas, depois levantou algumas colunas de areia em volta demarcando um santuário. As duas colocaram Rei em banho de imersão com especiarias, ervas e óleos preciosos, para sua purificação, Yuè desenhou em volta do altar o símbolo da Tríade exilada, um triangulo com três círculos em cada ponta, e o cinturão de Órion dentro, ficando o altar na esfera central. No circulo que representava cada uma das divindades, foram dispostos seus amuletos: na esfera superior uma cabeça de chacal em ônix, na esfera direita um jaguar negro de obsidiana, porém ao depararem-se com o circulo pertencente a Apsu:

– O que faremos Yuè, nós não planejamos esta parte.

– Calma, deve ter algo na baggu de Òrion, deixa-me pegar.

Yuè proferiu algumas palavras e o laço da bosuton, agora velha porem conservada, abriu, a alba remexeu: - aqui tens uns papeis com rabiscos esquisitos, deve ser sumério, tens uns fracos, algumas fotografias e, e...achei deve o amuleto dela!

– Credo! Que coisa esquisita! – diz Hikari.

– Você conhece a historia dos caldeus, é um rubi, um lado cabeça de ave e na outra um touro. Coloque lá, por favor, que pegarei água pata o Cálice sagrado e treinar meu anuhat.

Enquanto Rei descansava na tina esculpida próxima a um lago, com água morna e especiarias, estava feliz mesmo sabendo que poderia realmente. Yuè foi purificando o lugar com orações em anuhat e dispondo os abjetos místicos em locais estratégicos, tudo isso levou o resto do dia , próximo ao anoitecer, Rei saiu do banho e pôs uma roupa de origem asteca: um cocar de plumas, braceletes de ouro, uma saia ricamente bordada com ideogramas da cultura, sobre os seios uma larga faixa em couro cru, sob orientações de Tsukishirou ao ler o Grimorium, a feiticeira asteca desenhou símbolos no corpo da shinigami, depois deitou sobre o altar ensaiando o ritual, quando a noite manifestou-se or completo, as três mulheres retornaram para a residência Ukitake.

Assim que chegaram na residência, Yuè sente os enjoos novamente, chegando a vomitar, despertando preocupação nos presentes, sendo obrigada por Tsukishirou a ficar repousando:

– Rei, tome conta dessa teimosa para mim enquanto termino algumas anotações? Não a deixe levantar-se para nada, salvo se for para ir ao banheiro.

– Hai tenente, assim que trocar de roupas, irei preparar um chá...

– Não precisa senhorita Rei, eu mesma fiz assim que vocês chegaram! – entra Azuka com uma bandeja enorme no quarto.

As três se assustam com a cena, tão corriqueira no 13º bantai, agora ali presente, as fazendo recordar dos atos de Yuuki:

– Ela parece a versão feminina do Yuuki! – relata Rei.

– Muito obrigada querida Azuka. – fala Hikari sem jeito.

Yuè apenas sorrir, conhecia aquela situação muito bem, tanto quanto conhecia todos os integrantes da família.

Longe dali, Byakuya tem uma péssima surpresa, Yuè saíra pela manhã e não retornara, este chamou o fukuro branco, porém a ave não apareceu. Enquanto isso Juushirou estava sentado debaixo de uma arvore, olhando céu apreensivo.


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Notas finais do capítulo

Convivencia - A arte da felicidade ou da guerra?

Creio que não haja exercício mais difícil nesta vida do que conviver com
o outro. Aceitar as diferenças e administrar os conflitos, sem que isso
se torne uma guerra trata-se, certamente, de uma charada sagrada.

Sim, porque sem a convivência nos tornamos como que sem propósito.
Afinal, embora muitas vezes nos esqueçamos ou prefiramos ignorar esta
verdade, o fato é que tudo o que fazemos e somos está a serviço de apenas
um objetivo: sermos reconhecidos e amados.

Porém, é também na convivência que reside nosso maior desafio, o mais
humano e intrigante aprendizado, o mais intenso conflito a que nos
submetemos durante toda nossa existência, do primeiro ao último suspiro!

É quando todos os nossos sentimentos - um a um – ficam aflorados,
expostos, escancarados; algumas vezes de forma linda, mágica,
encantadora... mas outras vezes, de forma ridiculamente mesquinha,
pequena, assombrada...

Se considerarmos que passamos a maior parte de nosso tempo no ambiente de
trabalho, haveremos de considerar que são as relações nutridas neste
lugar que nos servem como práticas mais recorrentes.

Embora, geralmente, não estejam aí nossos encontros mais caros, é no
trabalho que trocamos nosso comportamento por um valor determinado,
previamente combinado, estejamos satisfeitos ou não com este montante.
Portanto, este pagamento nos induz, muitas vezes, a agir de modo
comedido, engessado, como quem cumpre um script sem considerar os
verdadeiros sentimentos.

Acontece que não fomos feitos para o fingimento e sim para a
autenticidade, seja ela bonita ou não. Assim, mais cedo ou mais tarde, é
quem realmente somos que fica em evidência e é a partir daí que
encontramos bem-estar ou desespero, alegria ou angústia, prazer ou dor,
conciliação ou tormento.

Justamente por isso que acredito piamente ser a gentileza nosso maior
trunfo. Obviamente que não falo da gentileza protocolar, mas daquela
genuína, capaz de promover a paz nos relacionamentos do cotidiano. Por
isso, embora realmente seja difícil praticá-la em algumas ocasiões, penso
que é urgente começarmos a ser gentis com aqueles que dividem conosco o
ambiente de trabalho e com quem compartilhamos a mesma casa, o mesmo
quarto e a mesma cama.

Por quê? Pra que? Até quando? Bem... se ao menos tentarmos e nos abrirmos
para sentir os benefícios que a gentileza pode trazer para nossas vidas,
tanto do ponto de vista interno, quanto relacional, certamente faremos um
esforço.

10 dicas para ser gentil na convivência

1. Tente se colocar no lugar do outro. Tente de verdade, com todo o seu
ser. É eficiente demais esse exercício!
2. Aprenda a escutar. Esvazie seus ouvidos para absorver o que o outro
está dizendo. Aí pode estar a solução que nem ele ainda foi capaz de
enxergar.
3. Pratique a arte da paciência. Julgamentos e ações precipitadas tendem
a causar desastres horrorosos.
4. Peça desculpas, especialmente se esta opção lhe parecer difícil
demais. Isso pode definitivamente mudar a sua vida!5. Procure ao menos
três qualidades no outro e perceba que esse hábito pode promover
verdadeiros milagres.
6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de
você. As diferenças são verdadeiras preciosidades para todos.
7. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua
realidade de vida.
8. Analise a situação. Deixe a decisão para o dia seguinte, se estiver de
cabeça quente. Alcançar soluções pacíficas depende também do seu
equilíbrio interno.
9. Faça justiça. Esforce-se não para ganhar, como se as eventuais
desavenças fossem jogos ou guerras, mas para que você e as pessoas ao seu
redor fiquem bem!
10. Seja gentil. A gentileza nos leva a resultados criativos e produtivos
e ainda desvenda a charada da convivência: único meio de nos sentirmos
verdadeiramente realizados!
Rosana Braga



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