Katniss Everdeen P.V.O ON

Antes mesmo que eu possa pensar em alguma das minhas possíveis opções, que são: fugir, correr, me esconder, mudar de nome e viajar pro Canadá; um ser de cabelos ruivos muito, muito, muito, muito alegre MESMO, pula em cima da minha pobre pessoa, em um abraço esmagador, me fazendo cambalear e quase cair.

Deus, o que eu fiz para merecer isso?

— Annie?! O que faz aqui?! - pergunto ultra, mega, super, hiper surpresa. Sem exageros.

— Como assim o que eu faço aqui?! EU ESTUDO AQUI! - exclama, aumentando o tom de voz na última frase com uma alegria assustadora.

Essa é a boa e velha Annie Cresta que eu conheço. Uma menina super legal, mas, com uma mania insuportável de aumentar o tom de voz de repente. Por isso, Annie não é uma pessoa para a qual você possa contar algum tipo de segredo. Seja ele qual for. Não que ela seja uma má pessoa, longe disso! É só que... Nunca se sabe quando ela pode gritar e atrair vários olhares confusos, como ela faz agora mesmo.

— Não sabia que tinha se mudado, POR QUE NÃO ME CONTOU?! - como eu disse, mania insuportável!

— Ann, querida, fale baixo. - peço, quase imitando os olhos do gatinho do Sherk. — Meus pais morreram há três semanas e, como eu tenho poucos parentes e todos moram em outros países, acabei vindo morar com a minha tia Cashmere. - explico calmamente a situação, quase que em um sussurro. Quando eu penso neles.. — E eu não te contei porque com tudo que aconteceu, acabei perdendo seu número e... - sou interrompida por braços em volta do meu pescoço, em um abraço apertado. Envolvo meus braços em Annie, retribuindo o abraço.

Mesmo com sua mania feia, e que me irrita muito, Annie continua sendo uma ótima amiga. Conheci a Ann em minha antiga escola, desde então, viramos grandes amigas. Mas, um tempo depois, Cresta teve de se mudar, e consequentemente, mudar de escola. Perdemos contato e agora, nos reencontramos. Annie é realmente incrível... Só é... Atrapalhada, escandalosa, totalmente fantasiosa, faladeira, hiper, mega romântica e sabe aquelas pessoas que sempre abrem a boca no momento errado para falar a coisa errada? Então, essa é a Annie! Mas tirando esses PEQUENOS detalhes, Ann é uma ótima amiga.

— Eu sinto muito, Kat... - diz baixo o suficiente pra mim escutar e se separa do abraço logo em seguida. — Mas, pensa bem, HÁ MALES QUE VEM PARA O BEM! Talvez essa coisa totalmente horrível TENHA ACONTECIDO por algum motivo e NÃO POR ACASO. - sorri mostrando sua única covinha na bochecha esquerda. É, além de ruiva, com sardas e de ter olhos verdes como águas cristalinas, a criatura ainda tem uma mono cova. A vida não é justa. — E mais, nós nos reencontramos, e agora, VAMOS ESTUDAR JUNTAS! - diz abrindo um sorriso enorme enquanto me balança pelos ombros.

— É, você pode estar certa... - Ou não. Completo em pensamento.

Mas, prometi a mim mesma que tentaria me acostumar aqui em Shadyside, com a tia Cash. O que tem sido muito difícil, já que até agora só aconteceram confusões. Falando em confusões, eu ainda não encontrei o loirinho... Eu deveria ir procurá-lo, né? É, eu deveria.

— Ann, eu preciso...

— ANNIE! - sou interrompida por um grito de um ser de cabelos loiros que saí, sabe lá Deus de onde, e pula em cima de Annie, em um SUPER abraço. Ok, parece que sobrei agora. — Ah, eu 'tava morrendo de saudades de você! Você não vai acreditar, essas férias foram incríveis! Eu fui à tantos lugares e... - ela para de falar assim que nota minha presença, e, espera um pouco... Eu conheço essa loira. EU CONHEÇO ESSE SER! Não acredito! NÃO PODE SER! — AI. MEU. DEUS! KATNISS?! - ela diz, ou melhor, grita, atraindo olhares. De novo.

— Eu? - sorrio forçada em direção ao ser feliz, que me encara com um sorriso maior que o do Coringa. Ok, esse povo está muito alegre pro meu gosto.

— Espera aí, VOCÊS SE CONHECEM? - Annie intercala o olhar entre mim e a... Madge.

— Ér, mais ou menos, eu conheci a...

— Uhum, não é um máximo?! Eu e a Katniss nos conhecemos no dia em que eu fui comprar o meu material do Bob Esponja. Eu estava contando pra moça da caixa sobre a vez em que eu fui pra Austrália e tentei entrar dentro da bolsa de um canguru, deixando ele super raivoso. Aí a Kat apareceu e a gente começou a conversar! - me interrompe novamente, contando tudo numa animação surpreendente. Logo em seguida, direciona seu olhar a mim. — Eu ia te ligar esses dias, mas eu perdi seu número! Ás vezes eu posso ser bem desligada. Nem acredito que vamos estudar juntas! Você vai estudar aqui, né? Porque ia ser muito legal se a gente estudasse juntas, mas, ia ser muito triste se você não estudasse comigo. E eu odeio ficar triste! Da última vez que eu fiquei triste, minha mãe me comprou um hamster. Mas ele morreu duas semanas depois. Minha mãe disse que ele morreu porque já era velho, cansado e doente. Mas eu acho que ele morreu porque eu passei uma semana sem dar água e comida para ele. Eu nunca fui muito responsável com as minhas coisas, nem com meus animais de estimação. E nem com...

— CALADA! CALADA! CALADA! - grito interrompendo-a e atraindo mais olhares assustados.

Isso está acontecendo muito hoje. Espera um minuto, a Annie e a Madge são... Amigas?! E eu vou estudar na mesma escola que as duas... Juntas?! AI.MEU.DEUS. Cara, eu adoro a Annie, mas ela tem um sério problema com tom de voz, e, até onde eu sei, a Madge fala demais... Juntando as duas... Eu realmente NÃO mereço isso!

— Qual é o problema, Kat? - Annie me olha confusa, seguida de Mad. Espera, eu chamei a Madge de Mad? Ah, dane-se! Ela não vai ler meus pensamentos mesmo!

— Olha meninas, eu adoraria ficar aqui e continuar conversando com vocês sobre como eu e a Madge nos conhecemos, mas... - faço minha melhor cara de sinceridade. — Eu realmente preciso encontrar a secretaria.

— Ah, não tem problema, nós vamos com você! E depois...

— NÃO! - grito interrompendo a Mad, que me olha assustada junto de Annie. — Ér... Que... Eu... Quer dizer... Não precisa. Eu realmente quero conhecer a escola, mas, tipo... Quero conhecer a escola... Sozinha. - digo dando ênfase no final, sorrindo forçada e torcendo pra que as duas acreditem em mim.

— Hãn.... Então 'tá legal... - Annie me olha desconfiada, mas, logo em seguida abre um sorrisinho de canto. — A gente se vê por aí Kat! - diz antes de sair arrastando a loira pela mão, para dentro da escola, enquanto a outra sorri e acena para mim com a mão livre.

Depois de vê-las sumindo entre as pessoas, suspiro aliviada. Menos duas. Sorrio com o pensamento e resolvo realmente ir procurar a secretaria. Mas, como alegria de pessoas boas como eu, dura pouco, assim que faço menção de entrar na escola, esbarro em alguém. Com alguém não, com uma armário de três metros de altura! E para ficar ainda melhor, o armário ambulante está segurando um copo de café da Starbucks, ou seja, na hora da batida, o café meio que voa da mão dele e.... Eu até que tive sorte já que só cai alguns respingos em mim, já nele...

— SUA MALUCA! Qual é o seu problema?! Não olha por onde anda não?! - resmunga com raiva, intercalando o olhar entre mim e o estrago em sua blusa.

— Desculpa, foi um acidente! - digo começando a reparar no ser a minha frente, e nossa... Ele é um armário extremamente gato!

Loiro, olhos azuis tão lindos que...Meu Deus! E cara, que corpo! Corpo que fica super bem no uniforme, que é igual ao meu. Exceto pela saia, que nele é calça, é claro, as botas que nele são tênis e o casaco que ele veste, e eu não. Com certeza ele faz parte do time da escola. Só não sei de que. Mas que ele faz parte de algum time, isso eu tenho plena certeza.

— Acidente?! A minha blusa tá completamente encharcada e, só para a sua informação, aquele café estava QUENTE! - reclama rudemente.

Bem, é realmente uma pena que ele seja um idiota...

— Nem é para tanto. - reviro os olhos impaciente.

Só caiu um pouquinho nele... Ok, talvez tenha caído bastante nele... Ok, caiu tudo nele! Mas foi um acidente. Um acidente!

— Nem é para tanto? Nem é para tanto?! Cara, você sabe com quem está falando?! - será que ele sabe o quão afeminado ele está, falando desse jeito?

— Se eu disser que sim, vou estar mentindo... Então... - respondo dando de ombros.

Preciso me livrar dele e voltar ao meu foco principal: achar a secretaria.

— Eu sou Cato Ludwing! - responde como se fosse um absurdo eu não saber quem ele é.

— E daí? - enrugo o cenho de forma confusa.

— Como assim "e daí?" - pergunta incrédulo, fazendo aspas com os dedos ao repetir o que eu disse.

— É, o que tem demais em você ser o "Cato Ludwing"? - repito o gesto dele, fazendo aspas com os dedos, ainda não entendendo o por que de tanto chilique.

Qual é! Foi só um esbarrão. Não precisa de tanto drama. Percebo alguns curiosos prestando bastante atenção na nossa pequena "discussão".

— Há, eu praticamente mando nessa escola! - responde abrindo os braços de forma exibida.

— Ah é mesmo? E por um acaso você é o diretor? - arqueio uma das sobrancelhas, vendo-o negar com a cabeça. — Algum inspetor? - nega novamente. — Algum professor ou até mesmo o dono da escola? - pergunto cerrando os olhos em sua direção, fazendo-o se encolher um pouco. Uhul, intimidei o grandão.

— O que? Claro que não! - diz, deixando claro que não sabe aonde eu quero chegar com minhas perguntas.

— Então você não manda em nada! - digo irritada e ouço algumas risadas abafadas, o que faz com que o rosto do garoto fique super, hiper, ultra, mega vermelho.

— Você acabou de me irritar profundamente. Saiba que ninguém me irrita e saí impune. - ameaça, me olhando mortalmente e fechando uma das mãos, por cima da outra que está fechada em punho, estalando os dedos logo em seguida.

— E o que vai fazer? Me bater? Quero ver! Vai, encosta, encosta um dedo em mim e você já era. Eu tenho meus contatos. - debocho com as mãos na cintura, atraindo mais atenção pra nossa "briga".

— Não... Eu não vou te bater. - diz com um sorriso satânico. — Até porque, você é uma garota... E bater em mulher é covardia demais até pra mim. - completa sorrindo sarcástico.

— Ah, é? Então o que vai fazer? - abro um sorriso desafiador, o que fez com que o sorriso satânico dele se abra ainda mais.

Medo. Muito medo.

— Na hora certa você vai saber... - responde ainda sorrindo. Em seguida, pisca pra mim e vai de encontro a um grupo de garotos, um mais gato que o outro, que estampam sorrisos debochados, fazendo questão de esbarrar no meu ombro quando passa do meu lado.

Ah! Que ótimo! Meu primeiro dia e eu já fiz um inimigo. Era só o que me faltava! Ok, agora eu preciso voltar ao meu foco principal. Achar a secretaria!

Entro de vez na escola e encaro todos aqueles corredores. O quão grande é essa escola? Ando vagarosamente pelos corredores, tentando me situar. Mas, esse bando de gente espalhada pelos corredores se abraçando, rindo e conversando não está facilitando minha tarefa de não me perder.

Suspiro pesadamente. Hora da caça!

Depois do que parecem horas e horas andando e entrando em muitos, muitos, muitos corredores, essa escola é muito maior do que eu pensei, finalmente consigo achar a secretaria. É nessa hora que minha tia falaria: "Por que não pediu informação? Chegaria mais rápido!" E a resposta é simples: Um Everdeen nunca pede informação! A menos que esteja perdido em um deserto com um sol escaldante, sem água, sem comida, sem um dos membros do corpo ou por algum outro motivo, sem um dos rins. Mas isso são exceções em aberto. Apenas.

Assim que avisto aquela bela porta escura com a palavra diretoria grifada nela, minha primeira reação é comemorar internamente e logo depois me dirigir a passos rápidos até ela. Depois de duas batidas na porta, escuto um entre, e é o que eu faço.

A diretoria é meio que dividida, a primeira parte tem uma espécie de recepção, na qual eu estou, e tem também uma porta na qual eu não sei o que tem dentro, já que está fechada. Mas tenho quase certeza que é lá que se encontra a sala do diretor.

— Bom dia, senhorita, em que posso ajudá-la? - uma mulher morena, muito bonita, que suponho ser uma espécie de secretária, sorri simpática pra mim. Retribuo seu sorriso.

— Ér... É que eu sou aluna nova e gostaria de pegar meus horários. - digo dando um sorriso tímido.

— Ah claro, poderia me dizer seu nome? - pergunta abrindo uma gaveta, na qual contém vários papéis enfileirados corretamente.

— Katniss. Katniss Everdeen. - respondo sorrindo torto.

— Vamos lá, senhorita Everdeen... Senhorita Everdeen... - repete mais pra si mesma, enquanto procura na gaveta, acho eu, o meu horário. — Ah, aqui está! Katniss Everdeen! - diz com um enorme sorriso, me entregando um papel no qual contém uma espécie de tabela. — Ah, e aqui... - começa, pegando algo em outra gaveta, dessa vez maior e mais funda, o que eu posso notar serem livros. — Estão seus livros. - completa, dando um sorriso sem mostrar os dentes.

— Ér...Valeu. - respondo fazendo joinha para moça, que apenas ri, pegando meus livros e saindo da sala logo em seguida.

É, parece que nesse papel tem tudo que eu preciso saber. Vamos ver... Horário de almoço, horário das aulas... Há, achei! Armário número... 101. Ok, vamos a caça. Pela segunda vez no dia!

Número 85, 86, 87, eu tenho certeza que já vi aquele menino, 88, 89, será que estou andando em círculos? 90,91, 92, pelo menos agora faltam poucos armários, eu acho, 93, 94, 95, a quanto tempo eu 'to andando, hein?, 96,97,98, vamos Katniss, falta pouco, 99, 100,10...1. Concluo olhando em volta.

AI.MEU.DEUS. MEU ARMÁRIO É DO LADO DO ARMÁRIO DE UM NERD ESTRANHO?

Por que TUDO conspira contra mim? Eu juro que não iria reclamar se meu armário fosse do lado do armário de algum jogador gatinho, ou de algum outro bonitinho... Por que eu tive que ficar justo com o nerd catarrento? Muito injusto isso!

Resolvo parar de reclamar da vida em pensamento no meio do corredor e ir finalmente ver meu armário. Assim que paro em frente ao dito cujo e faço menção de abri-lo, ouço o garoto ao meu lado sussurrar as seguintes palavras: "Uma garota..." Sério, eu não mereço isso.

Suspiro pesadamente e resolvo guardar meus livros. Vamos ver, de quem é primeira aula...? Matemática. É, esse dia realmente não pode ficar mais esquisito.

— Oi.

É, eu estava errada, ele pode sim. Desvio minha atenção de meus horários, e, olho para o ser ao meu lado, que me encara de um modo assustador.

— Ér... Olá. - forço um sorriso, voltando minha atenção ao armário e guardando os livros que não precisarei.

— Eu sou o Bernard. - diz dando um sorriso mínimo.

Reparando bem, ele até que é bonitinho... Claro que, embaixo desses óculos fundo de garrafa, desse cabelo lambido e dessas roupas de um idoso de noventa e cinco anos.

— Katniss. - digo colocando o último livro que não precisarei no armário, e fechando o mesmo.

— Aceita um ovo? - oferece, voltando a me encarar de um modo estranhamente assustador.

— Um... Um... Ovo? - repito um tanto assustada.

É, não é todo dia que alguém te oferece um ovo no meio do corredor da escola.

— É, um ovo cozido! Eu tenho muitos, se quiser... - diz tirando um ovo cozido do bolso da frente da calça.

Sim, ele realmente TIROU UM OVO COZIDO DO BOLSO DA FRENTE DA CALÇA!

— Sabe o que é... Ér que... Eu... Eu 'to atrasada pra aula e... Quer saber, fica pra uma próxima! - digo assustada, saindo apressada de perto daquele, daquele... OMG! Energúmeno! É cada coisa que a gente vê nessa vida.

Bom, agora eu tenho uma nova meta, achar a sala de matemática. Acho que isso não vai ser tão difícil, já que na folha onde contém meus horários, 'tá dizendo que... A sala de matemática é no segundo andar, primeira sala a direita. Ótimo! Menos trabalho.

Depois de subir dois lances de escada, e quase cair de cara no chão depois de um tropeção, finalmente chego ao segundo piso. É, primeira porta a direita, certo? Certo.

Entro na primeira sala como deveria, e vejo que a sala está completamente vazia. É, acho que estou bem adiantada. Ótimo, assim eu posso escolher o lugar.

Ér...E agora? Onde eu sento?

Lá atrás? Não, muito longe. No meio? Também não... Na frente? Never! No canto? É, pode ser. Forço minhas pernas a andarem até a última fileira do canto e...

— AI!

Mas o quê?

Tropeção. Foi isso que aconteceu comigo. Eu dei um tropeção! No que foi que eu caí, hein? Levanto do chão totalmente atordoada e vejo que o motivo da minha queda é uma... Batata?

— HEY! O que 'tá fazendo com a minha bomba?

Olho assustada em direção a porta de onde um garoto gato, alto, de um porte físico maravilhoso, moreno, cabelos castanhos e olhos cinzas como os meus, me encara com indignação.

— Desculpa, é que eu tropecei e... Espera aí, você disse bomba?

Só agora eu percebo o que ele realmente falou. Com certeza ISSO, não é uma coisa que se ouve todo dia!

— É! A minha bomba, que você quebrou! - diz andando até mim e tirando a "bomba" das minhas mãos com força desnecessária. Ogro.

— Perguntinha básica, ér... Por que tinha uma suposta bomba no meio da sala de aula? - arqueio uma sobrancelha em sua direção.

— Gosto de explodir coisas. - responde com simplicidade, dando de ombros, enquanto verifica se eu realmente quebrei a sua "bomba".

— Aí você resolveu explodir a sala? - enrugo a testa ainda mais confusa.

Eu realmente PRECISO encontrar pessoas NORMAIS nessa escola.

— Eu não ia explodir a sala! - retruca exasperado. — Eu ia explodir a batata! - completa como se fosse óbvio o objetivo dele.

E realmente é óbvio. Ele é obviamente maluco!

Olho para sua mão onde contém o projeto de bomba, e, percebo que a "bomba" não é nada mais nada menos do que uma batata enrolada a diversos fios suspeitos. Sim, suspeitos.

Intercalo meu olhar entre a batata e o dono dela e reflito sobre o rumo que a minha vida está tomando.

— Desisto dessa conversa. - digo perplexa.

— Ainda não sei seu nome, destruidora de bombas. - responde me olhando com um sorriso brincalhão.

— Katniss. Katniss Everdeen. Prazer, homem bomba. - digo com o mesmo sorriso brincalhão que o seu.

— Prazer Catnip, eu sou o Gale. Gale Hawthorne.

Torço o lábio em uma careta.

— Não, não. Não é Catnip, meu nome é...

— Katniss! - uma voz estranhamente conhecida me interrompe. Me viro para a porta, e, na mesma hora, um sorriso me escapa.