Grabor escrita por wisniewski


Capítulo 14
Capítulo 14 - Divertindo-se


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores. O capítulo dessa semana demorou mais do que o usual, pois estava sem criatividade. Mas me esforcei e ai está o resultado, espero que gostem! Ademais, agradeço aos comentários do Gabriel Nunes e as discussões com meus amigos sobre os acontecimentos da fic, me ajudam muito a continuar escrevendo. Boa leitura!



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EM ALGUM LUGAR A NORDESTE DE CORDOL

Os seis integrantes da Guilda de Nafra desciam calmamente a montanha. Já tinham chego à metade e até ali Grabor quase caíra duas vezes. Não havia iluminação natural nenhuma visto que Elif não possui nenhum satélite natural. A única coisa que se via no céu eram os bilhões e bilhões de estrelas que, da onde observavam, não passavam de pequenos pontos brancos. A iluminação local se provia das bolas de fogo que cada mago segurava.

–Quando subimos não parecia tão longe. – Disse Hila enquanto descia cautelosamente.

–Pode não parecer tão longe, mas foi mais cansativo. – Concluiu Allie.

Já estavam descendo a montanha por cerca de quarenta minutos e, naquele ritmo, demorariam mais uma hora até a base. Grabor, entediado com aquela descida, apagou sua “tocha” e se virou para seus companheiros.

–Cansei! – Exclamou e se jogou penhasco abaixo.

Todos menos Effort ficaram espantados:

–Grabor! – Falaram em uníssono se aproximando da borda. Amber começou a chorar, Tom estava assustado, Hila indignou-se e Allie simplesmente olhou pasmo para Effort que sorria.

–Como você pode estar rindo disso? O cara se jogou! – Disse Allie para Effort.

–Eu sei. Vocês não conviveram com ele o suficiente pra saber por que ele fez isso. Só o que digo é que ele está bem.

–Como o cara tá bem Effort? Ele se jogou. – Gritou Amber em choro.

Grabor caia rápido demais e sorria, gargalhava e girava no ar, tudo junto.

–Isso é bom demais! – Gritou enquanto caia.

A queda era de pelo menos uns setecentos metros e agora restavam somente quatrocentos ate o chão. Assim como Grabor, Effort sorria, mas não tão descaradamente quanto o amigo.

–Sabe, devíamos imitá-lo, mas não tão radicalmente. – Declarou Effort e começou a mover-se na direção do vão.

Aonde a montanha acabava ele criou uma plataforma metálica grande o suficiente para caber todos ali.

–Subam.

Devagar os quatro magos ali subiram na plataforma. Amber tinha parado de chorar e os quatro começavam a se contentar com a ideia de que Grabor não se matara. Ele não seria estúpido o suficiente para se jogar de um penhasco e se matar.

–Segurem-se. – Disse Effort e a plataforma começou a descer.

–Ele não morreu mesmo, morreu? – Perguntou Amber secando as lágrimas.

–Não – respondeu Effort – ele já fez isso uma vez do topo do maior prédio em Nafra. A policia multou ele em oitocentos nafrics só pelo susto.

Quase chegando ao chão, Grabor virou seu corpo de modo que suas costas ficaram viradas para o chão. Abriu os braços, fechou as mãos e se concentrou. Devagar, uma espécie de fumaça vermelha começou a brotar de suas costas e seu corpo desacelerou de repente, parando a cinco metros do chão. Endireitou seu corpo e se deixou cair lentamente. Quando chegou ao solo soltou uma alta gargalhada.

–Como isso é bom!

Acendeu uma bola de fogo em sua mão para sinalizar aos seus companheiros que estava bem. Os outros cinco integrantes desciam a montanha na plataforma e se alegraram quando viram o sinalizador.

–Ele está bem! – Exclamou Amber, aliviando a todos. Allie só olhou para Effort que sorriu.

–Eu disse. – Completou Effort enquanto controlava a velocidade da descida.

–Por que não fizemos isso quarenta minutos atrás? Por que ficamos nos matando pra descer essa montanha? – Perguntou Hila.

–Porque antes ninguém tinha energia suficiente pra fazer isso. Aquele ritual nos drenou quase que completamente. – Respondeu Effort.

A descida prosseguiu por mais dez minutos até que Effort chegou ao chão. Grabor estava encostado no rochedo esperando por seus companheiros com a bola de fogo acessa em sua mão direita. Ao aterrissarem, Effort desfez a plataforma. Amber correu na direção de Grabor e emendou um belo tapa no seu rosto, apontou o dedo pra ele e falou:

–Nunca mais faça isso Grabor Linconsin! Todos ficaram assustados. – Sua voz era ameaçadora e séria, acima de tudo.

–Desculpa! – Disse Grabor meio sem jeito.

Amber, então, abraçou-o fraternalmente.

–Ah se Felíxia estivesse aqui pra ver essa cena, você já estaria morta Amber. – Disse Tom arrancando gargalhadas de todos.

–Enfim – começou Grabor enquanto Amber o soltava – Cordol está ainda um pouco longe e florestas são perigosas à noite. Devemos andar naquela direção – apontou – e com sorte chegaremos lá na terceira hora de sol caso eu não consiga abrir um portal antes disso.

–Bem, então vamos andando. – Finalizou Effort e os seis integrantes da Guilda de Nafra se porão a andar.

* * *

Jorkin caminhava pela parte baixa da cidade com Platos ao seu lado. Enquanto passava pelos seus soldados todos batiam continência ou o reverenciavam de alguma forma. De repente uma explosão se fez ouvir vinda da parte alta da cidade. Platos parou para olhar o que tinha acontecido, mas Jorkin continuava caminhando. Ao ver que seu comandante estava caminhando retomou a passada e o alcançou.

–O que foi aquilo? – Perguntou Platos.

–Nun se divertindo, por que?

–Porque aquele incêndio vai se espalhar!

–Pelo bem dele que não se espalhe. – Finalizou Jorkin soando mais ameaçador do que o normal.

–Onde estamos indo? – Perguntou Platos enquanto lutava para manter a passada do comandante.

–Vou te levar até a casa de um enfermeiro pra consertar isso ai na sua mão.

Pelo jeito como Jorkin soava Platos não ousava desafiá-lo nesse momento. Não queria realizar nenhum curativo em sua mão, a dor não o incomodava. No entanto, entrariam em um combate novamente em pouco tempo e sua mão teria que estar boa. Decidiu, por fim, continuar seguindo-o.

Andaram por mais cinco minutos por entre as ruas de Cordol até que chegaram a uma humilde casa com quatro elfos negros guardando a entrada. A casa era toda branca com as portas e janelas em amarelo fraco. Ao se aproximarem da entrada os soldados abriram passagem e Jorkin entrou na casa com Platos logo atrás. Subiram os três degraus da varanda e bateram na porta.

–Quem é? – Perguntou alguém de dentro da casa.

–Zafir? – Perguntou Jorkin reconhecendo a voz.

–Sim! Quem é?

Com um chute Jorkin arrombou a porta, jogando Zafir ao chão com alguns cortes. A porta parou na escada que ficava diretamente à frente da entrada. Pegou Zafir pelo braço e o arrastou para uma sala na direção direita da porta. Platos apenas o seguiu.

–Me larga seu verme! Você deveria estar morto. – Gritava Zafir enquanto tentava se soltar.

Jorkin jogou-o em cima de uma poltrona, desembainhou a espada e apontou para o seu pescoço.

–O único verme aqui é você escória! Você foi o causador de todo o meu sofrimento e, portanto, tudo o que foi acarretado a seguir, inclusive a tomada dessa cidade. Tudo o que vou te pedir agora é que faça um curativo na mão do meu general – Platos se aproximou – se não fosse por isso, você já estaria morto, pois não tenho uso nenhum pra você.

Zafir engoliu em seco.

–Platos, sente-se ali – apontou para outra poltrona – enquanto eu levo a escória para pegar os apetrechos necessários.

Zafir seguia as ordens sem pestanejar. Jorkin falava sério e temia por sua vida caso desobedecesse. Em menos de dois minutos Zafir pegou tudo o que precisava e voltaram para a sala de estar. Sentou na poltrona em que estava e começou o curativo.

–Você sabe se virar general, só não o mate caso ele tente alguma coisa. Volto em alguns minutos, vou dar um direcionamento ao exército. – Disse Jorkin enquanto embainhava sua espada e saia da casa.

Na parte alta da cidade, Nun e Mary sairam de um dos prédios com uma imensa cara de felicidade no rosto e com várias manchas de sangue pelo corpo. Tinham apagado os incêndios que fizeram, sabiam que Jorkin não ficaria nada feliz com eles caso Cordol inteira fosse queimada.

–Estou indo até o bunker, nos vemos lá embaixo. – Falou Nun.

Mary apenas assentiu e foi até o poço do elevador para descer, de alguma forma.

* * *

A Guilda de Nafra já andava por vinte minutos e, até agora, nenhum perigo iminente. Estavam andando em fila indiana por entre as árvores negras. Effort na frente seguido por Grabor, Amber, Tom, Hila e Allie. Estavam em silêncio, não queriam chamar a atenção de nenhum predador, mas não foi o que aconteceu.

Grabor notou uma mudança no terreno onde pisavam: as folhas estavam mais compactadas e alguns troncos arranhados. Entretanto, Grabor não havia notado nenhuma criatura: “de duas, uma: ou esse animal se camufla muito bem, ou ele saiu pra caçar”. Fez um rápido feitiço de percepção: lançou uma onda de energia primeva invisível e esperou bater em algo, parecido com a mecânica do sonar.

Grabor, então, tocou o ombro de Effort e o segurou, fazendo-o parar. Quando Effort virou-se para falar algo Grabor colocou o dedo em frente aos seus lábios e acenou negativamente com a cabeça. Puxou o corpo de Effort para trás e avançou. Tinha detectado um animal a menos de cinco metros dali e já estava preparado para o ataque.

Mais um passo de Grabor e um quadrúpede totalmente preto pulou na direção do elfo vindo de trás de uma árvore à direita de onde estavam. Em um movimento Grabor lançou uma onda de ar na direção de Effort lançando ele e os outros para trás. Com a outra mão empurrou o animal o mais forte que pode na direção da árvore da qual saiu. O animal bateu na árvore e caiu no chão.

Grabor colocou um grande sorriso no rosto. Fazia dez anos que ele não usava a energia primeva e estava se divertindo muito até então.

–Ninguém se aproxima – disse Grabor para os outros enquanto observava o animal andar e preparar outro ataque – quero me divertir!

–Grabor – começou Hila – você sabe que isso é um Sphenix né?

–Aham. – Foi a resposta e avançou na direção do animal.

O Sphenix imitou o movimento e correu a toda velocidade na direção de Grabor. O elfo pulou no último instante e atingiu o animal com vários relâmpagos enquanto realizava um salto mortal por sobre o mesmo. O Sphenix morreu instantaneamente e Grabor quase torceu o pé ao aterrissar.

–Uhul! – Gritou Grabor – Eu senti falta disso!

Os outros integrantes da Guilda vieram ao seu encontro rindo do que tinha acontecido.

–Agora vamos andando. Acredito faltar ainda umas três horas de noite. – Concluiu Grabor após a breve diversão.

Os seis elfos voltaram a andar na direção de Cordol na mesma formação de antes. Logo estariam na metrópole natal de Grabor.

* * *

Jorkin estava parado em meio a um quintal de uma casa muito próxima da de Zafir, fitando o chão e imóvel. Platos, já com sua mão quase curada, se aproximou com cautela do comandante, parando do seu lado e fitando o céu.

–Foi aqui que tudo começou – disse Jorkin – bem onde estamos.

Platos engoliu em seco aquele comentário.

–Foi aqui que Grab me deixou cego de um olho – continuou enquanto passava a mão perto do olho direito – foi aqui que meu sofrimento começou.

–Comandante! – Foi tudo o que Platos ousou dizer naquele momento.

Jorkin se afastou ou pouco do comandante e se virou na sua direção, desembainhando sua espada.

–Faz tempo que não brincamos Platos. Pegue sua espada.

Sem pestanejar Platos sacou sua espada e deu o primeiro golpe, um lateral. Jorkin bloqueou com uma das mãos à espada e chutou Platos, desequilibrando o general. A recuperação foi rápida e logo Platos investiu novamente contra o comandante. Jorkin desviou girando o seu corpo e atacou, parando a espada quando encostou no pescoço de Platos.

–Morto! – Jorkin falou, Platos sorriu enquanto se afastava para recomeçar o combate.

Tomou certa distância e atacou novamente, na altura na cabeça. Jorkin usou as duas mãos para bloquear dessa vez. Platos foi rápido: assim que o ataque foi interceptado Platos socou Jorkin no rosto forte o suficiente para abrir um leve corte. Jorkin deu dois passos para trás e Platos seguiu em sua direção com um ataque frontal.

O comandante deu um pulo para a esquerda e atacou nas costas de Platos que se abaixou e atacou as pernas de Jorkin. O comandante facilmente pisou na espada de Platos, travando-a e atacou no pescoço do comandante, parando a espada novamente quando tocou Platos.

–Morto, de novo! – Disse Jorkin. Sorriu e estendeu a mão para o general levantar.

Platos se recompôs e embainhou sua espada, assim como Jorkin.

–Vamos. Mandei o exército se reunir em pequenos grupos e enviar um encarregado para o centro da cidade. Precisamos proceder com o plano. – Platos bateu rápida continência e segui Jorkin.

Mary tinha recém chego ao centro da cidade quando Jorkin e Platos chegaram. O comandante foi ao seu encontro.

–Alguma novidade?

–Os quatro prédios foram limpos, não resta ninguém. Nun está no bunker esperando a reunião terminar. Ademais, tudo tranquilo. – Finalizou sua fala e bateu continência.

Platos ficou próximo a ela enquanto Jorkin procurava um bom local para transmitir as informações necessárias.

–Atenção de todos, por favor! – Os soldados que ali estavam se viraram para Jorkin – Estamos no estágio final da tomada. Os líderes já concordaram em entregar o controle da cidade para mim, só falta convencer os outros administradores. Nun está lá em cima cuidando disso. Assim que tivermos uma decisão montaremos uma vigília ao redor da cidade e o resto seguirá comigo para Polux, onde nos agruparemos e seguiremos para a próxima cidade. Os líderes dos agrupamentos perimetrais podem voltar. Os outros ficam.

Cerca de metade dos soldados que estavam ali saíram. Quando a movimentação acabou, Jorkin retomou seu discurso.

–Vocês são os que seguiram comigo para Polux. Já preparem seus grupos para partir. Ao final do dia de hoje já deveremos estar saindo da cidade. Isso é tudo que devem saber, dispensados!

Jorkinl, ao término de sua fala, foi ao encontro de Mary e Platos. Devagar, os soldados que ali estavam, capitães em sua maioria, voltaram para seus grupos e realizaram as ordens dadas.

* * *

Os primeiros raios de sol já eram visíveis no céu de Elif e, como previsto, ainda faltavam três horas de caminhada até Cordol. Os seis elfos estavam cansados da caminhada e haviam parado para descansar em uma pequena clareira.

–Quanto tempo? – Perguntou Effort.

–Se continuarmos no mesmo ritmo, três horas. – Respondeu Grabor.

–Precisamos mesmo ir até Cordol? E se o alarme foi desligado pelos líderes e não pelo suposto invasor? – Ponderou Amber.

–É possível, mas lembrem-se de que Cordol era um possível alvo de ataque de Jorkin. Devemos ir até lá para verificar.

–Tudo bem. – Rendeu-se Amber.

–Pessoal – disse Allie preocupado enquanto jogava pequenas bolas de plasma no chão – o que é isso?

Sem perceberem pequenos insetos vermelhos tinham cercado a clareira e avançavam devagar na direção dos elfos. Grabor rapidamente se afastou da árvore em que estava e se colocou no centro do espaço.

–Circulo – disse Grabor. Todos se moveram até o meio e ficaram em circulo, com as costas viradas para o centro do local – são vrics, insetos carnívoros. Andam em espécie de bandos, como esse.

Os elfos jogavam ataques de todas as espécies contra os insetos, mas continuavam avançando.

–Eles acordam quando o sol nasce, geralmente famintos. Não vão desistir até nos matar. – Completou Grabor.

–E o que sugere? – Perguntou Allie.

–Abaixem-se. Vou usar o extermínio.

Sem questionar, todos se abaixaram enquanto Grabor levitava levemente com os olhos fechados. Juntou as mãos entrelaçando os dedos. Ficou assim por uns dez segundos e então abriu os olhos.

Exterminio! – Falou e abriu as mãos.

Incontáveis faixas saíram de suas mãos na direção dos pequenos insetos, atingindo e vaporizando todos assim que tocava. Grabor apenas olhava para as faixas e as coordenava, certificando-se de atingir todos os vrics. Ao final do feitiço, voltou ao chão.

–Pronto!

Os outros cinco integrantes levantaram agradecidos por ter alguém naquele grupo que conhecesse tantos feitiços.

* * *

–Um feitiço poderoso foi usado próximo daqui – comentou Mary para Jorkin.

–Tem certeza? – Perguntou Jorkin.

–Absoluta. Devo ir verificar?

–Sim. Platos, vá com ela. Voltem antes do anoitecer, pois partiremos nesse horário. E capturem vivo quem quer que seja. Se for algum mago de Cordol eu o quero. Dispensados.


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Notas finais do capítulo

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