Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 52
Challenge


Notas iniciais do capítulo

Amorecos do meu coração! Tudo bem? Espero que sim. :D
Capítulo novinho com espaço de uma semana. Não demorei taaaanto assim não é? Sejam bonzinhos. :)
Quero agradecer a todas as florzinhas que comentam, favoritam, acompanham e compartilham a fic. Sem vocês, meus amores, essa fic não estaria onde está agora. Obrigada imensamente!
Espero que gostem do capítulo florzinhas e cravinhos. Boa leitura.



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Cheguei de volta ao quarto era por volta de 22 horas. Luzes apagadas, silêncio. Olhei para a cama da Vick e visualizei uma verdadeira montanha de roupas jogadas uma por cima da outra. Ainda arrisquei chama-la umas 2 vezes e até bati na porta do banheiro mas não houve nenhum sinal dela. Agradeci mentalmente por aquela aparente tranquilidade. Meu celular exibia uma mensagem recebida há uma hora. Era do Rick me desejando boa noite e que eu sonhasse com ele. Eu sorri ao ler. Queria poder ligar para ele agora e conversar tranquilamente, mas pelos meus cálculos, já deve ser 01 hora da manhã em Manhattan. Decido então tomar um banho, cair na cama e aguardar o sono chegar sendo embalada pela leitura de um livro. Eu já começava a sentir saudades da minha casa, da minha cama, meus pais e de dar boa noite pro Rick.

Não sei dizer ao certo que horas eu realmente peguei no sono. Acredito que já passava de meia noite. Ainda de olhos fechados senti certa claridade me despertar. Abri os olhos para confirmar minha suspeita.

– Vick! – Reclamei irritada a encarando.

– Ih, foi mal bela adormecida. Eu te acordei?

– Claro! Dá pra apagar essa luz?

– Bom ai vai ser necessário você fazer uma escolha; ou eu apago a luz e não enxergo nada correndo o risco de derrubar coisas e te acordar, ou eu mantenho a luz acessa e procuro fazer silêncio pra bonequinha de luxo dormir. E aí? Qual vai ser?

– Eu só quero que você cale a boca, apague a luz e me deixe dormir! – Falei me virando para o lado da parede. Eu tinha real pavor de quem me acordava no meio da madrugada por motivo fútil.

– Ai garota, não enche!

– Como é que é? Você chega de 2horas da manhã, provavelmente fugida do fiscal do alojamento, me acorda e ainda acha que está com a razão? Garota, você está entendendo que se eu quiser eu posso te entregar? – Nesse momento eu me pus sentada na cama.

– Para de ser careta e patricinha! Tá achando que isso aqui é sua escola de riquinhos no qual você mandava e desmandava? Eu tenho meus contatos e não seja ridícula querendo bancar a dedo duro. Ninguém aqui é mais criança. Quanto a te acordar eu já pedi desculpa. Agora eu que te peço, cala a boca e dorme antes que eu me estresse de vez com você! – Ela se dirigiu até a cama dando as costas para mim. Apagou a luz. Jogou todas as roupas em cima da cama no chão e se deitou com sapatos e tudo.

– Estressar comigo? Você só pode tá brincando não é? Você me provoca até a última gota e depois eu que estou te estressando. Palhaçada. Mas você realmente só pode ser uma pessoa com problemas. Não conseguiu arrumar as próprias roupas, se deita com os sapatos na própria cama e não consegue socializar normalmente.

– Garota, você precisa abrir a mente sabia. Para de ser tão paranoicamente perfeitinha. O mundo é feito de erros. – Ela chutou um par do tênis para fora da cama e seguida o outro. – Satisfeita? Vai conseguir calar a boca e dormir e me deixar dormir também agora?

– Calar a boca eu posso até calar, mas nunca ficarei satisfeita com você ao meu lado. Pode ter certeza que amanhã mesmo vou procurar a secretaria e pedir transferência para outro quarto e me ver livre de você! Boa noite! – Disse zangada.

– Fica a vontade K-Becks e boa noite para você também! – Ela respondeu no mesmo tom.

Revirei na cama por horas até me dar conta que meu sono havia partido sem hora para voltar após tamanha discussão. Eu estava visivelmente estressada e abalada. Aquela garota conseguiu me deixar à beira dos nervos.

Assim que vi os primeiros raios de Sol invadirem a janela me levantei em busca do banheiro. Um banho de chuveiro, com a água caindo em minhas costas, iria me ajudar a começar um novo dia. Arrumei-me rápido para tentar sair antes que ela acordasse. Peguei minhas coisas e fiquei aguardando o primeiro funcionário da secretaria chegar para finalmente pedir minha transferência. Não tive estômago para tomar café da manhã. Era 8 horas quando ouvi o barulho de chaves. Ergui o olhar que estava encarando meus pés desde 6:30horas. Um senhor calvo adentrou no departamento. Logo em seguida minha mão batia na porta de vidro pedindo entrada.

– Pois não? No que posso ajudar?

– Eh... Bom dia. Chamo-me Katherine, gostaria de saber sobre o processo de transferência de quarto.

– Entre. Eu vou pegar os formulários. – Ele não demorou muito e me entregou uma folha com espaços para preenchimento. – Sente-se. – Ele pediu enquanto apontava para a mesa de escritório existente no local.

– Então... Em quanto tempo estarei apta a mudar de quarto?

– Bom isso depende muito do seu caso. Varia de acordo com o regulamento.

– Quais são os casos que costumam ser liberada rapidamente essa troca?

– Bom. Os mais comuns são casos onde o parceiro de quarto se meteu em encrencas com a instituição, se cometeu infrações, se cometeu alguma espécie de crime contra seu colega ou em caso de ameaças e agressões, dentre outros pontuais.

– Ameaças. Esse é o caso. – Tentei forçar a barra.

– Nesse caso você precisa passar na diretoria do seu curso e fazer uma ocorrência registrada pelo campus. Sendo assim, a pessoa acusada terá que ser investigada pela instituição. Enquanto isso ocorre, a pessoa perde as bolsas já conquistadas só voltando a usufruir no fim do processo e relativo ao resultado.

– A pessoa perde a bolsa?

– Na maioria dos casos, se confirmado as ameaças, sim. – Eu o encarei em silêncio. – É bom ter certeza sobre isso senhorita. É uma atitude muito séria. Já pensou em conversar com sua colega?

– Eu... Eu... Posso ficar com o formulário? – Perguntei desviando do assunto.

– Sim. Pode.

– Obrigada. – Falei me levantando e me dirigindo a porta.

– Senhorita! Apenas pense cuidadosamente. Não tome atitudes precipitadamente. Tente entrar em acordo.

– Mais uma vez obrigada. – Sorri sinceramente, cruzei a porta e sai.

Andei até um campo mais afastado do espaço de convivência. Sentei-me abaixo de uma árvore na procura de sombra. Eu não sabia da história de vida dela, mas pelo sotaque e maneira de se portar, ela não parecia ser alguém que tinha os pais bancando a vida sem problemas. Mas ao mesmo tempo eu pensava em como eu ia conseguir manter uma convivência pacífica com aquela menina. Minha cabeça fervia quando senti em meu bolso o celular vibrar.

– Alô!

– Como meu amor está?

– Rick! – Sorri boba e o chamei melodicamente.

– Já estou com saudades de você.

– Eu também baby.

– Então? Como estão as coisas por ai?

– Tudo indo.

– Indo para onde?

– Oh, Rick...

– Está acontecendo alguma coisa não está? – Suspirei fundo. – Eu conheço sua voz. O que está havendo?

– Minha colega de quarto. Vick.

– Vocês não se deram bem?

– Definitivamente não. Ela não tem limite. Não respeita as regras de convivência e ela é desaforada o tempo todo. Eu estou enlouquecendo!

– Calma Kate! Você precisa ficar calma. Não vai adiantar nada se você ficar irritada com ela. Talvez seja justamente isso que ela quer; te irritar.

– Eu fui saber sobre a transferência de quarto. E foi tão frustrante. Eu queria apenas sair de lá, ir para outro alojamento, mas para isso ser ágil é preciso colocar a reputação dela em risco e eu não quero fazer isso assim dessa forma. Não quero prejudicá-la dentro da instituição.

– Eu entendo. Você sempre sabe ser justa Kate. Você vai saber exatamente o que fazer. Use seu poder de socialização. Tente descobrir mais sobre ela. Se aproximar. De repente ela só está querendo chamar a atenção, encontrar alguém que a entenda. Ou de repente ela é realmente uma chata de carteirinha. – Ele sorriu e me arrancou um sorriso tímido também.

– Obrigada pela força Rick. E você? Como estão indo as coisas? Já arrumou suas coisas?

– Oh, já arrumei sim. Vou te passar o número do meu quarto por mensagem. É secreto.

– Como assim?

– Estou escondendo meu quarto como o esconderijo do Batman. Minha mãe é o Coringa. – Eu ri.

– Sério Rick? Precisa de tudo isso? E onde foi parar o discurso da conversa? Conversar não resolve? Tentou conversar com sua mãe?

– Kate, você sabe que com minha mãe conversas são quase sempre inúteis quando ela está determinada a fazer algo, nesse caso, me visitar.

– Ok, ok. Não vou dizer nada. Só desejo sorte pra você.

– E eu para você. – Sorrimos.

– Hoje à tarde vou para uma palestra para os calouros.

– Está animada não está?

– Estaria mais se pudesse te beijar agora.

– Quem me dera. – Pude ouvir ruído de vozes do lado da linha do Rick.

– O que houve?

– Ei, eu preciso ir agora. Chegaram novos colegas de quarto. Eu te ligo depois meu amor. Te amo!

– Também te amo!

As palavras do Rick ficaram passeando em minha mente. Será que realmente tudo que Vick queria era chamar minha atenção, ser compreendida? Algo parecido com uma possível solução pairou na minha mente. Eu poria em ação assim que a palestra acabasse. Levantei-me da grama decidida a tentar mudar essa situação da melhor forma possível.


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Notas finais do capítulo

Lindos e lindas, o que acharam? Qual será a atitude da Kate? O que será que ela tá pensando em fazer?
Será que Rick está mesmo certo quanto a Vick?
Vejo vocês nos comentários. Beijinhos!