Anteriormente em Lembranças...

No banheiro eu testava a água e imaginava o que Rick tinha feito para nós dois. Ele bateu na porta eu abri. Ele se decepcionou ao ainda me ver de roupa de banho. Eu sorri, agradeci, fechei a porta e comecei a “produção”. Cerca de 20 minutos depois eu estava pronta.

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– Rick?... – Silêncio na sala e na cozinha. – Rick! – Chamei mais alto.

– Estou aqui em cima. Pode subir! – Ele gritou. Subi vagarosamente tentando entender o que estava acontecendo. Observei a luz fraca. Cortinas fechadas impediam a luz do Sol. Música tocava no ambiente.

– Rick? – Sussurrei. Não obtive resposta. Decidi abrir a porta do quarto. Cheiros de velas aromáticas invadiram meu olfato. – Rick? – Dessa vez sussurrei como um segredo, mas carregando um sorriso nos lábios. Agora todo meu corpo estava dentro do quarto. – Rick?

– Tudo para nós. – Ele disse com a voz sexy me surpreendendo. Ao olhar em sua direção pude ver Rick me encarando sensualmente e em suas mãos um pote com morangos e chantilly. Aos pés da cama as velas aromáticas. E sobre a cama espalhadas pétalas de rosas vermelhas no lençol branco. Suspirei. Tudo estava perfeito.

– Você. –Cerrei os olhos dando a entender minha surpresa. Sorri maliciosamente e caminhei de forma sedutora até sua direção. Roubei um morango do pote, passei sobre meus lábios encarando Rick, mordi vagarosamente apenas a ponta e então deslizei o restante nos lábios dele fazendo-o degustar o restante da fruta. – Por isso você queria voltar logo não é?

Ele esticou o braço colocando o pote em cima do criado mudo. Em seguida deslizou as mãos na minha cintura e me puxou de forma intensa para juntar meu corpo ao dele. Mordiscando meu queixo me causando arrepios enquanto subia vagarosamente sua mão para minha nuca a pressionando. Soltei um ar abafado. – Você é tão linda, tão sexy... – Ele sussurrou e logo em seguida mordiscou minha orelha, minha respiração começava a encurtar. – Não é preciso motivo. – Ele então voltou a me encarar. Apertou minha nuca para que eu abrisse os olhos e o encarasse olho no olho. – Eu amo você. –Ele disse.

– Rick... – O chamei com a voz tão baixa que soou rouca. Deslizei minha mão até seu rosto o acarinhando. – Te amo. Muito! Always.

Ele sorriu. – Always. – Respondeu. E então me beijou intensamente.

Nossos corpos começaram a se envolver. Dançávamos sensualmente ao ritmo da música. Meu corpo respondia a cada toque. Rick já deslizava as mãos pelo meu corpo num contato direto atravessando o tecido da roupa. Num impulso frenético o joguei com o peso do meu corpo em cima da cama. Ainda acompanhados pela música, meu corpo em cima do dele encontrava combustível em beijos intensos. Num movimento rápido mudamos de posição. Estou em baixo do seu corpo agora. Sinto as mãos dele deslizarem sobre meu corpo e então pousar, em movimento, um pouco abaixo do meu ventre. Como controlar o ar em espécie de brado em uma voz rouca diante toda aquela sensação que ele me causava?

Aos poucos, tentando controlar a pressa, as poucas peças de roupas que tínhamos eram postas ao chão. Olhares desejosos. Intimidadores. Sentados um sobre o outro na cama, eu passei dois dos meus dedos sobre o chantilly e voltei meu corpo para o dele. Eu o beijava a nuca que acabara de melar com chantilly, enquanto ele se desfazia dos últimos controles de seu corpo e pressionava minha cintura com força. Minhas mãos, com auxilio das unhas, desenhavam figuras desconexas em suas costas. Ele beijava meu busto já adocicado.

Ao se desfazer o doce senti a minha deixa começar. Livrei-me da única peça que o corpo do Rick ainda carregava. Agora minhas mãos, toques, beijos, lhe causavam arrepios e sussurros às vezes voluntários, às vezes involuntários. – Kate... – Ele suplicava meu nome e isso era uma das melhores sensações. Sorri maliciosa e estiquei-me em busca de um morango que em seguida mordi sensualmente. Ao ceder o espaço, sem esperar, fui jogada a outra extremidade da cama. Rick trilhava caminhos com beijos sobre mim me causando certos espasmos. Em meu olfato eu sentia o aroma do morango e do chantilly se misturarem com o cheiro das velas. Sentia várias partes do meu corpo e do dele, doces. Até mesmo pegajosas. Mas eu não me importava. Rick me conhecia tão bem que não era preciso muito para que ambos entendêssemos a chegada do momento. – Rick... – O chamei em sussurros. Se ajoelhando sobre a cama, Rick parou por alguns segundos analisando meu corpo exposto, minha respiração curta, meu olhar suplicante de desejo. Colocou a proteção. Pausou por segundos e acariciou meu rosto. Sorrimos apaixonados. – Eu te amo... – Eu disse antes dele se inclinar sobre mim e iniciar um beijo intenso que passeava entre boca, queixo e pescoço, enquanto nossos corpos ajustavam o encaixe perfeito.

Senti meu corpo estremecer. Ele estava em mim. O movimento iniciado lento, logo tomara velocidade. Minhas mãos cravadas em suas costas. Os dentes arranhavam o pescoço. Arfares, espasmos, sussurros, gemidos, urros. O suor exalava a sensação que se propagava pelo corpo. Lados e bases mudavam de acordo com o desejo que o corpo pedia. Meu corpo já padecia. “Eu te amo” foram ditos sem medo e sem pudores. Sem economia. Nossos corpos pressionando um ao outro como se toda a proximidade não fosse o suficiente. E entre esse caminho de desejos vivenciados chegamos ao céu. Ouço Rick deixar escapar um som de ápice. Fomos um seguido do outro.

Rick deixou seu corpo cair sobre mim. Sua cabeça encaixada em meu pescoço e sua respiração ainda ofegante quase fazia cócegas quando o ar passava pela minha clavícula. Eu ainda o abraçava. Enrolava seus cabelos em meus dedos. A mão dele descansava em meu colo. Sorrisos inexplicáveis estavam tatuados em nossos rostos. Céus! Eu o amo tanto! O que acabamos de fazer foi... Foi... Indescritível. Recuperando a respiração normal Rick mudou de posição encarando minha face. Com o dedo desenhava linhas em meu rosto. Eu apenas sorria e volta e meia fechava meus olhos. – Kate. – Ele chamou docemente. Abri meus olhos e encarei aqueles olhos azuis. Trocamos olhares sem palavras, como se pudéssemos ver nossas almas. Almas sorridentes e completas no âmbito do amor. Naquele momento, não foi preciso palavras para entender, apenas o silêncio era o suficiente. A comunicação pelo olhar conseguia dizer muito mais do que palavras. Não foram criadas palavras para aquele momento. Era mais que o usual “eu te amo” poderia dizer.

Senti meu coração apertar. Minha mente me joga direto para Califórnia. Como posso acreditar que vou conseguir ficar longe dele? Tento de toda forma não deixar transparecer ou me abater. Mas é inútil ao me deparar entre piscares da minha pálpebra com aqueles olhos azuis me observando. Meu semblante muda e mesmo sem querer transpareço que algo está errado. Desvio o olhar temendo ser percebida. Puxo o lençol como quem tenta disfarçar. Outro ato inútil.

– Kate, eu também não quero. Mas vai ser preciso. – Ele falou calmamente.Como ele podia me ler daquela forma? Isso era uma das coisas que me faziam o amar tanto. – Eu te amo muito, te amo tanto que não posso pedir pra que fique porque sei que o melhor pra sua vida é ir. – Ele acariciou meu rosto e o toque foi o suficiente para que meu esforço em conter-me desmoronasse. Deixo o líquido salgado escorrer dos meus olhos.

– Eu não faço a menor ideia se isso realmente é o melhor pra mim Rick. Para nós. Eu estou com medo, assustada, não sei ao certo. Mas tudo que eu queria era você ao meu lado. – Falei isso para depois cobrir meu rosto com as mãos limpando as lágrimas e em seguida tentei respirar fundo.

– Eu também queria, mas, amor... – Ele acariciou meu rosto, depois encostou seu rosto no meu beijando minha testa. E então me abraçou. – Nunca teremos certeza de nada. Mas eu sempre estarei por você. Pra você. Não importa o que aconteça. – Suspirou. – Por favor, não chore... Isso me parte o coração. – Eu não chegava a soluçar, mas também não conseguia fazer as lágrimas deixarem de cair. Mas depois do que ele disse, eu tive o mesmo pensamento que tem me acompanhado e me feito sorrir nesses dias. Aproveitar o agora. E o agora foi tão perfeito. Não valia a pena eu me deixar levar pelo sentimento amedrontado da separação. Então sequei as lágrimas e procurei foco.

– Sabe meu amor, você é mais que meu namorado. Você é meu melhor amigo. Eu sei que posso contar com você sempre. Sou grata por isso. – Ele abriu um largo sorriso. Eu o retribui timidamente.

– Eu que sou grato por ter você e esse sorriso tímido lindo.

Começamos novamente a nos beijar. Sentir seu abraço depois de um pensamento tão ruim sobre nosso destino era tão reconfortante. Reconfortante poder sentir o corpo, o cheiro, a textura. Era como se meu corpo tentasse decorar cada toque, cada cheiro, cada parte do seu corpo. Sentir. Sentir pertencer e ter o amor da minha vida.

Enquanto isso eu me peguei sem o pensamento que sempre me atordoava; “Como pode você com 17 anos reconhecer quem é o amor da sua vida?”. Simplesmente deixei de me questionar, agora eu quero viver. Sei que posso não ter o tempo presente de forma indeterminada e sem validade, mas eu sei que é amor e eu apenas SEI. For Always.