Abri o bilhete, havia escrito:

 Minha donzela,

 Não tenho palavras para descrever como é fascinante te ver dormir, seu sorriso estava deslumbrante, não só hoje, como sempre.

 Uma rosa pela sua beleza e outra por você simplesmente existir e fazer meu coração pulsar ainda mais rápido.

 Do seu admirador secreto que vive por ti.

 CONTINUA

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 2º CAPÍTULO – O ACIDENTE

 Senti um sorriso enorme formar em meus lábios, meu coração pulsava descontroladamente fazendo meu corpo estremecer, minhas mãos apertavam o bilhete com delicadeza desejando que fossem os braços daquele que diz viver por mim.

 Aproximei o bilhete do meu rosto e senti uma flagrância irresistivelmente sedutora, aquele cheiro era como se fosse uma droga, quanto mais sentia, mas necessitava senti-lo, era de enlouquecer.

 Por um breve momento tive a impressão de está sendo espionada, sorri com esse pensamento e tive a idéia de pegar um papel e também lhe deixar um bilhete, várias tentativas em vão de manter a letra legível, minha mão tremia cada vez que pressionava a caneta na folha.

 Meu nervosismo não me permitia pensar direito, apenas consegui escrever o essencial:

 Meu querido admirador,

 Queria lhe pedir um favor, talvez você nem chegue a ler, mas caso leia,

Venha até mim, me embale em teus braços,

Hoje senti teu perfume, venha sentir o meu também, necessito te sentir perto de mim...

Carinhosamente Bella!

 Beijei o bilhete deixando a marca de meus lábios, estava agindo como uma desesperada, mas era assim que me sentia, uma rã atrás de meu príncipe, o dobrei e o deixei encostado na árvore, rezei para ele encontrar o bilhete e vim até meu encontro.

 Voltei para casa com uma sensação de que algo muito importante estava preste a acontecer.

 “Ei Bella” ouvi uma voz feminina me chamar, virei dando de cara com Ângela, minha vizinha, sorri acenando.

 “Oi, você sumiu”.

 “Eu que sumi?” riu “Faz tempo que não te vejo, Alice me disse que você tem trabalhado e estudado muito”.

 “Verdade! Graças a Deus hoje não tem faculdade, parece que deu uns problemas nas instalações” agradeci mentalmente por isso, estava realmente cansada para encarar uma sala lotada por pessoas desconhecidas.

 “Hum... O que você acha de ver um filminho comigo?” perguntou de uma maneira tão educada que não pude recusar.

 “Oh, acho... Eu adoraria” sorri “Mas primeiro vou tomar um banho, pode ser?”.

 “Claro, te vejo daqui uma hora então, pipoca garantida, hein”.

 “Chocolate também, vou roubar os que a Alice esconde atrás das farinhas” gargalhamos.

 Entramos no elevador, ela desceu no andar dela e eu no meu, abri a porta jogando minhas coisas sobre o sofá.

 Corri para meu quarto tirando as roupas rapidamente, liguei o chuveiro, cruzei meus braços e encostei minha cabeça na parede fria, fiquei relembrando todos os bilhetes que já havia recebido, um mais gentil que o outro, sentia uma coisa estranha quando pensava nessa pessoa misteriosa, era como se fosse amor.

 “Não, não” sussurrei incrédula, isso jamais seria possível, como amar uma pessoa sem nem ao menos conhece - lá?

 Vesti meu pijama e calcei minha pantufa, afinal eram dois andares abaixo do meu, tudo que queria era sentir-me confortável.

 Enfiei os chocolates em uma sacola e caminhei em direção ao elevador apertei o botão varias vezes já impaciente por ele não sair do segundo andar, quando ele finalmente abriu avistei um homem alto bem vestido não pude identificá-lo, pois estava com o jornal aberto tampando o seu rosto.

 Me encolhi no cantinho esperando chegar o andar que iria descer, estava sentindo uma flagrância familiar, acabei soltando um hum, ouvi uma risada que me fez corar, no momento que virei para encará-lo a luz apagou e o elevador travou.

 Ouvi passos em minha direção e recuei para trás batendo meu corpo contra a parede, senti uma mão macia me segurar pela cintura e me puxar contra seu corpo, me fazendo soltar um gemido ao sentir o impacto do seu corpo contra o meu.

 Tentei empurrá-lo, uma tentativa em vão, ele parecia ser forte, forte o bastante para mexer com os meus sentidos, fui tirada de meus devaneios quando senti seu rosto tocar em meu pescoço e ele inalar meu cheiro.

 “O-o que você está fazendo?” gaguejei.

 “Estou fazendo um favor” sua voz era macia, aveludada, incrivelmente irresistível, capaz de levar qualquer um a loucura, só então me lembrei do que havia escrito no bilhete, minha garganta ficou seca e minha voz saiu como um sussurro.

 “É você, só pode ser, você é meu admirador secreto”.

 Senti sua mão apertar ainda mais minha cintura me fazendo estremecer dos pés a cabeça, senti sua respiração sobre meus lábios, por um segundo pensei em me afastar, mas a vontade de beijá-lo era muito maior, pousei minha mão sobre seu pescoço e o puxei encostando meus lábios sobre os dele.

 “Minha donzela” ele sussurrou em meus lábios.

 Não me contive e invadi sua boca num beijo urgente, seu gosto era maravilhoso, sua boca era macia e seu beijo era numa velocidade perfeita, amoleci em seus braços e me deixei levar.

 Sua mão acariciava meu rosto, enquanto a minha segurava seus cabelos o impedindo de parar de me beijar, quanto mais o beijava, mas queria beijá-lo, era viciante, um vicio que jamais largaria por nenhuma hipótese.

 Desgrudamos nossos lábios ofegantes, ele me abraçou tão carinhosamente que não pude segurar as lagrimas em meus olhos, ele se afastou e as secou.

 “Desculpe-me” sua voz parecia triste.

 “Oh não, não estou chorando porque não gostei, pelo contrario, estou chorando porque você me fez sentir viva novamente, obrigada”.

 Ele me abraçou fortemente pousando sua cabeça sobre a minha.

 “Minha Bella, esperei tanto por esse momento, sinto tanto por não ter tido coragem antes”.

 “Shh” o calei com um beijo “O que importa é que você está aqui, me faz mais um favor?”.

 “Quantos você quiser”.

 “Necessito saber seu nome, por favor”.

 “Edward Cullen” senti meus olhos brilharem.

 “Meu Edward, somente meu”.

As luzes acenderam e ele me virou rapidamente me impedindo de ver seu rosto.

“O que você está fazendo?” perguntei incrédula.

“Ainda não Bella, você precisa ter paciência”.

“Mas, mas” antes que pudesse terminar de falar a porta do elevador abriu e pude vê-lo correr em direção a portaria.

“Edward, espera por favor” implorei, mas ele continuou correndo.

Respirei fundo e corri atrás, procurei por um boné preto por todos os lados, até que o vi atravessar a rua.

“Edward” gritei.

Corri em sua direção, uma luz forte me fez ficar tonta, senti algo bater contra meu corpo que me fez parar no chão, consegui enxergar dois pares de olhos verdes, um verde incrivelmente fascinante, tudo foi ficando lentamente escuro, até que não conseguir ver mais nada...

CONTINUA