Azul no Castanho escrita por Apaixonada por palavras


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oioii gente,como vocês estão?Então,essa é minha primeira one Charlena,de muitas que eu estou pretendendo fazer,já que é um casal que eu adoro e que tem poucas histórias aqui no Nyah!Espero que vocês gostem,pois eu fiz com muito carinho *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481398/chapter/1

―Ah, não, desisto... ―falei jogando a espada de lado e me sentando em uma das arquibancadas da Arena.

Eu não era boa em esgrima. Eu era razoável. Mas esse razoável pelo jeito não era suficiente já que eu era a líder do Chalé 10, tinha que ser um exemplo. Isso significa que teria que ser boa em alguma coisa. O que acontece é que eu não sou boa em nada.

Quíron primeiro me pediu para tentar Arco e flecha. Ele desistiu de tentar me ensinar, mas como Will Solace é um tarado, ofereceu-se para me ajudar. A questão foi que ele desistiu também. O filho de Apolo até tentou me ajudar, em meio de tapas e cantadas, mas eu não tinha uma mira boa, então até ele me largou. Eu me senti um pouco mal com isso, porém segui em frente.

Tentaram a corrida, Travis e Connor vieram me ajudar. Eu não era horrível, mas também não ganhava nem da Lise (que tinha 7 anos e ainda era indeterminada, apesar de todos saberem que ela era filha de Hermes) e ela não era o maior desafio do Acampamento meio-sangue, apesar de ser um pouquinho violenta para uma criança. Desistiram de mim também.

A terceira opção foi os obstáculos. Geralmente, os filhos de Hermes e Ares são bons neles por serem rápidos e ágeis (os do primeiro caso) e violentos (no segundo caso). A questão foi que eu bati minha cabeça, ralei meus braços, tropecei e até perdi um pouco de cabelo. De cabelo! Vocês não têm noção de como aquilo foi deprimente... Então desistiram de me ensinar também!

Veio a parede de escalada. Confesso que assim que eu me deparei com ela, um menino caiu bem na minha frente com o braço queimado por causa da lava . Alguns filhos de Apolo foram ajudá-lo e no final o menino apenas quebrou alguns ossos (apenas, pois poderia ter sido algo pior, já que ele, como todos aqui, era um semideus e não tinha a sorte a seu favor). Isso não ajudou meu medo. Mas eu escalei, mesmo assim. E tive um destino parecido com o do menino que caiu: Caí também! Fiquei alguns dias na enfermaria e sabe quem se ofereceu para cuidar de mim? Will Solace! Aquele tarado vive me perseguindo...

Depois veio a canoagem. Como o Senhor D. estava de mau-humor no dia em que eu iria começar meus treinos, choveu no Acampamento e todos ficaram presos o resto do dia ou no refeitório ou nos seus Chalés. Conclusão: Alguém achou que isso era um sinal vindo das divindades de que eu também não conseguiria e desistiram de me ensinar canoagem. Canoagem!

A última opção foi a mais difícil: Esgrima. Não queriam que eu tentasse, pois sabiam que eu não iria conseguir, mas como fui um fracasso em tudo, não havia mais nenhum modo de defesa que pudesse me ajudar em alguma batalha. Percy Jackson foi o escolhido para me ajudar. Percebi que ele não ficou muito feliz com a nova tarefa, só que por ser educadinho, não disse nada e nem fez careta. Mas eu vi o olhar de desculpas que Quíron lançou para ele.

Então, naquele dia eu acordei com a intenção de ir treinar esgrima com o filho de Poseidon.

Aí eu descobri que ele sumiu. Sim ,o cara sumiu! Eu devo ser muito desapontante mesmo.

A parte boa foi que ele não sumiu por minha causa (eu espero). Percy foi atrás das Caçadoras de Artémis (que eu odeio e me odeiam também. Como elas podem renegar a coisa mais bonita do mundo que todos procuram ?O amor é lindo e elas abrem mão dele. Patéticas.) e de Annabeth. Eu achei muito fofinho. Até soltei um Own quando Quíron me contou. Ele teria me achada pirada da cabeça, porém, como me conhece desde os 10 anos... Acho que não estranhou muito.

Eu já estava indo para o meu Chalé toda contente, já que poderia ficar o dia todo sem falar nada, quando Travis veio me procurar.

Flashback On

―O que você quer? ―Perguntei, piscando os olhos, com desconfiança.

Eu não estava jogando charme. Minha mãe já tinha um romance todo preparada para ele, que eu aprovava e achava incrível (mas ele não precisava saber disso ,óbvio).Porém, quando um filho de Hermes chega perto de você, que está com a mão na maçaneta do seu Chalé, coisa boa que não é.

―Quíron me pediu para te falar uma coisa ―ele disse ―E eu estou irritado. Não é só porque sou filho de Hermes que eu gosto de dar uma de carteiro. ―confessou irritado.

―Mas...

―Nem começa. ―Ele levantou a mão. ―Eu estou cansado desse discurso que todo mundo faz: Mas você deveria gostar de dar recados. A questão é que eu não gosto! Se eu pelo menos ganhasse uns Dracmas por isso, mas nem isso me dão!

―Entendo como se sente e... e...Lamento por isso...Qual é o recado? ―perguntei um tanto confusa e receosa.

―Ah, tanto faz! Quíron disse que arranjou outro professor de Esgrima para você. ―QUÊ? ―E ele já está te esperando na Arena.

―Só pode ser brincadeira ―Falei um pouco decepcionada.

―Não, não é. Agora tenho que ir. Filhos de Ares para roubar. Fui!

Então ele foi embora e eu fui encontrar esse novo professor, bufando a cada segundo possível.

Flashback Off

Quando cheguei à Arena, encontrei uma pessoa lutando contra os bonecos. Não consegui ver seu rosto, pois ela estava de costas. Suspirei e entrei.

―Oi ―eu disse.

Achei que um filho de Ares fosse me ajudar. Talvez um de Hermes ou algum de Atena, quem sabe. Eles são muitos bons. Mas nunca esperei que tivessem mandado um filho de Hefesto para me ajudar. Ainda mais esse filho de Hefesto.

Os chalés 9 e 10 nunca se deram muito bem. Acho que é porque nossos pais tiveram um casamento arranjado.

Nossa mãe é a deusa do amor e não aprova nenhuma união que não envolva sentimentos verdadeiros, e ela não sentia nada pelo deus dos metais. Então eles se casaram. Todo mundo no Chalé 10 acha um pouco injusto isso. Por quê? Nossa mãe foi obrigada a se casar com Hefesto e nós só queremos que ela seja feliz com quem ama. Nem que esse seja o deus da guerra. Acho que acabamos descontando tudo isso nos filhos de Hefesto.

Descontamos não, nunca fiz nada com eles. Mas a maioria dos meus irmãos e minhas irmãs fazem... Deu para entender o motivo?

Não que eu ache que isso seja desculpa. Longe disso... Mas eles são muito diferentes de nós. Não se dão bem com as pessoas, não são vaidosos, não são... Bonitos. Não do tipo de beleza que consideramos boa. Então, acho que alguns membros do meu Chalé acabam fazendo algum tipo de bullyng com eles. Não é uma coisa legal, em alguns pontos é até cruel. Entretanto, meus irmãos não são malvados ou vilões, não. Todos cometem erros e algum dia, talvez, eles percebam que o que fazem é errado. E também não são todos que fazem isso. Eu e mais alguns integrantes evitamos encrenca com outros chalés e sempre damos broncas quando necessário. Na verdade, quem dá as broncas sou eu, já que sou a líder do Chalé.

Bem... A história Chalé 9X10 é muito comprida e ainda se tem mais para se dizer dela. E não será agora que irei explicar tudo.

O ponto é que: quem estava lá era Charles Beckenford.

Nós nos víamos regularmente.

Motivos?

A)Ele que me trouxe para o Acampamento.

Sim, quando eu ainda era uma menina mortal mimada, eu fui atacada por um monstro e foi ele quem veio ao meu resgate. Ele e outro semideus... Essa é outra história. Mas, por alguma razão, acho que ele se sentia responsável por mim.

B)Nós sempre estávamos juntos, discutindo por causa da briga dos nossos irmãos.

Com as brigas constantes dos chalés, eu e Charles sempre tínhamos que resolvê-las.

Nossa relação era complicada. Mas eu tinha uma queda por ele. Na verdade, eu tinha um penhasco por ele.

Charles era incrível. Ele era alto (bem mais que eu), musculoso e moreno. Tinha cabelo curto preto, meio arrepiadinho. Eu o achava bonito. Ele estava sempre disposto a ajudar e era muito agradável. Eu gostava de ficar com ele, porém o mesmo agia tão indiferente em relação a mim que era decepcionante.

Imaginem minha cara quando percebi que ele é quem me daria aula. Épica.

―Charles? ―perguntei ainda meio desconcentrada.

―Olá, Silena ―disse, sorrindo.

Ai Meu Deus(quer dizer, deuses),que sorriso e que formalidade.

―Você?

―Eu ―ele concordou sorrindo.

―Vai me dar aulas?

―Sim ―ele confirmou novamente sorrindo.

―Por quê?―Juro que escapou.

Ele deu uma risadinha baixa.

―Porque o Percy desapareceu e eu era a próxima opção ―falou dando ombros.

―Ah... Eu... Me desculpa... Não quis...

―Relaxa, Silena.

―Pode me chamar de Si ―falei arranjando coragem em Nárnia.

Então ele sorriu e falou alguma coisa baixinha para ele mesmo. Fiquei curiosa sobre o que ele tinha dito, porém não perguntei nada. Ele iria me achar a maior oferecida e isso era a única coisa que eu não queria.

―Vamos começar?―ele perguntou segurando duas espadas, uma em cada mão.

―Começar o quê?―perguntei, meio confusa.

―A aula de esgrima ―ele falou, seguido por um risinho nervoso.

Então nós começamos. Treinamos por meia hora, sem nenhuma pausa. Eu já tinha alguns arranhões na minha mão, minhas pernas estavam fraquejando e minha testa estava coberta por suor. Charles não parecia nem cansado.

Eu não conseguir atacar. Não conseguia defender. Sempre tropeçava e nossos treinamentos acabavam com a espada dele na minha garganta ou no meu coração e a minha há metros de distância. Sempre acabava com eu perdendo e ele falando para recomeçarmos. Isso estava me irritando. Será que ele não percebia que eu era e sempre seria uma inútil?

*

―Ah, não, desisto... ―falei jogando a espada de lado e me sentando em uma das arquibancadas da sala de treinamento.

Ele me olhou com uma pontada de pena. Ótimo, pena, outra coisa que eu não queria. Ele não parecia abalado, só me olhava e eu sustentava o olhar. Então, olhei para o teto. Minha respiração era rápida, eu arfava. Apostava que minhas bochechas estavam coradas, tanto pelo cansaço, tanto pela vergonha.

Ele balançou a cabeça negativamente.

―Que foi? ―perguntei.

―Porque está desistindo?―perguntou sentando-se ao meu lado.

Ai, meus, deuses! O braço dele está se encostando no meu. Silena, não aja como uma maluca psicótica. Não faça isso. Não faça, mesmo sendo quase impossível.

―Todo mundo desiste de mim no final. Eu estou desistindo também. Cansei! ―falei.

―Cansou de quê?

Olhei para ele novamente. Os olhos castanhos carregavam um sentimento que eu não conseguia definir qual era. Azul no castanho. Azul no castanho.

―De tentar. As pessoas sempre desistem de mim, mesmo. E eu sempre continuo tentando... Mas não adianta. Eu sou horrível em tudo. Não sou boa em nada.

―Quem disse isso? ―ele perguntou.

Ninguém nunca disse diretamente. Mas as ações deles sempre provaram isso. As pessoas sempre desistiam de mim no final. Ninguém ficava comigo.

―Quem, Si, quem?―perguntou. ― Aí eu vou poder bater um papo com o idiota que te disse isso.

Dei uma risada fraca.

―A pessoa que disse isso não é idiota. É inteligente.

Ele suspirou fundo e me olhou.

―Silena, você não pode desistir. Tem que continuar tentando. Ninguém nunca disse que iria ser fácil, mas também não é impossível. Toda pista tem um obstáculo e, por favor, não me faça repetir isso novamente, porque sou horrível com pessoas ―falou dando uma risada.

Revirei os olhos.

―Você é ótimo ―disse.

Ele apenas deu um sorrisinho de canto.

―Obrigada ―falei.

Ele continuou sorrindo.

Então, virei-me completamente para Charles e vi que estávamos completamente próximos um do outro. Nossos narizes se encostavam. Sua respiração estava rápida, mas acho que não tanto como a minha. Ele me olhava e eu o olhava. Azul no castanho de novo.

Azul no castanho.

Assim, com um único movimento, nós dois colamos nossos lábios.

Foi incrível. Foi estranho. Foi exótico. Foi mágico. Foi simples. Foi tudo que nós dois queríamos.

Depois de um tempo, nos separamos um do outro e ficamos nos olhando por pelo menos cinco minutos.

Ele sorriu de canto.

―Vamos voltar a treinar?

Desanimei. Meus ombros caíram e eu fiz uma cara de: Por favor, não.

―O que eu disse sobre desistir? ―ele perguntou se levantando.

Lembrei do discurso que ele fez.

Resolvi deixar as outras pessoas para depois.

Porque, naquele momento, era só Azul no Castanho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?O que acharam?Bora me falar nos comentários!Beijinhos