Coração de gelo escrita por Lady Mia


Capítulo 1
Coração de gelo


Notas iniciais do capítulo

Como já disse, foi apenas um sonho que tive em uma noite de inverno à alguns anos.



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Essa historia trata-se de uma garota chamada Crystal. Que já aos nove anos tinha que se cuidar sozinha. Pois perdera seus pais na guerra, mas diferente das outras crianças órfãs, ela escolhera não ir para o abrigo.

Ela vagava solitária pelas planícies gélidas do norte do país. Como ela vivera a vida inteira fugindo, lutando e matando para sobreviver seu coração parecia ter congelado como os ramos das arvores nos invernos rigorosos.

Crystal sempre andava em frente, jamais parava, por nada nem por ninguém.

Ela possuía uma beleza que desafiava a própria natureza, cabelos curtos nos tons do mar e seus olhos eram o retrato exato do céu, porem demonstravam tudo que ela já havia sofrido. Seus olhos possuíam um ar de dor, tristeza, ódio e solidão, tudo isso junto era o que se via quando se olhava diretamente aos olhos dela.

Em mais um dos finais de tarde que passara caminhando pelos campos nevados, Crystal avista um verdadeiro massacre. Em uma vila ali perto “demônios roubavam a vida de pessoas inocentes”. Pelo menos era isso que ela entendia ao ver os exércitos de países vizinhos matando sem dó nem piedade os habitantes da vila, sem nem ao menos poupar mulheres nem crianças. Crystal ficou parada só a observar a matança que acontecia logo ali perto, sem se importar muito com as dezenas de pessoas sendo mortas, de maneira tão desumana como aquela.

Os habitantes da vila mal tinham chances de se defender, mas aquela cena já não era estranha para a pequena azulada, pois seus pais foram mortos desta mesma forma, ela só não fora morta também, pois os “demônios” não há viram debaixo da cama, mas ela presenciou a morte de seus próprios pais.

Após algum tempo ela deixa a vila para trás e continua a seguir seu caminho. Porem fora interrompida mais uma vez por uma mulher caída na neve rubra devido ao sangue derramado. Crystal se aproxima calmamente para ver se a mulher estava viva, ou morta. Ao se aproximar, a pequena desfere um chute de leve na mulher que não demonstra reação alguma, mas Crystal repara que a mulher carregava alguma coisa, a azulada então se abaixa para ver o que era. Ao olhar o que encontrava-se entre os panos que a mulher carregava, percebe que era uma criança, na verdade um bebê, com aparentemente um ano. O mais impressionante é que o bebe estava vivo e não só isso o bebê estava quentinho, como se não fosse afetado pelo frio congelante que fazia. Sem saber por que, e quebrando varias de suas próprias regras Crystal pegou a criança e a levou com sigo.

Já de noite a pequena azulada encontra restos de um vilarejo que fora incendiando. Crystal adentra o vilarejo que mais parecia um cemitério mal assombrado, e avista uma cabana ainda de pé, ela coloca o bebê em um amontoado de palha que tinha um pouco afastado da cabana, e então vai ate à cabana e abre à porta, algumas fuligens caem do teto, mas Crystal não se importa, ela bate de leve nas paredes para verificar se estava estável, e em seguida sai da cabana, caminha ate o bebê e se abaixa. Ela começa a falar sozinha, dizendo que foi um erro traze-lo junto com sigo, mas que ela jamais voltava atrás, e então diz:

-Você se chamará Dylan, e até eu achar um lugar pra você irei te proteger.

Ela pegou Dylan no colo e adentrou na cabana. Lá havia uma cama ainda inteira, Crystal o coloca sobre as cobertas da cama e sai do local deixando o bebê sozinho.

Já de manha, na cabana o bebê já despertara, e chorava como se fossem mata-lo. Algum tempo depois Crystal volta com frutas, água, um peixe e alguns enlatados. A azulada coloca as coisas no chão e vai ver o bebê que se esgoelava de tanto chorar. Ela o pega no colo e lhe da o dedo indicador para chupar. Dylan logo se acalma, Crystal então o coloca novamente na cama e lhe da uma ameixa para comer. A pequena tira uma espada de suas costas e logo em seguida uma mochila, que parecia estar abarrotada de coisas. Crystal começa a mexer em algumas coisas na mochila enquanto Dylan a fitava com os olhinhos curiosos, enquanto ao mesmo tempo chupava uma ameixa que para ele parecia estar deliciosa. Crystal pega um enlatado de leite em pó e coloca em um pote que havia tirado de sua mochila, em seguida adiciona água.

Ela caminha na direção de Dylan e tira dele a ameixa, Crystal se senta na cama e pega Dylan no colo e aos poucos lhe da o leite em pó utilizando uma colher.


No outro dia Crystal acorda cedo e arruma suas coisas para ir embora. Depois de arrumar tudo ela acorda Dylan que dormia tranquilo, ao despertar ele se assusta um pouco, mas logo que vê Crystal ele solta uma risada tão gostosa, que talvez fosse capaz derreter o gelo do coração de Crystal. Mas só talvez, pois ela o encara da mesma maneira fria de sempre, sem demonstrar nenhum sentimento, sem demonstrar nenhuma afeição.

Ela o pega no colo e o enrola numa manta e o coloca novamente na cama, ela pega sua mochila e sua espada e as coloca nas costas, e em seguida pega Dylan no colo. A pequena sai da cabana, e olha para trás para garantir que não deixou rastro algum de sua estadia ali. Vendo que tudo esta certo, ela começa novamente a caminhar pelas planícies sem fim.

Ao passar dos anos Crystal ensina a Dylan todo o que sabe, desde caçar, pescar, lutar, matar, costurar, limpar, lavar e cozinhar.

Ao todo se passaram 9 anos e Crystal já era uma mulher completa, sem falar que tonara-se mais bonita do que era, porém ela ainda era fria e seria, ate mesmo com Dylan que a adorava acima de tudo. Diferente dela, ele era muito alegre e vivia sorrindo, brincava sempre que possível, mas nem sempre conseguia essa façanha, pois a azulada sempre o dava alguma coisa pra fazer, ou o mandava ir treinar. Dylan às vezes conseguia tirar um sorriso ou outro dela, mas isso só acontece em raras ocasiões.

Em uma rara manha de sol Crystal avista uma casa no pé de uma montanha. Ambos caminham ate a pequena casa, ao chegarem lá percebem que ainda há pessoas morando ali, então a dona dos brilhantes cabelos azuis, decide pedir abrigo para passarem a noite. Ela bate na porta, e é recebida por uma velhinha, depois de pedirem abrigo à velhinha, ela mal pensa e os deixa ficar. Essa velhinha se chamava Alice e morava com outras 15 crianças que ela havia resgatado.

Se passou um mês e Crystal já preparava suas coisas para ir embora, ela só ficou tanto tempo pois viu como Dylan havia gostado daquele lugar, de manha antes de ir embora ela chama Alice para conversar, ela pede para Alice cuidar de Dylan pois ela queria que ele cresce como uma criança normal, não como um assassino, se ele continua-se vivendo com ela, ele ficaria que nem ela, frio sem sentimento, e perderia toda essa alegria que ele ainda tinha. Alice aceita cuidar de Dylan, mas ela tenta a convencer de ficar também, entretanto a azulada recusa na hora, e em seguida vai embora.

Crystal continuou sua vida como antes de Dylan aparecer, ela sabia que sentiria falta dele, mas aquilo era o certo a faze, pelo menos do ponto de vista dela.

Os anos passaram e passaram, um após o outro. Passaram tão depressa que Crystal nem percebera que já se estava novamente perto da mesma montanha onde Alice e Dylan moravam, ou pelo menos ela esperava que eles ainda morassem lá. Ela então decide passar por perto, na esperança de ver Dylan, nem que fosse só de longe.

Um pouco distante da casa ela observa que não há ninguém fora da casa, então decide ir olhar pela janela. Ela aproxima-se lentamente da janela coberta de neve, ao chegar até a mesma, a azulada limpa parte do vidro que estava totalmente coberto por neve, e então aproxima seu rosto da janela.

A janela dava para a sala e lá estava cheia de pessoas, com certeza eram as crianças de que Alice havia resgatado. De repente Crystal ouve passos vindos de trás de si, quase que imediatamente ela saca sua espada e se vira para a pessoa, mas ao se virar percebe que era apenas Alice que era acompanhada por uma garota de aproximadamente uns 19 anos, Alice manda a garota entrar na casa e diz:


-O que faz aqui?


-Estava passando aqui por perto e decidi ver como ele estava.


-Que foi, lhe pesou no coração a culpa de telo abandonada aqui?


-Eu não o abandonei, eu só fiz o que achava melhor pra ele.


-Então ta, vem vou te mostrar ele.


Alice caminha ate a porta.


-Prefiro só velo de longe se for possível, não quero que ele se lembre de mim. – Diz Crystal ainda enfrente a janela.


-Então ta. Como preferir.


Alice caminha ate a janela onde estava Crystal, e aponta para um garoto sentado no sofá jogando um jogo junto com os outros que estavam na sala. Crystal olha pra ele e diz para Alice:


-Ele cresceu muito.


-O que você esperava já se passou 7 anos, desde que você partiu. Agora ele já tem 16 anos.


-É mesmo já se passou tanto tempo, me lembro do dia que encontrei ele, era natal naquele dia.


-Eu sei você já havia me contado isso.


-É eu sei.


Ao dizer isso Crystal se levanta, se despede de Alice e vai embora.


Após alguns minutos caminhando, a azulada ouve passos correndo em sua direção, ao se virar para ver quem era se surpreende ao ver Dylan.


-Como é que você pode me abandonar de novo.


-Eu só fiz o que achava melhor pra você. - Fala fria como sempre.


-O melhor pra mim era ter ficado com você. Você é minha mãe, meu anjo, meu presente de natal!

Nesse momento Dylan a abraça e começa a chorar, Crystal que não se aguenta e chora também, só que para ela não eram apenas lagrimas, era o descongelar de um coração.


Depois de algum tempo abraçados, ambos voltam para a casa de Alice. Mas dessa vez para nunca mais partirem.


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Notas finais do capítulo

Fim... espero que quem leu tenha gostado.



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