Frozen Guardian escrita por Ann


Capítulo 34
Freeze - Jack


Notas iniciais do capítulo

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
FELIZ DIA DA INDEPENDÊNCIA! (atrasado mas enfim)
E aí meus amores!!!!! Como vão vocês?
Como foi o feriado?
'Vamo' trabalhar?



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Arfava enquanto corria, sentia aquela dor no peito, aquela coisa estranha me atormentando e não conseguia explicar o que era. Meus olhos ardiam enquanto o vento os atacava.

Enfiei os calcanhares no chão parando a tempo para não dar de cara na parede.

Pera aí. Parede?

Não tinha, nenhuma porra de parede ali. Ali era onde ficava a porta que...

– Puta merda...

Coloquei as mãos na parede, dura, impenetrável, dei socos na mesma franzindo os olhos, sentindo-os arderem mais, e então senti alguma coisa escorrer por minha bochecha. Ergui a mão até a altura do peito e algo molhado caiu na minha palma.

Olhei pra baixo, aquilo...

Era uma lágrima?

Respirei fundo, sem entender aquilo, não fazia o menor sentido, olhei pra parede novamente, toquei na mesma com a mão molhada pela lágrima, e uma geada apareceu.

Essa não era negra, nem prateada.

Era branca.

Soltei o ar devagar, colocando a outra mão na parede, a geada começou a crescer, mais e mais, olhei pra cima, vendo-a chegar perto do teto, branca como neve, branca como antes.

Forcei as mãos na parede e a geada começou a se espalhar mais depressa, tinha algo inundando meu peito a medida que a geada se espalhava, mais e mais rápido naquele buraco, fechei os olhos.

Lembrei dela, dos olhos dela me olhando, das bolas de neve que ela atirara em mim, de sua preocupação, de seu medo. Aquele mesmo medo que eu tirara dela. E o mesmo medo que eu colocara de volta.

O mesmo medo que Pitch estava usando para se fortalecer, naquele exato momento, do outro lado daquela parede. Franzi a testa e bati na parede com as duas mãos, ouvindo o som de algo começando a rachar, bati de novo, uma dor se espalhando pelo meu braço.

Uma dor que ela sabia sarar.

Soquei mais uma vez, sentindo o gelo frio cortar minha pele.

Um gelo que ela sabia controlar.

Arfando, me concentrei, dei mais um soco forte na parede, abrindo meus olhos, foi como quebrar um espelho, a parede se despedaçou em milhões de pedacinhos, caindo levemente sobre o chão, como neve.

E aí uma coisa atingiu minha mente.

Uma garota que eu era capaz de fazer tudo do possível e do impossível.

Uma garota que eu amava. Como um louco que nunca teve amor.

Olhei pra frente do momento em que vi uma foice negra de sombras vindo em minha direção, pisquei e algo se levantou do chão, uma parede forte e dura de gelo a Foice se bateu contra ela e se desfez.

Pitch me olhava sem entender. Ele estava no centro da sala, havia uma bola branca flutuando acima de sua cabeça, dois raios saíam, um de cada caixão, um raio azul saía do de Elsa e um prateado do de Asle.

– Como...

Dei um chute na parede, o gelo quebrou mas uma forma permaneceu, segurei a forma e minha geada começou a tomá-la, dando forma ao pedaço de gelo.

– É Pitch... - Apertei meus dedos em torno do gelo e bati no chão, um cajado havia aparecido, ele era branco com uma curva em cima. - como.

Atirei uma rajado no chão e fumaça subiu, algo começou a se formar, se levantando do chão e Pitch olhou para aquilo com pavor nos olhos, dando um passo pra trás.

A bola acima dele tremeu e ele olhou pro chão, olhei, ele estava em cima de um símbolo, como um floco de gelo, prateado com as bordas azuis, engoliu em seco e estendeu as mãos para o alto, na direção da bola.

O monstro de gelo deu um passo em sua direção e notei que os lábios de Pitch se moviam rápido, ele tinha algo em mãos, algo azul, como se estivesse congelado. Minha visão focou melhor e notei.

Era o meu coração.

Prendi a respiração e minha geada aumentou em meus pés, encontrando as paredes daquela sala, a bola tremeu mais e Pitch me olhou.

– Você vai matar nós quatro assim.

– Antes isso do que deixar você ganhar. - Falei e pisei no chão com força a geada cobriu tudo em segundos chegando a bola e ela começou a tremer.

– Não! - Pitch gritou.

Ele foi engolido em suas sombras e se jogou pra bola, fui rápido atrás dele e ambos tocamos ao mesmo tempo.

Uma energia forte tocou meus dedos e grunhi de dor, Pitch gritou tentando me fazer soltar, tudo ali tremia os caixões tremiam parecendo que quebrariam a qualquer momento, Pitch olhou para aquilo e sorriu.

– Você vai matar as duas... - Olhei pro caixão de Elsa, a geada começava a se desfazer o caixão dela a quebrar. Pitch riu. - Nada pode ficar suspenso nessa sala se não tiver gelo. Sua namoradinha não está muito disposta pra fazer aquela geadinha dela. - ele sorriu maldoso.

Olhando pra baixo percebi a geada se desfazendo e os caixões quebrando mais, prendi a respiração.

– Vai deixá-la cair no limbo... Nunca mais vai encontrá-la.

O olhei com ódio, e apertei, a energia que passava para meus braços era forte o suficiente para me machucar, franzi a testa pela dor e gritei, a bola ficou branca e tudo passou pra mim, caí no chão, vendo tudo turvo, me levantei.

Sentia meus pés fora do chão, sentia meu corpo queimar como fogo, fechei os olhos e os abri com força, liberando toda aquela energia.

A sala ficou branca por um milésimo de segundo e de repente sumiu.

Meus pés tocaram o chão e percebi que Pitch havia sumido.

E que havia apenas uma parte do caixão impedindo-a de cair no limbo. Me obriguei a correr mas algo prendeu meus pés no chão, olhei pra baixo encontrando duas botas de gelo prendendo meus pés.

Ouvi um riso maníaco e maldoso.

Olhei pra trás, Asle se segurava com dificuldade num pedaço do caixão negro, seus olhos eram loucos, ela era louca.

– Você não me ama mais Jack, prefere salvar essazinha do que salvar seu primeiro amor? - seu sorriso estava sujo de sangue.

A olhei com ódio, o gelo que prendia meus pés quebrou e ela vacilou, segurando o caixão com as mãos ensanguentadas.

– Não dá pra chamar alguém que não era capaz de sentir de Amor, Asle.

Ela me olhou uma última vez, antes do pedaço de caixão que ela segurava cair, e ela cair junto.

Ouvi outro som de algo caindo e o mundo pareceu ficar na velocidade mínima, enquanto eu via o caixão de Elsa desabando e ela também.

O mundo estava lento, eu estava lento.

Mas algo me fez agir rápido e eu a segurei, seu braço estava frio e escorregadio, eu arfava e sentia como se tocasse no ácido, tentei puxá-la, mas algo a prendia.

Uma sombra negra.

O filho da puta não ia desistir tão cedo.

Ouvi um barulhinho sair de Elsa e de repente a sombra congelou e a soltou.

Eu a puxei pros meus braços e caí de costas no chão, o limbo fechando, e o corpo dela deitado sobre o meu.

Respirei fundo.

E vi alguém de capa correndo pra longe.

E eu não liguei.


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Notas finais do capítulo

Jack boca suja vou lavar sua boca com sabão.



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