Diário de uma Estranha escrita por Citrino


Capítulo 3
Quem é você?




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Eu não sei se você consegue me ouvir, mas está difícil respirar aqui. As vezes eu penso em matar muitas pessoas, aquelas típicas depressões de adolescente, não sei se você pensou algo assim, mas eu detesto, odeio, ou temo demais ser excluída. Ou pelo menos me sentir, e algo terrível. Não, eu não faço qualquer coisa para me encaixar, não sou tão burra assim, mas todas aquelas convensões de grupinhos estranhos alojados ao canto de qualquer pátio me deixam nervosa. Hoje eu estou estranha, não sou eu e muito menos um dos outros que eu conheço. Algo em mim se quebrou e não foi e espero que nunca seja meu coração. Aquele meu entusiasmo naturalmente forçado e fingido não está mais aqui. Eu me sinto afogar devagar em algum mar de perdições.

Essa semana eles tem feito muitos pares pra mim na escola, eu não quero andar com nenhum deles, eles são estranhos ou no mínimo desagradáveis, um deles é o garoto "Date", ele parece responder tudo o que você quer ouvir e um pouco sobre ele mesmo, isso me deixa desconfortável e eu sei que ele quer "ficar" com alguma de nós, mas elas parecem ignorar isso ou querer entrar no jogo. Tudo bem eu não sei se realmente não ligo pra isso, mas eu não quero saber o que elas deixam ou não de fazer. Amanhã tem prova de gramática eu deveria estar estudando e não ouvindo Let It Go de uma banda Indie que atualmente ta no meu top 10.

Eu tento realmente não ser uma pessoa ruim e na maioria das vezes eu consigo isso, mas eu não posso evitar não ser bruta com um garoto que se aproxima demais. Eu não quero um contato extremo e pessoal. Isso me irrita, sério. Talvez eu devesse ter nascido homem, mas garotas não me atraem. Acho que não tenho me sentido atraída por ninguém esse ano, apenas uma curiosidade, um leve interesse, nada muito pesado. Estou com problemas em casa e acho que isso está me afetando pra pior, eu notei que meus pais brigam demais, mas isso não é ruim é engraçado. As brigas deles me animam um pouco, talvez por que eu consigo um empasse ali. Eles apenas discutem sobre qualquer coisa ridícula, parecem crianças e logo então esquecem do que estavam falando e estão rindo de novo, eles crescem com aquilo e brincam um com o outro como se ainda fossem adolescentes. Eu ri quando meu pai empurrou minha mãe pra dentro do ônibus por que ela estava demorando demais a subir, ela apenas o olhou censurando-o mas foi algo engraçado e não ameaçador. Até o momento só isso está me animando de verdade. Semana de provas e minhas frases mudam de assunto com o passar do tempo, eu não sei o que estou fazendo e não estou pensando muito nisso, mas agora eu já estou mais calma e posso voltar a falar com os outros sem me sentir excluída de qualquer ordem secreta sem querer matá-los por isso. O engraçado é que eu nem mesmo conheço algumas dessas pessoas direito, mas eu já me sinto apegada a eles, e estranho ouvi-los falar de amigos que eu não consigo ao menos imaginar. Eu até sinto uma pontada de ciúmes dos próprios amigos deles.
Eu preciso realmente pensar sobre o que eu fiz aqui e sobre quem escreveu isso, eu devo estar enlouquecendo, eu devo ter uma má sanidade assim como meu avó. Eu ficaria alegre se fosse isso, mas ao mesmo tempo assustada. Essa garota que sou eu, com certeza tem problemas.


Fim do dia. 26/03/2014


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