Diário de uma Estranha escrita por Citrino


Capítulo 1
Oi diário.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic "normal".



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Hoje eu decidi escrever, por algum motivo tão íntimo que nem eu mesma sei a razão. Acredito que talvez não seja pelo simples fato de estar magoada ou algo assim, é algo que me acalma me mantém desperta, ou distraída. O problema é que eu não gosto de escrever, não, não que eu odeie ou algo do tipo. É a minha escrita, nunca sai como eu quero, são sempre palavras soltas,desconexas, sem sentido. As frases vem e se embolam, não se juntam ou não se gostam. Então eu fico tentando moldá-las em frases, poemas, versos, e acaba virando uma bola de neve pior ainda. Eu não acho que eu escreva mal, mas também não acho que escreva bem, eu não gosto e nem desgosto. É que nem quando alguém diz que você escreve bem, seu ego fica inflado, mas você sabe que existem pessoas melhores que você, e isso te deprime um pouco. É quase assim, só que pior, fica um ressentimento no peito de que eu poderia ter feito diferente, escrito diferente e conquistado as pessoas cada vez mais. Mas eu não refaço. Não por que não queira, não por que não goste. Por preguiça apenas, ou medo de piorar as coisas, sou uma pessoa muito receosa, muito cheia de dúvidas e alter-egos. É o tipo de coisa que ninguém gostaria de contar, é como dizer: " Oi sou Marta, mas gosto que me chamem de João.". É estranho, não aceitável, por que vão pensar que provavelmente você tem um transtorno bipolar. Mas isso é outro caso.

Hoje eu não vou me apresentar, mas é uma coisa obrigatória em diários dizer "Querido diário" , eu não sei se vou usar querido, mas diário talvez. Não sei se vou falar de garotos, eu não sou uma pessoa que se aproxima muito do sexo oposto esperando altas noites de sexo animal. Eu não uso óculos, ainda, e não tenho um cabelo liso com grandes pontas onduladas e longos. Eu gosto de cabelos curtos, me incomodam menos no verão. Meu nome não é Helena, Ana, Julia, Marina ou Stephana. Eu não moro em Londres e nunca sonhei com isso. Não tenho olhos claros, mas me orgulho de dizer que eles são grandes. Não sou de outro país e falo sim português do Brasil, não vou dizer que sou a pessoa mais patriota, mas eu nasci aqui e não posso fazer nada. Não sou rica e muito menos burguesa, mas também não sou a mais pobre. Eu estava pensando em fazer de tudo isso uma brincadeira, mas eu não sou uma pessoa muito divertida, pelo menos eu acho. Vou sorrir para você se você sorrir para mim, ou pelo menos parecer gentil.

Hoje eu não sou outro alguém, sou eu mesma e não um dos meus "outros", como eu gosto de chamar. Preciso de um trabalho pronto até quinta-feira e nem mesmo escrevi a primeira frase, o telefone tocou o dia todo e parece que uma das minhas amigas perdeu a virgindade. Bia, Thaís, Maria talvez, eu não sei e realmente não estou com cabeça 'pra isso agora. Foi um domingo tranquilo, me fez morrer de tédio, a coisa mais legal do dia foi ver meu irmão vomitar no banco de trás do carro. Meu pai ficou irado, no sentido bom da palavra, se é que isso existe. O queridinho, me refiro ao carro, precisou de um banho urgente por que em alguns minutos ele podia ter um infecção no estofamento. Minha mãe não é de muitas palavras então não fez nada a não ser revirar os olhos. Meu irmão não é uma criancinha, ele é bem mais velho que eu, deveria ter pensado antes de sair 'pra beber com os amigos e pedir carona 'pro próprio pai, além de ser humilhado pelos amigos agora vai ser humilhado em casa. Garoto vômito. Nojentinho. Filhinho de papai. Bebezinho. Caroninha, e outros apelidos extremamente ridículos que iriam me fazer trancar-se no quarto pelo resto do ano.

Hoje minha mãe decidiu fazer compras, coisa que ela sempre deixa 'pro meu pai. Sim meu pai vai as compras, e compra as coisas mais humilhantes para um homem, como absorventes e "shampoo para adolescentes", chega a ser muito mais divertido ir com ele as compras. Bem, minha mãe pode ser bem legal, mas não nos dias de promoção, dessa vez ela derrubou o carrinho de uma senhora pra comprar três vezes mais, papel higiênico, repito, papel higiênico. Oi? é bizarro, surreal, mas isso foi muito real 'pra mim. Sinceramente não sei se eu teria coragem, ou falta de senso, para atropelar uma velinha por causa de papel higiênico em promoção no mercado.

Hoje acabou assim. " Diário". Ok, é estranho, muito estranho, escrever isso. Já me sinto esquisita por estar escrevendo o que eu estou pensando. É bem difícil acompanhar o meu pensamento, eu queria ter um escritor mental nessas horas, seria bem mais fácil e não cansaria minha mão.
04/03/2014 - Fim do dia.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui, obrigada ^3^



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