Será Esse o Momento Certo? escrita por Nane


Capítulo 15
Capítulo 15




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Será esse o momento, certo?

Um ano depois...

A casa onde Miroku morava estava enfeitada com bolas, bexigas, carrinhos, palhaços e muita música infantil, em comemoração ao aniversário de dois anos de Shippou, filho de Kagome e Kouga. Os poucos convidados, os mais íntimos da família, iam chegando gradualmente a simples celebração infantil que estava muito animada. As crianças corriam ao redor da casa, nos jardins de um lado ao outro, enquanto, Kagome e Inuyasha recepcionavam os convidados ao qual faltava Sesshoumaru para enfim cantar os parabéns.

A demora do irmão e amigo dos anfitriões fazia a festa delongar mais e o pequeno Shippou estava começando a ficar cansado nos braços do Inuyasha, logo Sesshoumaru surgiu acompanhado por uma mulher de mãos dadas. Inuyasha estranhou o fato arqueando uma sobrancelha notando as mãos deles, esperou ele aproximar mais um pouco os cumprimentando.

- Sejam bem vindos! – saudou Kagome com um leve cumprimento, abraçando Sesshoumaru. – Pensei que não vinha mais, Sesshoumaru.

- Não deveria nem pensar nessa possibilidade Kagome, não iria deixar de vê-la. Faz o que? – colocou a mão solta no queixo lembrando – Uns três meses que mal nos vemos, desde o casamento do seu irmão. – sentiu a mão sendo apertada pela companheira. - Ah! Sim, está é a minha namorada Kagura Akio. Kagura estes são: Kagome, uma amiga de longa data, Inuyasha, meu irmão e o aniversariante.

- Prazer. – cumprimentou ambos – Posso ser sincera? – Kagura perguntou em um só fôlego recebendo “sim” como resposta, tentando pegar o filho dela dos braços do cunhado – Seu filho é lindo! Pena que não quer vir com a tia. – sorriu desistindo.

- Obrigada. Sintam-se em casa, eu os acompanho até onde Sango e Miroku estão – pegou em um dos braços da Kagura caminhando um pouco mais a frente sorrindo.

- Como ela está Inuyasha? Aparentemente parece bem. – indagou Sesshoumaru ao irmão seguindo lentamente Kagome.

- Kagome tem-se mostrado forte, mas todos nós sabemos que é por causa das crianças. – parou um instante notando a proximidade dos amigos – Além do mais, no fundo ela se sente culpada por não insistir Kouga a ficar. – Sesshoumaru percebeu que seu irmão se incomodava por Kagome ainda pensar no falecido marido.

- Tenha calma, meu irmão, se você quiser ficar com ela precisa ter calma. Ela precisa de tempo para se conformar. Imagine. O homem que sempre a infernizou desaparece com o homem que ela amou, apoiou e a ajudou. – Inuyasha olhou feio para ele e o mesmo entendendo o olhar – É uma verdade, aceite.

- Passamos meses procurando alguma coisa que pudesse confortá-la, mas nada. – manifestou-se Inuyasha em responder aquilo que Sesshoumaru gostaria de perguntar, mas não tinha coragem. – Mesmo com fim das buscas uma semana depois do ocorrido, Miroku e eu ainda tentamos procurar o corpo pelas cidades mais próximas e nada.

- Sim, eu sei. Ele comentou algo comigo. – olhando para amiga sorrir – Vamos se não vão pensar que estamos escondendo algo.

Kagome apresenta Kagura muito entusiasmada para o irmão e a cunhada com algumas brincadeiras e piadas sobre a seriedade de Sesshoumaru, este nem imaginava sobre o que tanto riam, mas o sorriso dela transmitia alegria que os dias estão a melhorar. A aproximação dos irmãos fez mudarem rapidamente de assunto, Kagura estava gostando da recepção dos amigos do seu namorado é algo completamente novo e verdadeiro.

- Pensei que não iriam mais voltar, eu sei que a lua de mel é excitante para os casais recém casados, mas já estava na hora. – resmungou Inuyasha – A empresa ainda quer os serviços de vocês.

- Não enche Inuyasha! – retrucou Miroku. – Só tivemos a lua de mel quase três meses depois de casados para pegar as férias, por conta das nossas férias, que ainda não acabou por sinal. – levantou de onde estava esticando os braços para pegar no sobrinho – Deixe-me segurá-lo um pouco. - pegou o menino levando ao alto da cabeça e abaixando um pouco para perto do seu rosto fazendo algumas caretas, conseguindo tirar boas gargalhadas da criança.

Sango aproximou sorrindo e esperando Miroku cansar de brincar para poder, também, segurá-lo.

- Cada dia que passa Shippou parece mais com Kouga. – comentou discretamente observando as semelhanças aparentes – Com exceção da personalidade que está mais parecida com a do Inuyasha.

- Mas é claro, todos os dias ele está aqui em casa atendendo todos os caprichos da Rin e Souta. – respondeu Kagome olhando com seriedade para ele – Distorcendo o que eu ensinei, acha que tudo é mais fácil do jeito dele, mas não é viu Inuyasha.

- Huh! Eles são crianças têm que brincar mesmo e Rin precisa de mim, oras! – aproximando dela dando um beijo em seu rosto mostrando um sorriso em seguida.

- Se fosse com o Kouga era ao contrário, ele fazia os caprichos da Kagome e não... Aí! – olhou para Sango fingindo que não tinha sido ela a pisar o pé dele. – Por que...

- Me dê o Shippou, quero ficar com ele agora. – pegou o menino cortando a pergunta que seu marido iria fazer.

A lembrança da forma como Kouga a tratava ainda é dolorosa, foram um pouco mais de cinco anos que estavam juntos e toda a trajetória vivida passou em sua mente em questão de segundos, mas logo teve que abrir um sorriso triste. Não é o fato de tocar no nome de Kouga, ou falar o quanto Shippou parece com ele, mas sim por ela se sentir culpada e as lembranças juntos a faziam ficar nostálgica.

- Não se preocupem... Vou procurar Rin e Souta que devem estar correndo por aí. – dirigiu para Sango estendendo os braços fazendo um aceno com as mãos para o filho - Vem com a mamãe Shippou! – este vira as costas sorrindo com as mãos juntas. - Ela fez uma expressão ofendida - Não quer?Tudo bem. Pode ficar com ele, Sango, sim? Se ele abusar me procure ou passe para Inuyasha. - ia se retirando quando lembrou. – Ah! Pode ir treinando, quero ser tia logo, logo. Kagura sinta-se em casa.

Mesmo com um pouco mais de dois anos Kagome sente falta do Kouga, aprendeu a superar a perda, mas não aceitava, é muito torturante para ela ter que conviver que podia ser tudo diferente se o tivesse impedido. De forma diferente que amou Inuyasha ela amou Kouga, por tudo que ele representou para ela e ainda representa. Embora Inuyasha esteja com ela em todos os momentos, zelando, protegendo e amando sempre com a desculpa de ser o pai da Rin, mas desde o casamento de Miroku ele tornou a ocupar o espaço que sempre foi dele. Não que eles estivessem namorando ou algo parecido, mas o lugar de pai da filha deles e amigo, embora ele quisesse ser homem de Kagome outra vez.

- Satisfeito? Tocou onde não deveria. – reclamou Inuyasha com o amigo vendo Kagome se distanciar cumprimentando alguns convidados por onde passava.

- Desculpe-o Inuyasha ele não fez por mal. – defendeu Sango vendo a expressão de arrependimento. Sentando a criança ao seu lado dando alguma coisa para ele comer – Ele seria a última pessoa a querer ver Kagome triste, e sabe o que eu estou falando.

- Tudo bem, não tem problema. – acalmou-se – Não gosto de vê-la triste e se culpando a toda hora.

- Me Desculpe, só... – Miroku tentou justificar seu erro, mas foi interrompido por Sesshoumaru.

- É melhor vocês se desculparem outra hora, - Sesshoumaru intrometeu no debate dos dois - Vamos aproveitar a festa do Shippou, antes que Kagome volte e piore a situação.

Kagura assistia a tudo tanto confusa não entendia direito o porquê do cunhado ter reclamado com Miroku, indagada por essa pergunta ela perguntou discretamente ao seu namorado sem intrometer naquele assunto.

- Por que reclamaram com ele? – perguntou Kagura, sendo ouvida por Sango que brincava com Shippou distraindo-o enquanto os dois se desculpavam.

- A irmã dele, Kagome, perdeu o marido. – respondeu cabisbaixo – Aquele caso do advogado que seqüestrou uma garotinha e na fuga desapareceu junto com o pai da criança numa ribanceira ao cair na água do mar, lembra?

- Está sendo muito difícil para ela, pois ainda é muito recente. – Sango completou a explicação do seu amigo.

- Lembro da história, saiu em toda mídia. – entretanto não deixou de fazer o comentário – E seu irmão é apaixonado por ela, dá para ver o modo como olha para ela, tenta agradá-la e cuida do menino. – sorriu para Sango. – Posso segurá-lo? – pegando a criança em seus braços durando pouco tempo passando de volta para Sango.

- Então, Miroku, onde vocês estão morando? Já que Kagome voltou a morar aqui? - Sesshoumaru perguntou muito interessado mudando de assunto – Desde o casamento não nos encontramos mais.

- Estamos morando na minha casa, Miroku não quis deixar Kagome sozinha apenas com as crianças. – piscou um olho para seu amado marido, surgindo dele um sorriso malicioso – Não acredita na chantagem emocional que ele fez ao pobre do Inuyasha! Para passar a lua de mel longe por duas semanas.

- E o que seria? – Sesshoumaru nunca foi curioso, mas dessa vez deixou transparecer a sua curiosidade.

- Nenhuma ora! – envergonhado Miroku tentando voltar para o papo animado com seu futuro, novo cunhado.

- Nada de mais, Sesshoumaru, apenas para eu nunca mais colocar os pés naquela casa deles, e não ia deixar me aproximar de Rin ou Kagome outra vez. – Respondeu Inuyasha procurando Kagome no caminho que ela tinha seguido, mas ela também não se encontrava com Souta e Rin brincando com as outras crianças junto de um palhaço. – Sango, eu vou procurar pela Kagome para podermos cantar os parabéns, vocês ficam com o Shippou? – Vendo as duas mulheres brincando com o menino, e nem uma resposta pode ouvir devido de tão distraídas que estavam, saiu à procura dela.

Sem perceber o quanto tinha ficado abalada pelo simples comentário do irmão ao lembrar o tempo que viveu junto de Kouga, Kagome estava outra vez naquela sala lembrando dos cinco anos que viveram, dos carinhos, dos segredos, das poucas brigas que tiveram, a sua vida de casada, bons tempos aqueles. Não quer dizer que não seja feliz, ao contrario ela é tão feliz quanto foi naquela época, mas não tinha um grande peso na consciência.

Voltou de seu devaneio sentindo-se outra vez sufocada pelas lembranças daquele dia que soube que seu marido não iria mais voltar para sua companhia, sua filha e não conhecer o seu filho ao perceber que situava no mesmo lugar em que Inuyasha entrava pela porta, ferido e sem ele.

“ - ...Você me prometeu...

Naquele mesmo dia Kagome voltou para o hospital em estado de choque deixando todos mais preocupados, o médico que atendeu fora o mesmo da outra vez. Ele soube o motivo do retorno dela em uma rápida conversa com Sesshoumaru e mais uma vez exigiu repouso quando recebesse alta, mas por conta do choque seriam necessários alguns dias no mesmo para se recuperar e ter a certeza que ela e o bebê estariam bem.

Miroku ficou encarregado de relatar ao presidente do Hospital de Tókio o que tinha ocorrido com Kouga, conseqüentemente, todos os funcionários ficaram sabendo do ocorrido. Não sabiam como, mas a história espalhou pela mídia durando algumas semanas.

Entretanto, Ayame ficou sabendo do fatídico desaparecimento de Kouga e Naraku através da mídia que anunciava a todo instante sobre as buscas do corpo e o estado de saúde da sua esposa, por não está presente quando o presidente anunciara. Inconformada sobre tudo que tinha ocorrido, Ayame segue para o local onde trabalha, para cuidar pessoalmente de Kagome devido ao amor e carinho que ela sente pelo chefe, além de pedir desculpas por tentar contra eles.

O leito estava ocupado pelos familiares e Kagome permanecia sob efeito de medicamentos e aparelhos que monitoravam ela e o bebê, Inuyasha estava ao seu lado um pouco abalado, as crianças permaneceram em casa na presença de Sango para não atrapalhar a delicada situação.

Após alguns exames Kagome desperta imaginando onde se encontrava outra vez, não sentia vontade de falar, sorrir e até mesmo acordar, Inuyasha e Miroku faziam perguntas que deixava qualquer um tonto, mas ela nada respondia ou fazia, apenas chorava. Dois dias haviam passado, desde então e seu estado emocional não havia mudado, Ayame entrou no leito notando a aflição dos presentes.

- Como está se sentindo Kagome? – perguntou a enfermeira preocupada sem obter resposta alguma por parte dela – Alguma coisa está incomodando? Contrações?

- Ela não quer conversar com ninguém, às vezes chora alisando o ventre e mais nada. – Inuyasha respondeu triste por ela – Sango trouxe a filha e o irmão mais novo para ver se ela se alegrava.

- Entendo. Pode nos dar licença, por que eu preciso conversar com ela. – pediu gentilmente sorrindo.

- Sim. Miroku vamos tomar um café para aliviar a tensão.

Ayame pegou uma cadeira sentando ao lado da cama. – Kagome. – chamou tentando chamar atenção dela. – Imagino o que deve está passando neste momento, eu sinto muito. – Kagome não deixava de fixar a parede do quarto causando silêncio assustador. – E... O que deve está pensando de mim, me odiando. – tais palavras conseguiram chamar a atenção de Kagome que virou a cabeça na direção dela sem pronunciar uma única palavra. – Deve está achando que sou uma “destruidora de lares” ou pior uma... Vadia.

Outras lembranças vieram à mente de ambas, o dia que Kagome apareceu na sala de Kouga pegando-os numa situação constrangedora entendendo de imediato o que se tratava. As lágrimas surgiram nos olhos de Ayame e a manchar o rosto da enfermeira, mas Kagome notou nos olhos o quanto ela sofrera com aquilo.

Percebendo que Kagome não se pronunciaria ela continuou. – Realmente eu me apaixonei pelo seu marido, não por ele ser o diretor geral ou algo do tipo, mas sim pela pessoa que é, ou foi. – respirou fundo prosseguindo – Simplesmente não pude evitar. Entretanto, ele te amava e a respeitava muito sempre pensou em você e na filhinha. – sorriu enxugando as lágrimas – Certo dia ele chegou aqui mais alegre que o normal por descobrir da sua gravidez – Ayame saiu de onde estava sentando ao lado dela na cama segurando suas mãos, ela também chorava. – Vi ainda a expressão do rosto dele preocupado com o seu estado há uns dias atrás, simplesmente ele se sentia culpado por tudo que acabara de te ocorrer até descobrir a verdade e o sorriso brotar outra vez em seus lábios sabendo que estava tudo bem.

- Eu... Eu... Não posso julgá-la e nem a ele. – se pronunciou – Não os condeno pelo que aconteceu muito menos você é uma “destruidora de lares”, apenas, foi inevitável.

Ayame se admirou pela nobreza dela entendo perfeitamente o motivo de Kouga a amar tanto, sorriu. – Agora entendo. – Kagome fez uma expressão confusa - Vou ficar esses dias aqui, ajudando você até que receba alta, que em minha opinião, irá demorar devido ao excesso emocional. Por isso seja forte, por ele e pelo seu bebê. Que é a melhor coisa que ele te deixou. – levantou caminhando em direção a porta.

- Ayame! – chamou, esta parou virando seu corpo, Kagome permaneceu por alguns instantes em silencio – Obrigada.

- Pelo o que? – perguntou confusa.

- Por me lembrar do quanto ele me amava. – ambas sorriram uma para outra e a enfermeira partindo deixando seus amigos entrarem.

Entretanto, saber o quanto Kouga a amava não conseguia diminuir a culpa que sentia. Fora por causa dela que ele desapareceu, tentou impedir muito pouco dele ir, de certo que, seus sentimentos estavam confusos por causa do Inuyasha, mas não poderia conviver que foi a causadora da morte de alguém; muito menos Kouga.

Sob os cuidados de Ayame durante aqueles dias, Kagome teve uma melhora aceitando mais o fato, contudo a divulgação na mídia a deixava algumas vezes deprimida se sentindo culpada, chorando escondida. Nesses dias elas tornaram-se amigas, como também ficou sabendo da partida da enfermeira para outro hospital devido a uma promoção. As buscas pelo corpo de Kouga e Naraku foram cessadas, certificando para seus familiares a morte dele e mais tristeza para ela.

Os meses foram passando Kagome voltou ao hospital na companhia de Inuyasha que acompanhou de perto o parto, este ficou cada vez mais próximo de Kagome cumprindo a tarefa que Kouga lhe proporcionou. O nascimento do menino foi uma alegria para todos, tanto que Rin passou a sentir ciúmes por que a atenção de todos era do seu irmão e não mais dela, o que durou apenas alguns dias, ela e Souta cresciam com um forte laço de amizade. Kagome e Rin voltaram a morar com Souta e Miroku, este não queria que ela morasse sozinha com dois filhos mesmo com aproximação de Inuyasha que aos poucos ia reconquistando o carinho que ela sentia, entretanto, ainda ressentida com a perda do marido tinha dúvidas a respeito. Inuyasha entendia perfeitamente o receio dela.

Com quase um ano do nascimento de Shippou, Miroku e Sango resolveram casar em uma celebração simples, a festa durou um bom tempo. Desde que casou passou a morar na casa da Sango, devido à proximidade de sua antiga residência e os cuidados com a família da irmã. A lua de mel não pode ser após a celebração por causa de alguns imprevistos da empresa preferindo tirar as férias juntos e então ter a sonhada lua de mel que Sango tanto sonhava.”

Algumas lágrimas mancharam o rosto de Kagome, sem ela perceber, diante as lembranças do passado. Não importasse o tempo que levasse sempre iria se sentir culpada pela morte de seu marido. Após um tempo de procura Inuyasha encontra Kagome escorada em um dos sofás da sala.

- Kagome! – chamou retirando ela do transe da nostalgia e notando algumas lágrimas – Ah! Kagome! Venha aqui. – a puxou pela mão sentada no mesmo colocando-a em seu colo e a abraçando em seguida.

- Desculpe-me Inuyasha, não pude evitar. – falou não resistindo às lágrimas, apertou ainda mais o abraço - Eu te machuco por pensar nele, mas... – ele a beijou para que não continuasse a sessão de desculpas, com um misto de compreensão e meiguice, separou.

- Não posso mudar o passado e você também não... – segurou o rosto dela com uma das mãos e a outra enxugando as lágrimas -... Sei o quanto é difícil para você e quero que saiba: Tenha o tempo que quiser, eu sempre vou está ao seu lado... – ajeitou o cabelo dela atrás da orelha, enquanto as lágrimas diminuíam – Por que eu amo você.

Kagome se acomodou mais nos braços dele depois ouvir tais palavras, Inuyasha se encheu de felicidade percebendo que ela o abraçava forte. O que ele mais estava sentindo é que Kagome sempre foi seu amor e não importasse se estivesse casada, solteira, mãe, grávida, em qualquer situação ele a amava.

- Eu adoro você Inuyasha! – Kagome revelou após algum tempo de silêncio se recompondo das fortes lembranças.

- Espero não ter te forçado a dizer nada que... – ela levou seu dedo indicador aos lábios dele calando-o e dando-lhe um fervoroso beijo de ternura.

- Não, você não me forçou a nada. – sorriu. – Vamos se não poderão dar por nossa falta. – ele a puxou e beijou-lhe outra vez antes sair.

Passado aquele inesperado momento de desculpa, o casal seguiu de mãos dadas ao encontro de seus amigos, sentia falta de uma pessoa, Ayame. Ela prometera que iria a comemoração de um ano do Shippou, mas não compareceu, até o momento, pode ser que tenha choque de horário com o seu plantão. Kagome e Inuyasha pediram para que Rin e Souta chamassem os convidados a levantarem das mesas e ir cantar os parabéns, estes pareciam tão felizes. Como é boa a infância nada para se preocupar, apenas brincar, ir para a escola, fazer novos amigos e outras coisas mais, não é como a vida adulta cheia de interrupções, compromissos e responsabilidades.

Entretanto, a festa estava sendo finalizada não demorou muito após o canto de felicidades e parabéns os poucos convidados foram, deixando apenas os amigos naquela residência onde compartilhavam, muitas vezes, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Com muito esforço Inuyasha conseguiu colocar Shippou para dormir, mesmo cansado ele teimava ficar acordado vendo que sua irmã e o seu pequeno tio brincavam. Estes com muita energia para gastar não se mostravam fadigados voltando a correr dentro da casa, cansados pelo longo tempo que passaram jogando conversa fora e as vezes ajudando a anfitriã, desabaram exaustos no sofá, vendo as crianças correndo.

- Eles nunca dormem?! Não sei de onde tiram tanta energia. - Miroku comentou aos dois amigos, observando-os a passar entre eles correndo. – Queria eu, ter tanta disposição assim.

- Então vá se acostumando porque há algum tempo você vai ter o seu. – Inuyasha brincou vendo a expressão assustada dele.

- Souta não era assim, sempre foi calmo e nunca bagunçava até Rin aparecer, aí sim, a bagunça estava formada. – responde lembrando-se de alguns anos atrás.

- Mas é claro, Miroku, Souta sempre fora um garoto sozinho e agora ele tem a companhia da Rin e pra completar Shippou, é uma criança feliz. – continuou se acomodando melhor no sofá - Tem sua sobrinha, que é praticamente da mesma idade.

- É uma pena Ayame não ter vindo. – comentou Sesshoumaru fazendo os dois pararem com aquela discussão inútil.

- Também acho meu amigo. – Sango entrou no cômodo sendo seguida por Kagura – Kagome acha que o plantão dela chocou com o dia da festa do Shippou, pois confirmou que vinha. – sentaram nas cadeiras.

- Bem provável, mas também há muitos obstáculos; à distância ou até mesmo algum imprevisto – ele expôs o provável fato dela não ter comparecido. – Onde está Kagome?

- No quarto tentado fazer Shippou dormir outra vez, já que as crianças o acordaram. – Kagura comentou – Ah! E ela pediu para você, Inuyasha, fazer os dois se ficarem quietos.

Mais uma vez Rin e Souta passaram por eles, mas dessa vez Inuyasha os chamou, sem esperar Rin corre na direção dele pulando em um abraço, já Souta fazia o mesmo com Miroku. Antes de ouvirem o sermão a ser dado aos dois, a campainha soa, Sesshoumaru levantou para atender a porta já que seu irmão e seu amigo estavam com as crianças, se assustou ao ver quem estava a sua frente. Sesshoumaru deu espaço para que a pessoa pudesse entrar seguida por Ayame que estava de cabeça baixa, logo seus amigos levantaram surpresos.

- Papai! – Rin gritou correndo na direção dele pulando em seu braço como fazia antigamente quando ele entrava em casa após a jornada no hospital. Souta também se aproximou dele abraçando-o com força.

Ninguém podia esperar Kouga estaria vivo, por que deixou para voltar agora? Deixou Kagome se culpar pela sua morte todo esse tempo e Ayame, sabia todo o tempo. Impossível, mas como ela o trouxera até ali. O silêncio era assustador, Kouga abraçava Rin com força devido à saudade que sentia, mas ele precisava ver Kagome e conhecer seu filho.

Shippou adormeceu nos braços da mãe depois dela cantar algumas músicas de minar, acomodou ele na cama infantil para que pudesse ter bons sonhos, ouviu Rin chamar por Kouga estranhando o fato, pois ela chama Inuyasha por “pai” e não “papai”, este ela só usava com Kouga. Em passos lentos seguiu em direção a sala, percebeu o silêncio, chegou ao cômodo e por coincidência o mesmo lugar que recebeu Inuyasha, não acreditou no que seus olhos viam; surpresa.

- Meu Deus! – exclamou chamando a atenção de todos e principalmente a de Kouga.

Levou uma das mãos a boca, piscando diversas vezes os olhos tentando acreditar neles, dando dois passos para trás encontrando a parede, com a outra mão tentou se manter em pé segurando-se em algum móvel próximo. Seus olhos se encheram de lágrimas, sem acreditar e tentando se acalmar, olhando fixamente para ele. Kouga colocou sua filha no chão vendo Kagome se aproximar, afastando-se das crianças deu um passo na direção dela. Lentamente Kagome vai se aproximando do seu marido pensando ser uma ilusão parada a sua frente, sendo observada por todos e principalmente por Inuyasha que não estava mais tão seguro assim do seu relacionamento com ela. Levantando a mão para tocar em sua face que a tanto não via, estava um pouco diferente, sim, claro, mas ao sentir o calor do rosto em sua mão e a mão dele sobre a dela o abraçou forte deixando cair em lágrimas, ele a separou para beijar-lhe os lábios.

- Sim, Kagome, sou eu. – enxugou as lágrimas dela abraçando-a outra vez, encostando a sua cabeça em seu peito. – Está tudo bem, tudo bem.

Olhou para os integrantes da sala percebendo que eles estavam tão surpresos quanto ela.

- Como... Você... Eu... – respirou fundo tentando se acalmar.

Ela se afastou um pouco dele para analisar as feições um tanto mudadas, voltou a realidade de que ele estava vivo todo esse tempo enquanto ela se culpava pelo que aconteceu a ele.

- Oi Kagome. – cumprimentou Ayame transtornada pela vergonha de saber a verdade e nunca ter contado a ela – Nós podemos explicar. Têm algumas coisas que aconteceram e precisam saber.

Percebendo que Rin e Souta estavam próximos a eles não permitiria que ouvissem. – Souta, Rin. – chamou-os – Está na hora de dormir.

- Ah! – reclamaram unissonoro.

- Mamãe, eu quero ficar mais um pouco com papai. – pediu sua pequena filha suplicante.

- Por favor, Kagome. Estamos com muita saudade dele, deixa. – seu irmãozinho ajudou argumentando. Ela não tinha como negar diante aqueles olhinhos pidões que expressavam saudade. Fechou os olhos em derrota.

- Primeiro vamos matar a saudade e depois conversamos – Kouga tentou disfarçar o nervosismo adiando por alguns instantes a conversa, tinha tantas perguntas que podiam ser adiadas por enquanto.

- Certo. Está bem. – concordou com ele, as crianças vibraram de felicidade pulado nos braços dele. - Com pouco barulho para não acordar o Shippou.

- Papai! Papai! venha conhecer meu irmãozinho. – disse Rin puxando ele por uma das mãos e na outra Souta também puxava.

- É tio, Kagome diz que parece muito com você. – o menino repetiu o que ouvia diversas vezes.

As crianças saíram puxando para onde o menino estava dormindo, enquanto Kagome acompanhava com os olhos ele sendo puxado sorrindo. Sem a presença dele ali ela correu os olhos em todo o recinto e nos presentes, fixou o olhar em Inuyasha que retribuía triste, ela abaixou a cabeça pedindo desculpa quase inaudível deixou a sala seguindo o mesmo caminho que as crianças e Kouga fizeram.

Em um impulso de raiva Inuyasha soca a parede tentando descarregar todo aquele impulso murmurando algum palavrão, socando de novo e de novo. Sango aproximou dele segurando seu braço evitando que se machucasse mais, sob o olhar de Ayame que entendia tal atitude.

- Tenha calma, Inuyasha. Não vai ser dessa maneira que irá resolver. – Sesshoumaru tentou acalmá-lo, mas acabou por se irritar não tendo nenhuma resposta do irmão. Seguiu na direção da namorada sentando ao lado dela.

- Acho melhor eu ir embora, meu querido, vocês têm muito a conversar e esse assunto não de diz respeito. – Kagura disse fazendo carinho nas mãos dele.

- Eu te levo em casa e depois volto. – deu um beijo nela se sentindo incomodado pelo constrangimento da situação.

- Não tem necessidade de me levar em casa, vou de táxi. – sabendo que ele iria retrucar alguma coisa interveio logo – Não tem problema algum, me leve até a porta enquanto o carro chega.

Kagura se despediu do casal e Inuyasha, conhecendo a famosa Ayame que tanto foi falada algumas horas atrás, deixando-os na sala com um clima pesado.

- Não entendo você, Ayame, como pode fazer isso com Kagome? – alguém tinha que começar e Sango não pensou duas vezes a questioná-la demonstrando raiva – Você mais do que ninguém sabe o quanto Kagome sofreu com a “morte” dele. – Sango gesticulou os dedos ao falar da suposta morte.

- Todos, nós, sabemos que ela só foi forte por causa das crianças, no fundo ela não aceitava embora tenha se conformado da possível morte do marido. – Miroku completou as palavras da esposa. – É como tivesse tirado férias no fim ele aparece.

- Por favor, não tirem conclusões precipitadas. – Ayame falou em tom de repreensão.

- Vamos, nos diga de você ter escondido a respeito do Kouga ainda está vivo? – pediu Sesshoumaru que acabara de entrar no cômodo.

-Acha que não contei a vocês de propósito? Não, pior, para ver Kagome sofrer, como eu vi?  - Ironizou – Claro que não.

- Então, por quê? – Inuyasha perguntou, pois até então estava calado perdido em seu mundo de tortura precipitada.

Ayame abaixou a cabeça percebendo a tristeza nos olhos dele, não queria responder aquela pergunta, preferiria que o próprio Kouga respondesse, mas não tinha como escapar. – Por que... – hesitou – Kouga... Ele estava em estado de coma, quase vegetativo e não tinha previsão de acordar. – a demonstração de espanto foi o silencio.

As crianças entraram no quarto, onde Shippou dormia, abraçados a Kouga muito sorridente. Rin mostrou a ele seu irmãozinho dormindo tranquilamente, Kouga aproximou analisando as feições da criança e a semelhança com ele enquanto Kagome observava o modo delicado dele ver seu filho. Com muito carinho Kagome pediu a Rin e Souta para tomarem banho e voltar para brincar com Kouga e assim as crianças obedeceram deixando-os a sós. Kouga ainda admirava seu filho, emocionado por conhecê-lo.

- Ele parece muito com você? – Kagome disse o fazendo olhá-la – Os olhos, o formato do rosto e até o modo de andar já quer lembrar o seu. – Kouga sorriu da forma como ela descrevia as semelhanças entre eles.

- Um menino. – sussurrou - Hum... Nosso menino deve ter algo seu, e eu acho que é o sorriso por que é o que eu mais amo em você. – voltou a sua atenção para a criança.

Kagome se aproximou o abraçando por trás – Eu senti tanto a sua falta. – ele virou ficando em frente a ela percebendo que em seus olhos brilhava devido às lágrimas. – Pensei que... – ela não pode continuar a conversa, pois Souta entra no cômodo seguido pela Rin eufórico pela presença dele.

- Depois conversamos. – disse por fim.

A brincadeira recomeçou com a presença deles, Kouga colocava Rin nos braços como fazia quando era pequena, tratava Souta como um pequeno homem juntos das brincadeiras e histórias, Kagome observava cada gesto dele, demorando a creditar que não era um sonho. Kagome deixou o quarto seguindo para a sala encontrar com todos, pois queria saber a todo custo o “por que” de seu marido voltar após dois anos. Nunca fora de ouvir escondido, mas dessa vez não pode resistir a ouvir vozes vindas da sala, andava devagar para ouvir o que falavam, entretanto não resistiu em aparecer ao ouvir as últimas palavras de sua amiga

- “Ele estava em estado de coma, quase vegetativo e não tinha previsão de acordar.” – Kagome saiu de onde estava com uma expressão abismada na face.

- O que você disse? – assustando-a.

- Eu... – Ayame tentou explicar. – Isso mesmo que você ouviu Kagome.

- Por que... Não... – Kagome tentou formular uma frase coerente, mas foi interrompida por Inuyasha fazendo a pergunta que ela queria.

- Apenas nos diga o por quê? – ele perguntou aproximando de Kagome que se afastou dele. -

- Quando recebi a promoção em outro hospital, não hesitei em aceita-la, não pelo o que aconteceu entre nós dois, mas por que já estava na hora de ter maiores responsabilidades e neste outro local eu teria o que estava desejando. Como Kagome estava internada eu demorei um pouco a fazer a transferência. – deu alguns passos na direção de Kagome tentando ter contato tentando confortá-la, mas ela esticou uma das mãos impedindo a sua aproximação. - Além do mais, o lugar é próximo da casa dos meus pais e voltei a morar com eles.  - Ayame continuou.

- É uma cidade litorânea nada próxima de Yokohama, acho que por isso não o encontraram, como é uma cidade pequena havia rumores de um homem que tinha sido resgatado por pescadores e se encontrava em coma no hospital local. – a expressão serena da face de Ayame fixava em um ponto qualquer – Houve algumas complicações para eu iniciar meu trabalho. No hospital os rumores daquele homem eram constantes, me bateu uma curiosidade, resolvi conhecer aquele paciente. E minha surpresa foi reconhecer Kouga naquele leito, como um desconhecido.

- Por não nos contou? Eu teria ido ficar com ele? Cuidar dele? – Kagome revelou compreendendo a mais nova amiga.

- Não Kagome. Esqueceu do seu estado na época? – Sesshoumaru a fez recordar tendo a atenção dela para ele. – Você não reagiu quando viu a sua filha, quanto mais saber que Kouga estava vivo e que não poderia acordar.

- Eu tinha o direito de saber. – ela retrucou. – Ele é o meu marido, era a minha vez de cuidar dele como ele cuidou de mim.

- Kagome, minha amiga, não estamos dizendo que não tinha o direito de saber ou de cuidar dele. – Sango tentava convencer que Ayame tentou ajudá-la. – Você se culpava e se culpa até hoje, então, pare de se culpar. Kouga está vivo, não está? – deu um sorriso pegando as mãos dela. – Cabe a você o que fazer.

Kagome olhou para Ayame sussurrando “desculpas” e compreendendo, perfeitamente, o que Sango quis dizer com aquelas doces palavras. Inuyasha era disso que se tratava, Kagome sabia que ele ainda a amava e já deixou bem claro algumas horas atrás, mas ela percebeu que Kouga é mais importante.  Amou-a sem cobrar o mesmo, sua filha também e juntos formaram uma família feliz é isso que sempre teve e vai continuar a ter. Kagome direcionou seus olhos para Inuyasha, este desviou para outro lugar daquele cômodo não querendo ver o que eles diziam e ela viu que ele tentava evitar seu olhar.

- Quanto tempo ele ficou nesse estado? E por que só agora? - pediu Miroku curioso - Continue Ayame, por favor.

- Passei a cuidar dele, conversei com os médicos especialistas sobre o assunto e todos tinham a mesma resposta: “Não pode dizer se ele vai acordar ou viver neste estado, é impreciso”. – percebeu que Sesshoumaru concordava com o que ela dizia balançando a cabeça afirmando – Com pouco tempo Kouga despertou. Pensei logo em falar a Sesshoumaru a respeito, mas não tinha como justificar. O procedimento de recuperação durou alguns meses a mais do que o esperado, nesse meio tempo sempre mostrava as fotos da sua família e isso o dava forças para continuar lutando.

- Kouga não demonstrava que sentia vontade de ver a família? – Outra vez Miroku perguntou.

- Sim, foi a primeira coisa que pediu, mas seu corpo necessitava de cuidados. – foi para perto de Kagome – Todos os dias quando me via pedia noticias suas e de seus filhos, a felicidade do rosto dele quando viu pela primeira vez a foto do seu filho não vou esquecer. – sorriu – Ele resolveu que hoje seria o melhor dia.

- Quanto a Naraku? O que aconteceu com ele? – Inuyasha que estava calado se pronunciou – Se Kouga sobreviveu... Ele pode está por aí esperando a primeira oportunidade.

- Nunca vamos saber até ele aparecer – Sesshoumaru concluiu – Seremos obrigados a esperar algum movimento dele.

Logo às crianças caíram adormecidas pelo cansaço do dia, Kouga deu um beijo em cada uma se retirando do quarto aparecendo na sala no final da conversa. Kagome vai em direção a ele e o abraça forte como se não quisesse perdê-lo outra vez, as palavras de Ayame estavam em sua mente não foi apenas ela que sentiu a perda, ele também perdera um ano de sua vida, carreira e família, mas estava de volta. Os dias que passou se culpando aos poucos ia indo embora a cada minuto, a saudade estava sendo preenchida com o aconchego, agora só queria sentir os abraços dele, dos carinhos que tanto sentia falta.

Kagome sabia que estava sendo observada por todos, e principalmente, Inuyasha entendia seus sentimentos por ela, mas seu pensamento sempre esteve com Kouga. Agradecida por ele ter estado com ela sempre que precisou, entretanto seu marido não a tinha deixado, nunca deixou. A sua vida, outra vez, está se tornando perfeita como deveria ser.

O abraço foi desfeito, Kouga beijou-lhe os lábios rapidamente dando a atenção a seus amigos.

- Acho que tenho muito a explicar. – disse abraçado a sua esposa – Ou melhor a contar.

- Poderia começar do começo, pois o meio e fim já sabemos. – Inuyasha falou seco por causa do ciúme.

- Naquele dia achei que iria morrer ao cair nas águas do mar junto com Naraku, senti uma corrente muito forte nos puxando para fundo – alisou um dos braços dela que estava deixando-a próximo do seu corpo – Tentei lutar para ir a superfície, mas Naraku lutava comigo até senti uma dor muito forte na cabeça e não me lembro mais nada.

- Está tudo bem. Você está de volta com sua família e amigos que são pessoas que te querem bem- acalentou Kagome sorrindo discretamente.

- Isso mesmo, seja muito bem vindo Kouga. – cumprimentou Miroku seguido por sua esposa.

- Sentimos a sua falta, por favor – abraçou-o falando baixo – não nos assuste.

- Obrigado. Muito obrigado, parabéns pelo casamento. Pena eu não poder ter estado aqui. – comentou ouvindo “Não tem problema” pelo novo casal.

- É bom ter você de volta, fez muita falta, especialmente para certa pessoa. – cumprimentou Sesshoumaru em um abraço olhando para Kagome que sorria conversando com Sango e Ayame ao qual algumas vezes olhava para Kouga.

Inuyasha aproximou de Kouga com receio de cumprimentá-lo por conta do seu sentimento e ciúmes de Kagome, não se sentia honesto.

- Obrigado por cuidar das minhas meninas, Inuyasha. – dando um forte abraço – Sei o quanto foi difícil para elas e se não fosse por você...

- Fiz o que deveria ter feito há anos atrás e você fez no meu lugar e por... – sendo difícil de admitir – Por... – gaguejou – por amor...

- Eu peço... – Inuyasha o interrompeu.

- Não me peça desculpas se não tem culpa, mas entendo o motivo dela. – desviou os olhos para sua amada ainda conversando com as amigas – Cuide bem dela – olhou para quem se referia – Como tem feito esses anos. Realmente, eu a amo, e prefiro vê-la feliz ao seu lado e com certeza estará.

Sem dizer mais uma palavra Inuyasha saiu seguindo para o quarto onde as crianças dormiam na intenção de pensar e relembrar na sua vida. Passados algum tempo de cumprimentos e conversas banais Kagome percebe que Inuyasha não estava na conversa, sai de onde esta pedindo licença para procurá-lo, ao entrar no quarto onde Rin está dormindo o encontra. Inuyasha refletia sobre os dias que passou ao lado de Kagome, muitas vezes a encontrou chorando escondido, durante a lua de mel de Miroku e Sango quando teve que passar aqueles dias sob o mesmo teto e nas noites que o pesadelo a atormentava chamava sempre por Kouga. Sim, ele percebeu que desde que ela voltou nunca ocuparia o lugar do seu marido, pois de um jeito diferente ela o ama e ninguém irá ocupar aquele espaço. Espaço esse que poderia ser dele se tivesse acreditado nela, por ironia do destino e dos irmãos Lin ele nunca a teria.

- Inuyasha? – Kagome o chamou tirando de seus veraneios – Aconteceu alguma coisa?

- Kagome, sente aqui. – indicou o lugar ao lado dele na cama onde as crianças dormiam – Eu a amo muito, mais do que a mim mesmo e...

- Por favor, não. – tocou o rosto dele com uma das mãos cortando as palavras – Entendo seus sentimentos por mim, agradeço, mas Kouga é tudo para mim. Ele sempre esteve comigo quando mais precisei. – ela o abraçou forte – Como homem tem seus defeitos assim como você, não que eu esteja comparando-os, mas eu amei você e o amo. – seus olhos se encontravam desfazendo o abraço Inuyasha segurou o rosto dela juntando seus lábios em despedida abraçando-a novamente após o beijo – Não me peça para desistir dele porque eu não farei.

- Eu sei que não, e nem pediria. – desfez o abraço – A única coisa que peço é que nunca esqueça que sempre te amarei e vou te amar, não importa o quanto tenho que esperar para ficar com você. – selou mais uma vez seus lábios impedindo-a de questioná-lo – E espero que aquele idiota não te machuque se não vou acertar as contas com ele. – tal comentário fez Kagome sorrir como antes, saíram do local voltando para perto dos seus amigos.

Ao avançar das horas todos se sentiam cansados, Inuyasha e Sesshoumaru foram os primeiros a partir seguido pelo casal recém casado, Miroku e Sango, Ayame permaneceu como hospede na casa.

Um novo dia amanhecia após uma longa noite de conversas sobre o que Kouga tinha perdido durante um ano. Ele foi o primeiro a acordar naquela casa, ao tentar se mexer sentiu a cama mais apertada e um braço sobre seu peito, virando o rosto para o lado encontrando Kagome dormindo ao seu lado. Sorriu ao vê-la dormir como fazia antes, ajeitou os fios de cabelo que caia sobre seu rosto colocando atrás da orelha, é reconfortante está com ela. Retirou o braço dela de cima dele cuidadosamente para não despertá-la, não resistiu a tentação e a puxou para junto de seu corpo beijando os lábios, Kagome se mexeu um pouco dando sinais que estava para despertar, enquanto isso Kouga a observava. Como sentia falta de dividir a mesma cama, seus sorrisos, seu cheiro, simplesmente tudo.

Mais uma vez a beijou, passando a beijar seu pescoço, sua orelha, acordando-a com um sorriso no rosto.

- Bom dia! – Kouga sussurrou no ouvido de Kagome.

- Bom dia! – respondeu – Essa é a melhor forma de me dizer “Bom dia”? – disse com um sorriso.

- Não. É a melhor forma de dizer que te amo e que está ao meu lado – acomodou-a em seus braços.

- Eu também te amo. – surpreso pelas palavras dela ele apertou-a mais em seu corpo. – Temos que...

- Vamos deixar o passado para trás, temos que reconstruir nossa família. E não importa o que fizemos, hoje estamos juntos. – as palavras de Kouga deixaram Kagome feliz por estarem juntos sendo completada com um beijo apaixonado.

Entretanto, não durou muito tempo, pois Souta e Rin foram para o quarto da mãe pulando sobre eles seguido pelo Shippou fazendo a maior festa na cama dando uma sensação de deja vú ao casal. Kouga teve a oportunidade de conhecer seu filho acordado e brincar com eles já que agora eram três crianças, Souta, Rin e Shippou, sua família.

E assim os dias iam passando, a vida seguia seu rumo da forma como deveria ser, Kouga conseguiu seguir carreira onde trabalhou dessa vez procurou ter mais tempo para sua família, continuou a morar na antiga casa de Miroku. Inuyasha seguiu em frente namorando Ayame que despertou grande afeto por ele, mas Inuyasha não conseguia esquecer Kagome. Sesshoumaru confirmou seu noivado com Kagura que agora fazia parte da família, Miroku e Sango estavam muitos felizes por saber que teriam seu primeiro filho. Quanto a nossa protagonista, bem ela e seu marido estavam mais apaixonados a cada dia, a sombra daqueles dias de tristeza não se encontrava, seus dias estavam sendo repleto de amor.

Mais um dia se inicia o som do telefone desperta Kagome que ainda sob efeito do sono vai atendê-lo, pensando ser Kouga avisando que iria demorar a voltar ela atende, mas ninguém fala, desliga. Ao virar o corpo para voltar à cama o aparelho toca outra vez, atendendo, mas ninguém responde, insiste em perguntar quem é, e nada. Ela suspira ouvindo um sussurro, de uma voz conhecida que aos poucos ia aumentando a voz.

- Oi Kagome, sentiu a minha falta.

FIM

Nota da autora:

Oi gente. Ufa! Bom, espero que tenham gostado do último capitulo da fic “Será esse o momento certo?” Refiz esse capitulo duas vezes por causa de umas dúvidas minhas perdoem-me pela demora.

Gostaria de agradecer a todas (os) as (os) leitoras (o) por terem acompanhado, por me incentivarem, por seus comentários, por tudo, aos anônimos também. A todos vocês meu MUITO OBRIGADA!!!


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