Lost in Winter escrita por Jojs


Capítulo 1
No more.




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{...} Aquele inverno prometia ser o pior da vida da família Yubshire, eles só não sabiam quanto, ou como, mas as chuvas que arrancavam os telhados das casas, as pessoas que iam pra montanha ou que enfrentavam horas até o mar pareciam não voltar. Por mais brincadeiras que Wintera fizesse, ou reclamações de Alascie, a família podia se considerar sortuda, pois passara bem por cada inverno desde que residiam naquela região sempre coberta por neve, não tinham perdas a mais de oito invernos, quando perderam Meredith por uma doença sem cura ou causa detectável a tempo suficiente.

A chuva caía fina aos arredores de Goove, era apenas a metade do inverno bruto na pequena vila no Alasca, presas dentro de casa como sempre naquela época do ano as irmãs Yubshire só sabiam fazer duas coisas, Alascie reclamava por ficar presa em casa com a irmã que tendia a irritá-la, já Wintera fazia piadinha com tudo que estivesse ao alcance da mão ou perto do pensamento, praticamente tudo. – Ei meninas! – Uma voz clamou por atenção, as duas por sua vez direcionaram o olhar a um homem parado perto da porta, enquanto Alascie jogava Wintera no chão, a mesma já se erguia com um farto sorriso encarando seu pai. – Eu vou sair por algumas horas, o cargueiro me espera para a pesca, hoje é o último dia para pescar até o fim do inverno, precisamos de muitos peixes, se comportem. – Ele avisou se afastando de ambas, Wintera ainda correu até o pai que lhe deu um beijo na testa, mesmo tendo quinze anos ela não se cansava daquele ritual, Richard Yubshire ainda mandou um beijo para Alascie que o pegou no ar e o “guardou no coração”. – Lembrem-se meninas, a qualquer problema chamem o Jack Frost. – Richard saiu do campo de visão de ambas sorrindo fartamente.

Alascie fechou a porta com força. A irmã deitou-se no chão, a olhar para ela e, por longos e vagarosos momentos, fixaram-se as duas. Até ao momento que, a pequena Wintera rebola no chão, como se fosse um martelo a quebrar todo o silêncio que se assemelhava a um vidro. – Isto é o ritual da chuva, uha uha– Cantarolava à medida que rebolava em círculos pela divisão. Alascie e Wintera ficavam muitas vezes sozinhas numa casa que, não sendo nenhuma mansão, estava bem preparada para quase todos os temporais que o Alasca tinha para oferecer. Alascie afasta-se da porta cuidadosamente e passa pela irmã, enquanto endireitava as costas. Os músculos do pescoço estavam tensos e doridos, e a sua mão fria foi um alívio quando esta tocou na sua pele clara. Avançou em direção à cozinha, retirando a xícara do armário enquanto ouvia o "ritual" de Wintera. – Pode fazer um pouco menos de barulho, idiota?– Questionou, enquanto derramava água fervida na caneca e colocava um saquinho com ervas vermelhas. – Pode ocupar um pouco menos de espaço, gnomo mal humorado?– Contra-atacou Wintera, com um sorriso de criança, levantando-se do chão e correndo para a cozinha. A sala de estar estava ligada à cozinha, separada por um balcão de madeira. A televisão estava ligada, mostrando as imagens de uma senhora de meia idade apresentando o jornal. Havia perigo no mar, sinal amarelo. Não costumava ser grande coisa que elas nunca tinham visto - o sinal amarelo. Normalmente as ondas eram muito grandes, e Wintera ainda não estava autorizada a ir ao porto em dias de chuva, nem Alascie estava. – Esse vapor todo! ESSA BEBIDA! É para mim, não é?! Eu quero, eu quero! – Berrou Wintera enquanto saltitava lentamente, tentando alcançar a irmã. – Não, não pode beber disto, é de adultos.– Avisou Alascie enquanto levava a xícara aos lábios e sentia o calor a invadir lhe o corpo. Wintera não reagiu da melhor maneira. Com uma expressão enfurecida, eleva o pé e dá um enorme pontapé na canela da irmã. Alascie faz uma careta de dor e deixa cair o líquido vermelho pálido para a bancada de mármore. Esta, observa a irmã com cara de poucos amigos e pousa a xícara num movimento brusco. – Para o seu quarto! AGORA!– Berrou, empurrando-a com o joelho, fazendo-a tombar para o lado. Wintera desatou a chorar, pedindo ajuda ao pai, apesar de ele não estar presente. Alascie não a queria magoar. Ela andava com pouca paciência desde que os problemas familiares tinham-se envolvido com a escola. Se não fosse Richard, Alascie não acreditava em todas as histórias míticas, mesmo com dezoito anos, talvez nem Wintera com quinze. Assim que metade da turma descobriu, passou a ser alvo de brincadeira. Wintera ergue-se, ainda em lágrimas e faz o dedo do meio à irmã, correndo para o quarto que ambas dividiam. Fechou a porta, mas não a trancou. Não tinha altura para trancá-la nem coragem para ficar num sitio fechado, sozinha. Alascie deixou-se ficar, com as faces vermelhas e os seus olhos a arder, apertando as mãos contra a bancada para não chorar. Acabou a adormecida no sofá, aguardando pelo dia seguinte.

O bater da porta fez com que a mais velha, Alascie, despertasse, Wintera estava com a porta fechada, com quase toda certeza não escutaria a porta quase sendo derrubara pelos punhos de alguém. Muito sem paciência Alascie se ergueu, cabelos estavam uma bagunça, com um passar de mãos ela os ajeitou enquanto caminhava rumo a porta, com um estalar de dedos a frente do rosto ela tentava se manter acordada, uma girada de corpo antes de tocar a maçaneta da porta e ela percebeu algo, eram apenas sete e meia da manhã. Alascie bufou baixinho girando a maçaneta, deu-se de cara com um homem de meia idade, seu “tio” Joshuel, ele estava ofegante e um tanto preocupado, dando espaço para que o homem entrasse na casa, Alascie acompanhou o mesmo com um olhar tão quão preocupado. – O que houve, está mais pálido que a neve que cai lá fora. – Juntando-se ao homem no sofá onde antes ocupara Alascie esperava que seu pai estivesse bem, por suas contas ele estaria de volta em um pouco mais de cinco horas, como sempre.

– O ... navio ... Ele sumiu, presume-se que ele tenha batido, não há notícias da tripulação perdida na neve e no mar gélido. – Foi então a vez do rosto de Alascie empalidecer, um barulho fora ouvido, o olhar de ambos alcançou o outro lado da sala, com os olhos vermelhos e lacrimejantes estava Wintera, mesmo com seus quinze anos ela às vezes tinha um emocional mais fraco que o de uma criança. – Onde o cargueiro foi visto pela última vez? Pre...Precisamos saber onde procurar, eu vou com vocês, Wint ficaria bem com a Apolix. – Alascie tomou as mãos de Joshuel junto as suas, ela tremia e estava mais pálida do que a neve que caída no mais bruto inverno, ela não queria aceitar que tinham perdido mais uma pessoa em sua vida, não queria ter que aceitar que perdera seu pai e que agora estaria sozinha com Wint, não que fosse ruim, mas era a única família que lhe sobrara, Richard prometeu que sempre voltaria. – Desista criança, é perigoso demais, esperaremos por notícias, mas não adianta, não podemos ir além do vale da neve. – Completou o homem para Alascie.

Um barulho alto fez a casa tremer, era a porta do quarto das irmãs, Alascie olhou para onde a mais nova delas, Wintera, tinha ido se esconder, possivelmente para chorar, ela não a culpava, também choraria se não tivesse prometido a mãe que seria forte pras duas. – Não podemos deixar que eles morram, temos que fazer algo, eu não posso perde-lo Josh, é minha única família tirando minha irmã, não deixe a vida dele escapar por nossos dedos. – Já de pé Alascie pedia clemência ao “tio” enquanto seus olhos estavam lacrimejados, ela pedia socorro a ele e cortava o coração de Joshuel ter que negar isso a ela. O homem balançou a cabeça e a menina desabou ao chão, as lágrimas não continham mais em seus olhos foi então que ela chorou o que não chorara em anos, só em cogitar em perder o pai. – Cuide de Wintera, é o melhor que faz por ele. – Joshuel levantou-se do sofá onde estava e abaixou-se abraçando a menina sentada sobre o chão frio e de madeira, ele considerava Alascie e Wintera como suas próprias filhas e vê-las assim cortava lhe o coração. – Chamem por Jack Frost. – Aconselhou Joshuel antes de ir embora.

Wintera já estava calma, mas não completamente feliz. Havia adormecido no sofá, exausta de chorar. A ideia de que o seu pai poderia estar desaparecido tornava-se extenuante. Alascie tinha decido não chorar, pelo menos conseguir aguentar. Os seus olhos ardiam, o peito estava quente. A respiração aguentava-se durante uns minutos e depois o ar prendia-se nos pulmões, libertando-se quando o pensamento do corpo morto do pai desaparecia da sua mente. “Chamem por Jack Frost”, pensava, sentando-se à beira do sofá com a caneca de chá vazia. O seu rosto estava marcado com rios de lágrimas e os olhos vermelhos. Tinha mordido os lábios, notava-se pelas cicatrizes avermelhadas nos lábios carnudos. Era uma estupidez. Era uma história. Wintera ainda acreditava que ele existia, mas Alascie não. Já era velha demais para acreditar em histórias, porém, numa parte de si, queria que ele viesse. Tinha a certeza que se Jack Frost fosse real, talvez conseguisse encontrar – de alguma maneira – o seu pai.

Na alvorada da noite, não bastou passarem dois minutos das onze, surge diversas nuvens negras no ar. Uma tempestade, imaginou Alascie. Fechou as portadas, ainda carregada com o fardo do seu pai. Trancou as portas, retirou os mantimentos da garagem, deitou Wintera no seu quarto e abrigou-se numa manta, na sala. Não queria ir dormir. Queria esperar que o seu pai entrasse em casa, pela mesma porta onde saiu. O gelo corroeu a janela, o aquecedor de emergência ligou-se automaticamente. A casa estava quente, enquanto as janelas sofriam, cobertas da água em estado sólido. “Jack... Por favor”, não terminou a frase. A neve caiu com uma agressividade enorme sobre a vila, transportando os ramos no chão e destruindo as estadas, tapando-as. Alascie queria que ele surgisse, mas esta ideia era demasiado pesada. Tão pesada que acabou por não suportar e adormecer.

O sol bateu-lhe na cara. À dois dias que não trocava de roupa, não saia de casa nem tomava banho. Nem ela nem a irmã. A tempestade da noite anterior tinha abatido demasiado os habitantes locais. Alascie abriu os olhos. Na névoa, um rapaz de cabelo branco olhava-a. Um rapaz. Alascie retirou-se da manta com velocidade e afastou-se do seu acento, acordando. Um rapaz de cabelos brancos, vestido de azul e negro, descalço. Como é que ele tinha entrado ali? E pior, porque é que ele estava a sorrir. – O-Olá?! Com-Como é que... Não! Não, não não! Saí daqui, não tenho nada que queiras roubar. – Suplicou, abanando os braços. O rapaz de cabelos brancos riu-se. Levantou a mão, e um bastão de madeira saiu da chaminé. Ele não era o Papai Noel, onde estava a barriga? – Foi um truque que aprendi com um velho amigo – Explicou, com um sorriso. – O meu nome é Jack Frost, respondo ao teu pedido.

Limpando os olhos sem acreditar muito no que vira Alascie estava boquiaberta, a sua frente ela via um garoto alto, de cabelos brancos como a neve, com um cajado em mãos e um sorriso no rosto. – Jack Frost?! Sério?! Ok, ok, e eu sou o Papai Noel. – Alascie ria irônica do rapaz sentado sobre o sofá com o cajado no colo, Jack ponderou com a cabeça pra ambos os ambos os lados e riu da fala de Alascie de forma engraçada. – Não, ele é gordo e alto, não baixinho feito você, duvidas que sou Jack Frost? Interessante. – Ele falou em tom baixo a última palavra, quase como se sussurrasse. De repente tudo ficou mais gelado que o comum, até mesmo os cílios de Alascie ficaram congelados, a porta do quarto se abriu, correndo vinha Winter, quando pisara no chão da sala estava pronta pra cair e se machucar, se não fosse o rapaz que flutuava no ar e a segurou em seus braços. – UAU! – Com os olhos arregalados Wintera agora era colocada no chão, o gelo já havia se dissipado e o frio não aprecia mais tão intenso quanto antes. – Eu vim ajudar-lhes com a busca de pai de ambas, mas se não quiserem minha ajuda eu vou embora, sou um guardião, tenho mais a fazer. – Ele encarou as duas meninas, principalmente Alascie que não aprecia nada feliz e ainda incrédula, já Wintera parecia mais feliz que a irmã.

– VAMOS ATRÁS DO PAPAI! – Bradou Wint erguendo os braços e fazendo brotar um sorriso no rosto de Jack Frost, já Alascie não pareceu nada feliz, pois estava com uma face de pouquíssimos amigos. – Não, não mesmo, vamos ficar em casa e não sair por aí com esse moleque doido com um cajado estranho, Wintera! – Jack ergueu e abaixou os ombros pouco se importando com o que ela dizia, Wint por sua vez fez bico, piscando os olhos e abraçando as pernas de Alascie que ainda balançava a cabeça de forma negativa, elas não iriam se aventurar no meio do nada com um estranho, que se nominava Jack Frost. – Por favor Alascie, ele pode estar lá fora, não nos custa nada tentar acha-lo, não estamos sós, estamos com Jack Frost! – Wintera gesticulava com as mãos enquanto o rapaz concordava com ela, Alascie sentia uma pontada na cabeça, sabia que isso daria algo errado, mas por outro lado a possibilidade de encontrar o pai enchia-lhe os olhos. – Ok, ok. Mas se minha irmã se machucar eu te mato, e não me importa se você é ou não Jack Frost! – Alascie bradou apontando o dedo para o rapaz que sorria ao olhá-la.

Eles estavam andando na neve a mais de cinco horas, a vila já tinha ficado pra trás há muito e muito tempo, Wintera ainda pulava toda animada, Alascie tinha o tédio estampado no rosto, Jack voava sobre a cabeça delas, aquele silêncio estava matando todos eles, mas além de cansados de tanto ficarem calados, os pés das meninas já latejavam de tanto andar, quando Wint ficou para trás todos notaram a necessidade de procurar um lugar para ficar, era inverno , mesmo agasalhados eles ainda sentiam um frio tremendo, e a noite não iria demorar a chegar, além de que Wintera não parava de reclamar de fome a mais de uma hora, fato que já estava irritando a mais velha das irmãs, Alascie. – OK! Vamos parar, pelas minhas contas deve ter uma caverna a ... – Alascie olhou pros lados, mas não via nada, completamente perdidos, seus olhos se encheram d’água e ela gritou algo silenciando a irmã e decaindo sobre a neve cansada, seus pés latejavam. – Pra lá, bússola humana. – A voz de Jack preencheu os ouvidos de Alascie que cerrou os dentes, Wint saltou de felicidade migrando pra onde Jack havia apontado, cerrando os dentes Alascie começara a se erguer, uma mão surgiu no seu campo de visão, ignorando totalmente o mesmo ela se levantou, vacilando um passo seu corpo já ia de encontro ao chão, mas alguém a segurou pela cintura, era Jack, ele exibia um sorriso que irritava Alascie ela empurrou o mesmo caminhando atrás da irmã. – De nada, moça. – Completou o rapaz que tinha os pés agora tocando o chão e andava atrás de ambas as garotas. Ele olhou pros lados quase como se certificando que não tinha ninguém os seguindo, era estranho ter aquela sensação, mas não tinha nada. – EI! VEM LOGO, JACK. – Bradou Wintera.

Wint entrou rapidamente, já Alascie se arrastou praticamente, Jack por sua vez veio logo atrás, ele se sentou a frente da caverna, quase fora da mesma, enquanto as irmãs se aqueciam esfregando suas mãos mais adentro da caverna possível. – Eu acho que estamos perdidas. – Disse Wintera enquanto já tremia um bocado, a mão de Alascie encontrou a cabeça da irmã que pendeu para o lado caindo no chão, com cara de poucos amigos a mais velha se ergueu saindo da caverna, Wint já ia se levantando para ir atrás da irmã, mas Jack ergueu o braço sob protesto, ele pedia para que a mais nova se sentasse onde estava e continuasse a tentar se aquecer. – Faça uma fogueira ou algo que as aqueça, por favor.– Ele saiu, deixando mesmo seu cajado pra trás. Os passos pesados de Alascie deixavam marcas grandes e bem visíveis, Jack não precisou de muita coisa pra saber onde ela teria ido, a moça estava perto de uma grande pedra, seu corpo encostado na mesma, Alascie parecia tão exausta e ao mesmo tempo tão elétrica, como se emanasse uma energia ao mínimo toque seu, Jack a observou de longe por quase vinte minutos, até o olhar dela começar a explorar tudo a sua volta e vê-lo, a menina apressou-se para levantar e se afastar mais e mais dele, Alascie só queria ficar só, mas o rapaz de cabelos brancos pareceu não querer deixa-la solitária. – Você poderia parar de andar atrás de mim? Isso aqui se chama perseguição, não sei de onde você vem. – Ela bradou parando e o encarando, seu rosto estava rubro de raiva ou talvez frio, já que as maçãs de seu rosto estavam avermelhadas, não, rosadas em demasia. – Eu acho que Wintera e eu estamos ficando loucas, estamos realmente vendo coisas, isso, você, é só um sonho maluco, um pesadelo, meu pai já deve ter voltado pra casa e é só eu acordar e estará tudo bem. – O rapaz balançou a cabeça negativamente ouvindo as palavras dela, por mais que Alascie achasse que ele não fosse real, ou que tudo aquilo fosse um pesadelo, ela teria que encarar os fatos, não o que o tornava real, mas que seu pai estava perdido lá fora. O corpo de Alascie tocou o chão e assustou o rapaz que se aproximou dela, os joelhos da moça estavam em encontro com a neve ela estava exausta.

A vista de Alascie ainda estava turva, não parecia mais tão frio quanto estava lá fora, um cheiro agradável e um ar quente invadiu suas narinas, parecia sopa, a barriga de Alascie roncou enquanto devagar ela se erguia, os olhares de Jack e Wintera encontraram o da menina, o rapaz estava sentado em um canto com o seu cajado no colo, já a outra garota na caverna tomava um pouco de sopa, encostada na parede, seus olhos estava pesados, isso denunciava que ela dormiria logo, assim que se encostasse em algum lugar, Alascie continuou lá deitada olhando pra cima, ouviu barulho de passos quase cinco minutos depois, sim ela contara, girou a cabeça pra esquerda, deixando Wintera no seu campo de visão, ela tinha se ajeitado em um saco de dormir, parecia com o que Alascie agora dormia, a mais velha se sentou devagar, deixando um pequeno gemido escapar quando uma forte dor sentiu nas costas, seu olhar foi em Jack e depois na irmã, nenhum deles pareceu ter ouvido, ou talvez tenham de muito bom grado ignorado, a segunda opção parecia mais viável ao ver de Alascie. A fogueira miúda quase não os aquecia, mas aprecia lutar contra o vento forte que batia de fora pra dentro da caverna e já chegava fraco no trio, ainda mais em Wint que estava mais ao fundo, Jack não aprecia se importar com o vento frio batendo no mesmo, já Alascie se arrepiava toda vez que algo menos quente do que seu corpo estava acostumado batia contra ela, mesmo agasalhada. Um ronco baixo, e até engraçado, fora ouvido, os olhos dos que ainda estavam acordados encontrara Wintera que se aconchegava para ter sua merecida noite de sono, seus pés ainda deveriam estar doendo, os de Alascie ainda estavam, a mais velha deixou uma risada escapar, essa foi compartilhada pelo rapaz de cabelos brancos, mas parou quando o olhar de ambos se encontrou, de uma forma estranha Alascie tinha um pressentimento negativo com aquela “aventura”, além de uma sensação de que deveria se afastar de Jack, e não pelo motivo de que ele iria lhe fazer mal, esse era o problema, ela não sabia por que seu cérebro a alertava pra se afastar dele. – Durma, vai precisar já que ainda temos um grande caminho até o vale. – Jack alertou Alascie, dessa vez sem o costumeiro sorriso no rosto, o que a garota por um segundo ou dois estranhou, a face do rapaz estava mais para “algo pode nos matar só de colocar um pé lá fora” do que “vamos salvar o papai e voltar pra casa em segurança”, a garota mais velha encostou a cabeça na parede da caverna enquanto alisava o cabelo da irmã um pouco a seu lado, um pigarreio lhe chamou a atenção, ele era baixo e rápido, foi de Jack, Alascie quase dormira nesse pouco tempo. – Podemos conversar lá fora? – A garota colocou a cabeça da irmã com cuidado no chão e se levantou, Alascie ainda limpava a roupa enquanto saía da caverna, lá fora o vento era intenso e muito frio, ela esfregava os próprios braços na fajuta tentativa de se aquecer, não conseguia, ela viu a silhueta do garoto mais distante, ela teve que cerrar os olhos para enxergá-lo, com um pigarreio os olhos de Jack encontraram Alascie, o rapaz de cabelos claros se aproximou, ele não sentia o frio imenso que a menina de curtos cabelos emadeirados sentia. – Podemos ser rápidos? Não quero deixar a Wint muito tempo só. – Jack balançou os dedos da mão direita tentando se manter atento a sua palavra e o que precisava falar a ela, seria também a outra garota se a mesma estivesse acordada. – Precisamos voltar, na verdade vamos voltar pela manhã. – A voz dele saiu um pouco tensa, com uma gargalhada abafada e totalmente irônica a menina parecia não acreditar no que ouvira, era assim mesmo? Iam chegar até onde chegaram para simplesmente voltar? Isso não entrava na cabeça da garota. Alascie cerrava os punhos, se Jack estivesse no alcance de suas mãos ela com toda certeza iria acertá-lo com um soco de direita. – Como assim ir embora? Não! Vamos continuar. – Ela bradou tão alto que sua voz se sobressaiu no barulho do vento, Jack que encarava o além olhou pra menina com um sorriso de deboche estampado no rosto, ele estava tentando protege-la e a sua irmã e era assim que ela o agradecia? Ele mordeu o lábio inferior com tanta fúria que se perdeu em seus pensamentos de fúria, deixar as duas irem e acabarem mortas de fato pareceu tão horrível em meio a seus pensamentos, perder Alascie pareceu pior ainda. Balançando a cabeça o jovem guardião se viu um pouco confuso, mas não demonstrou isso em segundo nenhum, apenas tomou um fôlego gigantesco e se aproximou de Alascie que tremia um pouco, suas mãos tocaram o ombro da garota. – Isso é suicídio, vocês vão acabar mortas e não suportaria que isso acontecesse, não suportaria perder vo ... – A voz de Jack falhou quando o contato visual de ambos foi cortado, o jovem se afastou alisando a testa, como assim ele não suportaria perde-la? Ele estava delirando. – Nós vamos, com ou sem você, Sr. Frost! – Alascie bradou dando as costas a ele, seus passos era bem nítidos na neve já que ela os batia com certa força.

Quando ficou mais claro, não tanto já que o sol não alcançava aquela parte do mundo totalmente naquela época do ano, Winter já estava de pé, ela ainda estava sonolenta, mas não cansada, ela sacudiu Alascie que acordou ainda meio confusa, o corpo da mais velha doía, ambas não enxergaram Jack Frost na caverna, Alascie balançou negativamente com a cabeça juntando as coisas, Winter correu até fora da caverna, estava tudo branco demais, ela deixou o corpo cair na neve, de dentro da caverna Alascie deixou uma risada baixa escapar quando viu a irmã fazendo um anjo de neve. A mais velha jogou mochila da mais nova sobre a mesma quando passou por ela, os passos de Alascie dessa vez eram mais firmes e calmos, Winter se levantou desajeitada e passou a caminhar atrás da irmã, seus passos por vez eram desorganizados e pesados, até que ela alcançou a irmã. – Tipo assim ... Cadê o Jack? – A voz de Wintera despertou em Alascie uma certa curiosidade, ela olhou em volta e franziu o cenho pouco preocupada com o guardião, mas dentro de si algo revirava em seu estômago como se temesse se algo acontecesse com Jack, era estranho e ao mesmo tempo agradável, a moça só não sabia o motivo. – Não sei, vamos continuar sem ele agora. – Alascie deixou escapar pelos lábios enquanto apressava o passo, sua irmã ainda incrédula com suas palavras continuava atrás, Winter deixou um sorriso de deboche escapar enquanto vinha atrás da irmã, ok?! Sem Jack? Alascie só poderia estar indo de encontro a insanidade.

Elas continuaram sua caminhada despretensiosa, Alascie sabia para onde o vale ficava e depois dele com certeza conseguiria ver o navio, por mais que Winter reclamasse atrás da garota ela com toda certeza estava focada na frente, ambas tremiam já que o vento forte batia contra as costas da mesma. – Promete que se algo acontecer você vai achar o papai a qualquer custo? – A voz de Winter ecoou nos ouvidos de Alascie, ela ficou um tanto preocupada com a visão da irmão que já considerava o fato de não voltar viva pra casa, era assustador pensar nisso, em não ter mais Wintera ou seu pai, Alascie não queria nem mesmo cogitar a possibilidade de ficar sem um dos dois, ela era carente emocionalmente e sabia disso, quase surtou ao perder a mãe seu primeiro pilar, se perdesse o pai e a irmã quase que de uma vez só ela com toda certeza desabaria, não saberia o que fazer da vida, e agora estava sem Jack, maldita hora que mandara o guardião ir embora, ela tinha mandado né? Acreditava que sim, seus pensamentos estavam muito embaralhados. – Claro que prometo, também prometa. – Alascie pediu educadamente para a irmã, dessa vez se virando pra ela e abrindo os braços, Winter correu até a irmã mais velha e a abraçou com força, aquele abraço fora tão reconfortante e ao mesmo tempo tão necessário, Alascie não imaginava em perder a irmã tão cedo, por mais que Winter fosse irritante e adorasse pegar no pé da mais velha, Alascie queria envelhecer com a irmã, elas não tinha nem 20 anos, tinha tantas coisas que elas pretendiam fazer juntas ainda, encontrar o pai era uma delas. – Nós vamos encontra-lo e vamos voltar pra casa juntos, nós três, eu prometo a você, vamos ser felizes, eu juro por Meredith. – Alascie prometeu beijando a testa da irmã, Winter balançou a cabeça, elas queriam chorar mas o frio não deixava estava ficando agressivo demais, elas precisavam se mover logo antes que ficasse difícil de chegar até o Vale, elas sabia que depois dali estariam logo com seu pai.

Os passos ficavam cada vez mais difíceis, o vento não estava sendo nada gentil com a dupla de irmãs, elas andavam devagar, quase perto uma da outra para que o calor de uma encontrasse a outra, Alascie tentava ser forte, ouvia a irmã gemer baixo de frio, elas custavam a levantar os pés, maldita hora que tinha falado aquilo com Jack, ela abaixou a cabeça parando o corpo de Winter bateu contra o seu, é claro Jack. Alascie passou pela irmã, Winter ficou lá parada, com os passos pesados ela voltava devagar. – JAAAAACK, EU SEI QUE PODE ME OUVIR, PRECISAMOS DE VOCÊ! – Alascie bradava para que Jack viesse ao encontro dela, lágrimas não formavam em seus olhos por mais que a vontade de chorar fosse enorme, Winter continuava lá parada, nada, nenhum sinal de Jack Frost, elas estavam sozinhas essa era a verdade, o corpo de Alascie encontrou o chão quando ela escutou um “creck”, passou a mão a camada de neve que tapava o chão, seus olhos arregalaram-se e ela olhava pra Winter que vinha correndo em sua direção, ela estavam sobre um lago congelado, quando ela virou-se para Winter fora na conta certa, o gelo cedera sobre os pés da mais nova fazendo Wintera afundar e o grito de Alascie ecoar tão alto, era um misto de sofrimento, o desespero de Alascie era notável, ela se despiu de sua mochila de dois dos quatro casacos e correu pra perto de onde a irmã estava antes, o gelo ia cedendo cada vez mais e a mais velha estava desesperada, ela gritava pelo nome de Winter, mas não conseguia ver mais a irmã, o seu coração batia tão forte que ela pensava que poderia ser possível dele sair por sua boca a qualquer momento. Tudo em Alascie doía, dessa vez ela conseguia chorar e como chorara, fora obrigada a se afastar cada vez até a margem do lago com suas coisas, ela ficou lá por horas gritando o nome da irmã, olhando em volta em busca e ajuda, mas ela tinha que começar a aceitar os fatos, ela havia perdido a irmã, não tinha mais volta, não tinha Jack, não tinha seu pai, não tinha Winter, mas ninguém estava completamente sozinha, isso era desesperador, ainda ouvia na sua cabeça o grito de socorro da irmã quando o gelo rompia em seus pés, ouvia mais e mais alto, como se estivesse sendo torturada, assistir a cena já não era demais para Alascie? Ela não escutou Jack, e agora estava lá, lamentando a morte da irmã sem muita coisa poder fazer. “ Promete que se algo acontecer você vai achar o papai a qualquer custo? “ A pergunta de Winter de quem já pressentia algo ecoava na cabeça de Alascie enquanto ela chorava em desespero sentada a beira do lago, seus pulmões ardiam, sua boca estava seca mas ela tinha uma promessa a manter, ela disse que iria em frente e não iria desistir. – Eu prometo, Wint. – Alascie sussurrou olhando pro céu.

Se arrastando na neve cansada, em um estado emocional catastrófico e pedindo quase a morte, Alascie encontrou uma nova caverna, ela era menor e não estava virada pra posição que o vento vinha, beleza, ela se sentou ao um canto, mais ao fundo possível, encostou a cabeça em um canto, dessa vez vazia a caverna parecia mais assustadora, ela se encolhia num canto tentando se esquentar, a fogueira que tinha feito mal se mantinha acesa mais a aquecia um pouco, os olhos de Alascie pesavam, já começava a escurecer, ela tinha ficado horas a relento lá naquela beira de lago e mais algumas esperando por Winter aparecer, mas ela tinha que aceitar um fato, a sua irmã estava morta e não tinha nada que ela pudesse fazer pela mesma. Naquelas poucas horas de sono ela sonhou com seus pais e sua irmã, eles estavam em Londres, como fizeram no ano anterior ao da morte de Meredith, eles corriam por um campo aberto e se divertiam, de longe a voz de Winter chamava Alascie, ela dizia que eles estavam esperando por ela, que não demorasse, sua mãe dizia que estava com saudades, por mais que Alascie tentasse se aproximar e abraça-la não conseguia, o que mais lhe assustava era o fato de seu pai também estar lá, ele sorria e acenava, Winter corria pro seu colo e o abraça, ambos rodavam e rosavam como uma família feliz, Alascie sentia um arrepio, como se estivesse sendo puxada, ofegante acordou, era um sonho.

Ainda tremendo ela viu uma silhueta na frente da caverna, se encolheu com medo ainda não vendo seu rosto, seus olhos se encheram de lágrimas ao conseguir enxergá-lo, ela nunca se desesperou tanto para abraçar alguém, seu coração quase pulou pela boca ao ver que era Jack Frost, ela sentia um misto de sentimentos, tristeza extrema por ter perdido Winter, um alívio por ver Jack, e um novo sentimento que ela não sabia muito bem descrever. Esse último era compartilhado por Jack, mesmo que ambos não soubessem disso, além de um sumo alívio de vê-la om vida, o rapaz de cabelos claros tomou-a em seus braços a apertando mais forte que pudera, não queria a soltar, não queria ter o problema de perdê-la, nunca, mas havia um problema, ele havia deixado duas garotas e agora só via uma, onde estava Winter. – Sua irmã, onde ela está? – Jack segurou Alascie pelos ombros olhando em seus olhos, os da menina estavam marejados e ela segurava o choro, ele não via Winter em lugar nenhum, foi enquanto que ele percebeu que havia alguma coisa errada, Alascie jamais deixaria Wintera sozinha naquele lugar, ele soltou a menina, estava saindo da caverna, ele prometera as duas que iria protegê-las ele iria encontrar Wintera, ele tinha que encontrar! Alascie segurou-o pelo punho direito, fazendo com que Jack parasse e olhasse pra ela, a garota estava com o rosto vermelho, também devido ao frio, e os olhos marejados de tanto chorar e se culpar, o rapaz balançou a cabeça negativamente e a puxou pra si envolvendo-a em um abraço forte por mais que Jack tentasse se separar de Alascie ele simplesmente não conseguia, havia uma espécie de imã cósmico que os unia como o mais forte laço já feito, ele iria protegê-la mesmo que tivesse que morrer pra salvá-la.

Eles se sentaram perto da fogueira que Jack aumentou um pouco e conseguia aquecer a garota que tremia um pouco, Alascie estava coberta até o pescoço e tremia, o olhar dela cruzou com o de Jack, foi um estranho transe de quase dois minutos antes de ela virar a cabeça pro outro lado, esfregava as mãos por baixo do cobertor, mas não adiantava muito, ela inda estava com muito frio, fechou os olhos devagar, só conseguia ver a imagem da irmã na sua cabeça, sentiu um calor um pouco estranho perto de si, quando abriu os olhos Jack estava sentado ao seu lado. – Deita aqui, vai se aquecer e continuar viva. – Ele ofereceu o próprio colo, Alascie estava com muito frio para discutir, falar alguma coisa ou brigar com ele se quer, nem mesmo em pensamento, ela apenas deitou com a cabeça no colo dele, Jack acariciou os fio curtos dos cabelos de Alascie, ela sentiu um choque estranho percorrer seu corpo com o toque dele, Alascie tremia, Jack por sua vez acariciava lhe os cabelos, ela sentia como se o calor saísse do corpo dele e passasse pro dela, aquela sensação era estranha, Alascie se levantou devagar, suas costas tocaram a parede da caverna, ao lado de Jack, ele olhou pra ela, a morena já o encarava nos olhos, Alascie sentia a respiração de Jack se misturando com a sua, aquilo quase embriagou os dois, seus olhares ainda se cruzavam, era estranho Alascie estar sentindo aquilo. A proximidade ia diminuindo quando os lábios dos dois tocaram em um selinho um longo, a moça recuou, ela se sentia a pior pessoa do mundo. – Não se sinta culpada por ela. – A destra de Jack tocou o rosto de Alascie e o ergueu retomando o contato visual, por mais que ele soubesse que não poderia ficar juntos ele não conseguia resistir a ela. – Vou lhe proteger agora, com a minha vida se precisar. – A garota concordou com a cabeça com a fala de Jack, a respiração dos dois se misturara novamente, seus lábios se tocaram em um beijo terno e calmo, aquilo foi quase uma base de apoio, algo bom em meio a tanta coisa ruim, a destra de Jack preencheu a nuca da moça puxando-a levemente pra frente, aquele beijo foi bom, foi para selar uma certeza entre ambos, a atração estranha poderia ser algo a mais. Quando se separaram foi quase um conforto a Jack ver um curto sorriso estampar-se no rosto da moça, Alascie encostou a cabeça no ombro de Jack, ela havia dito a Wintera que acharia o pai e faria isso, a moça mexeu em um colar com a foto dos pais e da irmã, Jack respirou fundo ele tinha algo a contar a ela.

– Eu preciso te contar por que não vim direto quando me chamou, horas antes, quando ainda estava na beira do lago. – Ele tomou um fôlego grande, não sabia como começar a contar aquilo, como dizer a ela o motivo de não ter chegado antes, mas não havia palavras para explicar aquilo, para tirar o sorriso dela de sua mente e preencher com lágrimas. – Eu achei seu pai e o navio dele, e todos estavam ... Mortos. – A voz dele falhou, a garota soluçou tomando um fôlego, mas ela não conseguia, todos estavam então mortos, Alascie completamente desabou, ela não conseguiu falar nada, ela penas chorou e chorou muito, seu pai estava morto, sua mãe estava morta, sua irmã também, ela estava completamente sozinha, não conseguia pensar como seria sua vida agora, com quem coraria, que veria pela manhã, ela tinha perdido de uma só vez as duas últimas pessoas que haviam lhe sobrado, seu pai e sua irmã. Os braços de Jack envolveram a garota, ele a puxava de leve para perto, acolhendo-a em um abraço, Alascie chorava e chorava, aquele silêncio arrebatador se arrastou por horas enquanto ela aos poucos adormecia depois de tanto chorar, uma silhueta chamou a atenção de Jack, ele virou seu rosto para a entrada da caverna, era Sandman. – Que bom que veio. – A voz de Jack saiu ríspida, e baixa, Sandman se aproximou da garota e de Jack, ele olhou o rapaz como se perguntasse se ele tinha certeza daquilo, Jack concordou deixando o ar lhe escapar pelos pulmões. – Ela vai esquecer-se de tudo, de ter perdido o pai, a irmã e de ter vivido isso, os pais e irmã morreram há quatro anos em um acidente e ela superou isso já, tudo foi um pesadelo, ela não vai se lembrar de nada. – Sandman olhou Jack que deixava a voz abaixar aos poucos, como se não gostasse de falar sobre aquilo, entre as mãos do guardião dos sonhos a imagem de Jack e Alascie se beijando se formou, com a mão livre o rapaz de cabelos braços apagou a imagem. – Tudo Sadman, a vila já deve estar sob controle é claro. – Sandman balançou a cabeça, e tocou sobre a testa de Alascie, Jack passou a garota pros braços dele, o guardião dos sonhos saiu da caverna, Sandman ainda olhou pra trás, Jack acenou antes dele sumir dali com Alascie.

Quando Alascie acordou ela estava na casa de seu tio Joshuel, aquele sonho estranho ainda era recente na sua cabeça, o homem vinha com um café para dar-lhe a ela, Alascie bocejou limpando os olhos. – Tive um pesadelo muito estranho. – Ela falou meio confusa com uma caneca em mãos, Alascie a levou aos lábios olhando a janela, um floco de neve estranho tocou a janela, ela olhou-o interessada, por algum motivo aquilo lhe era familiar. – Isso é um sinal de que Jack Frost lhe protege. – Joshuel sentou-se ao lado da garota, Alascie tocou a janela com o indicador sorrindo, aquilo lhe interessante ela sorriu de lado e olhou ao tio. – Quem sabe. – A menina completou se afastando da janela com o tio, do outro lado Jack que estava invisível respirou fundo, ao lado dele Sandman tocou-lhe o ombro, estava na hora de ir. – Viva bem Alascie. – Jack deixara as palavras escaparem pelos lábios enquanto se afastava, ele sempre a protegeria e de fato a amaria, mesmo que ela nãos e lembrasse.


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