Cartas Para Ninguém escrita por Pepper


Capítulo 14
Promessas




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Acordei numa cama de casal, olhei para o lado e vi Alex, o fiquei olhando, depois de alguns segundos ele acordou e me encarou.

– O que aconteceu? - Perguntei.

– Não se preocupe, não rolou nada. Eu vi que você estava bêbada, e apenas a deitei aí e acabei dormindo. - Ele colocava sua blusa enquanto dizia isso com um certo desprezo que me machucou. - Pensei que você não era dessas.

– como assim?

– Dessas que bebem e ficam com qualquer um por causa de outro cara. Pensei que você era madura o suficiente para mim, mas é apenas uma criança com salto alto. - Ele respondeu ponde seu tênis e indo até a porta. - Tchau Anna.

E lá se foi ele. Comecei a chorar, agarrei-me ao corpo por um tempo até decidir que ele estava errado. Machucada, olhei pro relógio, quatro e meia da manhã, supus que todos estariam dormindo na sala, me arrumei e fui até lá atrás de Caique. Não foi difícil achá-lo, eu o acordei e o arrastei para fora sem acordar ninguém. E contei o que havia acontecido. Ele me deu um tapa forte na cabeça.

– Você quebrou uma promessa importante!

– Foi uma exceção que eu pensava que valia a pena.

– Eu sei... Mas não faça isso nunca mais, agora vamos, já já o sol nasce.

E então fomos para o parque. Sim, o mesmo parque, o mesmo lago, no mesmo lugar. O sol estava para nascer, mas ainda se encontrava o céu escuro. Eu segurava as lágrimas. Não ia chorar a toa. Nunca mais. Alex não era meu Ninguém, não era nada meu. Mesmo machucada, eu o amava, como se eu fosse uma mulher de malandro, não me importava de ser ele quem me machucasse, continuaria o amando. Era uma mania que eu tinha de perder.

Fiquei encolhida nos braços de Caique, sentindo um amor mútuo. Este é o amor que vale a pena, uma amizade apenas se fortalece e se mantém, as vezes até se esconde, mas nunca acaba, não se for de verdade. E eu e Caique éramos de verdade. Nossa história estava toda ali, nosso efeito fênix, nossas promessas de grande valor, nossas fotos, nossas lembranças, tudo.

– Por que é tudo sempre assim? - Me questionei, mais para Deus do que para mim ou para Caique.

– Calma, isso tudo passa. O sol sempre volta, olha. - me disse apontando para os raios de sol que nasciam com ele.

– São muitas palavras duras, sentimentos ruins, muita dor. Eu estou sempre perdida em meus pensamentos.

– Ei, menina, você é forte, você supera tudo isso. I promess.

Não respondi, apenas me encaixei novamente em teus braços, e fitei o céu, suas cores eram lindas quando o sol nascia. Quando me acalmei, conversamos um pouco sobre ele, já estava cansada de ser o foco de nossas conversas. Então descobri que o cara com quem ele estava saindo, Rafa, o pediu em namoro na festa. Dava para ver que ele gostava mesmo desse cara, seus olhos brilhavam quando tocava em seu nome. A alegria tomava conta de teu rosto quando falou que Rafa o havia pedido em namoro. Eu já o havia visto algumas vezes em nossa casa, eles riam e se provocavam, Rafa era realmente muito bonito, era o tipo de cara que Caique merecia. Eu gostei dele por ter lavado a louça do almoço e do jantar sempre que ia para lá.

– Não me esqueça de mandar um convite pro Rafa para ele ir pra formatura.

– Verdade! - Exclamou totalmente esquecido que eu me formava este ano.

Tanta coisa aconteceu, mudou... Inclusive eu acabava de me lembrar. Quase repeti nos últimos dois anos. Não dava para acreditar, dois anos que vivo esta novela idiota com Alex. Um ano da morte de minha mãe, horas de grandes erros que cometi.

– Afinal, precisamos comprar seu vestido. - Comenta ele alegre, eu dou risada, também me esquecia disso. - Vai ter festa?

– Vai sim. - Respondi rindo.

– Eba! Vê se não exagera nessa festa, hein?

– Pode deixar.

Ficamos rindo como dois idiotas alegres, Mas era assim que eu me sentia com ele lá, alegre, quando tocávamos em assuntos alegres, e riamos juntos. Paro um pouco, observando seu anel, que era um pouco parecido com o meu, tinha duas linhas de ouro pequenas, e no meio uma grande prata, assim como a minha. Mas a dele tinha uns detalhes diferentes.

– Deixa eu ver seu anel? - Pergunto pra ele, que me dá sua mão com o anel no dedo.

Eu pego o anel dele, e ponho no mesmo dedo, o meu, dizendo:

– Eu, Anna, juro nunca esquecer de Caique Antunes pelo resto de minha vida.

Ele tira seu anel de minha mão, a segura e coloca o anel, repetindo:

– Eu, Caique, juro nunca esquecer de Anna pelo resto de minha vida.

Sorrimos e nos abraçamos. Neste momento pergunto-me: "O que são problemas?" Com Caique, eles são como monstros, não existem.


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