Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hoje é meu aniversário. Parabéns pra mim. É, tô super animada ;-; e-e Eu não sei qndo sai o prox, porque semana passada era pra mim ter escrito ele e adivinhem oq fui fazer? Outra one, palmas pra mim /o/ Eu queria saber porque tenho + 80 leitores e nem metade disso comenta. Sério, me digam o que eu estou fazendo de errado. Eu posso tentar melhorar :v



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Nico

– Me solta! – digo tentando manter a voz firme, mas ela acaba saindo trêmula e revelando todo o medo que sinto no momento.

A sombra negra que envolvia meu braço esquerdo tentando me puxar para seu lado parece sussurrar alguma coisa que eu não compreendo. Meus pés deslizam pelo chão também negro. Estou cedendo para a sombra. Esse misterioso ser tem a forma de um humano, mas distorcida

Quero gritar. Quero pedir para que alguém me tire dali. Eu simplesmente não sei quem chamar. Parece que ninguém viria ao meu encontro para me salvar dali.

Firmo os pés no chão tentando fazer força, mas a sombra me prende mais ainda. O vento gelado balança meu cabelos, me deixando desnorteado e cego por alguns segundos. Olho para a sombra, não parece haver nada de bom ali, ela apenas tenta me puxar, o que eu não entendo, mas também não quero fazer objeções. Quero apenas que ela me deixe em paz. Quero pelo menos por um momento ficar sozinho e tentar por minha cabeça no lugar, porque parece que todos os meus sentimentos de embaralham em minha mente, me deixando cada vez mais confuso.

Respiro fundo tentando ganhar força para me desprender da sombra, funciona, mas apenas um pouco.

– Por favor – choramingo, não que achasse que aquilo fosse ajudar. Eu só quero sair dali, e não parece ter nada que eu possa fazer...

... até que sinto algo ao meu lado. Viro o rosto e encaro uma luz que cega meus olhos. Com a mão direita tento me proteger dessa iluminação repentina. A sombra parece me soltar um pouco, mas ainda me segura.

Vejo um par de olhos azuis no meio da luz. São tão azuis e tão belos que por um segundo fico perdido.

– Nico – os olhos azuis me chamam. O som que eles fazem soam como uma bela melodia aos meus ouvidos – Venha comigo.

Eu fico quieto.

Não me mecho.

Quero ir até a luz.

Mas o que vai acontecer?

E se eu me machucar?

E se eu estragar a luz?

A luz parece certo. Mas eu sou errado.

– Nico – torna a me chamar, dou um passo hesitante para a frente. Agora a sombra segura apenas minha mão... estou ficando livre... – Nico! Acorda!

Abri meus olhos ao ouvir o barulho de algo estalar em minha frente.

– Mas que porra...

– Não grite. – pediu alguém.

Esfreguei meus olhos. Minha cabeça doía. Eu estava deitado em uma cama macia e confortável. Senti alguém se sentar ao meu lado.

– Você está péssimo – disse Jason. – quantos dedos tem aqui? – ele apontou dois dedos, brincalhão, para mim.

Bufei e encarei o teto que parecia girar. Aquele sonho sem sentido fazia minha cabeça latejar mais a cada minuto. Alguma coisa estava errada. Franzi o cenho.

É claro que está errado seu idiota, esse não é seu quarto.

Me sentei na cama e encarei Jason. Ele comia uma maça como se tudo estivesse normal.

– Toma – ele disse me entregando um copo de água e uns comprimidos. – Isso vai ajudar na dor de cabeça, eu acho.

– Onde eu estou? – perguntei depois de tomar toda a água do copo.

Jason arqueou as sobrancelhas enquanto mastigava a maça.

– Não se lembra de nada?

Tentei forçar a minha mente, mas me lembrei apenas de algumas coisas. Fragmentos de conversas.

– Quase nada. – o corrigi.

Ele pareceu ficar chateado com aquilo.

– Do que se lembra? – pediu.

– Eu... briguei com Thalia. Depois me lembro de conversar com você e... minha cabeça doí. Eu acho que bebi algumas coisas.

Jason soltou uma risada nasal.

– Algumas coisas? Você vomitou duas vezes e disse um par de coisas sem sentidos.

O encarei enquanto ele dava outra mordida na maça.

– O que eu disse? – perguntei, sem ter certeza se queria mesmo saber.

Jason deu de ombros.

– Nada demais.

– Se eu disse qualquer coisa idiota ou constrangedora... você sei lá, pode esquecer?

– Não sei se isso é possível.

Encarei o cobertor da cama, me sentindo estranho. Minha cabeça não doía mais, mas eu sabia que tinha dito alguma coisa na noite passa, só não sabia o quê. Eu espero que não tenho falado nada comprometedor demais.

– Esse é seu quarto? – perguntei, tentando mudar de assunto.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Mas não permanentemente. - Ele disse – Meu pai está procurando por uma casa, mas não sabe se vamos ficar aqui na cidade por muito tempo. Minha vó está mal e ele acha que é melhor ficarmos aqui na casa de Poseidon, mas não tem muita certeza. Qual é a do piercing e da tatuagem?

Olhei para baixo e notei que estava sem camisa.

– Cadê minha blusa?

– Você derramou alguma coisa não identificável nela. – ele se levantou e foi até o guarda roupa. – Depois de conversarmos você disse que queria ir para casa, mas não estava em condições de fazer isso. Procuramos Thalia mas acho que ela estava em algum lugar com Rachel. E você estava mal demais para esperar por mais tempo. Então te trouxe para cá, é mais perto.

Me levantei da cama. Pelo menos de calça e meias eu estava. Pelo menos isso. Tirei meu celular do bolso para ver a hora, mas a bateria tinha acabado. Bufei e catei meus tênis que estavam jogados no chão.

– Que horas são? – perguntei enquanto Jason me entregava uma camiseta vermelha dele. – Vermelho? Sério?

– Você sempre usa preto ou azul escuro. É bom variar as vezes. Agora é – ele olhou para o próprio celular e apertou uma tecla qualquer – duas e meia.

– Da noite?

– Da tarde.

Puta merda – soltei. Como eu pude dormir tanto assim? – Meu pai vai me matar. Puta...

– Ei, calma. Não é tão desesperador assim.

– Ele vai cortar minha cabeça fora. Você não sabe como ele é com essas coisas. Eu preciso ir – falei terminando de calçar meu all star e indo aos tropeços até a porta.

– Você vai a pé? – ele perguntou sem sair do lugar.

– Bem, eu não tenho carro. Tenho? – me virei para ele.

Jason tateou em seus bolsos e tirou de lá uma chave de um carro.

– Toma – ele jogou o objeto para mim. Encarei aquilo.

– Tá brincando?

– Sabe dirigir, não sabe?

– Sei, mas...

– Me entregue o carro segunda. Não vou precisar dele.

Corri até Jason e dei uma abraço rápido. Deu pra notar como ele ficou desconcertado com aquilo.

– Valeu – falei antes de sair correndo em direção a porta.

*~*~*

Parei em frente a porta da casa e procurei em meus bolsos a chave, não encontrando nada.

Olhei em volta, procurando para ver se havia algum paparazzi por ali em busca de uma noticia qualquer sobre qualquer coisa da banda. Mas eles sabem se esconder bem. E depois de meu pai ter atacado uma lasanha que comeria no almoço em um deles, parecem se acanhar um pouco.

Sorri ao lembrar daquilo, mas logo fiz uma careta.

Gênio você, di Angelo. Pedeu a chave da propria casa. Prepare-se para a morte. Pensei enquanto tocava a campainha.

Esperei que meu pai aparecesse em companhia de um policial, me dizendo que eu estava sumido e esteve me procurando o dia todo. Esperei tudo, menos que uma mulher a qual eu me lembrava vagamente me encarasse e, após alguns instantes, com um sorriso no rosto gritasse:

– Ele está aqui, Hades. E está bem. Agora pare de surtar.

Meu pai apareceu correndo com um telefone na mão e correu até mim.

– Graças a Deus – ele disse enquanto me abraçava e checava se eu estava bem – Por ode você esteve? Eu já ia ligar para a policia. Está bem? Está machucado?

A mulher riu ao lado de meu pai.

– Ele esteva muito preocupado com você, Nico. Disse que era só mais uma coisa de adolescentes, mas sabe como seu pai é.

Encarei aquela jovem pessoa que parecia falar de mim como se eu fosse um velho amigo.

Ela tinha cabelos castanho escuro, olhos verdes intensos e um sorriso fácil. Sua pele era branca meio bronzeada. Cheirava a um perfume doce.

– Eu estou bem, pai – falei para tranquiliza-lo. Me virei para a mulher – Desculpe, mas quem é você mesmo?

Hades pigarreou.

– Filho, essa é...

– Perséfone – interrompeu a mulher – Já nos vimos antes algumas vezes. Mas é uma honra finalmente de conhecer melhor. – ela sorriu.

– Ahn, a honra é minha – falei meio sem jeito.

Meu pai pareceu corar levemente com aquilo. Me virei para ele, e depois novamente para ela.

– Eu me lembro de você – falei. – é secretária do meu pai?

Seu sorriso aumentou.

– Exatamente.

– Ah. Bem, isso é ótimo. Eu vou lá pra cima no meu quarto – dei um passo para a frente, passando por Persefone. Sorri. – Deixar vocês sozinhos, sabe. Muito prazer em conhece-la.

A mulher sorriu enquanto meu pai me lançava um olhar duvidoso.

– Precisamos conversar ainda. Como pode sumir assim depois...

– Eu sei – o interrompi – Me desculpe. Mas depois conversamos.

Subi as escadas enquanto ouvia meu pai dizer qualquer coisa sobre castigo eterno.

Parei no meio do meu quanto, a caminho da cama. A blusa que eu usava tinha um cheiro bom. Lembrava Jason. Mas eu sentia como se algo faltasse. Como se eu não estivesse completo, como se algo que há muito estava ali, não estava mais. E eu não sabia definir se isso era bom ou ruim.

Tirei a blusa vermelha eme olhei no espelho. A tatuagem de três corvos ainda estava ali. O piercing no mamilo continuava no mesmo lugar. Estava tudo onde devia estar, menos...

O anel.

Então eu lembrei.

Eu tinha contado tudo a Jason. Tudo mesmo.

Joguei a camiseta contra a parede. Eu me sentia estranho, nú. Era como se todo esse tempo eu estivesse com uma casca em volta de mim. E então de repente Jason apareceu e tirou todas as minhas defesas.

Aquilo não me parecia tão certo.

Mas era. Ou não?

Não podia ser algo tão absurdo.

As pessoas costumam ter mais que só uma amiga. Costumam se envolver entre si. Mas as pessoas costumam fazer muita coisa que eu não faço.

Quando eu estou com ele me parece tão certo, mas ao mesmo tempo tão errado.

Mil coisas poderiam acontecer. Eu não devia confiar tão abertamente nele assim. Então porque contei todas aquelas coisas? Eu estava bebâdo, é a única explicação. Está na cara que isso tudo vai acabar mal.

Me peguei com a camiseta novamente em minhas mãos. Levei o pedaço de pano até o rosto. Cheirava a perfume masculino. Cheirava a Jason. Aquilo era reconfortante.

Me joguei na cama encarando o teto.

Jason Grace.

Ele podia ser do tipo bonito que tem um sorriso fácil e é amigavél com todos. Mas eu sou do tipo magrelo garrancudo e rude na maior parte das vezes. Nós somos completamente o oposto.

Mas, ora, não se monta um quebra-cabeças com peças iguais.


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