Pagina 10 escrita por Cold Girl


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, tudo bem?
Não vou falar muito aqui, vou deixar para o final...
Então, espero que gostem :)



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Ele tinha a nojenta mania de dormir com milhares de garotas que se jogavam aos seus pés do trabalho. E logo depois, as chutava. Nem se dava ao trabalho de tentar iniciar um relacionamento, e eu que era a problemática.

–É a Clove, do trabalho. E não me olha com essa cara, ela que apareceu quase nua ontem à noite.

–Você sabe que ela tem namorado.

Finnick e esta tal de Clove, uma morena baixinha que tinha olhos pequenos e amedrontadores, tiveram um caso de algumas semanas, até ele descobrir que ela tinha um namorado chamado Cato, e ela era enorme.

–Ela me disse que eles terminaram.

–E você acreditou?

–Claro que não. Mas não resisti quando ela começou a tirar o pouco de roupa que estava usando.

Revirei os olhos e olhei dentro do apartamento. Havia, pelo menos, três calcinhas cor-de-rosa jogadas pelo chão. Cerrei os olhos e as apontei.

–E ela estava usando três calcinhas numa mesma noite?

Ele olhou e suspirou, virando depois para encarar meus olhos acusadores.

–Eu não disse que tinha sido a primeira vez que ela veio.

Revirei, outra vez, os olhos.

–Bom, é o seu funeral. Mas vê se despacha ela de uma vez. Temos que sair as nove.

Ele bateu com a mão na testa, com força. Homens.

–Que merda! Eu havia esquecido. Tinha combinado de leva-la pra jantar.

–Bom, o problema é seu em andar com uma psicopata. Volto aqui as nove e você vai me levar.

–Claro, claro. – Ele disse, já fechando a porta.

Desci pelas escadas até meu apartamento e passei as próximas duas horas me lavando, secando e ondulando os cabelos e me maquiando. Estava quase pondo o vestido quando meu celular tocou.

–Alo?

–Filha? É a mamãe. – Droga.

–Olá mamãe. Como está?

–Bem... – Ela ficou em silencio por um momento. – Não tão bem, na verdade.

–O que Prim fez desta vez? – Perguntei, já antecipando que a minha irmãzinha havia aprontado uma.

–Ela... foi parar na delegacia. – E a minha mãe começou a chorar. Tentei por vários minutos tentar acalma-la, até conseguir entender o que ela dizia. – Ela e umas amigas foram pegas roubando maquiagem de uma loja próxima de casa.

Respirei fundo, tentando me acalmar. Eu não sabia se voa para casa e matava minha irmã ou a minha mãe.

–Me passa ela no telefone.

–Não, Katniss. Você não vai gritar com ela.

–Então, por que você ligou pra mim? –Perguntei, cansada da constante mania de me fazer brigar com Prim porque ela não tinha autoridade com a minha irmãzinha. – Me passa a minha irmã ou desliga o celular agora mesmo. – Eu realmente não tinha paciência com ela.

Ela começou a chorar de novo, alegando que eu nunca era boa pra ela. Claro, depois de deixar uma menina de 17 anos cuidando de uma de 11 quando o pai morreu porque a mãe fugiu para um SPA porque queria sofrer sozinha é fácil vir reclamar. Um instante depois ouviu minha irmã pegar o celular.

–Katniss. – Ela falou a meia voz, sabendo que iria receber um xingão.

–Você pode falar onde é que estava a sua cabeça? Você sabe que tem uma mãe com sérios problemas psicológicos, e você me faz isso? Pensei que podia contar com você.

–Me desculpe. Foi uma atitude idiota. É que eu queria tanto aquela maquiagem...

–E por que você não comprou?

–Estava sem dinheiro.

–Por quê? Mamãe não anda te entregando o dinheiro que envio? – Já estava pronta pra xingar minha mãe mais uma vez.

–Não. Eu só tinha gasto tudo já.

–Ah, Prim. Poxa, estou decepcionada com você. Achei que você tivesse responsabilidade o suficiente para ficar sozinha, mas acho que vou ter que trazer vocês de volta.

–Não! Você não pode. Mamãe não deixaria. – Ela quase rosnou.

–Não interessa o que ela quer ou não. Mas por que você ficou tão agressiva assim?

–Eu... ah... é que... – Ela gaguejou.

–Você está afim de alguém, Prim?

–Não. Quase. Sim. – Ela falou muito rápido, atropelando as palavras.

Eu ri do outro lado da linha.

–Nossa. Então é por isso que você quis uma maquiagem. Está explicado. – Ela ficou em silencio do outro lado da linha, claramente constrangida. – Tudo bem, outro dia você me conta tudo a respeito desse cara. Agora eu tenho que ir. Mas, se você aprontar outra vez, Prim, vou cortar sua mesada.

Ela resmungou alguma coisa, mas eu desliguei antes de entender direito. Minha irmã era um amor de pessoa, tão inocente. Mas quando papai morreu tudo mudou. Mamãe ficou instável, sendo afastada do serviço medico. E acabou afogando as magoas em compras, quase nos levando a falência. Eu me fechei completamente para o mundo. Mas Prim era tão nova, e ficou tão sozinha, pois logo depois eu comecei a faculdade e não havia ninguém para guia-la. E mamãe, para não se incomodar, acabou dando tudo o que ela quisesse. Tornando a doce Prim em alguém mimada e superficial. Fui terminar de me arrumar, mas mesmo ao passar o batom, vi que meu sorriso já estava perdido.

~

Finnick bateu lá em casa as nove em ponto. Chegamos quase nove e meia no teatro onde a festa aconteceria. Entramos pela porta dos convidados, com meu braço enganchado ao de Finn. Fiz como Gale havia dito, conversei com todos, principalmente os atores principais do filme, o que se tornou muito fácil com Finn ao meu lado: todos queriam conversar com ele. Ou melhor, todas. Acho que até mesmo a atriz principal estava flertando com ele enquanto eu a entrevistava. Tinha um gravador escondido no bolso de Finn que eu usaria para transcrever a entrevista mais tarde. Era quase meia noite quando consegui pegar uma taça de champanhe e relaxar. No canto da sala, Finn ainda conversava com a atriz. Revirei os olhos e me virei, dando de cara com Peeta e Annie, de braços dados. Meu estomago deu um nó naval diante daquela visão, mas eu pisei com força com meu sapato no meu pé e sorri.

–Annie, Peeta. Não sabia que viriam juntos.

–E não viemos. – Disse Annie, sorrindo. Peeta apenas me olhava, sem esboçar qualquer reação. – Nos encontramos aqui e decidimos trabalhar juntos.

Podia jurar que Annie não falava por mal, ela apenas gostava de Peeta; Podia jurar que Peeta tinha apenas olhos pra mim, já que não os desviou durante todo o tempo. Mas eu, o pessimismo em pessoas, acreditava que eles estavam juntos. Juntos. Era obvio que uma garota mais bonita, com uma formação mais interessante que a minha ficaria com o garoto mais bonito e mais interessante. Eu estava apenas sendo uma intrusa.

–Kat, eu queria saber se você... – Finn veio se aproximando, mas parou de falar assim que seus olhos cruzaram com Annie. A mesma estava boquiaberta para ele.

–Ah, que grosseria. Finn, essa é a Annie, ela trabalha comigo. Annie, este é Finn. – Eles sorriram um para o outro. Seria uma pena se ela estivesse com o meu homem.

Seu homem?, meu insciente perguntou. Cale-se.

–Peeta. – Disse Finn depois de um tempo, quebrando o contato visual com Annie.

–Finnick.

–Então, Annie. Você gostaria de dançar comigo? – Perguntou Finn.

Ela deu uma risadinha tímida e concordou. Finn a pegou pela mão e a levou até a pequena pista que estava lotada, num canto do salão.

–Katniss.

–Sim, Peeta?

–Eu... – Por que ele tinha que ser tão fofo quando estava tímido? – Eu gostei do vestido*

Eu ri e bebi o resto do meu champanhe, entregando a um garçom que passava.

–Você está lindo também. – Apontei para o terno preto e camisa azul, como seus olhos. Quase um anjo. - Vamos lá Peeta, você não quis dizer isso de verdade.

Ele riu, com o constante vermelho em suas bochechas. Eu ia ceder, ia me apaixonar, estava até vendo.

–Tem razão. Eu... só queria pedir perdão por ontem.

–Tudo bem. Eu estou bem e você não tinha como saber.

Ele concordou levemente, bebendo um liquido escuro de um copo redondo. Podia jurar ser uísque.

–Você está bebendo durante o trabalho? – Perguntei provocando-o.

Ele riu ainda mais e balançou o pouco liquido que sobrou no copo. Eu não sabia que se ele tinha enchido o copo e já tinha bebido tudo ou se havia bebido pouco, mas seu hálito denunciava que era uma quantia considerável.

–Achei que o trabalho já tivesse terminado.

–Tem razão. – Sorri.

–Ah, Katniss... eu...

–Sabe, segunda eu te pago o almoço de hoje. Foi uma idiotice deixa-lo pagar. – Corto-o, com medo de sua fala.

–Não precisa.

–Claro que precisa. Me sinto uma aproveitadora do seu dinheiro. Afinal, você está economizando para sair de casa.

Ele revirou os olhos e bebeu outro gole do seu drinque. Aquele silêncio estava me deixando constrangida. Mas eu não tinha coragem suficiente para falar.

–Então, vai me contar sobre o seu pai ou não? – Ele perguntou.

Encarei seus olhos. Vi no fundo deles aquela já temida pena.

–É... não. Não posso. Na verdade, tenho certeza que Finn precisa de mim.

Ele terminou de beber o liquido e desviou seus olhos dos meus, encarando a pista, ou melhor, encarando Annie agarrada ao meu melhor amigo. Suspirei e me afastei dele, indo em direção à porta. Eu não podia ter inventado uma desculpa pior. Sai para a pequena área aberta do salão, encontrando um homem fumando, de costas pra mim. Me sentei em um dos bancos de madeira e suspirei, me abraçando pelo frio recente.

–Katniss?

Levantei o rosto e encarei Gale. Na verdade, um estonteante Gale. Ele vestia um terno cinza, que realçava seus olhos. A camisa preta estava com dois botões abertos. Ele sorriu para mim e sentou-se ao meu lado, sem convite. Convencido.

–Quer um? – Ele tirou uma caixinha prateada do bolso, com mais três cigarros intactos presos.

–Não, eu odeio o cheiro. Na verdade, seria melhor se você não ficasse contra o vento.

Ele riu um pouco e terminou de tragar o cigarro, levantando-se e o jogando no cinzeiro. Melhor.

–Você não gosta do cheiro, mas não sabe qual é o sabor. – Ele disse, já ao meu lado. Seus olhos brilhavam e me perguntei se havia um segundo sentido por trás da frase.

–Na verdade, sei sim. Não quer uma bala de menta? – Perguntei, fingindo procurar uma.

Ele riu outra vez e encostou-se ao banco.

–Vou lhe contar um segredo. Quer ouvir?

–Que você é um cretino fumante, provavelmente mulherengo e mimado? Não, já sei sobre isso, obrigada.

Ele riu tão alto que fiquei com medo que alguém dentro da festa ouvisse. Pelo menos ele levou na esportiva. Não sei controlar minha boca, mas também não queria perder o emprego por xingar o chefe.

–Tem razão, sou tudo isso. – Ele piscou e eu sorri. – Mas não é só isso.

–Diga, então.

–Eu gosto de você. – Ele me olhou por tanto tempo que corei, sem saber o que dizer. – E sou o James Bond.

Eu que ri alto desta vez. Dei-lhe um tapa de brincadeira e sorri para ele, que sorria de volta.

–Brincadeira. Mas eu realmente gosto de você. Gosto da ideia de trabalharmos juntos. Ainda mais se você usar um decote tão atraente como este todos os dias.

Revirei os olhos e puxei seu rosto pra cima, para encarar meus olhos.

–Eu não vou pra cama com você, Gale. Pode esquecer.

Ele sorriu maliciosamente.

–Tudo bem, façamos assim: eu paro de provoca-la... – Revirei mais uma vez os olhos e ele piscou. – Mas se algum dia você me pedir...

–Você sonha.

Ele riu ainda mais e deu de ombros.

–E nesse meio tempo? – Perguntei.

–Nós trabalhamos juntos. E podemos ser amigos.

Eu sorri. É, podia ser amiga dele se ele não fosse mais um cretino. Peguei sua mão e a apertei.

–Amigos então.

Ele sorriu e me beijou mais rápido do que eu poderia sonhar. Foi apenas um pressionar de lábios, mas o suficiente para me acender por dentro. São lábios bonitos. Gale se afastou e começou a rir.

–Amigos então.

E levantou-se, voltando pra festa. Fiquei ainda alguns minutos lá fora, pondo a mão sobre a boca. Sentia-a fria sem seus lábios. Que idiotice, pensei, foi apenas por um segundo. Me levantei e voltei pra festa. Peeta não estava em qualquer lugar à vista, mas Annie e Finnick ainda estavam dançando, desta vez uma musica agitada. Me aproximei e bati no ombro dele.

–Eu quero ir embora.

Finn me olhou novamente com aqueles olhos de cachorrinho, ou como uma criança faz quando quer algo. E ele queria ficar mais tempo. Eu ri e apontei para meu gravador.

–Eu estou indo de táxi.

Ele pegou meu gravador do bolso, mas disse que me levava.

–Não seja idiota. Aproveite. Eu já até mandei chamar um táxi. – Menti.

Ele fitou meus olhos por um momento, procurando por alguma coisa, mas eu sorri e me despedi de Annie.

–Dê boa noite ao Peeta quando vocês forem.

Annie riu e apoiou a mão no meu ombro, falando próximo ao meu ouvido.

–Não seja boba, ele já foi. Mas eu vi vocês conversando e acho que ele gosta de você.

Eu a olhei, incrédula. Ela acha que ele gosta de mim?

–Liga pra ele qualquer hora dessas.

–Eu... – Eu estava ainda processando a informação. – Não tenho o numero dele. – Foi tudo o que eu pensei em dizer.

Ela riu e tirou o próprio celular de um bolso escondido na cintura de seu vestido branco. Ela estava linda, com aqueles cabelos ruivos lisos e um vestido colado ao corpo branco com um leve brilho dourado. Ela pegou o meu celular, que eu havia retirado do bolso de Finn, mexeu em algumas teclas e me devolveu.

–Agora tem.

Eu agradeci, sem saber o que dizer, e fui para a porta. Passei por Gale, que conversava com outros homens próximos. Ele me seguiu com os olhos e eu abanei para ele, saindo pelas portas. Estava uma confusão do lado de fora. Milhares de fãs dos atores e alguns repórteres que não conseguiram entrar. Olhei para eles e sorri. Eu havia feito uma ótima escolha profissão; Não a que eu queria, mas a disponível no momento. Agora eu só precisava fazer uma boa escolha romântica.


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Notas finais do capítulo

Então gente esse foi o quinto capítulo. Como combinado, a partir de agora só vou postar a medida de comentários. Há milhares de leitores fantasmas aqui. E eu não gosto de fantasmas.
Brincadeiras a parte, gente, eu peço que se vocês não gostarem de alguma coisa, qualquer sugestão, comentário, brincadeira, saudação... qualquer coisa ta valendo. Eu só quero saber que vocês estão aí, ok?

Vestido da Katniss (*) = http://1.bp.blogspot.com/-aaVo72ViywQ/TmAu-mmlIqI/AAAAAAAAGlg/0zyjZwL_jsc/s1600/ma+2.jpg

Bom, até mais então. Espero que logo.



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