Pagina 10 escrita por Cold Girl


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oii gente.
Quero dar as boas vindas para os novos leitores super queridos(as) que comentaram na minha historia.
Vocês não poderiam me deixar mais feliz!
Aí está mais um capítulo como prometido.



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Na manhã seguinte consegui acordar com o despertador. Eu realmente deveria trocar a minha musica pelo barulho irritante que o celular dispõe, talvez assim eu levantasse todos os dias na hora. Como se pesasse o dobro do peso levantei da cama e fui para o banho matutino. Tive tempo de secar meus cabelos castanhos e deixa-los em sua ondulação natural, vestir um vestido azul-marinho e sapatilhas vermelhas. De jeito nenhum usaria saltos hoje. Comi um pouco de iogurte com cereais e saí de casa. Durante quase todo o caminho, a batalha mental continuava. Aceitar ou não aceitar? Será que Shakespeare sabia a vida inteira que escreveria peças que atravessariam os séculos, emocionando pessoas até hoje? Será que meu pai sabia que seria um jornalista politico tão influente que receberia prêmios e me motivariam anos depois de sua morte? Respirei fundo ao descer do metro. Mais uma vez, estava me desviando do assunto.

Quando cheguei à frente aquele prédio enorme e impressionante, perdi alguns segundo observando-o, tentando ter uma ideia do que fazer da minha vida. Respirei fundo o ar nova-iorquino e parei de enrolar, entrando pelas portas enormes de vidro. A recepcionista do dia seguinte sorriu quando me aproximei dela. Em seu crachá lia-se Megan G.

–Olá novamente.

Sorri e respondi o cumprimento com um “bom dia”, sem parar para pedir informações. Sabia que teria que ir ao nono andar, então segui reto aos elevadores. Por sorte, o Sr. Hawthorne não estava lá para já estragar a minha manhã. Peguei o primeiro que abriu as portas, revelando estar lotado. Porcaria. Ao passar do terceiro andar, os meus infelizes companheiros de viagem apertaram todos os botões seguintes até o sétimo, portanto a cada parada minha cabeça rodava como num brinquedo de parque de diversões. Quando a porta se fechou no sétimo andar, me deixando sozinha enfim, sorri aliviada.

Já no nono andar, a mesma recepcionista me esperava. Hoje ela usava uma blusa rosa-bebê e parecia mais nova, talvez até mais feliz. Me pergunto se tem alguma coisa haver com ser sexta-feira. Me aproximei e sorri para ela, dando-lhe bom dia.

–Bom dia para você também, Srta. Everdeen. Lamento informa-la que Patrícia ainda não chegou, portanto a sala de espera de vocês esta fechada. Se quiser, posso lhe entregar a chave.

Neguei com o rosto e olhei em volta da sala. Hoje havia poucas pessoas, menos de dez eu contei, esperando pela entrevista.

–Isso é tudo pra hoje ou tem alguma coisa haver com o horário. – Afinal, eram recém 10 horas da manha, e tudo em New York só funcionava direito depois das 11.

–É. – Ela sorriu outra vez. – Esperamos ainda mais pessoas hoje. – Ela suspirou visivelmente frustrada. – Entre nós, a maioria é tão ruim em gramatica que duvido que consigam o emprego.

Eu ri baixinho, sem querer chamar atenção dos presentes. Conversei cerca de dez minutos com Effie, como ela havia me dito. Ela trabalhava há anos no jornal, mas era a primeira vez que cuidava dos currículos de possíveis estagiários. Por isso sabia tanto da falta de habilidades de alguns. Quando Patrícia chegou, me despedi dela e segui com a mais nova pelo corredor, entrando na sala verde. Um dos rapazes e a ruiva esperavam na porta, e entraram comigo.

–Peço desculpas pelo atraso, pessoal. Vou avisar ao Sr. Hawthorne que vocês estão aqui. Se quiserem, podem deixar os papeis em cima dá mesa já.

Ela apontou para uma “pilha”, que na verdade constava apenas uma folha. Me perguntei quem teria aceitado o emprego já. Após insistir em trazer cafés para todos, Patrícia saiu pela porta, deixando-nos sozinhos. Me sentei ao lado da ruiva, já que o outro estava no celular.

–Parece que vamos ir a muitas festas. – Eu disse, tentando fazer graça, como sempre. Fiz um “uhu” completamente sem emoção, que a fez rir.

–Pois é, parece. – Ela tinha a voz fina, como de uma criança. Seus olhos eram verde claro, quase como mar, além de algumas sardas próximas ao pequeno nariz. Traços de criança, mas eu sabia que ela era mais velha que eu. Eu realmente estava começando a ficar obcecada com essa historia de idade.

–Meu nome é Katniss Everdeen. – Estiquei a mão em sua direção.

–Annie Cresta. – Ela apertou minha mão, sorrindo.

–Ah... você é da NYU?

–Não. – Ela parecia tímida. – Eu sou formada em Yale, com pós-graduação em conscientização ambiental.

Yale. Uau.

–Nossa! E você realmente pretende trabalhar nisso?

Ela sorriu, com as bochechas em chamas. Que fofa.

–É... pretendo. Ninguém começa de cima, nem mesmo quem faz Yale. E isso aqui é uma grande oportunidade.

Virei o rosto e encarei o chão. Ela tinha razão. Suspirei alto e encostei a cabeça no alto do sofá, fechando os olhos. A próxima coisa que lembro é de ouvir a risada alta de Patrícia quando ela atravessou a porta, segurando uma bandeja com cafés, seguida de Peeta, que parecia rir também. Nossos olhos se cruzaram e ele sorriu, como se eu fosse a pessoa que ele mais gostasse no mundo. Sinceramente, como não sonhar com aqueles olhos? Depois meu estomago se apertou. Por que ele estava fazendo aquela loira rir? Desviei os olhos dos dele com raiva. Só o que me faltava, um cara que flerta com todas... Realmente, eu não dou sorte com homens.

Peeta, sem notar minha raiva, eu espero, pegou duas xícaras de café da bandeja e se sentou do meu lado do sofá. Cumprimentou Annie sorrindo. Argh. Entregou-me a xícara com os olhos brilhando, mas a peguei sem olha-lo e me virei para frente. Ele parecia não entender minha atitude fria, então bebeu seu café sem voltar a me olhar. Quando terminei, levantei e coloquei a xícara na bandeja, voltando a me sentar. Mas Annie logo se levantou para atender uma ligação, me deixando sozinha com Peeta. Ele sorriu e apontou para a folha dobrada sob o meu colo.

–Então, vai aceitar?

Eu não devia. Não devia. Mas não resisti à intensidade com que seus olhos me olhavam e suspirei.

–Ainda não sei. E você?

–Eu vou. Minha mãe não vai me deixar morar com ela por muito mais tempo, portanto tenho que começar a arranjar dinheiro.

–Morar com ela? – Franzi a sobrancelha. – Mas faz apenas três meses que você saio da faculdade.

–É verdade, mas a minha mãe é complicada. Insiste que eu devia ter arranjado um emprego assim que sai do colegial, como meus irmãos, e não ter feito faculdade. Ainda mais para jornalismo, que nem é faculdade de verdade, como ela diz.

–Nossa... – Sussurrei, e encarei meus sapatos. Coitado. – Eu sinto muito.

–Não sinta. – Ele sorriu verdadeiramente feliz. – Me ensinou a sempre contar comigo mesmo, a sempre correr atrás do que quero sem contar com ajuda.

–Nossa. – Repeti. – Não sei como seria viver assim.

Ele sorria, mas podia jurar que uma sombra de decepção passou por seus olhos. Mas foi tão rápido que não sabia o que pensar a respeito.

–Apenas significou que eu sempre me virei. Sempre fui um menino responsável... Desde pequeno eu que lavava minhas cuecas.

Eu ri da piada, baixinho pra não chamar atenção, e ele me acompanhou. Era fácil conversar com Peeta. Tudo sobre ele parecia tão simples, tão decidido, que desejei poder trocar de lugar com ele. Mas quem sabe...

–Bom dia jornalistas. – o Sr. Hawthorne disse enquanto entra na sala. Seu cabelo castanho estava molhado e ligeiramente bagunçado, criando um aspecto sexy. Que droga, Katniss. – Espero que todos vocês aqui estejam certos sobre sua escolha.

O rapaz moreno e mais velho, que disse se chamar Beetee, respondeu um alegre sim. Peeta concordou com a cabeça, seguido de Annie. Quando chegou minha vez, sem pensar em nada, estendi o papel do meu colo, já preenchido, para Gale.

–Sim.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Se alguém tiver alguma duvida, algum comentário ou simplesmente gostaria de conversar é só enviar uma mensagem, viu?
Até mais.



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