Pagina 10 escrita por Cold Girl


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal, tudo bem?
Sim, eu sei, eu sumi. Eu sinto muito. Eu estava estudando pro Enem, e depois morrendo por causa dele. De qualquer forma, sinto muito mesmo.
Bom, a partir de agora eu vou postar com mais tempo, pois tenho muito o que estudar pra federal aqui do meu estado, mas pretendo continuar postando de tempos em tempos. Ajudaria, e muito, se vocês comentassem bastante, pois ando com falta de imaginação para continuar a escrever. Peço desculpas se o capítulo parecer ruim, foi o melhor que eu consegui.
Leiam as notas finais.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480919/chapter/27

ALGUNS DIAS DEPOIS.

Ao final do mês de Janeiro ainda estávamos todos em Seattle. O tempo que deveria ser de uma semana para a decisão sobre o jornal, tornou-se uma decisão de quase duas semanas, deixando Gale cada dia mais nervoso. Ele queria muito que sua ideia desse certo, eu só não entendia o porquê, afinal os empregos dele e de Johanna eram os únicos que continuariam caso falhasse a pagina. Já Madge estava se tornando quase insuportável à noite, quando os dois nervosinhos da casa se fecham no quarto de hospedes e gritavam até quase o meio da noite. Segundo ela, eles não estavam namorando. Realmente, se isso não era namoro, eu não sei o que era. Finnick e Annie haviam passado a primeira semana conosco, mas logo seu trabalho chamou e ela não quis deixá-lo ir sozinho para New York. Passamos dias divertidos e Annie estava começando a planejar seu casamento, que ela pretendia que fosse para dali a dois anos. Uma das poucas vezes até o momento em que eu realmente havia ficado feliz por eles, o velho sentimento de ciúmes de Finn havia desaparecido quase completamente, o que era triste por um lado, pois era a prova clara que havíamos nos afastados, e feliz por outro, pois eu podia curtir e partilhar da alegria deles. Peeta, por outro lado, estava tornando meus dias cada vez melhores, independente dos meus problemas familiares. Ele sentia-se parte da família, se tornara muito próximo de Prim, quase como irmãos de mães diferentes. Houve apenas um momento tenso, logo após Finnick chegar e descobrir que estávamos namorando, pois os dois entraram em um quarto da casa e apenas duas horas depois saíram, Peeta de olhos arregalados e exausto e Finn com um sorriso petulante no rosto. Mais tarde fiquei sabendo que a “conversa de homens” consistiu em algumas ameaças e outros exemplos vívidos do que aconteceria ao meu namorado. O único problema verdadeiro durante essas mini férias havia sido a minha faculdade, já que eu precisava completar as provas para poder receber o meu diploma. Depois de muita conversa, a diretora do curso entendeu a minha situação e permitiu que eu atrasasse mais uma semana as provas.

Naquela manhã eu havia acordado mais cedo. Peeta continuava dormindo, assim como Mad e Gale que normalmente dormiam até o meio dia. Prim estava comendo uma tigela de cereais e desenhando mais um de seus modelos. Eu sabia que tinha algumas horas até alguém levantar e pela primeira vez naqueles dias em casa eu toquei no assunto o qual eu havia vindo.

–Prim, precisamos conversar.

A pequena loira levantou os olhos para mim e notando a seriedade de meu olhar, engoliu com força o cereal. Sentei em uma cadeira em frente a ela e suspirei.

–Você precisa me dizer... onde você estava com a cabeça? Quem é o pai dessa criança? Primrose, você sabe o que é criar uma criança? Você ainda é uma criança! Como pode ser tão irresponsável?

Eu tentei não gritar ou soar agressiva, mas foi impossível. No momento que as imagens daquela garotinha com outra criança na mão, barriguda, a vida perdida, o sonho da faculdade também perdido. Ela respirou fundo e empurrou a tigela quase vazia para o meio da mesa. Seus olhos pegaram fogo, indicando a raiva formando-se no seu interior. Essa intensidade era uma das poucas características herdadas de papai que Prim possuía.

–Katniss, eu amo você, mas não o direito de falar nada. Se não se importa, prefiro não conversar sobre isso com você.

–Não me importo? Como não me importo, Prim? Você foi irresponsável, sim! E você vai ouvir sim! Eu não acredito que você possa ter feito isso! Por que, Prim? Vocês não tinham camisinha? Você transa, mas não toma remédio?

–Quem você acha que é? – Gritou ela.

Ela havia se levantado e me olhava de cima agora, os olhos brilhando de raiva. Eu senti medo dela naquele momento, e arrependimento.

–Você some por anos e agora vem querer dar lição de moral? Katniss, quando mais precisamos de você, você nos deixou. A mim e a mamãe também. Não pense que só você sofreu, todas nós. Sabemos que vocês dois eram mais próximos, mas não significa que ele não era meu pai. Eu fiquei sem ninguém.

–Prim? Eu... eu... espera aí. –Eu havia ficado sem palavras. Em parte pela verdade das palavras, em parte pela força com que ela jogava as palavras. Ela parecia realmente estar esperando para gritar isso comigo durante anos.

–Não, não espero. Você me deixou. Deixou a mamãe. Não pode vir aqui e exigir alguma coisa. Não pode!

Seus olhos brilharam, desta vez com lagrimas, e ela pegou suas coisas e subiu para o seu quarto, batendo os pés contra o chão de madeira e depois a porta. Apoiei a cabeça nas mãos e senti as lágrimas virem. Onde eu estava com a cabeça? Prim tinha razão. Minutos depois braços magros me envolveram e Mad me deixou chorar em seu ombro pelo resto da manhã.

~

Durante os próximos dias, Prim me ignorou completamente. Seus olhos nunca cruzavam com os meus e ela evitava qualquer contato maior do que um “bom dia”. Peeta e Mad me aconselhavam a deixá-la em paz, deixá-la ter o seu tempo e mais tarde conversarmos, mas eu não aguentava o desprezo em seu olhar, portanto passava quase todo o tempo na rua ou no meu quarto. Peeta havia conseguido algumas entrevistas de emprego em New York para o fim daquela semana e queria que voltássemos para a cidade com Mad e Gale, que já estavam ficando cansados da cidadezinha.

–Katniss, por favor. Podemos voltar daqui a algumas semanas e vocês conversam. Sei que é difícil, mas você tem emprego e tem que concluir a faculdade, não pode parar a sua vida. Prim, infelizmente, amadureceu rápido demais e você tem que deixá-la aguentar as consequências de seus atos.

Desde o dia da briga com a minha irmã esse era o discurso que ouvia todos os dias. Normalmente de Peeta, que só conseguia fazê-lo desistir da discussão quando eu tirava a roupa. Logo Madge e Gale começaram a implorar que eu voltasse com eles, o que era bem mais difícil conseguir me livrar. Na sexta-feira a noite, passadas duas semanas que estávamos aqui, Peeta, Madge e Gale havia comprado passagens de volta na manhã seguinte. Depois de muita discussão entre nós quatro, concordei em voltar na segunda-feira, ficando alguns dias sozinha com a minha família. Os olhos de Peeta deixaram claro que ele não havia gostado nem um pouco de se afastar de mim, e eu concordava com ele, mas não podia ir embora com Prim brava comigo.

Naquela noite fomos jantar fora e, mais tarde, me despedi de Peeta da forma mais comprometedora que havia conseguido. Era incrível como eu conseguia administrar minha timidez para tocar nele de maneiras que eu corava só em lembrar, mas no calor do momento eu não me importava. Ele havia me transformado. Completamente. Dormimos abraçados e quando acordei, seus olhos azuis foram a primeira coisa que vi. Eu sorri e o beijei.

–Gostaria de poder acordar todos os dias assim. – Ele disse, melancólico.

–Peeta. Me desculpe. Eu também não quero me afastar de você, não agora, mas serão poucos dias e logo estarei em seus braços outra vez.

Ele olhou meus olhos por longos minutos e suspirou, claramente não convencido. Aproximei meu corpo do dele e puxei seu rosto, fitando seus olhos.

–O que está te incomodando tanto?

Ele parecia lutar para reunir coragem e dizer. Me preparei para alguma briga, mas ele logo deu um pequeno sorriso e acariciou meu rosto.

–Parece que sempre que deixo você sozinha por muito tempo, alguma coisa acontece para nos separarmos. Eu... não quero que isso aconteça.

Eu o abracei e sorri, beijando seu rosto inúmeras vezes, deixando claro meu ponto de vista sobre o assunto. Logo seu corpo pesado estava sobre o meu, minha pele fervendo em contato com a sua e nossos olhares deixando claro que nada nos separaria.

–Eu não vou deixar você escapar tão fácil assim, não depois de tudo.

~

Já estava escuro na rua. Mamãe estava com um computador no colo, digitando alguma coisa, enquanto Prim pulava de canal em canal na televisão e eu já suspirava de saudade. Havia deixando meu namorado e meus amigos no aeroporto, e quase os feito perder o voo por continuar beijando aquele loiro no portão de embarque, embora fosse anunciada a ultima chamada. Em casa, tentava prestar atenção em algum programa que a minha irmã havia achado, pensando em como reconquistar nossa amizade quando uma buzina soou lá fora. A pequena loira deu um pulo do sofá, correu até a porta, pós um casaco que estava pendurado ao lado e saiu para rua, indo em direção ao carro que estava estacionado e que havia buzinado. Alarmada, olhei em direção a minha mãe. Esta suspirou e disse:

–O pai da criança.

Levantei-me em um pulo, pronta para ir atrás do carro a pé, se fosse o caso, mas os malditos já haviam sumido. Esperei quase duas horas, na maior parte discutindo com mamãe sobre o tal rapaz, até que o carro estacionou na rua e a minha irmã desceu, com o automóvel arrancando logo em seguida, sem que eu tivesse muito tempo de reação. Prim entrou em casa dando pequenos passos até a sala e quando levantou seu rosto foi que notei que ela havia chorado. E muito. Percebi que ela deveria ter ido contar ao garoto sobre a criança. E que não havia terminado bem. Estendi os braços e aquela pequena pessoa correu até eles, chorando abraçada a mim sentada no sofá, encharcando o pijama que eu usava. Mamãe levantou-se e disse que prepararia um chá, deixando nós duas durante um longo tempo, ouvindo apenas o barulho do coração quebrado da minha irmãzinha.

Demorou, mas enfim Prim conseguiu dizer alguma coisa.

–Eu... ele... Katniss, me desculpe. Eu não sei o que fazer. Eu, eu, eu... ele disse que a culpa é minha e que não vai ajudar a criar nem nada do tipo. – Ela parecia desesperada e a raiva e a pena misturavam-se dentro de mim. Eu só conseguia deixá-la falar antes de pensar em dizer algo. – Eu... eu não quero perder a minha vaga na faculdade. Não quero perder a minha vida. Eu nunca quis ter filhos, e agora... Katniss, minha irmã, me ajuda. Eu não sei o que fazer.

E eu também não sabia. Levantei os olhos para minha mãe parada próxima de nós, segurando a xícara cor de rosa de Prim com algo fumegante e ela apenas balançou os olhos, chorando baixinho. Foi quando notei que eu chorava também. Era a pior situação que eu poderia me encontrar e eu não achava uma saída dela. Prim me olhou e viu o desespero dela refletido nos meus olhos. Ela apenas assentiu, as lagrimas agora rolavam silenciosamente pelo seu rosto já marcado.

No meio da madrugada Prim adormeceu no sofá. Ela havia tomado metade de seu chá e se recusava a comer alguma coisa. Ela podia ser magra, mas ainda era pesada demais para mim e mamãe conseguirmos levá-la até a sua cama. Ajeitamos travesseiros e a cobrimos, deixando-a dormir no sofá mesmo. Eu estava exausta e mesmo assim não consegui dormir a noite inteira. No meu quarto ouvia os barulhos da cidade, do vento, ocasionalmente os passos de mamãe ou até mesmo de Prim pela casa, mas não fechava os olhos. Eu não conseguiria dormir enquanto não resolvesse o problema da minha irmã. Ela era só uma criança. Não poderia ter outra, não poderia arruinar a sua vida por um pequeno erro.

Era metade da manhã quando uma ideia me veio à cabeça. Era uma ideia insana, mas poderia resolver o problema. Eu tomei banho, troquei de roupa e esperei os barulhos que anunciavam que o resto da casa havia acordado enquanto debatia mentalmente a ideia. Nada, além daquela, me vinha à cabeça. Por fim, erguei a cabeça, ciente que tudo mudaria no minuto que eu anunciasse a ideia, mas sem outra opção. Desci as escadas devagar, aproveitando os últimos minutos da minha vida que eu passaria a chamar de “antes”. Na cozinha, mamãe e Prim comiam o seu café da manhã preferido, com direito a muitos mimos para minha irmãzinha quando eu cheguei. Ambas me olharam por um longo tempo até pararem tudo o que faziam e esperar o meu anúncio. Prim tinha um brilho no olhar, como se sempre soubesse que eu a tiraria de problemas, algo que irmãos mais velhos têm a responsabilidade de fazer. Só eu não sabia se ela iria gostar tanto assim da ideia.

–Prim, mamãe? Eu vou criar essa criança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Bom, naturalmente, muiiiita coisa vai acontecer no próximo capítulo, então... comentem, recomentem, recomendem a fic, façam de tudo, ok? *-*
Espero vê-los logo.
Até a próxima.