As Crônicas do Poente escrita por The ringer elf


Capítulo 4
Snowee




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Há muito tempo, Mannos era um

continente plano, cheio de campinas e

bosques dourados;

há muito tempo

Mannos abrigou um grande Reino, que

tomou-lhe todo o relevo: O Grande

Reino do Poente, ou , Reino do Pôr-Do-Sol. Porém agora a grande porção de

terra era apenas uma concentração

disforme de depressões, crateras,

lagos profundos e frios, montanhas e

montes, com poucas regiões florestais

e campos.

Ninguém sabe ao certo o que

Acarretou a Queda do Reino do

Poente, então em seu ápice. Muitos

Mestres em Erudição e Sábios afirmam

que o centro fumegante da terra

explodiu e, por isso, o chão rachou e cedeu, derrubando cidades, torres,

castelos e montanhas. Certamente

,afirmam eles, o Mar também foi

afetado pelas vibrações: e ilhas

afundaram e reergueram-se.

Essa era uma vertente histórica,

defendida principalmente pelos

Eruditos que defendem

veementemente a Razão e desprezam

(ou tem medo de aceitar) a Magia.

Havia, graças aos deuses, Sábios

Que criam nos mistérios maiores do

mundo e no Poder do Bem e do Mal,

ou seja, acreditavam em Magia , assim como ela.

Aquele era o lugar exato para se ponderar aquelas coisas, Snowee estava tendo uma enfadonha aula de História Mannosi com Senhor Kentel, seu Mestre da Erudição. Ele falava de modo tão lento e morto que o máximo que a princesa podia fazer era não dormir.

Queria estar treinando arco e flecha agora,pensou,não daqui à uma hora.

Precisa esperar. Era tudo

cronometrado e determinado em sua vida. Café-da-manhã à aurora, pintura por metade de uma hora, esgrima, dança de salão e, as terríveis aulas com o Senhor Kentel, depois arco e flecha e assim por diante.

Odiava aquilo. Queria apenas

correr, com os cabelos desgrenhados, pelos jardins do Palácio de Inverno com uma espada na mão e decepar cada galho que se pusesse em seu caminho. Ou melhor, lutar em uma batalha de verdade.

Mas, sabia que aquilo era

sonhar alto demais para uma princesa, principalmente para uma princesa. Mulheres raramente guerreiam e as poucas que o fazem são constantemente humilhadas e comparadas com seguidoras de acampamento, suas famílias rejeitam-nas ou têm vergonha delas. Sim, porque o lugar de mulher é em casa, cuidando de filhos e sangrando e gritando para colocar no mundo outros mais.

Mesmo para as de alto nascimento.

Essas estão fadadas a casar-se com homens duros e cruéis, que jamais fitaram antes e a dar-lhes filhos homens, que, com o tempo, as abandonarão em prol de jovens donzelas destinadas ao mesmo fim. Essa era a vida das mulheres Mannosi ou, pelo menos, de imensa parte delas : ser vendidas como sacos de aveia a lords austeros e, muitas vezes, frios.

Snowee não submeteria-se a isso,

mesmo que o pai dela espancasse-a e deserdasse-a. Eu vou lutar,nasci para isto.

Senhor Kentel fechou seu grosso

volume de História Ocidental com força, e Snowee foi arrancada de seus pensamentos.

– Nossa aula de hoje terminou, filha. – falou o mirrado velhinho – Mas, eu gostaria...

Teria dito algo mais, não fosse

pelo poderoso som de um berrante, que, mesmo à distância, fez reverberar as colunas de pedra da Biblioteca do Palácio de Inverno, derrubando alguns livros. A princesa correu para a escadaria, ali perto, ignorando as advertências do Mestre na Erudição. Subiu, subiu e subiu, tão rápido que quase voava.

Estamos sob ataque?

Não. O berrante soou apenas uma vez, o que raramente acontecia durante um ataque inimigo. Haveria confusão no castelo e algum guarda teria vindo avisar-me. Então, deuses, o que está havendo?

Descobriu a resposta ao chegar ao telhado do Palácio, onde o vento rugia feroz. Ao longe, uma hoste esfarrapada e capenga cambaleava em direção ao castelo. Snowee conseguiu identificar o estandarte que carregava, tremulando: a árvore escarlate de Floresta Rubra. Compreendeu de imediato o que aquilo significava, Lord Dwyne clama por abrigo. Floresta Rubra caiu.


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Notas finais do capítulo

Snowee é filha do Rei Brecca II Welledry, Rei de Snowvalle, um reino no extremo norte do Mundo.



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