Sutil escrita por Jibrille_chan


Capítulo 10
Capítulo 10




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A impressão que eu tinha era que aquela igreja ia estourar de tanta gente. Desde parentes a amigos e fotógrafos. E eram muitos fotógrafos. A quantidade de flashes era completamente cegante. A igreja, por outro lado, era muito bonita, e eu tinha certeza de era tombada como patrimônio histórico e cultural. Mei, sua vândala de marca maior.


Mei havia conseguido lugares para nós no segundo banco, do lado da noiva. Aoi estava no altar, com um sorriso enorme no rosto que, se eu não soubesse de tudo, acreditaria que era por causa do casamento. Estava simplesmente lindo naquele smoking, e volta e meia me olhava, piscando pra mim.


Meia hora depois do horário marcado nos convites, os sinos da igreja soaram, e um silêncio absoluto caiu sobre a igreja, enquanto Mei entrava. O Vestido branco era enorme, pomposo, e mesmo que ela já estivesse na metade do caminho para o altar, a barra da cauda do vestido ainda estava lá na porta. O homem que a acompanhava, que eu supunha ser seu pai, era alto, esbelto, com uma cara de poucos amigos mesmo no casamento da filha.


Quando passou por mim, Mei piscou um olho, sorrindo de canto. Foi até Aoi, seu pai lhe entregando para o moreno. Quando o senhor Kurotsuki se afastou, Mei sorriu para Aoi, abraçando-o, e colocando algo em sua mão.


- Yuu... Desejo toda a felicidade pra você, priminho.


- Eu também, Maiden.


Ela lhe estirou a língua, e naquele momento, dois carros aparentemente blindados entraram na igreja, arrebentando as vidraças perto do altar. Imediatamente, homens com ternos pretos vieram, abrindo espaço, rasgando a cauda imensa do vestido de Mei e levando-a para um dos carros. O pânico se instalou no igreja, pessoas correndo, senhoras gritando, a família Kurotsuki tentando impedir que levassem a noiva. Mais tumulto e logo os carros estavam correndo pela igreja, indo em direção à porta. E eu não estava acreditando no que via.


Após alguns segundos que eu demorei para acreditar que sim, aquela cena toda era real, fui me aproximar de Aoi. Um casal estava próximo a ele, murmurando que ele se acalmasse, que logo Mei estaria de volta. Aoi apenas sorria. Cheguei mais perto, e ele notou a minha presença, seu sorriso aumentando. Desvencilhou-se do casal, me puxando pela cintura, e me beijando ali, no meio da igreja, com todos os seus parentes nos olhando. Sério, eu queria bater nele.


- Kou, acho melhor a gente sair correndo.


- Tem horas que eu te odeio, Shiroyama.


E lá estávamos, eu e Aoi correndo para a saída da igreja, as mãos entrelaçadas, tentando desvencilhar dos parentes assustados. Chegamos do lado de fora, sem parar de correr, indo até uma ferrari preta estacionada ali por perto. Sorri, negando com a cabeça e entrando no carro.


- Presente de casamento da Mei?


- Pode-se dizer que sim.


No momento seguinte ele dava a partida, e olhando para trás via aquela massa de parentes eufóricos correndo em nossa direção. Uma visão de dar medo. Tive que me segurar enquanto Aoi acelerava o máximo que podia, saindo o mais rápido de lá. Após alguns segundos, eu comecei a rir.


- Pronto, já sou um delinqüente. Roubei um noivo do casamento.


Ele riu, negando com a cabeça.


- Eu sabia que você tinha potencial, Kou-chan.


- Você não precisava ter me beijado no meio da igreja, Aoi.


- Hm... É, talvez não. - lancei um olhar não muito amigável para o moreno. - Mas... considere assim, Kou. Eu perdi um casamento, certo? Eu só queria outro no lugar.


Franzi o cenho, meio perdido na sua linha de raciocínio.


- Como assim, Aoi?


Ele sorriu, maroto, e eu sabia que boa coisa não ia sair dali.


- Eu acho que você ficaria lindo com um vestido de noiva, Uru.


- Tem horas que eu realmente te odeio, Shiroyama.


Ele riu, fez uma curva que quase me jogou pra fora do carro e depois parou. Olhei pra ele, enfurecido.


- Precisava ter quase me jogado pra fora do carro?


Ele não respondeu, desprendendo o cinto de segurança ele e o meu. Segurou meu rosto entre suas mãos, colando nossos lábios, num beijo doce e gentil. Depois separou nossos rostos, um brilho no olhar.


- Você tem a devida noção de que eu não vou mais sair da sua vida, ne? Que eu vou ficar com você até o fim.


Suspirei, sorrindo.


- É, eu sei. Não é como se eu tivesse muita escolha, ne Yuu?


Ele sorriu, me beijando de novo.


- Eu te amo, Kou.


- Apesar de tudo eu também de amo, Yuu.


X X X X X X X X X X

Assim que aporta do apartamento se abriu, só o que eu vi foi o sofá, e me joguei nele, cansado. Cansado porém feliz. Já faziam dois meses que eu e Yuu estávamos dividindo aquele apartamento, e depois de muito procurar, Kai me cedeu um emprego de caixa no restaurante que ele recentemente havia aberto em sociedade com Yuu. Ouvi a risada do moreno atrás de mim.


- Mas já ta cansado, Kou?


Virei-me no sofá, ficando de frente pro teto, suspirando.


- Antes eu só tinha que ficar sentado assinando papéis, Yuu. Agora eu tenho que sorrir, fazer contas...


Ele riu mais uma vez, negando com a cabeça. Enquanto retirava o casaco, apertou o botão para ver as mensagens na secretária eletrônica. E a voz que saiu dela fez com que eu e Yuu estacássemos, apenas ouvindo com atenção.


- Priminhos! Como vai o meu casal fugitivo de igreja favorito? - a risada típica de Mei preencheu a linha por alguns segundos. - Mas então... como vocês andam? Ruki me passou esse número de telefone, espero que esteja certo, ne? Mas enfim! Adivinha quem vai fazer uma visita pra vocês logo logo? Isso mesmo! Euzinha! A propósito, Yuu... As inscrições pro próximo campeonato estão abertas, okkay? Bom, beijos pra você e pro Uru! Bai bai...


Nos entreolhamos, sorrindo. Então veio a segunda mensagem.


- Ah! Eu não disse, ne? O prêmio dessa vez é mais alto! Um milhão de dólares mais setenta por cento do lucro das apostas... Mas sem querer pressionar, hein? Bai bai...


Meus olhos eram do tamanho de pires. Aquilo com certeza era um negócio que girava muito dinheiro. Yuu veio na minha direção, deitando-se sobre mim no sofá, e aquele brilho nos olhos me dizia muita coisa.


- Você vai correr, ne Yuu?


- Quem sabe... Uma grana dessas não seria ruim.


- Delinqüente.


- Ranzinza.


Nós dois sorrimos, sabendo que não eram sérios os xingamentos. Senti seus lábios no meu pescoço, e eu joguei a cabeça pra trás, para lhe dar mais espaço. Depois senti sei sorriso se formando contra meu pescoço.


- Ne Kou... Você ta assim muito cansado?


- Hm... Bastante. Mas nada como um banho relaxante.


Ele se levantou, me puxando e nos guiando pra dentro do banheiro. Eu podia estar morando num apartamento menor, ganhando menos... mas a felicidade de simplesmente estar ali, com ele, saber que quando eu acordasse amanhã ele iria estar do meu lado... Compensava qualquer sacrifício.



~ Fim ~


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Notas finais do capítulo

E Acabou tambem T______________T

Mais uma vez obrigada por terem lido. E fiquem de olho q eu vou postar mais uma fic 8D (viciada, eu? onde?? 8DDD)