Mundo Guertena escrita por Tsukki


Capítulo 6
Episódio 6/Final


Notas iniciais do capítulo

eu fiz isso chorando, sério mesmo, nossa, ;-;
Espero que gostem pq eu gostei muito



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Garry e Ib foram em silencio até que, não aguentando aquilo, Garry falou:

– Ahn... Ib?

– Hum?

– Por que... Você me beijou? – ele disse devagar.

Ele viu Ib virar o rosto vermelho. Garry sentiu vontade de rir daquela situação, não costumava ser beijado por meninas, principalmente da idade que Ib tinha.

– Eu... Não sei... – ela disse por fim, voltando a olhar para frente, mas continuava com o rosto vermelho.

– Entendo. – ele disse por fim.

Continuaram a descer, aquelas escadas parecia não ter fim. As pernas de Ib latejavam, mas não disse nada, Garry também sentia dores nas pernas e acabou parando, para a felicidade de Ib.

– Nossa... Estou cansado. Isso não tem fim, não? – perguntou ele baixo, parecendo falar com si mesmo.

– Garry... – começou Ib, mas voltou a ficar vermelha assim que ele ergueu a cabeça para encara-la – Eu acho que gosto de você.

Ele deu um risinho, que depois se tornou uma gargalhada ruidosa, Ib ficou ainda mais vermelha.

­O que é isso? – pensou ela, furiosa.

– Desculpe, Ib, mas você é muito nova. – ele voltou a rir.

– Ah, é verdade, claro, eu sou muito nova. – ela fez uma careta.

– Não entendo, Ib, não podemos... – Garry começou.

– Claro que não, seu idiota, vamos sair daqui. – ela começou a andar.

– Desculpa.

– Ta, vamos logo. – ela estendeu a sua mão para ele, que a segurou.

Eles desceram as escadas em silencio novamente, mas dessa vez, a atmosfera estava se tornando mais agradável.

Ib foi a primeira a notar uma estrada. Não era necessariamente uma estrada, eram... Rabiscos.

Andaram mais um pouco e viram que a estrada era segura. Garry foi à frente e ficou observando tudo a sua volta. Era tudo feito de rabiscos. Desenhos de flores, casas e gramas. Ib notou algo brilhando entre as “folhas”

– Uma... Chave? – perguntou Garry.

– Sim.

Andaram novamente e acharam uma casinha aberta, entraram e viram coisas que se poderia ver em uma casa normal. Um quadro, uma mesa, estantes de livros. Ib pegou um livro e tentou lê-lo, porem, a letra era ilegível.

– Isso é uma história de crianças? – perguntou Garry, novamente.

– Sim, Garry, isso é um livro de histórias infantis. – disse ela, impaciente.

Ele saiu da casinha e olhou para a sua esquerda. Chamou Ib e disse para testarem a chave ali. Assim que ela colocou a chave na fechadura a porta se abriu, dentro não tinha nada, apenas alguns rabiscos e uma pequena caixa.

– “Caixa de Pandora”... Isso significa algo? – perguntou Ib.

– É... Bem... Tem uma história sobre isso, a caixa de Pandora era uma caixa que continha os males do mundo que um dia aberta, expulsou todos as grandes maldades, porém, apenas um ficou, que é a esperança. Não sei ao certo sobre isso, mas deve ser importante. – ele disse.

Ib abriu, por curiosidade e algumas formas saíram da caixa. Garry murmurou alguma coisa e pegou algo da caixa. Era um espelho redondo e pequeno. Ele se levantou e começou a andar por ai. Ib o seguiu e viu que ele estava entrando de volta na casa. Assim que ela chegou à porta, viu que ele olhava para o quadro com uma estrela desenhada. Ele parecia entretido com aquilo. Depois saiu da casinha e foi até uma placa, onde tinha um enorme espiral.

– Ib, me ajuda a achar todas as formas, vamos. – ele correu para um lado.

Ib ficou sem reação, mas fez o que tinha de ser feito. Depois de um tempo eles se encontraram novamente, mas faltava uma forma. Ib e Garry estava perto de um lago.

– Bem, encontramos o gato, a espiral, a estrela, os olhos, o sol, a maça, o coração, acho que são esses... Eu não entendo isso, Ib. – ele disse.

Ib ficou olhando para a “água” por um tempo, e uma luz os forçou a fechar os olhos. Quando a luz cessou eles abriram os olhos de novo, e estava lá, uma lua crescente refletida na água.

– Isso seria... Uma lua? – Garry estava pasmo.

Ele correu até uma porta congelada, cujo “sol” estava refletido em uma poça. Garry pegou o espelho que em instantes derreteu o gelo.

– Isso foi... Tão inteligente, Garry! – Ib parecia impressionada.

– Obrigado. – ele sorriu e depois entrou na casa.

Dentro avia uma parede com instruções e uns botões com os sentidos cardeais. Garry apertou alguns botões e depois uma bolha estourou no chão, revelando uma chave amarelada.

– Vamos, Ib. – disse ele.

Assim que iam saindo, ouviram passos e voltaram.

– Garry? Ib? Cadê vocês? – era Mary, ela parecia desesperada.

Ouviram-na sair e Garry, olhando para for para ver se ela já foi, pegou na mão de Ib e começou a arrasta-la para a casa com um coração na porta. Dentro tinha uma caixa de brinquedos. Garry disse a Ib que leu em algum lugar que a chave para sair dali estava na caixa de brinquedos.

– Mas isso parece impossível! Está muito escuro! E... Parece não ter nada! Como vamos achar a chave? – perguntou Ib, aflita, olhando para baixo.

– Assim. – disse uma voz, e logo depois empurrou Ib e Garry para a caixa de brinquedos.

Ib acordou e não viu nem Garry, nem sua rosa. Levantou-se e foi procura-los. Achou Garry caído e sua rosa no chão. Ib pegou a rosa e chamou-o pelo nome. Ele se levantou e olhou-a confuso. Pegou sua rosa e se levantou.

– Onde estamos, Garry? – Ib estava muito assustada.

– Não sei, mas pelo que sei, acho que estamos na caixa de brinquedos. Você está bem? – ele disse, olhando-a.

– Estou, mas não encontro a minha rosa.

– Ah, não. Não. Não. Vamos encontra-la, Ib, você não pode ficar sem aquela rosa e... – ele parou.

– O, um presente? – disse alguém – Para mim? Obrigada!

Ib se virou e viu Mary com a sua rosa. Ib ficou muito pálida. Garry correu em direção a Mary, Ib foi atrás.

– Mary, o que você pensa que está fazendo? – perguntou Garry, irritado.

– Oh, eu ganhei um presente! – ela disse feliz.

– Mary... Essa rosa... Ela é importante...

– Mesmo? – Mary observou a rosa vermelha em sua mão. – Ah. Essa é a rosa de Ib.

Mary arrancou uma pétala, e Ib sentiu uma dor que deixou sua visão avermelhada.

– Pare!

– Por quê?

– Porque essa rosa é de importância para Ib!

– Ah é? Ib, você quer a sua rosa? – perguntou a menina em direção a Ib.

– Eu... Não ligo. – disse, por fim.

– Viu? Ela não liga! – Mary arrancou outra pétala e Ib sentiu dor mais uma vez.

– O que você está dizendo, Ib? Essa rosa é a sua vida! Ela se importa sim, devolva-a. Devolva-a agora!

– Hum... Esta bem, mas que vou querer a sua! Eu também gosto de azul.

Ib ficou mis uma vez pálida. Olhou para Garry, que se mantinha sério.

Ele não pode, ele não vai. Ele não pode! – pensou ela.

– Garry... Não. – Ib estava quase chorando.

– Tudo bem, Ib. Está tudo bem. – ele pegou a sua rosa e a ofereceu a Mary.

Instantaneamente Mary pegou a rosa com uma risada e largou a rosa de Ib. Garry a pegou. Se agachou em frente de Ib e a devolveu a rosa.

– Ga...rry... – ela estava soluçando demais para formar uma palavra.

– Tudo bem, Ib. Talvez pegamos Mary no caminho, e eu pego minha rosa de novo. – ele deu um sorriso triste. – Se sairmos daqui, eu te levo para comer macarons, eu prometo.

– É... Uma pro... Promessa... N... Não é? – disse ela em meio aos soluços. – Sai... Sairemos jun... Juntos... Não é?

– É claro, Ib, Nós vamos... Sair juntos. – Garry sentiu dor em todo o corpo, mas não demonstrou. Queria achar que Ib não via seu rosto de cansaço.

Ib pegou uma chave rosa e foi até a saída. Garry estava meio devagar. Ib chorou o caminho todo até a saída. Garry conseguiu apertar o passo e foi atrás dela, porém, ele parou. Ib o ouviu arfar e recomeçou a chorar em silencio, continuou andando.

– Ib! Espere, por favor. – Ib voltou até ele e segurou seu braço.- Obrigado.

Andaram mais um pouco e ele parou novamente, parecia estar chorando.

– Ib... Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo... – ele parou para respirar – Acho que não poderei acompanha você, espero que não fique brava. Podemos sair para comer macarons outra hora, certo?

– Não... Vamos sair daqui juntos! Vamos, Garry, levante-se! – Ib estava corando muito.

– Não consigo... Ib... Vá... – ele caiu, mas ainda estava consciente.

Ib correu até a escada e ouviu Mary dizer:

– Bem me quer, mal de quer, bem que quer... Mal me quer... Bem me quer! Agora eu posso... – ela se afastou.

Ib correu até a rosa. Pegou o botão sem pétalas e o abraçou. Voltou até Garry e ele estava encostado na parede.

– Garry... – ela sussurrou e correu em sua direção. – Garry! Levante! Garry!

Ele não a respondeu. Ib voltou chorar e o abraçou. Abraçou até os braços cansarem de aperta-lo. Ela deixou uma pequena mancha de lagrimas em seu casaco. Colocou a rosa dele em suas mãos e sentou-se ao seu lado.

– Garry... Nunca vou te esquecer, isso eu te garanto... Mas... Por quê? Eu não entendo... Você poderia ter saído e... – a menina recomeçou a chorar.

Ib chorou tanto, que acabou adormecendo. Quando acordou, estava com a cabeça no colo de Garry, que continuava adormecido. Ib arrumou-o e comeu o doce. Ela ficou olhando para Garry até sentir sono novamente, mas viu algo brilhando no bolso.

O... Isqueiro... – pensou.

Aproximou-se de Garry e pegou o isqueiro que estava em seu bolso. Levantou-se e foi até a entrada. Tinha escadas cobertas por videiras, colocou o isqueiro perto de um ramo e o mesmo pegou fogo. Subiu as escadas e no fundo viu um quadro familiar. Ia se aproximando do quadro quando Mary entrou.

– Quem...? Ib? O que você está fazendo aqui? Suma! Suma daqui agora! AGORA!

Mary correu até Ib, que correu para o fundo do quarto, perto do quadro. Viu que o quadro tinha Mary como pintura. Lembrou-se do que Garry disse que ela era uma pintura, aproximou o isqueiro perto do quadro e o acendeu.

– O que você está fazendo? Pare. Pa... re... Por favor... Ib, não faz isso. – disse Mary quase chorando.

Era tarde demais. Ib já havia incendiado a pintura. Ela se cortou com um caco de vidro, mas não deu tanta importância.

Correu de volta para onde estava Garry e teve uma ideia. Tentou levanta-lo para leva-lo junto. Ib não conseguiu, mas pegou a rosa dele e a levou. Antes de sair, deixou o seu lenço com ele.

– Adeus, Garry. Vemo-nos em... Meus sonhos... Talvez.

Ib foi até a saída. Viu um vaso com um pouco de água, mergulhou a rosa de Garry e esperou. Passou alguns minutos e a rosa não se regenerou. Colocou a chave rosa em uma porta da mesma cor e desceu escadas com cuidado, pois estava escuro.

Ib se viu novamente na galeria, mas estava escuro demais para ser a mesma. Foi até o quadro que deu inicio a toda aquela bagunça. Ela leu o nome, mas mesmo assim, não conseguiu entender. Assim que se afastou um pouco, a moldura do quadro sumiu. Ib colocou sua mão e ela foi para dentro do quadro, tirou-a de novo e voltou ao normal.

Se eu entrar... Posso não voltar mais... Preciso tentar. – pensou ela, dando impulso para pular.

Quando estava quase pulando quando Garry apareceu.

– Ib, você está aqui. O que é isso? Um quadro sem moldura?

– Garry, essa pode ser a saída! – ela disse sorrindo.

– A saída? Então o que foi aquilo que eu achei? – ele deu um sorriso irônico.

– Eu quero tentar. – o sorriso de Ib sumiu.

– Sabe que se você tentar pular você vai bater a cara nesse quadro! Venha Ib, vamos sair daqui por outro lugar. – ele estendeu a mão para ela.

Aquele não era o verdadeiro Garry, isso Ib notou, recusando a sua mão, Ib saltou para o quadro.

–~~* *~~-

Ib estava olhando para o quadro, e de repente se sentiu chorando.

Por que estou chorando? Por que me sinto tão triste? ­– se perguntou Ib.

Deu mais uma olhada no quadro. Era um quadro grande, com uma rosa azul com apenas uma pétala. O titulo era: “Alma perdida”.

Ao ler o titulo e olhar novamente o quadro, começou a chorar novamente. Não entendia o por que de estar chorando. Ib sentiu uma mão em seu ombro. Primeiro achou que era sua mãe, mas logo viu que não era. A pessoa que segurava seu ombro era um rapaz alto, seu cabelo estava bagunçado. Ele parecia familiar para Ib.

– Por que está chorando, garotinha? – perguntou ele.

– Eu... Não... Sei... – ela estava o encarando.

Ib se levantou e ele fez o mesmo, assim que se levantou, ele deixou cair um lenço.

– Esse é o meu lenço... – disse a menina.

– Oh... Mesmo? Eu penso... Que uma amiga minha me deu isso. – ele pegou o lenço e o apertou.

– Quem... é você? – perguntou Ib.

– Garry, e você? – ele sorriu.

– Eu sou Ib. – ela viu a expressão dele mudar e olhar para o lenço. Ela estava chorando de novo.

– Ib! – ele a abraçou – Desculpa por não me lembrar de você!

– Garry! – ela sorriu, ainda com lagrimas nos olhos.

– Ib! Vamos! – era a mãe de Ib a chamando.

– Eu já vou.

– Ib, posso ficar com seu lenço mais um pouco? Eu posso devolvê-lo depois?

– Claro! – ela disse.

– Porque, nos veremos de novo outra hora.


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